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A velocidade de reacção em crianças obesas : estudo comparativo entre crianças obesas e não obesas, com 9 anos de idade

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Academic year: 2021

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(1)A velocidade de Reacção em Crianças Obesas Estudo comparativo entre crianças obesas e não obesas, com 9 anos de idade. Ana Pacheco. Porto, 2007.

(2)

(3) A Velocidade de Reacção em Crianças Obesas Estudo comparativo entre crianças obesas e não obesas, com 9 anos de idade.. Monografia realizada no âmbito da disciplina de Seminário do 5º ano da licenciatura em Desporto e Educação Física, na área de Recreação e Tempos Livres, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Orientadora: Professor Doutor Manuel Botelho Ana Pacheco. Porto, 2007.

(4) Pacheco, A. (2007). A Velocidade de Reacção em Crianças Obesas. Estudo comparativo entre crianças obesas e não obesas, com 9 anos de idade. Dissertação de Licenciatura apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.. PALAVRAS-CHAVE: VELOCIDADE DE REACÇAO; OBESIDADE; ESCOLA; CRIANÇA; TESTES DE NELSON..

(5) AGRADECIMENTOS Aos meus pais, pelo seu apoio, carinho e amor incondicional em todas as horas. Ao meu irmão adorado pelo companheirismo, amizade e pelas palavras certas sempre nos momentos certos. Ao Luís, pelo seu amor, apoio e incentivo nos momentos difíceis. Ao professor Botelho, pelo seu profissionalismo aliado à humildade e amizade ao longo da realização de todo este trabalho. Às meninas “Italianas” que me acompanharam ao longo destes cinco anos e que estarão para sempre no meu coração. A todos os meus amigos por todo o apoio e por tudo o que a verdadeira amizade simboliza.. III.

(6) IV.

(7) ÍNDICE GERAL Agradecimentos ............................................................................................. III. Índice Geral .................................................................................................... V. Índice de Figuras …...................................................................................... VII. Índice de Quadros ............................................................................................. IX. Resumo .......................................................................................................... XI. Abstract .......................................................................................................... XIII. Resumè …………………………………………………………………………….. XV. Lista de Abreviaturas ...................................................................................... XVII. 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1. 1.1. Problema e pertinência ……………………………………………………….. 1. 1.2. Objectivos e Hipóteses………………………………………………………. 3. 1.3. Objectivo ………………………………………………………………………... 3. 1.4. Hipóteses ………………………………………………………………………. 3. 2. REVISÃO DA LITERATURA ………. ........................................................... 5. 2.1. Obesidade................................................ 5. 2.1.1 Definição e Caracterização ….. .................................................. 5. 2.1.2 Prevalência da Obesidade.......................................................... 9. 2.1.3 Etiologia da Obesidade............................................................... 9. 2.1.4 Actividade Física e Obesidade ………………………………….... 15. 2.2. Capacidades Motoras .......................................................................... 17. 2.2.1 Coordenação Motora ...................................................... 19. 2.2.2 Capacidades Coordenativas. 21. 2.2.3 Velocidade de Reacção. 23. 3. MATERIAL E MÉTODOS ……………..………………………………………... 29. 3.1. Amostra …………………………………………………………………….. 29. 3.2. Procedimentos Metodológicos …………………………………………... 29. 3.3. Condições de Aplicação dos Testes ……………………………………. 33. 3.4. Procedimentos Estatísticos. 33. V.

(8) 4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS …………………. 35. 4.1. Teste de Reacção Manual de Nelson (TRMN) ……………………….... 35. 4.2. Teste de Escolha de Resposta em Movimento de Nelson (TERMN) .. 40. 5. CONCLUSÕES …..…………………………………………………………….... 47. Sugestões ……………………………………………………………………………. 47. 6. BIBLIOGRAFIA……………………... …………………………………………... 49. 7. ANEXOS ………………………………………………………………………….. 65. VI.

(9) ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1. Representação das diversas causas da obesidade (Salbe e Ravussin, 2000) ……………………………………………….…..…11 Figura 2. Divisão das Capacidade Motoras (adaptado de Grosser, 1983)…………………………………………………………….…......18 Figura 3. Média do tempo de reacção das crianças obesas e não obesas no TRMN ……………………………………………..…..….36 Figura 4. Tempos máximos das crianças obesas e não obesas no TRMN ……………………………………………………………………37. Figura 5. Tempos mínimos das crianças obesas e não obesas no TRMN ………………………………………………………………38 Figura 6. Comparação entre o tempo máximo obtido por uma criança não obesa e o tempo mínimo obtido por uma criança obesa no. TRMN…………………………………………………………….39. Figura 7. Média do tempo de reacção das crianças obesas e não obesas no TERMN. ……………………………………………...……41 Figura 8. Tempos máximos das crianças obesas e não obesas no TERMN …………………………………………………………….…42 Figura 9. Tempos mínimos das crianças obesas e não obesas no TERMN ………………………………………………………….……43. Figura 10.Comparação entre o tempo máximo obtido por uma criança não obesa e o tempo mínimo obtido por uma criança obesa no TRMN. …………………………………………………………….44. VII.

(10) VIII.

(11) ÍNDICE DE QUADROS. Quadro 1. Pontos de corte intencionais do IMC para o sobrepeso e obesidade para cada género entre os 2 e os 18 anos definidos para atingir o IMC de 25 e 30 Kg/m2 aos 18 anos, obtidos através de dados do Brasil, Grã-Bretanha, Hong kong, Singapura e Estados Unidos, (Cole e tal., 2000). …………………………...……………….30. Quadro 2. Resultados da amostra no Teste de Reacção Manual de Nelson. …………………………………………………………...35. Quadro 3. Comparação de médias dos TR intergrupos (TRMN). ….………36. Quadro 4. Resultados da amostra no Teste de Escolha de Resposta em Movimento de Nelson. ………………………………………….40. Quadro 4. Comparação de médias dos TR intergrupos (TERMN)………....41. IX.

(12) X.

(13) RESUMO O excesso de peso e a obesidade em crianças e jovens constituem um problema sério pelo seu duplo impacto negativo: por um lado, naquilo que se constitui como consequências inerentes à morbilidade e mortalidade; por outro, nas sérias repercussões na vida adulta. O nosso objectivo é perceber se a obesidade é um factor limitativo/condicionante da velocidade de reacção. Para tal foram aplicados dois testes: um de Velocidade de Reacção Simples (Teste de Reacção Manual de Nelson) e outro de Velocidade de Reacção de Escolha (Teste de Escolha de Resposta em Movimento de Nelson). A amostra foi constituída por 30 alunos do sexo masculino, dos quais 15 são obesos e os restantes 15 são não obesos. Todos eles têm 9 anos de idade e pertencem ao concelho de Vale de Cambra. Para além disso, nenhum deles pratica actividade física extra-escolar. Os principais resultados e conclusões a que chegamos foram: os tempos de reacção das crianças obesas, em ambos os testes, são superiores aos tempos de reacção das crianças não obesas, nos mesmos testes. Deste modo podemos concluir que a obesidade é um factor limitativo/condicionante da velocidade de reacção, em relação à nossa amostra.. XI.

(14) XII.

