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No Regime Geral de Previdência Social temos quatro espécies de aposentadoria atualmente, que são: aposentadoria por invalidez, aposentadoria por idade, aposentadoria especial e aposentadoria por tempo de contribuição.

A aposentadoria por invalidez protege o segurado contra a contingência social da invalidez. É o cumprimento do atendimento da cobertura da invalidez que o inciso

I, do art. 201, da CF, prevê. Os arts. 42 a 47 da Lei de benefícios da previdência social (Lei 8.213/91), e os arts. 43 a 50 do Decreto 3.048/99, trazem seu disciplinamento. Vejamos o art. 43 do Decreto-Lei:

Art. 43. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida a carência exigida, quando for o caso, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nessa condição.

Este benefício será pago àquele segurado que ficar incapaz para o trabalho de forma permanente, insuscetível para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, sendo-lhe pago enquanto permanecer nesta condição.

O §1º, do art. 43 do Decreto, prevê que a verificação da incapacidade deve ser atestada pela Perícia Médica do INSS, que fará um exame médico no requerente da aposentadoria, podendo este, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.

Vale ressaltar que, de acordo com o § 2º, se o segurado já sofria de doença ou lesão incapacitante antes da filiação à previdência, não terá direito à aposentadoria por invalidez, somente podendo ser beneficiado nesta hipótese quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

A regra, para esta espécie de aposentadoria, é ter cumprido a carência de 12 contribuições mensais para ter direito ao seu recebimento. Será, contudo, dispensada carência nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa, doença profissional ou do trabalho e de doenças e afecções que o segurado for acometido, após filiar-se ao RGPS, como: tuberculose ativa; hanseníase; alienação mental; neoplasia maligna; cegueira; paralisia irreversível e incapacitante; cardiopatia grave; doença de Parkinson; espondiloartrose anquilosante; nefropatia grave; estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante); síndrome da imunodeficiência adquirida – AIDS; contaminação por radiação com base em conclusão de medicina especializada; ou hepatopatia grave. Estas doenças estão especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social a cada 3 anos.

Todos os segurados da previdência social têm direito a receber a aposentadoria por invalidez, mas condicionada ao afastamento de todas as atividades que estes exercem.

A renda mensal do benefício equivale a 100% do salário de benefício, sendo que em seu cálculo não incide o fator previdenciário. Pode ainda ser acrescida de 25% no caso do segurado necessitar de assistência permanente de outra pessoa. Este acréscimo não leva em conta o limite máximo do salário de benefício, podendo ultrapassá-lo (art. 45, I, do Decreto 3.048/99).

A previdência prevê as situações em que o segurado necessita desta assistência permanente de terceiro, com o fornecimento do adicional de 25% do valor do benefício. São hipóteses previstas taxativamente no anexo I do Decreto 3.048. Dar-se-á o adicional nas seguintes hipóteses: cegueira total; perda de nove dedos das mãos ou superior a esta; paralisia dos dois membros superiores ou inferiores; perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível; perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível; perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese é impossível; alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social; doença que exija permanência contínua no leito; incapacidade permanente para as atividades da vida diária.

Já a aposentadoria por idade é um benefício que tem por objetivo cobrir o risco da idade avançada do segurado. Está prevista, em nossa Constituição, no parágrafo 7.º, inciso II, do art. 201:

Art. 201. […]

§7.º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:

I - […];

II – 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos de idade, se mulher, reduzido em 5 (cinco) anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

A aposentadoria por idade foi disciplinada na legislação extraordinária pela Lei n. 8.213, Lei de Benefícios da Previdência Social, nos arts. 48 ao 51, e, posteriormente, pelo Decreto n. 3.048, nos arts. 51 ao 54.

É devida a todos os segurados que completarem 65 anos de idade, se homem, ou 60 anos de idade, se mulher, quando trabalhadores urbanos, pois para os rurais, o limite de idade é reduzido em 5 anos, ou seja, será de 60 anos, para homens, e 55, mulheres.

mais 1% deste por grupo de 12 contribuições, até o máximo de 100% do salário de benefício.

Diversamente da aposentadoria por tempo de contribuição, em que o fator previdenciário é obrigatório, o salário de benefício desta aposentadoria pode ser calculado ou não pelo fator previdenciário, de acordo com o que for mais vantajoso ao segurado. É uma facultatividade do aposentado.

É preciso ainda que o segurado tenha cumprido a carência de 180 contribuições mensais, o equivalente a 15 anos de contribuição à previdência social.

