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Parte II – Componente Investigativa

Capítulo 1 Apresentação do estudo

Neste capítulo é apresentada a pertinência do estudo, enquadrando-o no Pograma de Matemática do Ensino Básico (PMEB); a problemática e, consequentemente, a questão de investigação e os objetivos do estudo.

1.1. Relevância do estudo

Ainda é pouca a investigação que existe sobre as estratégias utilizadas na resolução de problemas que envolvam a multiplicação no âmbito do 1.º CEB. Assim, este trabalho foi realizado com o intuito de mostrar a importância das aprendizagens das estratégias matemáticas na formação desta ciência em crianças do ensino básico.

É importante que o ensino do 1.º Ciclo contribua para a formação matemática dos alunos e que os professores proporcionem diversas atividades que permitam desenvolver as capacidades e competências matemáticas dos alunos, nos diversos contextos. O papel do professor é bastante importante no desenvolvimento do aluno, de modo a orientar e a facilitar a sua autoaprendizagem. Nesse sentido, é imprescindível que os professores do 1.º CEB apostem na formação matemática, de modo a contribuírem para que os alunos desenvolvam atitudes favoráveis face a esta área.

O Ministério da Educação (ME, 1990) sugere que o ensino da Matemática não se centre na transmissão de saberes, mas que permita ao aluno a construção dos seus saberes, desenvolvendo de forma global o seu raciocínio e o seu pensamento lógico-matemático. Assim, é importante que os alunos estejam em permanente contacto com essa área de modo a possibilitar o desenvolvimento de conhecimentos matemáticos que podem servir de base para aprendizagens posteriores (Ginsburg, 1993). Para além disso, segundo Ponte (2002), a Matemática deve ser ensinada com o envolvimento ativo dos alunos e as tarefas e atividades propostas pelo professor devem conduzir à compreensão dos conceitos e dos processos matemáticos.

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Nos últimos anos tem-se discutido acerca das dificuldades de aprendizagem que os alunos evidenciam na área da Matemática. Carvalho & Gonçalves (2003) defendem que essas dificuldades traduzem-se num baixo desempenho do aluno na resolução de problemas e, consequentemente, no seu raciocínio e comunicação. Como resposta a esse problema, o professor deve promover atividades que proporcionem o discurso centrado nas ideias matemáticas, valorizando as conceções dos alunos, mostrando-se interessado nas suas justificações e descentrando-se da autoridade (Martinho & Ponte, 2007).

No Pograma de Matemática do Ensino Básico facilmente se apercebe que é essencial que os alunos consigam desenvolver estratégias de cálculo mental e escrito, desenvolvendo um “trabalho significativo em torno da resolução de problemas, explorando relações numéricas” (Mendes & Delgado, 2008:2).

Nesta linha de pensamento, Serrazina e Monteiro (2000) consideram que o facto de se dominar o processo de resolução de um algoritmo não valida a compreensão do sentido da operação. O aluno ao dominar um algoritmo pode não ter consciência de sentido de número e de operação desenvolvidos, e o facto de o conseguir concretizar, pode advir da memorização, sem compreensão das regras (Abrantes, Serrazina e Oliveira, 1999).

Assim, de acordo com Rocha e Menino (2009), é importante que o processo de ensino e aprendizagem incentive os alunos no uso de estratégias que se identifiquem com os próprios e que traduzam a forma como pensam, permitindo-lhes desenvolver um cálculo flexível e inteligente em múltiplos contextos.

É nesse sentido, que se torna relevante o presente estudo, de modo a compreender quais as estratégias e erros cometidos pelos alunos na resolução de problemas de multiplicação e a encontrar possíveis estratégias para os professores auxiliarem os alunos a ultrapassá-los, de modo a promoverem competências nesse domínio adequadas ao nível de desenvolvimento de cada um.

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1.2. Problemática, questão de investigação e objetivos de estudo

Logo no início da minha Prática Pedagógica constatei que a turma tinha uma grande preferência pela área da Matemática, bem como apresentava um raciocínio lógico- matemático bastante desenvolvido para um grupo de alunos do 2.º ano de escolaridade. Em várias situações de contextos diários reparei que os alunos utilizavam diversas estratégias na resolução de problemas matemáticos, não se regendo apenas ao processo de resolução do algoritmo. De acordo com o NCTM (2008) nos primeiros anos de escolaridade é importante que os alunos tenham a oportunidade de criar estratégias significativas para si e que, independentemente de métodos utilizados, revelem a capacidade de explicar e compreender as relações entre números e as operações.

Como futura professora interessou-me perceber em que medida o uso de estratégias diversificadas na resolução de problemas matemáticos auxiliam os alunos na forma do pensamento e da comunicação matemática. Assim, tornou-se pertinente analisar e compreender as estratégias usadas pelos alunos na resolução de problemas de multiplicação.

Sendo o estudo realizado numa turma do 2.º ano de escolaridade, no qual a tabuada do 6 estava a ser abordada e trabalhada, pretende-se analisar se os alunos na resolução de problemas, cujos contextos envolvem diferentes sentidos da multiplicação, recorrem a estratégias diversificadas de cálculo, como por exemplo a contagem aditiva, o raciocínio proporcional, a representação iconográfica, entre outras.

Deste modo, resultou a seguinte questão de investigação:

Quais as estratégias utilizadas pelos alunos do 2.º ano de escolaridade na resolução de problemas envolvendo a multiplicação?

Perante a questão a investigar, a finalidade de investigação traduz-se na verificação do contributo que a cadeia de tarefas matemáticas, organizadas pela investigadora, possa ter na influência das estratégias utilizadas pelos alunos na resolução de problemas que envolvam a multiplicação.

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Assim, partindo da questão de investigação acima mencionada, definem-se os seguintes objetivos de investigação:

Proporcionar experiências de aprendizagem que promovam e estimulem o desenvolvimento de estratégias multiplicativas.

Perceber que estratégias utilizam os alunos em situações de problemas que envolvam a multiplicação.

Identificar diferentes estratégias utilizadas pelos alunos na resolução de problemas de multiplicação.

Identificar, descrever e analisar a evolução das estratégias utilizadas pelos alunos na realização das tarefas matemáticas propostas.

Identificar diferenças dos alunos na comunicação das estratégias utilizadas na resolução de problemas que envolvam a multiplicação.

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