(15) ABSTRACT. The overweight and obesity in children and young people are a serious problem for his double negative impact: on the one hand, what is as consequences inherent in the morbidity and mortality; second, the serious repercussions in adult life. Our aim is to understand whether obesity is a limiting factor / conditioning of the reaction time. For that were applied two tests: one for reaction Time Simple (Test Reaction Manual Nelson) and in a reaction time of Choice (Test of Choice in Response Movement of Nelson). The sample was made up of 30 students males, of whom 15 are obese and the remaining 15 are not obese. All have 9 years of age and belong to the county of Vale de Cambra. Furthermore, none of them practiced physical activity outside the school. The main findings and conclusions that were arrived: the reaction times of the obese children, in both tests, are superior reaction times of non-obese children, in the same tests. Thus we can conclude that obesity is a limiting factor / conditioning of the speed of reaction in relation to our sample.. XIII.

(16) XIV.

(17) RESUMÈ La surcharge pondérale et l'obésité chez les enfants et les jeunes sont un problème grave pour son double impact négatif: d'une part, quelles sont les conséquences inhérentes à la morbidité et la mortalité, deuxièmement, les graves répercussions dans la vie adulte. Notre objectif est de comprendre si l'obésité est un facteur limitant / conditionnement de la vitesse de réaction. Qui ont été appliqués pour les deux essais: l'un pour la vitesse de réaction simples (Test Réaction Manuel Nelson), et une vitesse de réaction de choix (Test de choix en réponse Mouvement de Nelson). L'échantillon était constitué de 30 étudiants de sexe masculin, dont 15 sont obèses et les 15 autres ne sont pas obèses. Tous ont 9 ans et appartiennent à la région de Vale de Cambra. En outre, aucun d'entre eux pratiquent l'activité physique en dehors de l'école. Les principaux résultats et conclusions qui étaient arrivés: le temps de réaction de l'obésité des enfants, dans les deux essais, les temps de réaction sont supérieurs de non obèses enfants, dans les mêmes épreuves. Ainsi, nous pouvons conclure que l'obésité constitue un facteur limitant / conditionnement de la vitesse de réaction par rapport à notre échantillon.. XV.

(18) XVI.

(19) LISTA DE ABREVIATURAS AF – Actividade Física ApF – Aptidão Fisica IMC – Índice de Massa Corporal VR – Velocidade de Reacção VRE – Velocidade de Reacção de Escolha VRS – Velocidade de Reacção Simples. XVII.

(20) XVIII.

(21) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. INTRODUÇÃO 1.1 O problema e a pertinência. A obesidade é um problema multifactorial que abrange um conjunto de causas entre as quais se destacam a predisposição genética, a actividade física, dietas pobres e factores de envolvimento. Apesar de alguma controvérsia, o factor mais persistente entre os investigadores está ligado às influências do meio envolvente sobre os hábitos e estilos de vida. As alterações civilizacionais, estruturais e funcionais, particularmente de carácter socio-económico e tecnológico, têm-se repercutido de forma significativa no quotidiano (Mota, 1997), manifestando-se no dia-a-dia através da diminuição do esforço muscular que, e cada vez mais, é substituído pela mecanização e robotização; na modificação dos hábitos alimentares com a implantação das cadeias de “fast food”; na alteração da forma de ocupação dos tempos livres com o preenchimento do tempo em frente da televisão, computador; com o desaparecimento dos espaços verdes e o eclodir das grandes superfícies comerciais (Botelho, 1991). Apesar de todas as alterações, que deveriam evoluir no sentido de melhorar a qualidade de vida, e das evoluções nos campos da ciência e medicina, somos confrontados com o aparecimento de novas doenças apelidadas de “ doenças da civilização”, de entre as quais se salienta a obesidade. Em função do aumento da prevalência da obesidade, comissões científicas e governamentais têm emitido recomendações para promover a actividade física em crianças e jovens (Cavill et al., 2001). O excesso de peso e a obesidade em crianças e jovens constituem um problema sério pelo seu duplo impacto negativo: por um lado, naquilo que se constitui como consequências inerentes à morbilidade e mortalidade; por outro, nas sérias repercussões na vida adulta, uma vez que é aceite pela comunidade cientifica que cerca de 70% dos adolescentes obesos irão, provavelmente,. 1.

(22) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. tornar-se adultos obesos, sendo que, esta probabilidade aumenta para 80% quando um dos pais é obeso (Bar-Or, e tal., 1998). Para além desta “problemática” da obesidade, a necessidade de promoção e orientação da actividade físico-desportiva como factor cultural indispensável e indissociável da formação desportivo-cultural do indivíduo enquanto ser humano, é um facto aceite universalmente (Mota, 1992). A criança tem em si uma grande necessidade de se movimentar, pois da qualidade do seu comportamento motor vai depender todo o seu processo de desenvolvimento. Assim, os aspectos do desenvolvimento motor até uma idade mais avançada não devem ser descuidados, mas sim encorajados e estimulados tanto quanto possível (Neto, 1995). Segundo Shephard (1990), é nas idades mais baixas que as crianças são mais permeáveis à assimilação de conceitos relacionados com uma vida saudável, o que significa que a escola tem uma grande importância na oportunidade de incutir hábitos para uma vida activa e de ensaiar experiências motoras que promovem aprendizagens diferenciadas e uma maior proficiência motora. É que o desempenho, a performance de um indivíduo num dado conjunto de tarefas, está directamente relacionado com as suas competências motoras, e as competências desenvolvem-se pela aprendizagem e pela exercitação (Schmidt, 1982, cit. Gomes, 1996). Assim, podemos verificar a importância do desenvolvimento das capacidades motoras básicas, as quais, segundo Lucea (1999), derivam da realização de um esquema motor ou da combinação de várias tarefas, que tanto em quantidade como em qualidade contribuem para a formação base motora no individuo que será mais ampla e rica quanto maiores e mais variadas forem o número de habilidades motoras adquiridas. Tanto a coordenação motora como a velocidade de reacção são influenciadas pelo rápido crescimento a nível estrutural, funcional e comportamental que se regista na idade infantil (Marques, 1990). Se o desenvolvimento das capacidades coordenativas depende dos processos de maturação biológica, da quantidade e da qualidade motora,. 2.

(23) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. torna-se importante que a criança realize actividades motoras muito diversificadas, adequadas e repetidas em número suficientemente elevado de forma a optimizar o desenvolvimento coordenativo – motor (Martinho, 2003). As crianças em idades baixas apresentam boas condições para o desenvolvimento da velocidade, onde algumas das suas componentes atingem muito cedo o valor que terão em adulto (Carvalho, 1988). Assim, este trabalho encontra um propósito, pois poderá demonstrar que a obesidade não tem somente influências negativas na saúde da criança mas também no seu desempenho coordenativo-motor, já que são pouco conhecidos estudos que enfatizem a relação da obesidade com a velocidade de reacção.. 1.2 Objectivos e Hipóteses 1.2.1 Objectivo Saber se a obesidade é um factor limitativo/condicionante da velocidade de reacção. 1.2.2 Hipóteses Hipótese 1: Os tempos de reacção das crianças obesas são superiores aos tempos de reacção das crianças não obesas. Hipótese 2: O tempo de movimento das crianças obesas é maior do que das crianças não obesas.. 3.

(24) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. 4.

