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Apresentação detalhada do problema

No documento Agendamento de protocolos de tratamento (páginas 105-107)

Tal como já foi referido na introdução, este projecto consiste na construção de uma aplicação que permita agendar um protocolo médico. Para começar é importante entender o conceito de protocolo, na medida em que é a base de toda a lógica da aplicação. Na sua vertente mais abstracta um protocolo é simplesmente um plano de combate a uma patologia. Na verdade a definição mais fidedigna de protocolo, passa por definir a sua composição.

Um protocolo é composto por um conjunto de actividades e restrições, que permitem condicionar o tratamento de um paciente. As restrições definidas no protocolo pretendem evidenciar a forma como as actividades se relacionam e permitem restringir o seu comportamento. No fundo são as restrições que traçam o plano de tratamento, indicando quando e como deve ser tratado o paciente.

As actividades definidas num protocolo podem ser de vários tipos: medicação, exames, consulta, radiação, procedimentos hospitalares, etc. As actividades estão organizadas num protocolo segundo sessões, que por sua vez estão organizadas por ciclos de tratamento. Um protocolo é assim composto por vários ciclos de tratamento. Na figura seguinte (Figura 4.1) é possível constatar a relação entre o protocolo, os ciclos, as sessões e as actividades.

Figura 4.1 – Constituição de um protocolo

Na figura anterior (Figura 4.1) as sessões estão representadas por “S” e as actividades por “A”. No contexto de um protocolo um ciclo de tratamento representa uma fase do mesmo. Após o doente cumprir um ciclo de tratamento é feito um ponto de situação para verificar o seu estado. Caso o estado seja favorável o tratamento avança, caso contrário é cancelado e opta-se por outra alternativa. Normalmente os ciclos de um protocolo são iguais, embora não exista nenhuma restrição a esse nível. Como já foi dito, um ciclo é composto por um conjunto de sessões, sendo que cada uma delas representa um dia de tratamento. Cada sessão esta relacionada com um dia e contém as actividades a realizar.

Uma vez compreendidos os principais conceitos do projecto é chegada a hora de começar a detalhar o problema do agendamento. O problema do agendamento deriva da necessidade dos hospitais em ter um mecanismo que permita agilizar a tarefa de marcação de protocolos. O agendamento de um protocolo implica alocar um conjunto de recursos que satisfaçam o conjunto de actividades que compõem esse protocolo. Nem sempre a tarefa de encontrar um conjunto de vagas, nos recursos do hospital, que respeitem as restrições do protocolo é fácil. A maior dificuldade deve-se ao facto de uma vaga num hospital, na maior parte das vezes, ser composta pela conjugação de um recurso material com um recurso humano. Os recursos de um hospital estão divididos em duas categorias, os recursos humanos e os materiais. Na categoria dos recursos humanos, enquadram-se os médicos, os enfermeiros ou os técnicos de saúde. Na categoria dos materiais incluem-se as camas, macas, cadeiras, salas, entre muitos.

Para facilitar a tarefa de agendamento de protocolos foi planeado um conjunto de componentes que pretendem simplificar essa tarefa. O mecanismo de agendamento de protocolos proposto é composto por três componentes:

 Um módulo de agendamento de protocolos

 Um algoritmo que permite agendar automaticamente um protocolo  Um módulo de gestão de conflitos.

O módulo de agendamento de protocolos é vocacionado para os médicos e permite marcar automaticamente um protocolo. Para levar a cabo esta tarefa, o módulo de agendamento recorre a um algoritmo de agendamento automático, que permite verificar se existe algum conjunto de vagas que respeitem as restrições do protocolo a agendar. Antes de o médico pedir para agendar um protocolo necessita de especificar um conjunto de propriedades que restringem o seu panorama de marcação. Essas propriedades definem o espectro temporal da marcação e o número de ciclos que precisam de ser marcados logo de inicio (por defeito deve ser apenas agendado o primeiro ciclo). Caso o algoritmo de agendamento automático não consiga retornar

uma reposta válida para o pedido, então deve encaminhar a marcação do protocolo para o módulo de gestão de conflitos.

O algoritmo que permite agendar automaticamente um protocolo, isto é, procurar um conjunto de vagas que satisfaçam as restrições do protocolo, deve conjugar um conjunto de heurísticas que lhe permitam encontrar rapidamente uma solução. O tempo de resposta deste algoritmo é crucial, porque no contexto onde vai ser utilizado de nada serve o facto de se conseguir encontrar uma solução, se não o fizer em tempo útil. Quando o médico está a marcar um protocolo precisa saber de imediato se tem vaga ou não, pois por um lado tem o paciente à espera de resposta e por outro lado o seu tempo é demasiadamente valioso. Durante a pesquisa de uma solução, o algoritmo deve ter em conta alguns factores que se pretendem optimizar: minimizar o tempo que os pacientes passam num hospital, melhorando a qualidade de vida dos pacientes; e aumentar a taxa de ocupação dos recursos, aumentando as receitas do hospital.

Por último, surge o módulo de gestão de conflitos. O módulo de gestão de conflitos é responsável por marcar os protocolos que numa primeira instância não conseguiram ser marcados no módulo de agendamento de protocolos. Este módulo deve disponibilizar uma lista de todos os protocolos em espera para agendamento. A partir dessa lista o utilizador selecciona arbitrariamente um protocolo e é efectuada a sua marcação manual. Para efectuar a marcação o módulo deve fornecer um mecanismo onde são visualizados os recursos e a sua disponibilidade, possibilitando depois ao utilizador efectuar a ligação entre as tarefas e as vagas (marcação). Durante o processo de afectação das tarefas às vagas, o sistema deve garantir que as restrições estabelecidas pelo protocolo são cumpridas. No caso de ser realmente impossível agendar o protocolo, devido á falta de vagas, o utilizador deve ter a possibilidade de forçar a sua marcação, contrariando assim as indicações do sistema.

No documento Agendamento de protocolos de tratamento (páginas 105-107)