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5.1 – Motivos para ingresso no PEC

Dez entre os quinze sujeitos da pesquisa citaram a obrigação legal como um dos motivos para cursar o PEC. A exigência de nível superior para se atuar em qualquer das etapas da educação básica, expressa no artigo 62 da LDB 9394/96, e iminente término da década da educação, estabelecida no Plano Nacional de Educação como prazo máximo para que os profissionais alcançassem a formação em terceiro grau, parece ter sido determinante para a aceitação do PEC. Os relatos são bem parecidos, uns mais incisivos:

“Fui obrigada.Vocês vão ter que fazer!! ( exigência legal) MOH ;

Hum...Prá começo de conversa:”ou faz ou não vai trabalhar daqui pra frente”. Tava muito tempo sem estudar. Objetivo foi aprimorar os conhecimentos. Mas praticamente foi forçado.. JK

No início foi porque veio aquela determinação (boato) que a gente seria obrigado a fazer até 2006... uma obrigação IML

EU sempre quis.. O PEC em si foi praticamente uma obrigação. Um pouco forçado naquele momento., HS

A questão não era apenas estar legalmente habilitado: o medo e a pressão decorriam também do fato do “outro” se tornar mais competente, mais preparado para o exercício da profissão e também da possibilidade de dificuldade/preterimento no processo de atribuição de aulas. Apesar da efetividade no cargo, surgia a possibilidade de se ter atribuída uma classe longe da residência até por força do processo de municipalização do ensino, que reduziu as vagas nas escolas estaduais.Os relatos a seguir ilustram bem esta questão:

A gente não podia perder esta oportunidade de jeito nenhum.

Se não fizesse, além de não ter a habilitação, o “outro” ficaria mais competente que eu.JK

Foi um boato que trouxe medo.Pensei: na época( 2006) vou estar aposentada. Depois o medo: professores que fizerem o curso vão ficar na

frente IML

Como uma grande parte destes alunos-professores já estava bem próxima da aposentadoria, justifica-se ainda mais a preocupação neste sentido.

Apesar de ter sido citada por dois terços dos entrevistados, a exigência legal quase sempre esteve acompanhada de outros motivos.Como era fato inconteste, discurso obrigatório nas discussões ,não é muito fácil afirmar até que ponto ela foi preponderante para a decisão de se cursar o PEC . Alguns colocaram o curso como uma grande oportunidade de ter uma formação em nível superior, ressaltando-se o fato do mesmo ser gratuito e de responsabilidade de três universidades conceituadas. Vejamos as manifestações neste sentido:

Oportunidade do momento, por ser um curso bom, bonito e gratuito.

...Eu iria fazer de qualquer jeito. A obrigatoriedade não influenciou muito...AF

E também a vantagem de ser um curso não pago, oferecido pelo governo.. A gente não podia perder esta oportunidade de jeito nenhum JK

Alguns dos alunos tinham iniciado algum curso superior mas o interromperam por razões familiares e profissionais pois assumiam classes multisseriadas em zona rural , incluindo-se aqui as UEACs. A necessidade de residir nestas escolas ou mesmo as dificuldades e horas gastas para ir e vir às mesmas tornava inviável o curso superior.A seguinte fala ilustra este fato:

Tinha cursado Pedagogia. Um ano, parei por falta de condições.

Então tinha que aproveitar a oportunidade, além de atender às exigências legais. Mas o que prevaleceu foi a primeira razão. AC

Quando os sujeitos se formaram em nível de ensino médio,o curso normal tinha um status de estudo terminal, completo e diríamos, definitivo , para o que se propunha. Não se pensava, nem longinquamente em formação em nível superior para professores de “primário”. Um outro fato a se destacar é que não havia na época do PEC preocupações com filhos, já que quase todos estes já havia constituído suas próprias famílias ou pelo menos estavam independentes,não necessitando dos mesmos cuidados da época em que estes alunos-professores iniciaram sua trajetória profissional.E antigamente você estudava antes de casar!

Cinco dos sujeitos citaram a vontade como motivo básico de ter cursado o PEC; outros quatro falaram da necessidade de ampliar o conhecimento.