(25) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. 2.REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Obesidade 2.1.1 Definição e caracterização A análise do conceito de obesidade tem sido da atenção da comunidade científica internacional. É a doença nutricional mais séria e preponderante nos países industrializados, sendo considerada um problema clínico difícil (Rocchini, 1993). A obesidade pode e deve ser analisada num contexto bio-cultural, implicando factores biológicos e comportamentais. Assim sendo, estamos diante de uma característica que pode e tem origens variadas, obrigando os especialistas a olhar para o fenómeno através de uma lupa necessariamente multifacetada (Conceição, 2005). De acordo com o Américan College of Sports Medicine (ACSM, 1995), a obesidade define-se como a quantidade de percentual de gordura corporal acima do qual o risco de doença aumenta, ou de uma forma simples, a obesidade corresponde a um excesso exagerado de reservas lipidicas armazenadas no tecido adiposo. Segundo Carvalho (2002), a obesidade pode ser hiperplásica (quando associada a um elevado número de células adiposas) ou hipertrófica (quando as células aumentam demasiado o seu tamanho), ou em ambos os casos, sendo que o aparecimento da obesidade hiperplásica na infância torna ainda mais elevado o risco de obesidade na idade adulta. A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2002) define obesidade como uma condição de excesso de gordura corporal acumulada no tecido adiposo, cujas implicações podem prejudicar a saúde. A definição de obesidade levou à necessidade de classificar as pessoas que, sem serem obesas, apresentam índices de gordura corporal acima do normal. O conceito de excesso de peso representa essa fronteira entre o peso normal e a obesidade (Conceição, 2005). Entende-se por excesso de peso quando o indivíduo excede um pouco o peso padronizado (IMC) à média da. 5.

(26) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. população, tendo como referencia a idade, o sexo, o peso e a altura (Pollock et al., 1986; Bouchard, 1991; Dâmaso, 1993; Wilmore e Costill, 1994.) O IMC é obtido através da divisão do peso pela altura, elevado ao quadrado. O IMC é um parâmetro geralmente usado pelos médicos e outros profissionais de saúde para determinar se um adulto tem um peso inferior ao normal, excesso de peso ou obesidade. O excesso de peso e a obesidade são definidos como um IMC de mais de 25 e 30, respectivamente. Normalmente um IMC entre 18.5 e 25 é considerado “saudável”, um IMC de 25 a 29 é considerado “de risco” e um IMC de 30 ou mais é considerado de “alto risco” (Queirós, 2006) Definir a fronteira entre obesidade e excesso de peso não é tarefa fácil, não havendo definições universalmente aceites para crianças e adolescentes. De facto o excesso de massa gorda de uma dada população pode resultar de um conjunto alargado de factores, tais como a má nutrição, ausência de actividade física, factores genéticos e metabólicos (Hill e Melanson, 1999). A acumulação de gordura é o resultado de um desequilíbrio entre o número de calorias consumidas e o número de calorias dispendidas para suprimir as actividades diárias (Katch, 1983). Sendo assim, as pessoas acumulam gordura quando são consumidas mais calorias do que aquelas que são gastas, desta forma, uma razão fundamental para o aumento da obesidade das sociedades industriais pode ser atribuída ao reduzido gasto calórico provocado pelos modernos desenvolvimentos tecnológicos (Ross et al., 1990). Este reduzido gasto calórico induz o corpo humano na acumulação de substratos energéticos sobre a forma de gordura, provocando-lhes graves problemas, não apenas de ordem psicológica, mas fundamentalmente ao nível do aumento de diversos factores de risco quer de doenças cardiovasculares, como de diversas outras patologias como a diabetes, a hipertensão, a hipercolosterolémia (Heyaward, 1991; Pollock et al., 1991) A obesidade infantil/juvenil é de difícil definição, não existindo ainda um consenso claro, pois existem vários métodos e critérios para classificar crianças e adolescentes que excedam o peso recomendado (Sallis et al., 1995). Para estimar o grau de obesidade de uma criança é usado. 6.

(27) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. frequentemente o peso corporal, mas o peso usado como uma avaliação isolada providencia muito pouca informação. Deveria, pelo menos, ser relacionado com a altura através do índice de peso e altura (Gerver, 1996). Burns (1992), admite que o excesso de sobrecarga ponderal (excesso de peso corporal relativo à altura) observada na infância parece ser um futuro indicador da mesma na adolescência e mesmo na vida adulta. Os períodos críticos de surgimento da obesidade são os primeiros doze meses de vida, na fase pré-escolar e na puberdade (Guedes e Guedes, 1998). A forma mais grave inicia-se neste último período e, a partir de então, segue progressivamente (Guedes e Guedes, 1998; Kandur et al., 2002). Segundo Malina (1991), o aumento de células adiposas e as adaptações metabólicas e endócrinas que acompanham a puberdade poderão favorecer o surgimento de um perfil de síntese dos nutrientes e de utilização dos substratos energéticos menos adequados ao controle de peso corporal. Desta forma, o número de células adiposas na idade adulta é estabelecido no final da adolescência e dificilmente poderá diminuir (Poskitt, 1995; Silva, 1996).. 7.

(28) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. 8.

(29) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. 2.1.2 Prevalência da obesidade A obesidade deve ser encarada como uma verdadeira doença em si mesma e que predispõe a outras doenças (Barata, 1997). A obesidade juvenil é reconhecida como exercendo um impacto elevado nos riscos cardiovasculares (Rocchini, 1993), aumentando o risco de obesidade no adulto (Bar-Or e col., 1998). Nos países desenvolvidos, 30% a 35% da população é obesa, estando a sua prevalência a aumentar ( Pollock et al., 1986; Brooks et al., 1996). Citando Conceição (2005), um estudo de Ribeiro e colaboradores (2003) levado a cabo numa população de crianças com idades compreendidas entre os 10-15 anos, verificou que 22,5% dos rapazes e 18,5% das raparigas se encontram em pré-obesidade, constatou ainda que 8,4% dos rapazes e 5,3% das raparigas já se situavam no patamar da obesidade. Torna-se também preocupante que a prevalência quer da obesidade, quer do excesso de peso, esteja a aumentar nas populações infantil e juvenil (Guerra, 2002). Num estudo apresentado por Pescatello e VanHeest (2000), os resultados apontam para aumento da prevalência de 150% da obesidade no Reino Unido entre 1980 e 1997. Não obstante o aumento dramático na prevalência da obesidade neste século, todos os indicadores apontam para o agravamento do problema nas próximas décadas (Bouchard, 2000).. 2.1.3 Etiologia da obesidade A etiologia da obesidade não é totalmente conhecida (Gutin e Barbeau, 2002), o que se pode dever ao facto desta situação representar etiologias diversas, onde, provavelmente, os vários factores coexistam e não actuam isoladamente (Carmo 2001). Assim, a obesidade apresenta-se como uma. 9.

(30) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. condição complexa que afecta virtualmente todas as idades e grupos sócioeconómicos (WHO, 2003). As causas da obesidade têm sido alvo de intensivas e contínuas investigações. Várias hipóteses foram sendo desenvolvidas no sentido de explicar a razão pela qual algumas pessoas se tornam gordas e ao contrário outras se mantêm magras, e porque razão é tão difícil, para aqueles que esforçadamente perderam peso, manterem o valor atingido (Laquatra, 2000). Existem várias teorias para a explicação do excesso de peso e obesidade, e estas variam de autor para autor. Williams e Schlenker (2003) referem que a obesidade tem uma multicausalidade, para a qual contribuem quatro factores básicos, de natureza genética, fisiológica, psicológica e social. Já Salbe e Ravussin (2000) referem que, para além dos ganhos significativos de peso resultarem, de forma simples, da ocorrência de um desequilíbrio entre a energia consumida e a energia despendida, estes desequilíbrios podem ser afectados pela natureza multifactorial. da. obesidade,. referindo-se. a. factores. comportamentais,. metabólicos e biológicos como aqueles que influenciam um individuo ao desenvolvimento da obesidade.. 10.

