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Aplicação do Modelo das 5 Forças de Porter 81


CAPÍTULO III – PLANO DE NEGÓCIOS 49


10.
 Plano de Marketing 68


10.1.
 Diagnóstico do ambiente interno e externo 68


10.1.3.
 Aplicação do Modelo das 5 Forças de Porter 81


O modelo proposto por Michael Porter serviu de base à análise do ambiente competitivo onde a empresa irá actuar, classificando-se as cinco forças numa escala de três atributos (forte, médio ou fraco):

Poder negocial dos clientes – médio

Em qualquer sector de actividade, as empresas dependem dos seus clientes. No entanto, a dependência em relação aos clientes será tanto maior quanto as opções de compra que estes possuam (quanto mais empresas houver a comercializar o mesmo tipo de produto, maior o poder negocial dos clientes – é necessário ser mais competitivo para vender).

Em relação às agências de viagens, os jovens têm por tendência recorrer aos prestadores de serviços que lhes garantam o melhor preço ou a melhor relação qualidade-preço. São cada vez mais autónomos, prescindindo dos intermediários e

optando por reservar directamente os serviços, especialmente através da Internet. Esta rede confere-lhes mais alternativas e informações, não estando dependentes (como estarão algumas faixas etárias menos propensas à adopção das novas tecnologias) de agências tradicionais. São, por isso, consumidores cada vez mais informados e utilizadores das novas tecnologias.

Os clientes têm algum poder de negociação designadamente em relação ao preço, dado o contexto económico em que vivemos. A oferta de festivais nacionais é cada vez maior (a revista Marketeer identificava, em 2010, 20 festivais de Verão principais26; o semanário Sol contabilizava 50 em 201227). Para além disso,

Portugal continua a ser um dos países da Europa onde os ingressos para eventos de música são mais baratos.

Os festivais internacionais implicam maiores despesas, desde logo pelo valor do bilhete, do transporte e da alimentação. No entanto, estes festivais conseguem ter cartazes mais completos e exclusivos (de artistas) que justificam muitas vezes uma deslocação ao estrangeiro. O facto de não existir nenhuma agência similar à que se pretende implementar no mercado nacional também confere força ao projecto.

Rivalidade concorrencial – fraco

O projecto está pensado para o mercado online e qualquer plataforma que disponibilize compras online de transporte, alojamento, bilhetes e outros serviços turísticos, pode funcionar como um potencial concorrente.

O site www.eventrips.net28 pode ser considerado o principal concorrente directo

na fase de arranque do projecto, dado ter na sua criação um conceito semelhante: disponibilizar pacotes para eventos em Portugal e gradualmente para o estrangeiro. A compra do pacote pode ser feita online, mediante registo, e









26Em Alfaia, C., Lima, M. J., Pinto, M. J., & Dias, S. (Agosto de 2010). Que música tocam os festivais de Verão?. Marketeer, 169, pp. 38-51.

27Em Ribeiro, S. (13 de Julho de 2012). Festivaleiros pagam 32 milhões. Sol, 306, p. 56. 28Ver Anexo IV – Press Release da Eventrips.net, pág. 160.

contempla na maioria dos casos, alojamento e ingresso para o evento. Disponibiliza já alguns produtos internacionais, compostos por alojamento e bilhetes para o evento.

Ao nível da concorrência indirecta, destacam-se as agências tradicionais, as pessoas em nome individual e as associações, que organizam e promovem viagens de autocarro, cujo objectivo é a participação em festivais no estrangeiro.

Ameaça de entrada de novas empresas concorrentes – média

A possibilidade de entrada de novos concorrentes é de grau médio, pois embora nos encontremos num cenário de crise, os festivais são cada vez mais encarados como uma oportunidade de negócio. Com isso em mente, as agências de viagens actuais poderão especializar-se em determinados segmentos, como os eventos ou os festivais e concertos de música.

O constante desenvolvimento tecnológico tem conduzido cada vez mais à aposta no mercado online, sendo necessária uma inovação permanente para o negócio se manter na linha da frente e enfrentar com sucesso os novos concorrentes.

Produtos substitutos – forte

O projecto está primariamente concebido como agência de outgoing e os festivais nacionais poderão ser um produto substituto. Outros eventos no estrangeiro, que não os musicais, poderão também fazer parte deste lote. Por outro lado, o recurso individual a serviços através da Internet, como a compra do bilhete no site do festival ou noutro dedicado à venda de bilheteira, a compra do voo no site da companhia aérea, o alojamento reservado directamente com o hotel, entre outras possibilidades, constituem “produtos” substitutos ao projecto.

Poder dos fornecedores – médio

As agências de viagens funcionam como intermediárias dos produtores de serviços turísticos. Ainda hoje exercem um forte poder junto destes, sendo capazes de influenciar as escolhas dos clientes em função da relação comercial fornecedor-distribuidor. Contudo, alguns dos produtores também exercem poder junto das agências: as companhias aéreas são porventura as que maior controlo conseguem ter junto da agência, dependendo do destino.

No contexto europeu, as alternativas são variadas. Os hotéis, dependendo da sua dimensão e da localização relativamente ao festival, assumem um controlo relativo, apresentando preços mais elevados e uma oferta de alojamento mais reduzida nas datas dos festivais. Outros prestadores de serviços complementares ao turismo, como os transferistas, as companhias de rent-a-car, os autocarros e os comboios, possuem também um poder negocial limitado, dependendo muito da localização do festival e do tipo de actividade que oferecem.

A existência de vários fornecedores de serviço de Internet em Portugal permite que haja uma escolha e negociação, e o mesmo se aplica à aquisição de material informático e de escritório, em que a oferta é variada.

Para a concepção do site será feita uma pesquisa de mercado no sentido de obter o orçamento que apresente a melhor relação qualidade-preço, não só para a criação mas também para a sua manutenção. Actualmente, são muitas as empresas prestadoras deste tipo de serviço, quer em Portugal, quer no estrangeiro, não ficando o projecto dependente de um único fornecedor.

A via a seguir para controlar esta força (Poder Negocial dos Fornecedores) passa por efectuar uma análise dos diversos prestadores de serviço e negociar os contratos a longo prazo, com boas condições e boas garantias de pagamento.