4.1 Teste de Reacção Manual de Nelson (TRMN)
Os resultados obtidos neste teste serão expostos no seguinte quadro: Quadro 2 – Resultados da amostra no Teste de Reacção Manual de Nelson.
4.1.1Médiado tempo de reacção das crianças obesas e não obesas no TRMN
Existem diferenças facilmente visíveis nos resultados apresentados pelas crianças não obesas e obesas. Enquanto que a média dos tempos de reacção das crianças não obesas é 0.159 ± 0.019, a média dos tempos de reacção das crianças obesas é 0.237 ± 0.018. Os resultados das crianças não obesas sendo inferiores, foram por isso mesmo melhores.
Não Obesos Obesos
1 0.150 0.265 2 0.185 0.270 3 0.160 0.200 4 0.175 0.220 5 0.120 0.245 6 0.160 0.240 7 0.150 0.255 8 0.165 0.225 9 0.175 0.230 10 0.185 0.250 11 0.165 0.240 12 0.145 0.225 13 0.175 0.215 14 0.135 0.245 15 0.135 0.235
0.159 0.237 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 Tempo de reacçao em segundos
Médias dos Tempos de Reacçao Manual de Nelson (TRMN)
Média não Obesos Média Obesos
A Figura 3 ilustra a diferença das médias dos Tempos de Reacção entre as crianças obesas e não obesas neste teste.
Figura 3 – Média do tempo de reacção das crianças obesas e não obesas no TRMN. No Quadro 3 apresentamos a comparação das médias dos TR entre grupos.
Quadro 3 – Comparação de médias dos TR intergrupos. OBESOS
Méd ± dp NÃO OBESOS Méd ± dp T P RT(TRMN) 0.237 ± 0.018 0.159 ± 0.019 11.278 0.000
Como podemos observar no quadro anterior, as diferenças de médias dos TR entre as crianças obesas e não obesas, já atrás mencionadas, são estatisticamente muito significativas (p = 0,000).
0.185 0.27 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 Tempo de reacçao em segundos
Tempos máximos das crianças obesas e não obesas no TRMN
Máximo não Obesos Máximo Obesos
4.1.2 Tempos máximos obtidos pelas crianças obesas e não obesas no TRMN
Figura 4 – Tempos máximos das crianças obesas e não obesas no TRMN.
Observando a figura concluímos que existe uma diferença bastante acentuada entre o tempo máximo obtido por uma criança obesa (0.27 segundos) e o tempo máximo obtido por uma criança não obesa (0.185 segundos.
0.12 0.2 0 0.05 0.1 0.15 0.2 Tempo de reacção em segundos
Tempos mínimos das crianças obesas e não obesas no TRMN
Mínimo não Obeso Mínimo Obeso
4.1.3 Tempos mínimos obtidos pelas crianças obesas e não obesas no TRMN
Figura 5 – Tempos mínimos das crianças obesas e não obesas no TRMN. Tal como se verificou nos tempos máximos obtidos pelas crianças obesas e não obesas, também existe uma grande diferença nos tempos mínimos. O tempo mínimo das crianças não obesas foi de 0.12 segundos e o tempo mínimo das crianças obesas foi de 0.2 segundos.
0.185 0.2 0 0.05 0.1 0.15 0.2 Tempo de reacção em segundos
Tempo máximo das crianças não obesas e o tempo mínimo das crianças obesas
Máximo Não Obeso Mínimo Obeso
4.1.4 Comparação entre o tempo máximo obtido por uma criança não obesa e o tempo mínimo obtido por uma criança obesa no TRMN
Figura 6 – Comparação entre o tempo máximo obtido por uma criança não obesa e o tempo mínimo obtido por uma criança obesa no TRMN.
Ao observarmos a figura podemos concluir que, mesmo o tempo mais elevado obtido por uma criança não obesa (0.185 segundos), é inferior ao tempo mínimo obtido por uma criança obesa (0.2 segundos), neste teste.
4.2 Teste de Escolha de Resposta em Movimento de Nelson (TRMN)
Os resultados obtidos neste teste serão expostos no seguinte quadro: Quadro 4 – Resultados da amostra no Teste de Escolha de Resposta em Movimento de Nelson.
Não Obesos Obesos
1 2.2 2.77 2 1.9 2.66 3 2.31 2.71 4 2.41 2.65 5 2.2 2.76 6 2.31 2.74 7 2.2 2.83 8 2.3 2.69 9 2.3 2.7 10 2.26 2.71 11 2.41 2.85 12 1.97 2.73 13 2.21 2.86 14 2.26 2.76 15 1.99 2.79
4.2.1 Médiado tempo de reacção das crianças obesas e não obesas no TERMN
Existem diferenças acentuadas entre os resultados apresentados pelas crianças não obesas e pelas crianças obesas. Enquanto que a média dos tempos de reacção das crianças não obesas é 2.215 ± 0.151, a média dos tempos de reacção das crianças obesas é 2.747 ± 0.064. Os resultados das crianças não obesas foram menores, e por isso, melhores também.
2.215 2.747 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 Tempo de reacção em segundos
Médias dos Tempos de Reacção das crianças obesas e não obesas no TERMN
Média não Obesos Média Obesos
A Figura 7 ilustra a diferença das médias dos TR entre as crianças obesas e não obesas neste teste.
Figura 7 – Média do tempo de reacção das crianças obesas e não obesas no TERMN. Como podemos concluir, observando a Figura, a média do tempo de reacção das crianças obesas é superior à média do tempo de reacção das crianças não obesas.
