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Concreto Convencional

2.6. Aplicação do C.A.A na industria de pré-moldados.

Tutikian et al., (2005 apud tutikian, 2007) relataram a utilização de C.A.A. em pré- fabricados no Brasil, em um estudo comparativo dos custos globais entre o C.A.A. e o concreto convencional (CCV), abrangendo todas as etapas do processo (tabela 2.2), desde a composição unitária dos insumos, até a etapa de reparos, a qual foi eliminada com o C.A.A., onde o custo global do C.A.A. foi 3% inferior ao CCV.

Tabela 2.2 – comparação de custos de concretos na indústria de pré-moldados COMPARAÇÃO DE CUSTOS NA EMPRESA DE PRÉ-MOLDADOS

ETAPA CCV C.A.A. N º DE PESSOAS CUSTO (R$/M3) N º DE PESSOAS CUSTO (R$/M3) Composição do concreto 0 142,46 0 177,29 Mistura 1 3,43 1 3,43 Transporte 1 15,49 1 15,49 Aplicação do desmoldante 3 10,66 3 10,66 Adensamento 5 26,76 2 5,34 Acabamento 4 7,03 2 1,41 Reparo 2 14,55 0 0,00 TOTAL 216,89 210,19

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Gomes et al. (2008) também comparou os custos da aplicação de C.A.A. em elementos pré-moldados simples, como painéis e caixas de ar-condicionado, com uma composição de concreto convencional de mesma faixa de resistência. Durante a moldagem das peças, foi possível observar, que a utilização do C.A.A., reduziu o tempo e o trabalho de execução quando comparada à moldagem com concreto convencional. As fôrmas foram totalmente preenchidas pelos concretos auto-adensáveis sem aplicação de nenhuma vibração. Uma avaliação visual das peças foi realizada a fim de comparar o aspecto das superfícies obtidas nas peças moldadas com C.A.A. e com concreto convencional. Nas peças onde foi utilizado o C.A.A. pode-se perceber a melhor qualidade das superfícies. Além de atender a uma exigência estética dos elementos pré- moldados de concreto, referente ao acabamento superficial, tal aspecto contribui para maior durabilidade da estrutura. Um levantamento de custo para produção de uma caixa de condicionador de ar foi realizado. Foram considerados os custos com materiais usados na confecção de cada concreto, da mão-de-obra, da armadura das caixas e da energia elétrica, exceto valores referentes ao uso do fíler. Com isso, chegou-se ao valor de R$ 14,92 (quatorze reais e noventa e dois centavos) para a caixa com concreto convencional e R$ 14,81 (quatorze reais e oitenta e um centavos) para a caixa com C.A.A.. Verifica-se que o preço para a fabricação, em ambas as situações, foi bastante próximo. Com a utilização do C.A.A. houve uma diminuição da energia e da mão de obra, mas, como houve o acréscimo do aditivo superplastificante, o custo final foi semelhante. É importante salientar também que os custos envolvidos foram para a fabricação de apenas 01 (uma) caixa. Considerando uma produção maior a diferença do C.A.A. para o convencional tende a se acentuar.

Tutikian et al. (2005) relataram casos práticos da utilização de concretos auto-adensáveis dosados através do método de dosagem proposto por Tutikian (2004): na Verdi Construções, empresa de pré-moldados de Porto Alegre / RS, no museu Iberê Camargo, obra emblemática desta mesma cidade e em uma edificação da construtora Arcel Engenharia ltda., de Goiânia / GO. Na indústria de pré-moldados Verdi se utilizava um concreto de abatimento convencional muito coeso, já que foi especificado uma resistência à compressão de 80 MPa aos 28 dias e a presença de fibras metálicas. Para adensar este concreto era necessária uma intensa vibração, o que demandava um grande número de trabalhadores e incorporava ar no material, prejudicando as propriedades no estado endurecido do concreto e a qualidade final das peças. Então, após um estudo detalhado sobre vantagens e desvantagens, optou-se pelo uso do CAA (Figura 2.5), o

processo ficou mais enxuto, eliminando a vibração, aumentando a produção e melhorando o acabamento final das peças.

Figura 2.5 – Aplicação do C.A.A. na Indústria de pré-moldados (TUIKIAN et al., 2005)

Alencar & Helene (2006), analisaram traços de concreto auto-adensáveis de elevada resistência, com aplicação na indústria de pré-moldados. O método de dosagem considera o ajuste do aditivo diretamente no concreto. Para a dosagem do C.A.A. sem adição, inicialmente, calculou-se um parâmetro α1 (teor de argamassa seca), de acordo com a seguinte equação:

m

a

1

1

, onde a: relação agregado miúdo seco/cimento, em massa, em Kg/Kg; b: relação agregado graúdo seco/cimento em massa, em Kg/Kg; m=a+b. Confeccionou-se um concreto com traço intermediário (1:4,0) de teor de argamassa α1, normalmente empregado para os materiais utilizados, em seguida determinou-se o teor de aditivo até o ponto em que o concreto estivesse bastante fluido (abatimento maior que 600mm), não se preocupando com a segregação do material. Acresentou-se cimento e areia pouco a pouco para tornar o concreto mais coeso, chegando a um novo teor de argamassa α2, para o mesmo valor de espalhamento (com o aumento do parâmetro α, houve necessidade de se aumentar a quantidade de superplastificante para manter o espalhamento). Nessa etapa, também foi realizado os ensaios de controle para os concretos auto-adensáveis (Espalhamento T 50 cm; caixa L; Caixa U; Funil V; Tubo U). Na dosagem do C.A.A. com adição, as etapas são as mesmas, a mudança está na substituição do cimento pela

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adição na correção da segregação, sendo necessário, também, adição de areia e cimento para tornar o material mais coeso. Por esta razão é interessante aumentar a porcentagem de substituição para que o α seja o mais baixo possível a fim de que não se aumente muito a dosagem do superplastificante. Os autores concluíram que dos ensaios realizados, três foram avaliados como principais: espalhamento, pela simplicidade na avaliação da fluidez; caixa em L, por apresentar-se como o mais exigente em atender à capacidade do concreto em passar por restrições de forma coesa, e o tubo em U, que se mostrou mais confiável na verificação da coesão.

Os autores, Alencar & Helene (2006), também verificaram que a incorporação de adições minerais colaborou para a redução do teor de argamassa do C.A.A., o que, além de reduzir a dosagem de superplastificante, contribuiu com a menor evolução do calor, devido à diminuição do cimento, durante a hidratação, com menor risco de fissuração por retração térmica, somados aos benefícios quanto à durabilidade pelo efeito de refinamento dos poros. Por fim, os autores observaram que o C.A.A. é uma excelente opção para a indústria de pré-fabricados de concreto.