Chance de adquirir nova visão da educação. Recebemos o curso como brinde, presente PG

Primeiro porque tinha vontade de ter um curso superior. Depois, pelo gosto de estudar. Gosto de ficar lendo alguma coisa FM

Necessidade ,enquanto pessoa, de estar se atualizando, se formando. Para procurar ser um profissional qualificado AC

Para um dos sujeitos, a participação no curso foi como um grande desafio para toda uma geração, quase uma brincadeira, na base do “vamos ver no que é que dá”:

No começo foi meio assustador ?!, obrigado. HS

Começo foi como uma brincadeira, como se voltássemos à adolescência.Vamos fazer, vamos ver com o é que fica!Foi com muita responsabilidade. HS

Curso contribuiu muito na nossa vida profissional.Tínhamos muita prática mas pouca teoria. Passamos a enriquecer a nossa prática. Além disto valeu muito a amizade. Conhecer pessoas de diferentes cidades, diferentes comunidades ... valeu muito como experiência. HS

Brincando, trabalhando, tudo era aproveitado para utilizar no dia a dia .HS Neste caso específico , até que ponto o PEC pode ser considerado como formação continuada ? Segundo os teóricos esta formação é aquela que se segue após a formação inicial, quando o indivíduo está exercendo a sua atividade profissional. No caso do PEC, considerando-se a distância com relação á formação inicial há quase uma impossibilidade de articulação entre as duas formações, tão distintas elas se apresentam. E a carga de experiência é tamanha que as práticas pedagógicas deviam estar bem consolidadas. Pode-se pensar no PEC como uma nova formação inicial? O relato de um dos sujeitos é bastante emblemático:

No início foi porque veio aquela determinação (boato) que a gente seria obrigado a fazer até 2006... uma obrigação Depois, não.Depois que eu

comecei que eu vi quanto que eu tinha perdido do meu tempo de não ter estudado. Vi a importância do tempo perdido.Não me arrependo pois tive uma experiência muito grande. Trabalhar muito tempo com a 1ª série ( 15 anos). Gosto muito mesmo. Foi uma experiência muito válida e se tivesse outro caminho talvez não tivesse essa experiência em sala de aula IML Podemos considerar que caso a formação continuada ocorresse logo em seguida à inicial, o conhecimento originado da prática, da experiência não teria sido o mesmo. Poderia ser pior ou melhor. Mas seria diferente, com certeza. Pode-se, com certa temeridade, afirmar que a falta de maior embasamento teórico leva o professor comprometido a ser um pesquisador permanente. .

POR QUE VOCÊ FEZ O PEC ?

0 2 4 6 8 10 12 1 RESPOSTAS

Obrigação ( exigência legal ) Vontade Oportunidade , brinde, presente Curso gratuito Necessidade de ampliar conhecimento

Gosto pela leitura Gosto de estudar

5.2 – Expectativas dos Professores

Treze dos quinze sujeitos afirmaram que as suas expectativas foram atendidas.Isto não significa que para os outros dois o curso não tenha sido bom.Para um destes a expectativa não teria sido atendida pois ele achava no início que não iria conseguir.

“Achei que seria mais difícil, achava que não teria condições de fazer. O que me assustava era o TCC, achava que não ia conseguir.

Eu peguei o tema e não mudei para não me enbananar. O que mais me assustava era o TCC. Não tinha idéia de como que era.A expectativa não

foi atendida pois consegui realizar.” MOH

Por outro lado um dos sujeitos respondeu afirmativamente à questão embora abordasse as mesmas dificuldades,usando o mesmo argumento

" Eu achava que era uma coisa assim bem mais difícil do que foi.Achava que não ia ter condições mas graças a Deus foi bom, não foi tão difícil. Pensava: faculdade ! Não vai ser fácil!. Mas deu certo.

O grupo achava também que não ia conseguir. O pessoal de Iporanga, Barra do Turvo, teve muita dificuldades mas conseguiu !

O tempo todo sem estudar, dá impressão que não vai dar "FB

Quando se questiona sobre o atendimento da expectativa com relação ao curso, pode-se se pensar em qualidade ou modelo pedagógico. Para alguns o curso foi melhor do que se esperava mas mesmo assim o sujeito afirmou que teve as expectativas atendidas. Vejamos:

"As expectativas foram atendidas. Eu gostei. Acho que foi melhor do que eu esperava. Não esperava que viesse um material tão bom. Não esperava Videoconferências, Teles, não sabíamos disto.