(31) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. Status socioeconómico (Educação). Raça Sexo. Nível de Actividade Nutrição. Idade OBESIDADE. Factores Biológicos. Gravidez. Fumar Factores Comportamentais. Factores Genéticos Factores Metabólicos E Endócrinos. Factores Metabólicos. Figura 1 – Representação das diversas causas da obesidade (Salbe e Ravussin, 2000).. Para Jebb e Moore (1999), a etiologia do excesso de peso e da obesidade é claramente multi-factorial, envolvendo factores como o comportamento alimentar, mecanismos de armazenamento de gordura, influências genéticas, fisiológicas, ambientais e medicamentosas. Para Hill e Melanson (1999), a explicação mais provável é a pressão que o envolvimento produz sobre o balanço energético e desencoraja a Actividade Física. Segundo Parizotto et al. (2002), o principal mecanismo causador da obesidade é o desequilíbrio entre a formação e “destruição” de células adiposas no organismo. Ou seja, as calorias que ingerimos favorecem a síntese de células adiposas e o que gastamos (gasto calórico) favorece a “destruição” destas. Para Rippe (2001) a obesidade é consequência de uma interacção de factores genéticos, ambientais e comportamentais.. 11.

(32) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. Segundo Bouchard (2000), os principais causadores do aumento dos casos de obesidade são principalmente, o aumento da tendência do consumo de alimentos refinados, de elevado valor calórico, promovido por interesses económicos vários e facilitado pelos meios de publicidade das sociedades consumistas, e ao mesmo tempo, a melhoria dos meios de transporte, a mecanização acelerada de todos os processos, e a própria promoção de actividades não consumidoras de energia para a ocupação de tempos livres (cinema, televisão, etc). Barbosa. (2004). classificou. os. factores. que. contribuem. para. o. desenvolvimento da obesidade, em factores internos ou biológicos e factores externos ou ambientais, sendo que, os factores internos abrangem os factores de natureza genética e metabólica e os factores externos abrangem os factores de natureza alimentar, psicológica e os relacionados com a Actividade Física. Sendo que os factores ambientais são aqueles susceptíveis a modificações, e que, portanto, podem ser alvo de programas de intervenção. De acordo com a WHO (2005), a má alimentação e a inactividade física são os factores que mais influenciam para o excesso de peso e obesidade. De facto, actualmente, a obesidade parece ser um problema, sobretudo, de natureza ambiental, até porque o aumento da sua prevalência ocorreu de forma muito dramática e num período demasiado curto para poder ser atribuído a uma mutação genética (Lobstein e col., 2004; PES, 2004). No entanto são vários os estudos que confirmam a participação da herança genética na incidência da obesidade (Roland e Weinsier, 1999; Segal e Allinson, 2002). Segundo um estudo realizado por Garn, Bailey, Solomon & Hopkins, (1981), apenas 20% das crianças com pais não obesos apresentam excesso de peso, enquanto 40% das crianças com pais obesos tem sobrepeso. Contudo se ambos os pais forem obesos, quase 80% das crianças se tornarão obesas. A influência do património genético na obesidade humana tem vindo a ser avaliada em diversos estudos envolvendo crianças adoptadas e gémeos, mostrando que o peso corporal das crianças adoptadas se relaciona melhor. 12.

(33) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. com os pais biológicos do que com os pais adoptantes. Além disso os gémeos monozigóticos apresentam maior similaridade de peso do que os gémeos heterozigóticos (Rosembaun e Leibel, 1998). Segundo alguns estudos (Strauss, 1997; Leann & Fisher, 1998), concluise que crianças obesas com menos de 3 anos de idade e cujos pais não são obesos, correm menos riscos de se tornarem obesos em adultos. Para além disso, a obesidade dos pais aumenta em mais de o dobro o risco da obesidade na idade adulta, sendo a criança obesa ou não obesa. Existe uma tendência de ocorrência da obesidade em membros da mesma família em diferentes gerações, o que sugere uma causa e transmissão genética. Porém, o facto de partilharem os mesmos hábitos alimentares e estilos de vida semelhantes também pode contribuir para a obesidade, sendo portanto, um pouco difícil separar todos os factores. De uma maneira geral, presume-se que, para além de factores genéticos, a obesidade resulta de um balanço positivo entre a energia consumida e a energia dispendida, que ocorre quando o consumo total de calorias excede o total de calorias despendidas, sobretudo devido aos excessos alimentares e à falta de Actividade Física (AF). No entanto, a este nível, a falta de AF ou o sedentarismo parece ser mais determinante (Troiano e Flegal, 1998). Torna-se então evidente que, para reduzir a epidemia da obesidade, é essencial promover a AF regular e uma alimentação saudável, criando um ambiente que suporte estes comportamentos (CDC, 2005). No que se refere ainda ao desenvolvimento da obesidade durante a infância e adolescência, existem estudos que mencionam a existência de períodos. críticos,. na. medida. em. que. são. mais. propícios. ao. seu. desenvolvimento, (Dietz, 1997). Crianças que apresentam diabetes tipo 1, problemas psicológicos, desordens alimentares, epilepsia, ou ainda crianças tratadas com antidepressivos, glucocorticoides, anti-psicóticos e outras drogas com actuação a nível do sistema nervoso central, e crianças sobreviventes de cancros, têm um risco acrescido de desenvolvimento da obesidade ou excesso de peso (Lobstein e col., 2004).. 13.

(34) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. 14.

(35) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. 2.1.4 Actividade Física (AF) e obesidade A Actividade Física (AF) é actualmente entendida como a realização de qualquer tipo de movimento mobilizando a musculatura esquelética, resultando um dispêndio energético mais elevado do que o requisitado no metabolismo de repouso (CDC/ACSM, 1995; Malina et al. 2004). Importa desde já diferenciar o conceito de AF do conceito de Aptidão Física (ApF), que se pode definir como “uma gama de atributos que as pessoas têm ou adquirem, que se relacionam com a capacidade de desempenhar a AF” (Riddoch, 1998; Morrow e col., 2000), bem como do conceito de exercício físico, definido por “o movimento corporal planeado, estruturado e repetitivo, executando com a finalidade de melhorar ou manter uma ou mais componentes da aptidão física” (Riddoch, 1998; ACSM, 2003), uma vez que estes conceitos são frequentemente usados como sinónimos (ACSM, 2003; CDC, 2006). Por outro lado, é necessário entender a AF como um conceito multidimensional, que engloba todas as actividades realizadas pelas pessoas no seu dia-a-dia, tais como tarefas domésticas, deslocações, actividades lúdicas, actividades desportivas mais ou menos organizadas, entre outras. Além disso, a AF sofre e exerce influência sobre inúmeros factores, tais como a ApF, a saúde e consequentemente, o bem-estar, a morbilidade e a mortalidade (Bouchard e col., 1990). No que se refere às relações e influências que se podem estabelecer com a AF, nos últimos anos são de destacar os avanços tecnológicos, a industrialização e a crescente mecanização que a sociedade sofreu, uma vez que, na medida em que conduziram a uma diminuição substancial da AF habitualmente realizada, influenciaram, de forma extremamente negativa, a saúde, a qualidade de vida e o bem-estar das populações. É neste contexto que actualmente se reconhece que os principais problemas de saúde estão associados às doenças crónicas, ao contrário do que acontecia à algumas décadas atrás em que os maiores problemas de saúde estavam associados às doenças infecciosas (Almeida, C. 2006).. 15.