No quadro seguinte são comparadas as médias dos TR intergrupos. Quadro 5 – Comparação de médias dos TR intergrupos
OBESOS
Méd ± dp NÃO OBESOS Méd ± dp T P ERM
2.41 2.86 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 Tempo de reacção em segundos
Tempos Máximos obtidos pelas crianças obesas e não obesas no TERMN
Máximo não Obesas Máximo Obesas
Como podemos observar no quadro anterior, as diferenças de médias dos TR entre as crianças obesas e não obesas são estatisticamente muito significativas (p 0,000). A média do tempo de reacção das crianças obesas é superior à média do tempo de reacção das crianças não obesas.
4.2.2 Tempos máximos obtidos pelas crianças obesas e não obesas no TRMN
Figura 8 – Tempos máximos das crianças obesas e não obesas no TERMN.
Observando a Figura, concluímos que existe uma diferença acentuada entre o tempo máximo obtido por uma criança obesa (2.86 segundos) e o tempo máximo obtido por uma criança não obesa (2.41 segundos). O tempo de reacção das crianças obesas é bastante superior.
1.9 2.65 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 Tempo de reacção em segundos
Tempos Mínimos obtidos pelas crianças obesas e não obesas no TERMN
Mínimo não Obesas Mínimo Obesas
4.2.3 Tempos mínimos obtidos pelas crianças obesas e não obesas no TERMN.
Figura 9 – Tempos mínimos das crianças obesas e não obesas no TERMN. Tal como se verificou nos tempos máximos obtido pelas crianças obesas e não obesas, também existe uma diferença acentuada nos tempos mínimos. O tempo mínimo das crianças não obesas foi de 1.9 segundos e o tempo mínimo das crianças obesas foi de 2.65 segundos.
2.14 2.65 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 Tempo de reacção em segundos
Tempo máximo das crianças não obesas e o tempo mínimo das crianças obesas
Máximo Não Obeso Mínimo Obeso
4.2.4 Comparação entre o tempo máximo obtido por uma criança não obesa e o tempo mínimo obtido por uma criança obesa no TERMN
Figura 10 – Comparação entre o tempo máximo obtido por uma criança não obesa e o tempo mínimo obtido por uma criança obesa no TRMN.
Ao observarmos a figura podemos concluir que, mesmo o tempo mais elevado obtido por uma criança não obesa (2.14 segundos), é inferior ao tempo mínimo obtido por uma criança obesa (2.65 segundos), neste teste.
De acordo com o estudo de Boura et al. (1981 cit. Tavares 1991), quanto melhor é o nível da capacidade física do indivíduo, mais curto é o tempo de reacção. Também aqui importa referir novamente que podemos subentender que o tempo de reacção registado em situação real, pode ser revelador de um nível de performance ou de forma num determinado momento (Roca, 1983).
A prevalência de obesidade da amostra pode ser explicada pela influência dos factores ambientais. Esta hipótese deve-se ao facto de que para a manutenção do sobrepeso ou para a obesidade é necessário um balanço energético positivo e o contexto social contemporâneo vai ao encontro de uma
redução dos gastos calóricos e aumento da ingestão calórica, o que provoca um balanço energético positivo (Grundy et al., 1999 e Baranowsky et al).
Durante a discussão deparamo-nos com algumas dificuldades no que diz respeito ao enquadramento e comparação do presente estudo, devido à ausência de trabalhos semelhantes. Desta forma urge a necessidade de surgirem mais estudos complementares ao nosso, para que juntos se possam suportar nas suas discussões e conclusões, e assim, se alcancem resultados cada vez mais estruturados e cujo seu transfer seja cada vez mais prático.
Contudo, pretende-mos expor o nosso ponto de vista face a estes resultados obtidos.
A nosso ver, depois de lermos bastante acerca deste assunto, as diferenças verificadas entre estes grupos devem-se, não à fase da resposta pré-motora, mas sim, à fase da resposta motora dos TR dos indivíduos. Com isto dizemos que não deverão existir diferenças nos processos nervosos, mas na resposta mecânica ao impulso efector, ou seja, as diferenças devem-se à fase da realização do trabalho mecânico de contracção muscular.
Pensamos que seria errado concluir, que as diferenças do TR dos indivíduos de ambos os grupos advêm do processamento do impulso no cérebro. À partida, a degradação e diminuição das células nervosas e as suas terminações acontecem devido ao envelhecimento ou devido ao surgimento de doenças do foro neurofisiológico. Portanto, na nossa opinião, o pior nível de capacidade física dos indivíduos obesos, leva-os a uma resposta motora mais lenta, e por isso, os seus TR são superiores demorando mais tempo no desempenho da tarefa motora.
5.CONCLUSÕES
Após a conclusão deste estudo e, portanto, após uma análise aos resultados dos testes aplicados à amostra, podemos verificar que os tempos de reacção das crianças obesas, em ambos os testes, são superiores aos tempos de reacção das crianças não obesas. Deste modo podemos concluir que a obesidade é um factor limitativo/condicionante da velocidade de reacção, em relação à nossa amostra.
Hipótese 1: Os tempos de reacção simples das crianças obesas são superiores aos tempos de reacção das crianças não obesas.
Esta hipótese foi confirmada pois os tempos de reacção simples das crianças obesas são superiores, como verificamos
Hipótese 2: O tempo de Reacção de escolha em movimento das crianças obesas é maior do que o das crianças não obesas.
Também se confirma esta hipótese, porque os resultados obtidos no TERMN fornecem-nos informação para concluirmos que os tempos de reacção de escolha em movimento são superiores nas crianças obesas.
Sugestões
Seria pertinente a continuação da elaboração de trabalhos neste âmbito, com amostras mais numerosas e com a aplicação de mais testes de