Todo mundo gostou. O tempo foi curto para tanto conteúdo. Gostei tanto que continuei estudando. Fiz complementação pedagógica , dirigida á gestão. Fui a primeira que fez. AF

Estes outros trechos já abordam o modelo pedagógico diferenciado, rompendo com a tradicional lógica disciplinar, revelando uma agradável surpresa pela expectativa não ter sido atendida:

"Achava que seria como a faculdade mas foi diferente. Tinha todas as disciplinas mas era globalizada, eram temas globalizantes.Não estava muito acostumada com leituras, os textos acadêmicos exigiam muito da gente." KK

Além de romper com a lógica disciplinar sem desvalorizar a teoria, o PEC propiciou intensa interlocução, sendo o saber da experiência e os problemas concretos objeto de sistemática discussão, exigindo participação ativa dos sujeitos, integrando-se teoria e prática.

"Houve uma atividade com frases que encaixávamos em escola tradicional, nova... .havia muito trabalho oral/discussão. Foi melhor, mais interessante. Quando tínhamos dúvidas o colega completava a idéia fazendo outras perguntas. Na faculdade não havia tempo para o diálogo "KK

Parece não haver dúvida que o contato direto com a credibilidade das universidades, aproximando a academia, de forma parceira, dos professores da rede pública, foi essencial para suscitar e manter o interesse e envolvimento dos alunos-professores Sempre é bom lembrar da época em que estes se formaram e do isolamento geográfico e até psicológico em relação a universidade pública. Só esta detém o conhecimento teórico necessário para que o saber da experiência possa ser ressignificado, retraduzido, contribuindo para a profissionalização docente.

As metodologias empregadas, o modelo pedagógico, o uso das mídias tecnológicas e o contato direto com as universidades contribuíram para o curso ter superado as expectativas.

O PEC favoreceu muito. Atendeu às expectativas. Poderia ter se estendido um pouco mais e ter dado a “complementação pedagógica Acho que foi uma coisa bem completa e que coube à gente aproveitar. O material de apoio, as explicações: não se vê em outros cursos.Foi puxado mas atendeu às expectativas" AC

"A gente no momento achava que seria uma coisa mais fácil, mais simples. Uma facilidade como todo mundo faz...

Não imaginávamos toda aquela estrutura, aquela parte de informatização Videoconferências, teleconferências, Learning Space, participando com todos os pólos juntos.

De repente, tão pequena, dialogando com doutores...

Esperava uma coisa bem mais simples, mais facilitado, que não fosse com tanta exigência.

De repente, viu, se deparou que na era nada daquilo. Tinha muita exigência

Tinha que buscar, dentro do PEC, fora do PEC. Computador, não manjava nada. Tive que descobrir sozinha.

No final, o TCC fiz sozinha com o computador e pude dizer: eu fiz este trabalho e estou informatizada completamente Meus filhos: mãe, você no computador, fazendo estas coisas.!" HS

Merece análise atenciosa o discurso do único sujeito que afirmou que o curso não atendeu ás expectativas. Este afirma que esperava algo”mais puxado” mas afirma ao mesmo tempo toda a bagagem acumulada e a riqueza da troca de experiências proporcionada pelo curso que resultou em mudanças nas práticas. No depoimento ainda aborda a frustração pelo atual estágio de ensino não possibilitar o uso pleno deste material e deste conhecimento.

" A gente sente mudanças na gente e os outros percebem também estas mudanças. A coordenadora Célia percebeu estas mudanças.. Foi tanta bagagem... mas o ensino de hoje faz com que não dê para usufruir.Muita coisa dá, muita coisa não dá para usar. Mas deu para usar até em 5ª série.. Mas a Progressão Continuada...deixou as coisas muito difíceis.Esperava que fosse uma coisa tipo SCELISUL, tipo puxado...Valeu muito para a gente.Pensava que que fosse diferente.Mas a troca de experiências valeu bastante "JBP