(36) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. Não podemos reduzir a quantificação da AF apenas ao conceito de dispêndio energético. De facto, não existe uma medida padrão da AF, podendo assumir características diversas em função do tipo, duração, intensidade, frequência e intermitência do comportamento durante um período de tempo limitado (Bouchard e col., 1993). A AF é um conceito muito abrangente, uma vez que inclui todo o tipo de movimento desde mexer os dedos, a caminhar intencionalmente, até participar num triatlo (Kaplan e col. 1993), e nesse sentido inclui o desporto e o exercício. Outra perspectiva importante a extrair da noção da AF, e que cada vez mais interessa é o ser “activo”. A definição deste conceito remete-nos para a noção de vida activa, demonstrando a complexidade, diversidade e amplitude da AF na medida em que pode construir um comportamento representativo de um estilo de vida (Almeida, C. 2006). A AF é passível de influenciar a saúde de crianças e adolescentes de duas formas: primeiro, a AF poderá afectar as causas de morbilidade, através da redução de peso nos indivíduos com sobrepeso, redução do stress psicológico, aumento da performance atlética através do aumento da ApF, durante a adolescência. Em segundo lugar, a AF, durante a adolescência pede reduzir o risco de desenvolvimento de doenças crónicas em adulto. Este é um possível efeito, porque algumas das mais comuns doenças crónicas, particularmente as doenças cardiovasculares e a obesidade, começam a desenvolver-se na infância (Grundy e col., 1999). Apesar da relação Actividade Física/obesidade, em adolecentes, ser algo inconsistente, a avaliação de comportamentos sedentários e da adiposidade é bastante consistente. Vários estudos mostram que as crianças que vêem mais televisão têm maior quantidade de gordura corporal relativamente às que passam menos tempo em frente desta (Andersen e col., 1998; Robinson e col. 1993). Este efeito é observável tanto em rapazes como em raparigas sendo provável que o hábito de comer enquanto se vê televisão seja, parcialmente, responsável por esta associação. O exercício ou aumento da AF é um dos pilares do tratamento pediátrico da obesidade aliado com a dieta e alteração do comportamento. O exercício. 16.

(37) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. pode aumentar o gasto energético e criar um balanço energético negativo, facilitando a perda de peso. Além disso, o exercício aumenta a ApF e este pode ter efeitos independentes em várias doenças comummente associadas com a obesidade (Epstein & Goldfield, 1999). Apesar da patogénese da obesidade ser altamente complexa as determinantes fundamentais da regulação do peso podem ser simplificadas na relação entre energia ingerida e consumida. O princípio básico da prevenção da obesidade consiste na redução do consumo energético ou aumento do dispêndio, ou através da conjugação de ambos (Nawaz & Katz, 2001).. 2.2 Capacidades Motoras A formação corporal de base contribui, como elemento de formação geral, para o desenvolvimento global e harmónico da personalidade. Para haver uma ampla preparação das crianças e jovens para a vida através do desporto, torna-se necessário melhorar o estado funcional dos órgãos e sistemas orgânicos bem como desenvolver a motricidade (Teixeira, 2003). As capacidades motoras são pressupostos do rendimento para a aprendizagem e realização das acções motoras desportivas. Baseiam-se em predisposições genéticas e desenvolvem-se através do treino. Não são qualidades do movimento mas sim pressupostos para que ele exista (Carvalho 1987). Este autor refere ainda que o adjectivo motor, tem neste contexto o significado da relação das funções dos órgãos dos sentidos e do sistema nervoso que conduzem ao movimento. Podemos dividir as capacidades motoras desportivas em dois domínios: o domínio condicional – âmbito quantitativo; e o domínio coordenativo – âmbito qualitativo (Carvalho, 1987). A Figura 2 ilustra a divisão das capacidades motoras por Carvalho (1998).. 17.

(38) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. Capacidades Motoras Capacidades condicionais. Força Máxima. Capacidades Coordenativas. Velocidade Reacção. Força Rápida. Velocidade Reacção Cíclica. Força Resistência. Velocidade Reacção Cíclica Velocidade de Força Flexibilidade. Resistência aeróbia. Equilibrio Fluidez de movimento Consistência do movimento Ritmo Ligação do movimento. Destreza (habilidade, agilidade) (Capacidade de condução e Adaptação). Figura 2 – Divisão das capacidades motoras (Carvalho, 1988). As capacidades motoras desenvolvem-se numa sistemática e regular interacção, isto é, o nível motor é estabelecido pela conexão de interacção entre as capacidades coordenativas e condicionais (Marques, 1995). O autor refere ainda que o aperfeiçoamento de certas capacidades implica a limitação ou desenvolvimento de outras, e que, o desenvolvimento das capacidade coordenativas actua sobre o grau de utilização dos potenciais funcionais energéticos em solicitações de resistência, velocidade, flexibilidade e força, possibilitando uma superior economia, duração e eficácia na actividade. Para Martinho (2003) através do aperfeiçoamento de todas as capacidades motoras (coordenativas e condicionais) garante-se um aumento significativo das habilidades motoras (“acto ou tarefa que requer movimento e. 18.

(39) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. deve ser aprendido a fim de ser executado correctamente”, (Magill, 1989 cit. Pereira, 1998) e desportivas, bem como a melhoria das funções psico-fisicas, e das estruturas que garantem o desenvolvimento da motricidade do ser humano, habilitando-se a uma aprendizagem superior e a um maior rendimento. A denominação “capacidades motoras” tem sido introduzida gradualmente na terminologia das Ciências do Desporto, e um grande número de países faz uso da mesma para definir os pressupostos necessários para a execução e aprendizagem das acções motoras. Para que qualquer actividade motora possa ser executada com êxito, necessitamos das capacidades motoras, e o desporto e desenvolvimento do rendimento estão intimamente ligados ao desenvolvimento dessas capacidades (Pereira, 1998).. 2.2.1 Coordenação Motora Ao analisarmos a literatura existente sobre este assunto, reparamos que não existe uma uniformidade na concordância da definição conceptual, operalização, assim como sobre as suas formas de avaliação. O termo coordenação é muitas vezes confundido ou usado como sinonimo de agilidade, destreza, controlo motor e mesmo habilidade (Newell, 1985). A coordenação motora é a forma de ordenar e organizar várias acções motoras em função do objectivo ou tarefa motora, tendo em consideração os graus de liberdade do aparelho motor, as fontes de variabilidade condicionadas ao contexto da sua realização, assim como a modelação ou sintonização das estruturas coordenativas pela informação preceptiva (Bernstein, 1967). Segundo Pimentel e Oliveira (1997), a coordenação motora é a capacidade de dominar acções motoras, de uma forma segura e económica em situações. previsíveis. e. imprevisíveis,. possibilitando. relativamente rápida das habilidades motoras.. 19. a. aprendizagem.

