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1 O PROBLEMA DE PESQUISA

2.5 Contexto das empresas pesquisadas

3.3.4 Modelos DEA clássicos

3.3.4.6 Aplicações da técnica DEA

Com o intuito de mostrar a viabilidade da aplicação do método DEA neste trabalho, alguns importantes trabalhos estão descritos a seguir.

Maçada (2001) aplicou a técnica DEA para avaliar a efetividade de conversão dos investimentos em TI em eficiência nos bancos brasileiros. O modelo de eficiência estrutura-se no conceito de efetividade de conversão, que pressupõe que os investimentos em TI, combinados com as variáveis de input (despesas com pessoal, outras despesas administrativas e despesas de internacionalização), transformam-se em output (receitas líquidas de intermediação financeira, de prestação de serviços e de operações internacionais). Maçada (2001) adotou um modelo com dois estágios: o primeiro considerado como estágio de produção, cujas saídas representam ativos dos bancos influenciados pelas entradas referentes aos investimentos em TI. Essas mesmas saídas servem como entradas para o segundo estágio, denominado “segundo estágio de produção”, fornecendo informações sobre receitas financeiras em sua saída final.

Ilustração 9 – Modelo de análise de eficiência Fonte: Maçada (2001)

A aplicação do modelo na amostra selecionada indica claramente que apenas investir em TI não proporciona efetiva eficiência. Por outro lado, os bancos que mais investiram em TI no período analisado ganharam eficiência em relação ao conjunto de bancos analisados.

3.3.4.6.2 Uso da DEA em empresas de manufatura

Dasgupta et al (1999) analisaram a influência do investimento em TI de gestão e de produção na produtividade de empresas de manufatura e de serviços, com amostragem de 85

Outras Despesas

Despesas de Internacionalização Despesas com Pessoal

Receita Líquida de Operações Internacionais Receita Líquida de Prestação de Serviços Outros Ativos Ativos de Transações Financeiras Receita Líquida de Intermediação Financeira E S T Á G I O I E S T Á G I O II Investimentos com TI

empresas de manufatura e 77 empresas de serviços extraídas dentre as maiores citadas no periódico

Information Week 500 (VIOLINO, 1997). A metodologia adotada utilizou DEA modelo CCR

(assume retorno de escala constante entre outptus e inputs), DEA modelo BCC (assume variável de escala, isto é, outputs podem crescer proporcionalmente menos à medida que os inputs vão crescendo) e DEA modelo RCCR, proposto por Andersen e Petersen em 1993, é uma variação do modelo CCR que permite classificar as DMUs), seguidos de teste estatístico não paramétrico de Kruskal-Wallis (KW) para tentar diferenciar dois ou mais subgrupos dentro da amostra. O estudo mostra que a produtividade nos setores de manufatura e de serviços parece não ser muito afetada pelos investimentos em TI de gestão e de produção. Para o setor de manufatura a conclusão é que os investimentos em TI de gestão e de produção têm um efeito negativo sobre o desempenho da empresa. Para o setor de serviços, o modelo CCR apontou nenhum efeito, enquanto o modelo BCC mostrou efeito negativo na performance das companhias. Segundo os autores, uma razão possível para esses resultados é que, à medida que as empresas investem mais em TI de gestão e de produção, existe uma maior necessidade de coordenar as diferentes atividades e sistemas em todas as áreas da organização.

Petroni e Bevilacqua (2002) aplicaram a metodologia DEA para identificar as PMEs que operam na fronteira eficiente da manufatura flexível. Os dados obtidos foram de 89 empresas da região de Brescia apresentando uma boa gama de atividades da área mecânica (eletromecânica, componentes, montagem de máquinas, entre outras), além de diferentes práticas de manufatura (montagem simples, automação e outras), tipos de produção (um por tipo, batch e produção em massa) e tipos de demanda (catálogo, made to stock, made to order). O modelo DEA, voltado a

outputs, adotado utilizou as seguintes medidas de output: grau de flexibilidade de maquinário, grau

de flexibilidade de processos, grau de flexibilidade de produtos, grau de flexibilidade de roteamento, grau de flexibilidade de volume, grau de flexibilidade de expansão e grau de flexibilidade de leiaute, porém não utilizou input. Em seguida, utilizou análise discriminante para identificar dois subgrupos de manufatura flexível: empresas flexíveis voltadas à customização em massa e empresas flexíveis voltadas à inovação. O trabalho atingiu o objetivo de classificar as empresas segundo as melhores práticas estipuladas.

Ar e Baki (2007) estudaram a eficiência de sete subsidiárias da Companhia de Vidros de Istambul através do método DEA voltado a inputs. Utilizaram trabalho, maquinário e matéria-prima como inputs, taxa de vidros lisos e taxa de vidros enrugados como outputs. Os resultados mostraram que quatro das empresas estudadas eram ineficientes e necessitavam de melhorias principalmente no tocante ao input trabalho (número de empregados multiplicado pela média ponderada do tempo trabalhado). Os autores citaram como limitações da pesquisa o pequeno número das empresas

pesquisadas, alta sensibilidade aos outliers por parte do DEA e falta de indicadores de erro do método.

Ar e Baki (2007) citam outros trabalhos que utilizam o método DEA no setor de manufatura:

- Talluri et al (1997 apud AR; BAKI, 2007) utilizaram o DEA para propor uma metodologia de avaliação de desempenho de células de fabricação;

- Arcelus e Arozena (1999 apud AR; BAKI, 2007) mediram a variação de produtividade entre 14 países da OECD. Estados Unidos e Noruega foram considerados os países com as melhores práticas;

- Sezen e Dogan (2005 apud AR; BAKI, 2007) usaram o método DEA para avaliar a eficiência da construção de navios de fabricantes para a marinha turca;

- Guan et al (2006 apud AR; BAKI, 2007) tentaram explorar a relação entre a capacidade de inovação tecnológica e competitividade. Como resultado aplicado em 182 empresas industriais inovadoras na China encontraram que somente 16% das fábricas operavam na fronteira de eficiência e que havia algumas inconsistências entre a capacidade de inovação organizacional e competitividade em várias empresas.

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