Fica uma lição para futuras pesquisas: quando a expectativa é uma e o que ocorre é muito melhor, pode-se considerar a expectativa atendida? A situação agrava-se sob o ponto de vista da precisão se a pesquisa é quantitativa. De qualquer modo podemos afirmar que o projeto pedagógico do curso surpreendeu positivamente os cursistas que tiveram uma formação inicial completamente ”tradicional” e que imersos no seu cotidiano e distantes do meio acadêmico, talvez aguardassem uma formação continuada na perspectiva da racionalidade técnica, baseada em receitas e metodologias bem definidas. O Relatório Técnico das professoras Bernardete Gatti e Eleny Mitrulis a respeito do projeto Pedagogia Cidadã, bastante similar ao do PEC, até porque a UNESP integrava o trio universitário na primeira experiência junto com a PUC-SP e USP, justifica de certa forma o atendimento das expectativas ao afirmar :

está bem delineado contemplando, com fundamentos filosófico- curriculares, aspectos reclamados na contemporaneidade para a formação de professores e gestores. O currículo proposto atende aos requisitos legais, tanto em conteúdo, como no número de horas previsto, e é inovador pela proposta modular e pelo uso de multimeios como recurso didático. O perfil do profissional a ser formado é condizente com os objetivos e os fundamentos do curso”.

O desenho curricular, as metodologias , recursos tecnológicos, o material empregado são bastante semelhantes; a única mas grande diferença é que a Pedagogia Cidadã inclui a formação e habilitação para a gestão escolar.

EXPECTATIVAS 13 2 Atendidas Não atendidas EXPECTATIVAS 0 5 10 15 RESPOSTAS Atendidas Não atendidas

5.3 – Relações com a Escola

Dos quinze sujeitos pesquisados, quanto ás relações com os colegas de trabalho durante o transcorrer do curso, dez afirmaram terem sido boas e outros dois as classificaram como muito boas.Um classificou a relação como “burocrática” e outros dois como ruins, embora um destes tenha migrado de uma relação péssima inicialmente, para ótima após a mudança de escola e de rede. Na verdade o curso do PEC causou um impacto diferenciado na população não atingida: os que tiveram que pagar por seus cursos superiores lamentaram sob a forma de críticas por não terem tido a mesma oportunidade, o que gerou um certo ressentimento; outros, sem curso superior mas que não aderiram ao PEC, ficaram curiosamente acompanhando o desenrolar do processo e, na maioria, parece que acabaram se arrependendo da decisão; finalmente, outros mais céticos e pessimistas ficaram entre as críticas e as lamúrias. De modo geral, os relatos demonstram que à medida que o curso foi transcorrendo, as relações foram ficando cada vez melhores pela utilização do material nos HTPCs, pelas próprias tarefas do curso que envolviam a prática pedagógica concreta de todos os professores das unidades escolares, pela percepção manifestada dos professores que ocupam o Posto de Trabalho de Coordenação Pedagógica e principalmente pela pesquisa do entorno da escola, que parece ter contribuído de forma substantiva e contínua para a implementação do projeto pedagógico das escolas. O seguinte relato sintetiza bem estes pontos.

"Olhe. Até teve um comentário de alguns que o curso estava surtindo efeito mesmo nas HTPCs.. Numa situação proposta, o Professor Coordenador afirmou que o PEC realmente estava ajudando o professor a ter uma outra visão.Eles ( a equipe ) gostaram.. O estágio que fizemos foi aproveitado pela equipe escolar.Muitos colegas reclamaram que não tiveram a mesma oportunidade.O croqui, a pesquisa do entorno foi deixada na Direção para uso dentro do Projeto Pedagógico. Houve apoio e incentivo." AF

Se a idéia da pesquisa é avaliar o significado do curso para os alunos- professores e possíveis mudanças nas suas práticas, o estudo das relações interpessoais nos locais onde atuam reveste-se de suma importância.Afinal de contas, o estabelecimento escolar pode ou não favorecer mudanças, de acordo com sua capacidade de adquirir experiência, acumular recursos, construir

competências.Além da escola ser o principal âmbito da formação contínua e do desenvolvimento pessoal e profissional de seus professores, pode-se afirmar que, numa visão sistêmica, a escola é uma organização aprendente, acumulando mais que a simples somatória das aprendizagens individuais de seus atores.

Podemos afirmar que nessas relações o diálogo, mesmo conflitivo, é essencial para se a autonomia seja construída dentro da tarefa coletiva de organização do trabalho pedagógico e da elaboração e implementação da proposta pedagógica do estabelecimento.