(40) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. A coordenação motora poderá ser a resposta a um estímulo, que vai implicar o uso eficiente da musculatura e dos processos do sistema nervoso central. Possibilita assim, a contracção de grupos musculares diferentes, permitindo realizar movimentos amplos que implicam um ou mais segmentos corporais para efectuar uma acção. Este processo requer uma boa integração do esquema corporal (Viñaspre, s/d). Para Piaget (1968), a coordenação é um jogo de assimilação e acomodação dos esquemas sensório-motores. Piret e Beziers (1971) consideram a coordenação uma síntese da anatomia e da fisiologia ao nível do movimento. É a organização que permite obter um equilíbrio entre os grupos musculares antagonistas, organizados pelos músculos condutores. Para Gallahue e Ozmun (2001), a coordenação é a habilidade de integrar, em padrões eficientes de movimento, sistemas motores separados com modalidades sensoriais diversas. Quanto mais complicadas as tarefas motoras, maior o nível de coordenação necessário para um desempenho eficiente. A coordenação está ligada às componentes de Aptidão motora, de equilíbrio, de velocidade, porém, não está intimamente ligada à força e à resistência. O comportamento coordenado requer assim, que a criança desempenhe movimentos específicos, em série, rápidos e precisos. Esses movimentos coordenados devem ser sincrónicos, rítmicos e apropriadamente sequenciais. Assim, o movimento coordenado requer a integração dos sistemas motor e sensorial num padrão de acção harmonioso e lógico, como que uma combinação concordante de deslocamentos dos segmentos corporais, no tempo e no espaço, com vista à execução de uma determinada tarefa (Martinho, 2003). De facto, gestos coordenados e precisos, isto é, ajustados na sua organização e em relação a uma referência ou quadro complexo de referências exteriores, constituem a expressão mais óbvia de mestria da criança ou jovem atleta. A sua aquisição, consolidação e aperfeiçoamento são geralmente associados a uma capacidade geral de coordenação motora (Teixeira, 2003a).. 20.

(41) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. Após esta revisão, podemos verificar que existem vários pontos comuns e é a partir deles que podemos caracterizar as capacidades coordenativas como uma classe dos elementos das capacidades motoras de rendimento corporal e como qualidades do comportamento relativamente estáveis e generalizadas dos processos específicos da condução motora (Vasconcelos, 1991).. 2.2.2 Capacidades Coordenativas Não existe uma grande unidade entre os autores sobre o conceito e a natureza das capacidades coordenativas, resultando as principais diferenças dos diferentes objectivos visados pelas respectivas investigações (educação física escolar, desporto de rendimento ou desporto de reabilitação) e das diferentes perspectivas das várias disciplinas (Hirtz, 1986 cit. Vasconcelos, 1992). Martinho (2003), refere que não existem estudos suficientes que permitam definir o número, a estrutura e as relações das diferentes componentes básicas das capacidades coordenativas, assim a sua divisão apenas deve ser considerada como uma simples orientação para efeitos didácticos. A. coordenação. motora. é. a. função. motora. que. depende. do. desenvolvimento das capacidades coordenativas. E estas estão presentes em menor ou maior quantidade em toda a actividade motora, permitindo a realização de qualquer movimento (Teles, 2004). Lucea. (1999,. cit.. Martinho. 2003),. refere. que. as. capacidades. coordenativas são a capacidade de coordenar o movimento, representando a qualidade do mesmo. Meinel e Schnabel (1976), distinguem três capacidades básicas do processo de coordenação, que se interrelacionam de forma recíproca: a capacidade de condução motora, a capacidade de adaptação e readaptação motoras e a capacidade de aprendizagem motora. Mota e Appell (1995), citando Hirtz (1979), consideram cinco as vertentes das capacidades coordenativas consideradas como capacidade básicas. 21.

(42) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. coordenativas e tidas de particular relevância para a aplicação no domínio escolar: capacidade de orientação espacial, capacidade de diferenciação cinestésica, capacidade de reacção motora, capacidade de ritmo, capacidade de equilíbrio. Esta classificação de Hirtz (1979) é hoje uma das mais utilizadas, no entanto, não deve ser considerada como única, nem tão pouco como uma representação multidimensional definitiva destas capacidades complexas (Andrade, 1996). Blume (1981, cit Melo 1998), refere a existência de sete capacidades coordenativas: capacidade de combinação motora, capacidade de orientação espaço-temporal, capacidade de diferenciação cinestésica, capacidade de equilíbrio estático-dinâmico, capacidade de reacção motora e capacidade de ritmo. Grosser (1986, cit. Andrade, 1996) refere seis capacidades coordenativas: capacidade de equilíbrio, fluidez do movimento, precisão do movimento, constância do movimento, ligação do movimento e capacidade de ritmo. As capacidades coordenativas permitem ao individuo identificar a posição do seu corpo, ou parte dele, no espaço, a sintonização espaço-temporal dos movimentos, responder prontamente a diversas situações, manter-se em equilíbrio ainda que em situações complicadas, ou ainda, efectuar gestos com referência a ritmos pré-determinados. Na perspectiva de Hirtz (1979), apesar das várias componentes das capacidades. coordenativas. apresentarem. o. seu. ponto. óptimo. de. desenvolvimento em diferentes momentos, podemos afirmar, em geral, que elas possuem o seu impulso máximo de crescimento dos sete anos ate ao inicio da puberdade. Neste período observa-se, paralelamente, uma maturação mais rápida do sistema nervoso central e um aumento da função dos analisadores óptico e acústico, assim como o aperfeiçoamento no tratamento de informação que facilita a aprendizagem de habilidades mais complexas (Bringmann, 1973, cit. Vasconcelos 1994). Em termos gerais, as capacidades coordenativas são necessárias para o domínio de situações que exigemm uma acção rápida e racional. Constituem,. 22.

(43) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. também, a base de uma boa capacidade de aprendizagem sensório-motora e, quanto mais elevado for o seu nível, mais rápido e consolidado poderão ser os movimentos aprendidos. A economia inerente a uma coordenação altamente desenvolvida (condicionada pela precisão da orientação do movimento) permite ainda executar qualquer actividade com menor consumo de força muscular e com menor grau de fadiga, resultando numa economia de energia e num aumento da eficácia do movimento (Weineck, 1986). Hirtz e Schielke (1986), afirmam que o desenvolvimento das capacidades coordenativas depende dos processos de maturação biológica, da quantidade e da qualidade da actividade motora, das acções realizadas para a formação e educação e ainda dos factores da actividade social. Segundo vários autores, estas capacidades apresentam, nos escalões etários mais baixos, uma fase muito favorável ao seu desenvolvimento que não sendo explorada de forma mais correcta, poderá comprometer a evolução das capacidades coordenativas em idades mais avançadas (Martinho, 2003).. 2.2.3 Velocidade de Reacção Segundo Grosser (1983) a velocidade é a capacidade que permite realizar movimentos de forma correcta e económica, e de reagir tão rápido quanto possível em diversas situações ou manter-se em equilíbrio, ou ainda executar gestos de acordo com ritmos pré-determinados. A velocidade pode definir-se como uma capacidade complexa derivada de um conjunto de propriedades funcionais (força e coordenação) que possibilita regular, em função de parâmetros temporais existentes, a activação dos processos cognitivos e funcionais do indivíduo, para provocar uma resposta motora óptima (Viñaspre, s/d). Em crianças e jovens a velocidade está determinada pela rapidez de coordenação dos processos neuro-musculares, pelo estado morfo-funcional da estatura muscular, pelos processos bioquímicos e pelo volume da massa muscular do indivíduo. O seu desenvolvimento está dependente dos factores. 23.

