• Nenhum resultado encontrado

Aplicar metodologias instrucionais diversifi-

No documento Educação física e os desafios da inclusão (páginas 152-159)

Alternativas e implicações de uma educação que é especial

7. Aplicar metodologias instrucionais diversifi-

cadas. Como as turmas são marcadas pela diversidade hu-

mana, a diversificação metodológica para o aprendizado é significativo, pois quanto maiores forem as variações, me- lhores serão os encaminhamentos de uma educação física para todos os alunos. Destacamos as atividades de coope- ração, do sistema ecológico, entre outras. Quanto maior fo- rem as variações nas estratégias metodológicas, melhores serão os encaminhamentos do professor para proporcio- nar uma prática de Educação Física para todos os alunos.

A operacionalização dessas ações está comprometi- da com uma educação que:

• defende o princípio de que todas as pessoas devem estar em escolas comuns da comunidade;

• conhece o histórico social, cultural e fisiológico de cada aluno de sua turma;

• respeita o potencial e acredita na capacidade de aprender de cada aluno;

• adota uma abordagem educacional que propicia ajuda nas soluções de problemas;

• estimula e direciona o aprendizado do aluno para o conhecimento de si e do outro para participação social;

• estimula outras pessoas (pais e comunidade exter- na à escola) a se envolverem com o processo educativo dos alunos;

• utiliza as experiências de vida do próprio aluno como fator motivador da aprendizagem;

• solicita e reivindica suportes (acessibilidade arqui- tetônica, atendentes pessoais, profissionais de ajuda, ho- rários flexíveis, entre outros) para o acesso de todos na escola.

A tendência dessa concretização é longa e árdua, mas é com pequenos passos que se conseguirá realizar grandes caminhadas.

A reflexão apresentada baseia-se na ressignificação de valores sociais, pois enquanto sujeitos de um processo participativo, devemos gerar novos fluxos de reflexão so- bre o ser humano em suas diferentes interfaces organiza- cionais. Assim a configuração do saber deve extrapolar os muros escolares, expandindo-se para o sistema social no qual estamos inseridos.

O ato de ensinar deve erigir-se sobre significados de um saber baseados na tese do direito e do respeito mútuo entre educando e educador. Buscar compreender a trama social e histórica, cultural e política, com a premissa de uma prática educativa pela e para a diversidade implica uma formação para a compreensão dos diferentes cami- nhos que os procedimentos humanos nos apresentam.

A busca de ações educacionais na perspectiva de uma Educação Física da qual todas as crianças possam partici- par envolve paradigmas atitudinais e ideais. Para tanto, é indispensável ressignificar nossos paradigmas para que a educação possa se concretizar sem preconceitos, não so- mente relacionados às pessoas com deficiência, mas para todos.

Consideramos que, nesse processo não se pode “olhar” para o processo de inclusão escolar e deixar os en- caminhamentos acontecerem sem que se possa intervir. Enquanto professores, é importante ser sujeitos nesse re- construir educacional. Com certeza, teremos conflitos, mas também satisfação e o reconhecimento de que estamos formulando estratégias que ultrapassam a área restrita e isolada da disciplina em busca dos direitos de igualdade e de emancipação dos escolares.

O importante a destacar é que as ações permanece- rão ao longo de todo o processo de vida de cada aluno e que, com a obtenção da alteridade, eles poderão ser ca- pazes de refletir sobre diversas situações e necessidades políticas.

As propostas educacionais de uma concepção inclu- siva de ensino reflete a oportunidade da elaboração de ou- tros paradigmas. Embora difíceis de serem concretizadas, elas não são utópicas, mas demandam de inúmeras ações, desde o papel da escola ao planejamento curricular, e à formação continuada dos professores.

O processo já se iniciou, e, com a abertura das esco- las, começa a revolução nos processos de ensino/aprendi- zagem. O importante é o desencadeamento de princípios que valorizem as diferenças.

AZEVEDO, J. C. de. Escola cidadã: construção coletiva e participação popular. In: SILVA, L. H. da. A escola cidadã

no contexto da globalização. Petrópolis: Vozes, 1998. p.

307- 451.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Bra-

sil. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. Legislação Brasileira sobre pessoas portadoras de deficiência. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2004.

CAPRA, F. Sabedoria incomun: conversas com pessoas notáveis. São Paulo: Cultrix, 1995.

DUARTE, Edison; LIMA, Sonia M. T. Atividade física para

pessoas com necessidades especiais: experiências e in-

tervenções pedagógicas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. 9. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

JODELET, D. A alteridade como produto e processo psicos- social. In: ARRUDA, A. (Org.). Representando a alterida-

de. Petrópolis: Vozes, 1998. p. 47-67.

JOVCHELOVITCH, S. Re(descobrindo) o outro. In: ARRUDA, A. (org.). Representando a alteridade. Petrópolis: Vozes, 1998. p. 69-82.

KARAGIANNIS, A.; STAINBACK, S.; STAINBACK, W. Visão geral histórica da inclusão. In: STAINBACK, S.; STAINBACK, W. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

LARROSA, Jorge. O enigma da infância ou o que vai do im- possível ao verdadeiro. In: LARROSA, Jorge; LARA, Nuria P. de (Org.). Imagens do outro. Rio de Janeiro: Vozes, 1998. p. 67-86.

LIMA, Sonia M. T.; DUARTE, Edison. A extensão universitá- ria em Educação Física Adaptada como elemento estimula- dor do processo de inclusão. In: RODRIGUES, David (Org.).

Atividade motora adaptada: a alegria do corpo. São Pau-

MANTOAN, Maria T. E. A integração de pessoas com de-

ficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema.

São Paulo: Memnon, 1997.

MANTOAN, Maria T. E. Educação escolar de deficientes

mentais: problemas para a pesquisa e o desenvolvimento.

Departamento de Metodologia de Ensino. Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Reabilitação de pessoas deficiente – LEPED/UNICAMP, 1999. Mimeo.

McLAREN, P. Traumas do capital: pedagogia, política e prá- xis no mercado global. In: SILVA, L. H. da. A escola cidadã

no contexto da globalização. Petrópolis: Vozes, 1998. p.

90-97.

OMOTE, Sadao. A formação do professor de educação es- pecial na perspectiva da inclusão. In: BARBOSA, Raquel Lazzari Leite. Formação de educadores: desafios e pers- pectivas. São Paulo: UNESP, 2003. p. 153–169.

SASSAKI Romeu K. Lista e checagem sobre as práticas in- clusivas na sua escola. Disponível em: <http://www.edu- cacaoonline.pro.br.htm>. Acesso em: 19 out. 2001.

VYGOTSKY, Lev S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

O ponto de partida para as reflexões da presente pes- quisa que investigou a inclusão de crianças com necessi- dades especiais na educação física das escolas públicas da região do Vale do Taquari requisita descrever uma justifi- cativa que envolve aspectos de uma cultura educacional e social, bem como os aspectos da problemática da inclusão na educação física escolar.

Em relação à cultura educacional, Góes (2005) apre- senta estudos que descrevem a pequena inserção de crian- ças com necessidades especiais na classe regular. A per- gunta que pode ser realizada na sequência é: se na classe regular há pouca inclusão, como está a realidade quando

A educação física na escola e a inclu-

No documento Educação física e os desafios da inclusão (páginas 152-159)