• Nenhum resultado encontrado

Aplicação da versão para o português brasileiro de The Barriers to Research

3.5.1 Locais do estudo

O estudo foi desenvolvido em dois hospitais, sendo um hospital que não tem a PBE incorporada à cultura organizacional, intitulado hospital A, e outro hospital que possui tal cultura, hospital B.

O hospital A se localiza no interior do Estado de Minas Gerais. É considerado centro relevante de atendimento hospitalar da região, composta por 27 municípios.

O hospital B situa-se na cidade de São Paulo (SP). É considerado centro de referência em saúde, por integrar corpo clínico interdisciplinar, tecnologias de última geração e pesquisa por meio do estímulo à investigação científica para o aprimoramento profissional e excelência no cuidado.

3.5.2 População

A população-alvo para a aplicação do instrumento de medida foram os enfermeiros vinculados aos hospitais selecionados, lotados nas diferentes unidades, e que tivessem, no mínimo, um mês de vínculo empregatício no setor.

O hospital A possuía, no momento da realização da pesquisa, 184 enfermeiros, e o hospital B, 542 profissionais.

3.5.3 Amostra

Na literatura, preconiza-se de cinco a dez participantes respondentes para cada parâmetro a ser estimado na análise fatorial confirmatória da escala (KLINE, 2010). No entanto, há de se ressaltar que o tamanho da amostra para a realização da análise fatorial confirmatória não é consensual, havendo diversas recomendações, algumas baseadas em simulações Monte Carlo, isto é, simulações computacionais para determinação do tamanho amostral. Há certo acordo entre alguns autores de que o tamanho amostral acima de, pelo menos, 200 participantes é satisfatório (KLINE, 2010). Assim, considerando a população dos dois hospitais, bem como o balanceamento amostral adequado, decidiu-se pela participação de, pelo menos, 300 enfermeiros para a realização do estudo. Ressalta-se que, para esse valor, foram acrescidos 20% devido às possíveis perdas, tais como: recusas, férias, afastamentos e licenças-saúde.

Como o hospital A apresentava quantitativo de enfermeiros menor quando comparado ao hospital B, todos foram convidados a participar do estudo. Já, no hospital B, inicialmente foi realizado sorteio de um quantitativo igual ao de enfermeiros do hospital A. Entretanto, como a adesão à participação da pesquisa foi baixa, optou-se por convidar todos os enfermeiros do serviço de saúde, até que o quantitativo preestabelecido inicialmente fosse atingido.

3.5.4 Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação em enfermeiros de dois instrumentos, a saber: instrumento de caracterização sociodemográfica e profissional dos participantes e The Barriers Scale – versão para o português brasileiro. O instrumento para caracterização sociodemográfica e profissional dos participantes contém os seguintes dados: sexo, estado civil, grau de escolaridade, data de nascimento, data de formação, qualificação profissional, tipo de instituição, vínculo empregatício, função exercida na instituição, data de admissão na

instituição, unidade de internação de atuação, tempo de profissão, realização de cursos sobre PBE, acesso e consumo aos resultados de pesquisas (Apêndice B).

Inicialmente, foi realizado estudo-piloto com 10 enfermeiros, os quais foram esclarecidos sobre a pesquisa, sendo que a mesma orientação foi dada aos participantes da coleta definitiva dos dados. No estudo-piloto, não houve dificuldade para o entendimento dos instrumentos pelos enfermeiros, e os dados coletados não foram incluídos na pesquisa.

No hospital A, a coleta de dados, somente, foi iniciada após a concordância da Diretoria de Enfermagem, em períodos previamente agendados com os participantes da pesquisa, de maneira que não interferisse no desenvolvimento das atividades diárias. Após o consentimento da instituição, foi realizado levantamento do número de enfermeiros que atuavam no serviço de saúde. De acordo com a escala mensal desses profissionais, o pesquisador visitou as unidades para explicar o objetivo da pesquisa (todos os turnos) e identificar quais enfermeiros tinham interesse em responder aos instrumentos. Com a concordância do enfermeiro, o pesquisador solicitava seu e-mail, para que os instrumentos pudessem ser enviados. Para aquele profissional sem e-mail, os instrumentos foram respondidos na presença do pesquisador, em horário e local combinados a priori, em ambiente reservado e livre de influência de terceiros.

No hospital B, a coleta de dados procedeu-se da seguinte maneira: inicialmente, foi estabelecido parceria com o enfermeiro-gerente do setor de pesquisa clínica, por meio de reunião, na qual o pesquisador apresentou os objetivos e o método de realização do estudo. A seguir, o pesquisador cadastrou o projeto de pesquisa no Ambiente Virtual de Apoio à Pesquisa (AVAP), por meio do link (http://avap.iephsl.org.br/Pages/home), o qual recebeu o código MBGF335.

O projeto foi submetido à análise de três setores do hospital B, a saber: Escritório Central de Projetos, Diretoria de Pesquisa e Comitê de Ética em Pesquisa, sendo aprovado por todos. A inserção do projeto no AVAP ocorreu no dia 16 de setembro de 2014 e a última fase, ou seja, aprovação pelo Comitê de Ética foi no dia 30 de outubro de 2014. Após a conclusão das etapas no ambiente virtual, o gerente do setor de pesquisa clínica organizou a listagem dos nomes, unidades de atuação e e-mails de todos os enfermeiros do hospital, junto ao setor de Recursos Humanos. Em reunião com os enfermeiros responsáveis dos

diferentes setores do hospital, este profissional realizou orientações sobre o projeto de pesquisa e solicitou ajuda para encorajar a participação dos enfermeiros. No hospital B, os instrumentos foram encaminhados para os participantes somente por e-mail.

A coleta de dados, nos dois hospitais, compreendeu período de nove meses, entre os meses de outubro de 2014 a junho de 2015.

3.5.5 Instrumentos de coleta de dados

A aplicação dos instrumentos por e-mail foi desenvolvida em formulário de avaliação (questionário) em três etapas. A primeira página era relativa ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para participar do estudo. Na segunda página, o participante respondia sobre os dados sociodemográficos e profissionais. A terceira página era o instrumento de medida (The Barriers Scale – versão para o português brasileiro).

A aplicação (software de questionário) foi modelada, de forma a receber uma sequência lógica para o enfermeiro completar as três etapas. O instrumento de medida teve seu layout pautado na escala original, mantendo a identidade visual e fácil interpretação.

A aplicação dos instrumentos ficou disponível on-line no endereço http://www.thebarriers.com.br. Os enfermeiros receberam, por meio do e-mail da instituição, um texto explicativo sobre a importância do estudo e o link para acessar o questionário.

Documentos relacionados