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2. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

2.4. Aplicações do planejamento estratégico

Com o planejamento estratégico, o administrador tem condições de que elaborar medidas que serão responsáveis pelo sucesso da empresa. Sabemos que a ferramenta de planejamento torna a administração de qualquer empresa mais eficaz (DORNELAS, 2007), e coordena a disponibilidade de recursos com os procedimentos necessários para otimização do uso destes de acordo com o ambiente externo à organização. Um empreendedor que sabe planejar certamente traz sempre inúmeros benefícios para seu negócio. O principal suporte que uma gestão demanda é exatamente o resultado do planejamento, isto é, o plano, a estrutura montada após a análise de todo o processo de funcionamento da empresa frente ao seu ambiente externo. Portanto, é preciso entender como a tomada de decisão acontece nas organizações e quanto um planejamento mal feito ou bem feito pode influenciar neste momento. O processo decisório em uma empresa de menor porte não é simples como muitos imaginam e sim formado por diversos componentes como individualismo do proprietário, questões políticas e outros pontos que na maior parte das vezes são subjetivos. Para entender o funcionamento do planejamento estratégico é necessário identificar como e quais são as diversas contribuições que interferem na tomada de decisão. Aqui poderemos compreender que diferentes questões irão qualificar o planejamento e as estratégias que nascem em seu processo (AUDY, BECKER, FREITAS,1999).

Muitos obstáculos existem até que uma empresa consiga alcançar seus objetivos, não basta apenas definir missões, metas, filosofias, políticas e estratégias, o planejamento se inicia com a escolha dos produtos ou serviços que serão ofertados e com a preocupação em conhecer o mercado no qual a empresa competirá (CONTADOR, 1995). No mundo corporativo, a competitividade torna-se a cada dia mais acirrada e ainda mais intensa quando tratamos das micro e pequenas empresas, independente do setor no qual estão inseridas, nele certamente encontraremos outros empresários com o mesmo tipo de oferta. Se for uma empresa de pequeno porte isso se agrava, pois além de tudo, empresários maiores geralmente são mais experientes e podem oferecer o mesmo produto ou serviço em condições mais facilitadas ao consumidor final, por serem menores, os pequenos empresários nem sempre conseguem avaliar corretamente os seus concorrentes e enfrentam mais um perigo relativo ao bom funcionamento do seu negócio (SANTOS, ALVES, ALMEIDA ,2007). São essas e outras armadilhas que uma pequena empresa sempre encontra, porém com o planejamento estratégico, os empreendedores têm um suporte capaz de prevenir muitos problemas que certamente surgirão ao pequeno empresário.

Ao reconhecermos a real importância do planejamento estratégico, devemos nos preocupar com o bom uso dessa ferramenta, e saber que o sucesso da empresa não depende apenas do fato de estruturar um plano, mas sim da forma como ele é estruturado (ANSOFF, 1990). Os processos de decisão estratégica exigem elementos encontrados não apenas em modelos racionais, como também em modelos políticos, a determinação de estratégias ideais para cada tipo de empresa depende da boa articulação que é feita nesta fase do planejamento, que oferecerá ao dirigente condições de aplicar o plano de negócios estabelecido de acordo com a demanda de sua empresa.

A estratégia começa a ser formulada através de pontos específicos da empresa que naturalmente reunem as pessoas em torno de um problema, este por sua vez, tem importância estratégica, afinal é uma preocupação comum dentro da organização. Porém, a estratégia não se resume em um único problema, mesmo que sua solução seja a chave para outros problemas. Uma estratégia precisa de um apoio lógico que só se realiza a partir de verificações analíticas daquilo que ocorre dentro e fora da empresa. (AUDY, BECKER, FREITAS, 1999). Cada uma dessas verificações apresenta uma lógica individual e devem ser tratadas de forma

particular durante o processo inicial de desenvolvimento do planejamento estratégico. No planejamento, a estrutura da empresa é avaliada como um todo, as peculiaridades de seus processos individuais obedecem aos limites da racionalidade até o momento em que as estratégias globais são elaboradas e o administrador tem em suas mãos a responsabilidade de gerenciá-las de forma integrada. O poder do empresário indiretamente será a principal interferência no processo de decisão seguinte, a sua maneira de gerenciar é que determinará se a estratégia será eficaz. Mesmo que os modelos iniciais apontem resultados positivos, a administração do plano de negócios é extremamente delicada (HREBINIAK, 2005).

