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a aplicação da pena ocorrerá na forma prevista pela lei anterior, mais branda, em virtude da incidência do princípio da irretroatividade da lei penal

Lex Mitior (Lei mais Benéfica)

Pena 1 a 4 anos

E) a aplicação da pena ocorrerá na forma prevista pela lei anterior, mais branda, em virtude da incidência do princípio da irretroatividade da lei penal

Gabarito – C – Pois, conforme acabamos de estudar, a lei penal mais gravosa se aplica ao crime continuado ou permanente enquanto não cessada a atividade delituosa e a entrada em vigor da lei mais gravosa. Essa também é a redação da súmula 711 do Supremo Tribunal Federal.

Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TJ-DFT Prova: CESPE - 2015 - TJ-DFT - Analista Judiciário - Judiciária Em relação à aplicação da lei penal e aos institutos do arrependimento eficaz e do erro de execução, julgue o item seguinte.

Se um indivíduo praticar uma série de crimes da mesma espécie, em continuidade delitiva e sob a vigência de

duas leis distintas, aplicar-se-á, em processo contra ele, a lei vigente ao tempo em que cessaram os delitos, ainda que seja mais gravosa.

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito – Certo – Conforme se verifica do enunciado da questão, ela retrata o teor do entendimento sumulado pelo STF no verbete 711, o qual diz ser possível a aplicação da lei penal mais gravosa que entra em vigor durante a permanência ou continuidade delitiva.

Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: STF Prova: CESPE - 2013 - STF - Analista Judiciário - Área Judiciária Acerca dos princípios gerais que norteiam o direito penal, das teorias do crime e dos institutos da Parte Geral do Código Penal brasileiro, julgue os itens a seguir.

Considere que Manoel, penalmente imputável, tenha sequestrado uma criança com o intuito de receber certa quantia como resgate. Um mês depois, estando a vítima ainda em cativeiro, nova lei entrou em vigor, pre-vendo pena mais severa para o delito. Nessa situação, a lei mais gravosa não incidirá sobre a conduta de Ma-noel.

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito – ERRADO – A lei mais gravosa incidirá sobre Manoel, pois entrou em vigor durante a permanência (prolongamento da consumação do crime) enquanto a vítima se encontrava sob seus domínios.

Sendo assim, meu querido(a) estudante, através das análise das questões que acabamos de resolver, é de suma importância você estar atento a súmula 711 do Supremo e sua incidência em provas de concurso.

Diante desse panorama que apresentei a vocês, quero-lhes fazer uma pergunta. Você acha que é possível haver a combinação de leis penais? Em outras palavras, você acha possível que o juiz, no caso concreto, possa mesclar dispositivos benéficos da nova lei com benefícios da lei revogada?

A resposta por um “sim” pode até parecer tentadora diante de tantas nuances presentes em vários dos institutos que já estudamos, entretanto, nesse caso é vedado ao juiz a combinação de leis penais, pois, nesse contexto, ele estaria criando uma terceira lei (chamada de lex terxio), e o STJ, por meio da súmula 501 tratou de pôr um ponto final na controvérsia.

"É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis."

Na época, a controvérsia pairava sob a forma de como seria aplicada a pena em crimes envolvendo o tráfico de drogas.

Naquela ocasião, o juiz, ao condenar o indivíduo pela prática do crime de tráfico, ao realizar a dosimetria da pena (matéria que será objeto de estudo mais adiante no nosso curso) deveria fazer duas dosimetrias, sendo uma com a lei antiga e outra com a lei nova, aplicando-se a sentença em que chegara em uma condenação mais branda (pena menor), sendo vedada a combinação dos dispositivos da Lei 11.343/06 (nova lei de drogas) com os dispositivos da Lei 6.368/76 (antiga lei de drogas) para formular a sentença.

Então, para encerrarmos o estudo dos diversos desdobramentos da lei penal no tempo, ainda tenho a incumbência de ensina-los acerca do instituto da lei penal excepcional ou temporária. Não percamos tempo!

Vamos adiante!

Lei penal excepcional ou temporária.

Dando seguimento ao nosso estudo, caríssimo, as leis penais excepcionais ou temporárias são criadas para disciplinar condutas praticadas durante alguma situação excepcional ou temporária e sua previsão legal encontra-se no art. 3º do Código Penal.

Lei excepcional ou temporária

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circuns-tâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

Como exemplo, posso citar a vocês a Lei 12.663/12 (a Lei Geral da Copa) criada para vigorar somente durante o período de realização da Copa do Mundo no Brasil. A referida lei criou figuras criminosas, mas fixou um contexto temporal para que houvesse a incidência desses crimes caso a lei fosse violada. O marco temporal estipulado pela lei geral da copa foi dia 31/12/2014. Após essa data a Lei Geral da Copa parou de produzir efeitos no mundo jurídico.

Entretanto, meu amigo(a), como você acha que fica a punição de um indivíduo que tenha cometido um crime previsto na Lei Geral da Copa durante o seu período de vigência, se posteriormente ele veio a perder os seus efeitos? Pense um pouco e reflita comigo.

Se a Lei Geral da Copa, criada justamente para proteger os acontecimentos durante a Copa do Mundo, não punisse os indivíduos que a violassem, mesmo após a sua data final (31/12/2014) de vigência, de nada teria sentido a criação da referida norma.

Sendo assim, ambas as leis penais (excepcionais e temporárias) são aplicáveis aos fatos cometidos du-rante a situação excepcional ou o período de tempo, mesmo após o seu termino. Então, meu brilhante aluno, isso significa que essas leis penais possuem ultratividade.