"De modo geral, os professores coordenadores pedagógicos e os diretores de escola se interessaram bastante pelo material objetivando sua utilização por toda a equipe escolar:

A própria escola gostava, a gente trazia coisas novas, aplicava em sala de aula o que aprendia lá.

...A direção sempre perguntava, se interessava em saber o que se aprendia . Pediam a apostila, sempre incentivaram e queriam saber."FM Interessante é que alguns professores tinham consciência de que seu desenvolvimento profissional estava atrelado ao desenvolvimento da própria instituição, com a certeza que o PEC contribuiria para o trabalho de toda a equipe escolar: Enquanto o desenvolvimento organizacional insiste no estreito vínculo existente entre o sistema e seus subsistemas, estando a serviço do primeiro, de suas finalidades, o desenvolvimento profissional ressalta mais as necessidades e apostas das pessoas que coexistem e cooperam dentro de uma escola, mirando o desenvolvimento local.

"...nas duas escolas eu não tive problemas pois sempre procuro fazer as coisas da melhor maneira possível.A idéia era contribuir para a escola, os ganhos seriam para a escola.A diretora sempre deu apoio.Muitas atividades poderiam ser usadas em sala de aula, nos HTPCs, as atividades eram adequadas à sua realidade e eram aplicadas.Na segunda foi melhor pois éramos três professores participando do PEC.Davam abertura para realizar pesquisas" HSi

Considerando-se que a escola é o melhor local para esta formação pois pressupõe a análise e reflexão de práticas concretas de forma cooperativa entre todos os membros da equipe escolar configurando-se uma “aprendizagem colaborativa”, o desenvolvimento pessoal e profissional de cada um de seus membros contribui decisivamente para a riqueza de troca de experiências.Isto fortalece a escola, que por sua vez torna-se mais apta para implementar uma formação continuada de qualidade e relevante para os seus propósitos. Na verdade, conforme afirma Thurler (2001), o grau e o modo de cooperação profissional inscritos na cultura de um estabelecimento escolar influenciam a maneira como os professores reagem em face de uma mudança. Uma “cultura de cooperação” predispõe a entrar mais rápida e facilmente em funcionamentos cooperativos precisos. Esta cultura faz com que as individualidades contribuam para o coletivo; a falta dela reforça o individualismo que é resistente à mudanças.

RELAÇÕES COM A ESCOLA

0 2 4 6 8 10 12 RESPOSTAS Muito boas Boas Ruins Burocrática Péssima 5.4 – Conhecimentos Novos

Com relação aos novos conhecimentos adquiridos com o PEC, a alusão a novas formas de avaliar foi o maior destaque quantitativo, com nove citações. No entanto, é preciso considerar que como havia liberdade para múltiplas respostas, em poucas vezes a avaliação surgiu como a primeira opção dos sujeitos, aparecendo de forma complementar ou subsidiária.Duas observações de certa forma contrastantes parecem importantes: todos estes alunos tiveram sua formação num período marcado por um ensino e uma avaliação bastante tradicionais, marcados pelo rigor e sentido classificatório, devidamente

acompanhados por sentimentos de ansiedade, culpa, medo; por outro lado, estes professores tiveram uma formação cultural diferenciada e por atuarem em escolas, pequenas, muitas vezes rurais, têm conhecimento amplo e integral das crianças com as quais convivem, com uma relação interpessoal distinta da dos professores de 5ª a 8ª séries e do Ensino Médio. Estes fatos interferem em direções diferentes para a definição do conceito e das formas de avaliação. Vejamos estas falas:

"Nova forma de avaliar o resultado, vendo o dia a dia e o potencial. Conhecendo as crianças mais individualmente, modo de agir, sua bagagem e experiência de vida diferente e única. Trabalhar de acordo com as características de cada um." PG

"Alterou a forma de avaliação com isto. Tinha ansiedade para que a criança aprendesse logo. Isto mudou: aprendi que há o momento certo para se adquirir certas habilidades.Passei a respeitar mais o ritmo de aprendizagem da criança. Às vezes, exagerava tentando “forçar” a aprendizagem "IML

"Para avaliação também. Modo de ver os alunos, avaliação foi uma oportunidade para repensar o tipo de avaliação utilizada.Até no trabalho de

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