O administrador sendo o principal responsável pelo bom desenvolvimento de sua empresa assume um grande risco caso subestime o processo de investigação da relação existente entre o ambiente interno e externo. As ameaças que impedem a concretização dos objetivos da empresas podem ser verificadas exatamente com este estudo. A investigação deve ocorrer de forma balanceada, o percentual entre o conhecimento do ambiente interno e externo deve se equilibrar (ANSOFF, 1993). Esse equilíbrio é o que nos permite identificar os pontos em que a empresa se destaca e em quais é necessário fortalecimento, a qualidade dessa investigação interfere diretamente na tomada de decisão e na força do pequeno empresário diante da guerra corporativa. A visualização clara do setor e a mensuração da razão entre o mundo interno e externo da empresa são a base para se estabelecer estratégias de maneira qualitativa.

O planejamento estratégico depende não apenas da definição de seus objetivos, mas também da coerência lógica que formará as estratégias oferecendo suporte para a concretização dos objetivos (RUMELT, SCHENDEL, TEECE, 1996). Um problema de importância estratégica, como otimização dos custos, pessoal, aumento nos lucros e principalmente a concorrência são compostos por outros problemas e desses sofrem influência direta. Portanto, a lógica da estratégia demanda a análise da interação entre o mundo interno e externo da organização que acabamos de mencionar, a partir dessa análise começamos a entender a lógica existente entre os vários componentes do problema em questão, cada ponto da empresa apresenta suas peculiaridades e a especificidade de seus estudos interfere na qualidade do planejamento e consequentemente na empresa como um todo (AUDY, BECKER, FREITAS, 1999). Com um planejamento bem estruturado, a

empresa consegue estabelecer estruturas para competir em mais de um campo, isto é, cada problema demanda mais de uma estrutura.

As armas são estratégias que utilizamos para obter vantagens competitivas, seu poder depende da capacidade de administrar do gestor e da potência das estratégias que serão utilizadas na tomada de decisão. Para empreender é necessário uma estrutura financeira, habilidade para a nova função, mas acima de tudo ter um conhecimento detalhado do mercado em que se atuará. Desse conhecimento resulta a consciência da situação em que a empresa se iniciará, quem são e como agem os seus concorrentes, aonde podemos investir mais, aonde não há necessidade de gastos , e assim por diante (OLIVEIRA,2007). O planejamento estratégico depende ao mesmo tempo do estudo do ambiente interno e externo, com isso teremos condições de delimitar as estratégias que levarão à tomada de decisão. Essas estratégias são armas poderosas no ganho de mercado e, portanto, precisam ser muito fortes quando se trata de uma pequena empresa, afinal esta já entra na guerra com diversas desvantagens. Abaixo podemos visualizar como a fase investigatória interfere no restante do processo:

Estar atento à concorrência  Definir bem os objetivos Analisar a empresa como um todo Processo de planejamento Escolher o mercado Escolher produtos e serviços Definir estratégias de competição Descobrir o perfil da concorrência Estabelecer uma base de comparação Foco no consumidor Compreensão do ambiente externo Meio Externo  Ter a visão  correta do negócio Otimizando os custos Buscar lucro e força no mercado Realizar uma gestão estratégica Meio interno

Figura 1 – A fase investigatória e sua influência no processo de planejamento Fonte: Contador , 1995

Através da figura acima, podemos verificar a importância do planejamento como fator determinante de sucesso em grande parte das empresas, e que em muitos casos o fracasso se explica quando identificamos nessas a falta de planejamento. O fato de não planejar pode ser decorrente do acúmulo de atividades sob responsabilidade do gestor, além disso, se estamos tratando de pequenas empresas, lidamos também com o problema da falta de recursos (SEBRAE, 2003). Vários empreendedores reconhecem a importância do planejamento, mas fazem o uso incorreto da ferramenta e não conseguem evitar o mal desempenho da empresa. Infelizmente, é comum encontrarmos casos assim, o cotidiano de um pequeno empresário exibe uma sequência de fatores que dificultam a realização do planejamento. O porte menor, já é um obstáculo ao bom uso da ferramenta, afinal, se a empresa é menor, as funções principais de sua gestão nem sempre estão na mão da pessoa mais indicada, e sim do dono que não necessariamente é um bom administrador, nessas organizações a parte financeira costuma ser limitada principalmente em seus primeiros anos (SANTOS, ALVES, ALMEIDA, 2007), concluindo que ações mal executadas podem trazer prejuízos irreversíveis.

3. Planejamento estratégico para micro e pequenas empresas do setor