(44) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. físicos e psíquicos tais como: força muscula, elasticidade muscular, qualidade motora do movimento, qualidades volitivas, temperamento do indivíduo e mecanismos biomecânicos. De facto, a expressão da velocidade decorre, não apenas da brevidade de reacção aos estímulos ou da velocidade gestual, mas também do tempo necessário à identificação, ao processamento rápido da informação e ao reconhecimento e avaliação das situações complexas de jogo. Parece então que em matéria de processamento de informação, o tempo de que se dispõe para operar é mais importante do que a quantidade ou qualidade das acções a realizar (Martinho, 2003). De um modo geral a velocidade de reacção (VR) é a capacidade de responder a um estimulo da forma mais rápida possível, tendo a sua expressão material no que vulgarmente se designa por tempo de reacção. O que caracteriza muitas vezes um atleta de alto nível é a sua capacidade de decidir rápida e correctamente na realização de uma tarefa motora (Tavares, 1991). Alguns autores como Zatiorski (1958 cit. Mitra e Mogos, 1990), referem três formas base de manifestação de velocidade, relativamente independentes mas com índices de correlação mínimos, na manifestação de velocidade nas diferentes acções motoras, provas e modalidades desportivas: velocidade de reacção (o tempo latente da reacção motora), a velocidade de execução (a velocidade do movimento singular, a velocidade propriamente dita dos movimentos) e a velocidade de repetição (a frequência dos movimentos). Os principais factores que condicionam os índices da reacção motora são: a duração do período latente, a acuidade e precisão dos analisadores (vista, ouvido, sentido táctil), sentido do equilíbrio, próprio-receptores, etc, a qualidade dos condutores e os processos nervosos fundamentais (Mitra e Mogos, 1990). De acordo com Spirduso (1995), a velocidade de reacção é definida como o intervalo de tempo compreendido entre a apresentação do estímulo e o inicio de uma resposta volitiva, e, consoante o número de estímulos e a complexidade da situação, podemos observar três tipos de velocidade de reacção: velocidade de reacção simples, velocidade de reacção discriminativa ou velocidade de reacção de escolha.. 24.

(45) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. A velocidade de reacção simples (VRS) corresponde ao tempo gasto desde a percepção do estímulo até ao início da resposta (Spiduso, 1995; Seidler e Stelmach, 1996). O conhecimento prévio do aparecimento do estímulo, não se tendo a certeza do seu aparecimento, nem se sabendo quando irá ocorrer, dá origem à velocidade de reacção discriminativa (VRD) (Spirduso, 1995). A velocidade de reacção de escolha (VRE) implica que face a um ou mais estímulos o indivíduo tenha de escolher entre duas ou mais respostas. Numa situação onde seja solicitada a VRE, um estímulo (ou mais) é apresentado, e uma vez que há um movimento específico emparelhado com esse mesmo estímulo, o indivíduo terá então de escolher o movimento que está associado ao estímulo que foi apresentado (Martins, 2005). A VRE apresenta três componentes: o processo de percepção, onde se dá a identificação do estímulo; o processo de decisão, no qual o código estimulo-resposta é recuperado e a resposta escolhida; e o processo motor, necessário para iniciar a resposta (Spirduso, 1995). Envoltos na VR estão dois tipos de eventos nervosos, um mais central e responsável por tudo o que envolve a tomada de decisão, e outro mais periférico relacionado com a resposta motora. Ambos ocorrem a partir do momento em que o estímulo é apresentado até à execução propriamente dita da resposta motora (Spirduso, 1995). O valor da velocidade de reacção está limitado pelo tempo de reacção: quanto mais curto é o tempo de reacção maior será o nível da velocidade de reacção. Subentende-se que o tempo de reacção equivale ao lapso de tempo que decorre entre a aplicação do estímulo e a primeira reacção motora (Martinho, 2003). O tempo de reacção, contém em si duas fases (Carvalho, 1993 e Alves, 1985, cit. Tavares, 1991): 1. Uma resposta pré-motora: ligada aos processos nervosos e que compreende o tempo que vai da apresentação do estimulo à sua chegada à estrutura muscular. Este tempo é designado por tempo latente, e só é perceptível através da electromiografia.. 25.

(46) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. 2. Uma resposta motora: que compreende o tempo que decorre entre o aparecimento do estimulo na fibra muscular e a realização do trabalho mecânico de contracção muscular. Por sua vez, Zatiorsky cit. Carvalho (1988), divide o tempo de reacção em cinco fases: 1. Aparecimento do estimulo no receptor; 2. Transmissão do impulso até ao sistema nervoso central; 3. Processamento do impulso na rede nervosa e formação de um impulso efector; 4. Entrada no músculo do impulso proveniente do sistema nervoso central; 5. Estimulação do músculo originando uma actividade muscular. Ainda a propósito do tempo de reacção, Tavares (1991), refere que podemos verificar a existência de diferenças segundo o órgão sensorial estimulado (visual e auditivo) e que a resposta a estímulos auditivos é mais rápida que a resposta a estímulos visuais. Refere ainda que o tempo de reacção simples varia igualmente com a localização do músculo efector, dependendo da distancia a percorrer pelo nervo motor. Assim, quando as respostas são efectuadas pelos membros distais os tempos de reacção são mais longos. Boura et al. (1981, cit. Tavares 1991), estudaram os tempos de reacção simples e tempos de reacção de escolha em 53 praticantes de Karaté (dos dezasseis aos quarenta e oito anos de idade) e verificaram que: 1. Quanto mais jovem é o indivíduo, mais os tempos de reacção são curtos; 2. Quanto melhor é o nível da capacidade física do indivíduo, mais curto é o tempo de reacção.. 26.

(47) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. Posteriormente, os mesmos autores criaram dois grupos de dezassete praticantes em função do seu nível de prática. Verificaram que: 1. Os principiantes reagem mais lentamente e fazem mais erros que os praticantes de melhor nível; 2. O valor do praticante de karaté está associado fundamentalmente à sua capacidade física, a qual está relacionada com o tempo de reacção simples; 3. Os tempos de reacção simples e de escolha não caracterizam o valor técnico do sujeito. Podemos subentender que o tempo de reacção registado em situação real, pode ser revelador de um nível de performance ou de forma num determinado momento (Roca, 1983).. 27.

(48) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. 28.

(49) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. 3.MATERIAL E MÉTODOS 3.1Amostra A amostra deste estudo é constituída por 30 alunos do sexo masculino, dos quais 15 são obesos e os restantes 15 são não obesos. Todos eles têm 9 anos de idade e pertencem ao concelho de Vale de Cambra. Para além disso, nenhum deles pratica actividade física extra-escolar.. 3.2Procedimentos Metodológicos Neste trabalho, para a correcta avaliação da obesidade foi utilizado o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), definido como a relação entre o peso, em quilogramas, e o quadrado da altura, em metros (Kg/m2), referido por diversos autores (Lohman, 1984; Must e tal., 1991) como bom indicador de obesidade em estudos epidemiológicos. Dada a falta de uma tabela validada, para a população portuguesa, para a classificação de crianças e jovens, utilizamos a sugerida por Cole et al., (2000), cujos valores de corte para ambos os sexos dos 2 aos 18 anos de idade dos percentis 25 e 30 se encontram representados no Quadro1:. 29.

