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Capítulo 5: Estratégias de melhoria

1.2 Estratégias de melhoria para a CG

1.2.3 Aplicação do processo de Vermicompostagem nos resíduos do DA

Depois de toda a informação recolhida delineou-se uma estratégia para a valorização dos resíduos orgânicos produzidos pelas unidades do DA.

De acordo com os dados recolhidos seria necessário duas unidades de compostagem, uma unidade para a recolha dos resíduos da CG e das borras de café dos bares estudados e outra unidade para recolher os resíduos orgânicos de todos os bares do campus de Gualtar e as borras dos bares que não foram analisados.

Tal divisão seria necessária para que as unidades de compostagem não sejam muito grandes e para que seja possível colocá-las em pontos geográficos diferentes para o encaminhamento dos resíduos ser mais fácil e prático.

Assim, numa primeira fase seria montada apenas uma unidade piloto próximo da CG, para facilitar o transporte dos resíduos. Além disso, seria uma unidade mais complexa visto a CG ser a unidade alimentar que produz mais resíduos orgânicos e que faz a melhor separação. Esta unidade seria para recolher os resíduos de CG e de borras de café dos Bares 1,2 e 4.

Projeção de uma unidade de Vermicompostagem

De acordo com os dados da tabela 17, existem cerca de 2535,50 kg de resíduos para compostar. Os resíduos considerados são ricos em azoto e por isso para balançar e

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para fornecer uma fonte de carbono é necessário adicionar alguns resíduos como papel e jornal. Este tipo de fonte pode ser fornecido pela CG adicionando os toalhetes de papel dos tabuleiros e as embalagens dos talheres.

Tabela 17 - Valores mensais de resíduos (mro/ kg) para a compostagem.

Resíduos para compostagem

Resíduos de sobras: 1033,00

Massa volúmica de resíduos orgânicos ( ) = 0,45t /m3 *

Resíduos de confeção: 1400,00 Resíduos de borras: 132,00

Resíduos de papel: 25,00a

a

Valor calculado em anexo 4

= 0,1t /m3 *

* (Lopes, 2008)

Dimensionamento do compostor (Volume ,V): ( ) ⁄ ⁄

Segundo a equação de volume (Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, 2010), são necessários 5,95 m3 para acondicionar os resíduos. Porém subdimensionou-se a capacidade ao compostor, atribuindo um volume total de 6,00 m3.

Como dito anteriormente a compostagem demora cerca de 3 meses e o volume do compostor está dimensionado para acumular os resíduos de um mês. Por isso seria necessário um compostor com o triplo do volume (18 m3) para que quando se acabasse de encher fosse possível retirar composto já maduro.

Tratando-se de um volume razoável, e tendo em conta que é mais vantajoso ter uma base menor em detrimento da altura, os compostores seriam verticais e teriam a forma de um cilindro (Kumar, 2005).

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Para não terem volumes muito grandes o ideal seria ter 5 compostores iguais, para que fosse possível espalhar os resíduos de igual forma pelos compostores. Ou seja, se em cada dia da semana se depositasse os resíduos num compostor diferente, as pilhas ficariam todas no mesmo estado de decomposição e no final dos três meses seria possível retirar composto de todas as pilhas.

Assim se os compostores tivessem uma base de 1 m2 de área seria necessário ter de altura 3,6 m, como mostram os cálculos que se seguem.

A área mais pequena é útil para que os resíduos depositados fiquem com altura suficiente para as minhocas fazerem o seu trabalho. Neste caso, se forem depositados cerca de 118 kg de resíduos, significa que cada camada terá aproximadamente 27 cm de altura o que já é razoável para as minhocas (Anexo 5).

Para compensar a altura elevada, os compostores teriam de ser colocados por baixo das escadas de acesso á CG para que fosse possível depositar os resíduos a partir das escadas.

Tratando-se de um processo de vermicompostagem ainda será necessário acrescentar as minhocas. Para cada metro quadrado o número ideal de minhocas é de 1800, que pesam aproximadamente 1kg e ocupam cerca de 9,1×10-4 m³ (Niir Board, 2004) (Futuramb, 2013).

Como cada compostor teria uma base de 1 m2, seriam necessários 1 kg de minhocas. Porém na fase inicial apenas seria necessário adicionar metade desta quantidade a cada compostor (0,5 kg), não só porque seria mais vantajoso a nível económico, mas também porque as populações de minhocas tem tendência a duplicar a cada 2 meses (Niir Board, 2004).

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Figura 28 - Representação esquemática dos 5 compostores com 3,6 m de altura e 1 m2 de base.

No que diz respeito à manutenção dos compostores é necessário ter especial atenção a alguns pontos.

LOCAL DE COLOCAÇÃO: Local abrigado do sol direto, para que não atinja temperaturas muito elevadas e para que o compostor não seja invadido por outro tipo de insetos, como as formigas que são prejudiciais às minhocas (Niir Board, 2004).

HUMIDADE: A humidade deve rondar os 60 % a 80 % para que o processo decorra normalmente. Para verificar o nível de humidade de um modo simples basta tirar algum do composto e espremer com as mãos. Se molhar muito a mão significa que a humidade é elevada e que será necessário acrescentar mais material seco. Se não sair água nenhuma significa que a humidade é inferior à esperada e por isso será conveniente acrescentar água. O ideal será obter algumas gotas de água ao espremer o composto (Niir Board, 2004) (Pereira, 1997).

AREJAMENTO: Se o compostor for sobrecarregado de matéria orgânica o

arejamento pode ser insuficiente o que resulta em libertação de maus odores. Para evitar este tipo de problemas deve-se dar tempo á cultura de minhocas para consumir os resíduos existentes antes de adicionar mais, verificar se o sistema de drenagem está a funcionar eficazmente e se não há acumulação excessiva de humidade (Shagufta, 2007).

Para controlar estes parâmetros seria necessário uma manutenção diária dos compostores, por exemplo, pelos operadores que depositam os resíduos diariamente. 3,6 m Segunda-feira Terça-feira

Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira

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O composto resultante dos resíduos pode ser utilizado nos jardins do campus ou doado a agricultores vizinhos.

Com este tipo de estratégia seria possível rentabilizar e valorizar os resíduos orgânicos e evitar assim a sua deposição em aterro.

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