Para melhor visualizarmos, suponha que Austin tenha reproduzido indevidamente quaisquer um dos sím-bolos oficias de titularidade da FIFA durante a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, conforme prevê o art. 30 da Lei Geral da Copa.

Art. 30. Reproduzir, imitar, falsificar ou modificar indevidamente quaisquer Símbolos Oficiais de titula-ridade da FIFA:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano ou multa.

Dessa forma, suponha que a investigação que apurou ser Austin o autor do crime de utilização indevida e símbolos oficiais tenha se encerrado no ano de 2016, ou seja, dois anos após o término da data prevista para perdurarem os efeitos da lei (31/12/2014).

Mesmo que Austin venha a ser processado somente em 2016 por ter violado o art. 30 da Lei Geral da Copa, que perdeu sua vigência em 31/12/2014, o criminoso será punido com base nessa lei pois, se tratando de lei penal excepcional ou temporária, possui ultratividade alcançado os fatos praticados durante a sua vigência.

Fique atento, meu amigo(a), agora vamos ver como esse assunto vem sendo abordado nos concursos.

Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal Provas: CESPE - 2013 - Polícia Federal - Escrivão da Polícia Federal

Julgue o item subsequente , relativo à aplicação da lei penal e seus princípios.

No que diz respeito ao tema lei penal no tempo, a regra é a aplicação da lei apenas durante o seu período de vigência; a exceção é a extra-atividade da lei penal mais benéfica, que comporta duas espécies: a retroatividade e a ultra-atividade.

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito – CERTO – pois, conforme virmos anteriormente, a regra é que a lei penal será aplicada apenas du-rante o seu período de vigência. Porém, excepcionalmente, por conta da ultra atividade, a lei poderá alcançar fatos praticados durante a sua vigência mesmo após ela ter parado de produzir efeitos no mundo jurídico.

Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PC-RO Prova: FUNCAB - 2014 - PC-RO - Escrivão de Polícia Civil

O artigo 3º do Código Penal dispõe: “a lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua dura-ção ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência”. O referido artigo prevê o fenômeno da:

A) coculpabilidade.

B) tipicidade conglobante.

C) retroatividade da lei.

D) abolitio criminis.

E) ultra-atividade da lei.

Gabarito – E – tendo em vista que o enunciado nos traz a redação do art. 3º do Código Penal, e nosso estudo até o momento, estamos diante do caráter ultra ativo da lei penal, que tem o condão de ser aplicada durante sua vigência, mesmo que decorrido o período de sua duração ou cessada as circunstâncias que a determinaram.

Então, espero que você tenha entendido tudo até aqui, meu caro aluno!

Qualquer dúvida acerca da matéria, lembre-se que estou à disposição do você no canal de dúvidas aqui do Direção Concursos!

Vamos dar seguimento ao nosso estudo?

Nesse momento entraremos no último tópico dentro do estudo da aplicação da lei penal, pois vamos tra-tar do tempo do crime.

Tempo do crime.

Meu amigo, minha amiga!

Vamos dar início a umas das partes mais importantes no estudo do direito penal! A partir desse momento, iremos tratar sobre o tempo do crime.

Para que ocorra a correta aplicação da lei penal, é imprescindível definir o tempo do crime, ou seja, quando um crime se considera praticado.

O nosso Código Penal, no seu art. 4º, adotou a teoria da atividade.

Art. 4º - considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o mo-mento do resultado.

Com o intuito de clarear o seu estudo, trago um exemplo do saudoso professor André Estefam5:

“Em 1994, o homicídio qualificado tornou-se crime hediondo; a inclusão deste fato na lista contida na Lei n. 8.072/90 ocorreu no dia 7 de setembro do ano citado. Suponha que o agente, visando à morte de seu inimigo, tenha desferido contra ele diversos disparos de arma de fogo, por motivo fútil, no dia 5 de setembro de 1994. Imagine, ainda, que o atirador se evada do local e a vítima seja socorrida por tercei-ros, ficando hospitalizada por uma semana, até que vem a óbito, por não resistir à gravidade dos feri-mentos. Neste exemplo, a conduta foi praticada antes da entrada em vigor da lex gravior, embora o resultado se tenha produzido despois desta” (ESTEFAM, André. pg. 166).

Assim, meu caro(a) aluno(a), podemos verificar através do exemplo acima mencionado que, o homicídio qualificado cometido pelo agente não será considerado hediondo, tendo em vista que o tempo do crime é o da conduta (disparos de arma de fogo), e não da consumação (morte da vítima).

Outra importante função desempenhada pela teoria da atividade, insculpida no art. 4º do Código Penal é a delimitação da responsabilidade penal do agente criminoso. Sendo assim, através da teoria da atividade, torna-se possível fixar o exato momento em que o agente passará a responder criminalmente por seus atos – isso se dará somente se a ação ou omissão houver sido praticada quando ele já tiver completado 18 anos de idade (o que ocorre no primeiro minuto de seu 18º aniversário).

Peguemos o exemplo acima e mudemos a idade do agente criminoso, teremos a seguinte situação hipo-tética, por exemplo:

Se ao tempo do disparo de arma de fogo o agente era menor de 18 anos, terá praticado ato infracional e será punido de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei n.º 8.069/90), ainda que a vítima somente venha a óbito quando o agente complete 18 anos.

Confira junto comigo como esse conteúdo vem sendo cobrado em prova!

Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Po-lícia

O Direito Penal brasileiro considera como momento do cometimento do crime