(50) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. Quadro 1 – Pontos de corte intencionais do IMC para o sobrepeso e obesidade para cada género entre os 2 e os 18 anos definidos para atingir o IMC de 25 e 30 Kg/m2 aos 18 anos, obtidos através de dados do Brasil, Grã-Bretanha, Hong kong, Singapura e Estados Unidos, (Cole e tal., 2000).. IMC 25 Kg/m2. IMC 30 Kg/m2. IDADE Rapazes. Raparigas. Rapazes. Raparigas. 2. 18.4. 18. 20.1. 20.1. 3. 17.9. 17.6. 19.6. 19.4. 4. 17.6. 17.3. 19.3. 19.1. 5. 17.4. 17.1. 19.3. 19.2. 6. 17.6. 17.3. 19.8. 19.7. 7. 17.9. 17.8. 20.6. 20.5. 8. 18.4. 18.3. 21.6. 21.6. 9. 19.1. 19.1. 22.8. 22.8. 10. 19.8. 19.9. 24.0. 24.1. 11. 20.6. 20.7. 25.1. 25.4. 12. 21.2. 21.7. 26.0. 26.7. 13. 21.9. 22.6. 26.8. 27.8. 14. 22.6. 23.3. 27.6. 28.6. 15. 23.3. 23.9. 28.3. 29.1. 16. 23.9. 24.4. 28.9. 29.4. 17. 24.5. 24.7. 29.4. 29.7. 18. 25. 25. 30. 30. As variáveis apresentadas na avaliação da Velocidade de Reacção deste estudo: 1. Tempo de Reacção Simples (TRS) – Intervalo de tempo que decorre entre a apresentação de um estímulo não antecipado e a execução da resposta motora apropriada. 2. Tempo de Reacção de Escolha (TRE) – Intervalo de tempo que decorre entre o aparecimento de dois ou mais estímulos, de entre os vários possíveis, e a resposta motora apropriada a esse estímulo.. 30.

(51) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. No que concerne aos instrumentos utilizados, a primeira variável foi determinada recorrendo ao Teste de Reacção Manual de Nelson (TRMN). Este permite medir a velocidade de reacção da mão preferida (no caso deste estudo) em resposta a um estímulo. Para determinar o Tempo de Reacção de Escolha, utilizamos o Teste de Escolha de Resposta em Movimento de Nelson (TERMN), o qual permite avaliar a capacidade de reagir e de se movimentar com rapidez e precisão de acordo com um estímulo (visual) que implica uma determinada escolha. Aplicação do Teste de Reacção Manual de Nelson I.. São explicadas todas as condições de realização da prova e exposto o objectivo do teste.. II.. O indivíduo senta-se com o antebraço e a mão em apoio confortável na mesa. As pontas dos dedos polegar e indicador colocam-se numa posição pronta para preensão, cerca de 7 a 10 centímetros do bordo da mesa. Os dedos deverão estar colocados horizontalmente.. III.. O examinador segura a régua na extremidade mais afastada, deixando a outra extremidade pender entre os dedos polegar e indicador do indivíduo. A linha de base deverá estar coincidente com o bordo superior do polegar.. IV.. O. indivíduo. deverá. olhar. directamente. para. a. zona. de. concentração (entre as linhas 1,20 e 1,30), confirmar e é-lhe dito para reagir, apanhando a régua entre as extremidades dos dedos polegar e indicador, quando ela for largada. Deve transmitir-se a imagem de que os dedos funcionam como uma tenaz. O indivíduo não deve olhar para a mão do examinador nem mexer a mão enquanto espera para apanhar a régua. V.. São permitidas 20 tentativas com a mão preferida, e 20 tentativas com a mão não preferida, cada uma precedida do comando “Pronto”.. 31.

(52) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. VI.. Quando o indivíduo apanha a régua, o resultado é lido na linha imediatamente acima do bordo superior do polegar.. VII. Depois de eliminadas as 10 tentativas com valores mais elevados e as outras 10 tentativas com valores mais baixos, a velocidade de reacção é aferida através da média das. tentativas intermédias,. sendo o resultado registado até ao 1/100 do segundo.. Aplicação do teste de Escolha de Resposta em Movimento de Nelson I. Explicação das condições de realização do teste e objectivo do teste. II. O examinador providencia uma fase de aquecimento com exercícios adequados aos movimentos que irão ser solicitados. III. O indivíduo, a meia distância entre as linhas laterais (6,4 metros para cada lado), coloca-se de frente para o examinador numa posição de partida com as pernas flectidas e o corpo ligeiramente inclinado à frente. IV. O examinador levanta a mão que possui o cronómetro e diz “Pronto”. Repentinamente, dirige esse braço para a esquerda ou para a direita ao mesmo tempo que dispara o cronómetro. V. O indivíduo responde ao sinal da mão tentando correr o mais depressa possível nessa direcção, ultrapassando a linha de marcação correspondente. VI. O cronómetro é parado quando o indivíduo cruza essa linha. Se o indivíduo parte na direcção errada, o cronómetro não pára, continuando a contar até que ele cruze a linha correcta de marcação. VII.. São possibilitadas 10 tentativas, 5 para cada lado, decorrentes de. uma sequência aleatória. Entre as tentativas deverá existir um intervalo de 20 segundos. VIII.. A velocidade de reacção é aferida através da média das 10. tentativas, e o resultado registado ao 1/100 do segundo.. 32.

(53) A Velocidade de Reacção em crianças obesas. 3.3 Condições de Aplicação dos testes A aplicação dos testes, decorreu nas aulas de Educação física. O Teste de Reacção Manual de Nelson (TRMN) foi realizado no interior de uma sala de aulas. O Teste de Escolha de Resposta em Movimento de Nelson (TERMN) foi realizado num espaço exterior destinado às aulas de Educação Física. Antes dos alunos procederem à realização de cada um dos testes, fornecemos todas as instruções e explicações necessárias, e garantimos que os seus resultados seriam anónimos e confidenciais.. 3.4 Procedimentos Estatísticos Na análise estatística dos resultados, fizemos a análise exploratória no intuito de verificarmos a normalidade de distribuição dos dados em cada grupo, além de vermos a possibilidade da presença de outliers. A partir daí utilizámos o t-test de medidas independentes, para analisar os dois grupos em questão. Consideramos como tendo significância estatística os valores de p. 0,05.. O tratamento dos dados foi realizado no programa Microsoft Excel XP edição Portuguesa, incluída no Microsoft Office XP versão portuguesa e no programa SPSS 15.0 for Windows.. 33.

Imagem

Figura  1  –  Representação  das  diversas  causas  da  obesidade  (Salbe  e  Ravussin,  2000)
Figura 2 – Divisão das capacidades motoras (Carvalho, 1988)
Figura 3 – Média do tempo de reacção das crianças obesas e não obesas no TRMN.
Figura 4 – Tempos máximos das crianças obesas e não obesas no TRMN.
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Referências

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