Vale ressaltar que a empresa poderá requerer a aposentadoria por idade compulsória do segurado que, cumprido a carência, tenha completado 70 anos de idade, se do sexo masculino, ou 65, se do sexo feminino, sendo garantido uma indenização ao empregado pela rescisão do contrato de trabalho (art. 51 da Lei 8213/91).

Vamos estudar agora a aposentadoria conhecida como especial.

Na aposentadoria especial o RGPS está resguardando a saúde e a integridade física do trabalhador que exerça sua atividade em condições que o afetem. É a exposição permanente a agentes nocivos, químicos, físicos ou biológicos, que prejudiquem sua saúde ou sua integridade física, inerentes a certos tipos de trabalho.

A Constituição Federal, no parágrafo primeiro do art. 201, determina a existência da aposentadoria especial nestas condições:

Art. 201. […]

§1.º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física […]. Na Lei 8.213, arts. 57 ao 58, foi disciplinada da seguinte forma:

Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. No Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99, a aposentadoria especial se encontra presente nos arts. 64 ao 70.

É um benefício que apresenta os mesmos requisitos da aposentadoria por tempo de contribuição, diferenciando-se, porém, o tempo de contribuição exigido de

acordo com o nível de exposição aos agentes nocivos. Aqui, o tempo de contribuição será reduzido para 15, 20 ou 25 anos a depender do grau de nocividade a que o trabalhador está exposto.

O documento que atesta o grau de nocividade, a que os segurados estejam expostos, é o Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP. Com a ajuda da doutrina de Ivan Kertzman (2012, p. 408), podemos conceituar o PPP como um documento histórico laboral do trabalhador, segundo modelo instituído pelo INSS, que, entre outras informações, deve conter registros ambientais, resultados de monitoramento e todos os períodos de exposição a agentes nocivos do trabalhador.

A aposentadoria especial somente será devida ao segurado empregado, ao trabalhador avulso e ao contribuinte individual, este somente quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção.

Como já explicado, a aposentadoria especial dependerá da comprovação pelo segurado do tempo de trabalho de forma permanente, não podendo ser uma exposição ocasional nem intermitente, exercido em condições especiais que prejudiquem sua saúde ou a sua integridade física. É a disposição do §3º do art. 57 da Lei 8213.

A depender do nível de nocividade da exposição, o trabalhador poderá se aposentar aos 15 anos de contribuição, para o risco considerado grave, aos 20 anos, para o risco considerado médio, e aos 25, para o risco considerado leve.

A carência exigida para a aposentadoria especial é de 180 contribuições mensais.

O salário de benefício é calculado sem a utilização do fator previdenciário. Sua renda mensal equivale a 100% do salário de benefício.

E, por fim, o objeto do presente estudo, a aposentadoria por tempo de contribuição.

Como já descortinado neste trabalho, para muitos estudiosos do Direito Previdenciário esse benefício não comporta nenhum risco social, visto que o tempo de contribuição, por si só, não presume que o segurado fique incapacitado para o trabalho e manutenção de sua subsistência por meio deste.

De qualquer forma, a aposentadoria por tempo de contribuição está presente na legislação previdenciária, sendo devida a todos os segurados da previdência social exceto o especial, quando não contribui como individual, e o segurado que optar pelo sistema especial de inclusão previdenciária. Sua previsão encontra-se

nos parágrafos 7.º, I, e 8.º, do art. 201, da CF: Art. 201. […]

§7.º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:

I – 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem, e 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher;

II - […]

§8.º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em 5 (cinco) anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

Teve suas regras disciplinadas, pela Lei 8213, nos arts. 52 ao 56, e pelos arts. 56 ao 63 do Decreto 3.048 de 99.

Basta que o segurado apenas contribua com um tempo mínimo para fazer jus a ela. Sua concessão está condicionada à comprovação de ter o segurado, homem, contribuído pelo tempo de 35 anos, e, mulher, 30 anos. Este limite será minorado em 5 anos para professores que se dediquem ao magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

De acordo com o Decreto 3.048, art. 59, considera-se tempo de contribuição o tempo, contado de data a data, desde o início, até a data do requerimento ou do desligamento de atividade abrangida pela Previdência Social, descontados os períodos legalmente estabelecidos como de suspensão de contrato de trabalho, de interrupção de exercício e de desligamento da atividade.

A aposentadoria por tempo de contribuição tem renda de 100% do salário de benefício para o homem, aos 35 anos de contribuição, e para a mulher, aos 30 anos de contribuição.

Tem uma carência de 180 contribuições, ou 15 anos completos.

Sobre esta aposentadoria deve incidir obrigatoriamente o cálculo do fator previdenciária, instituto que será estudado em tópico próprio.

4 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

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