• Nenhum resultado encontrado

A aplicação dos métodos e das técnicas permitiu a produção de dados que possibilitaram uma melhor compreensão da dinâmica atuante na bacia do ribeirão dos Poncianos.

Na bacia do ribeirão dos Poncianos são encontradas altitudes que variam de 1280 a 2000m (figura 20). Constata-se que as maiores altitudes encontram-se posicionadas nos setores sudoeste, sudeste e nordeste e as mais baixas no centro noroeste.

A bacia se caracteriza pela presença de interflúvios com forte declividades variando de 4 a mais que 12 graus (figura 21). As fracas declividades ficam restritas a zonas de baixas vertentes e vales principais

.

Nesta bacia constata-se um predomínio de vertentes voltadas entre 270 e 360 graus para SW, perfazendo 34,947km² em segundo lugar aquelas voltadas para NW entre 0 e 90 graus envolvendo 21,674km² em terceiro as voltadas para SE 180 e 270 graus perfazendo 19,631 km² e por último as voltadas para NE entre e 90 a 180 graus perfazendo 18,550km² (figura 22). Constata-se que as vertentes posicionadas de SE- NW encontram-se perpendiculares aos principais lineamentos tectônicos presentes na área.

No que concerne à relação declividade/extensão dos canais verifica-se que variam de 104 a 616 graus/m. Constata-se que apenas dois cursos apresentam a relação graus/m abaixo de 200, oito canais apresentam a relação graus /m entre 215 e 296 graus/m, seis canais têm a relação graus/m entre 352 a 389, três canais tem essa relação entre 422 a 474 graus/km um canal tem a relação de 545 graus/km este índice esta relacionado ao curso do córrego do Cadete, um canal tem a relação graus/km 616graus/km este índice esta relacionado ao curso do ribeirão dos Poncianos (figura 23).

Se considerarmos apenas o curso do ribeirão dos Poncianos e o curso do córrego do Cadete (vide figura 26 pág. 92) verificar-se-á que no córrego do Cadete há uma maior concentração de valores altos de índice de RDE no seu baixo curso havendo apenas no médio curso um setor onde a relação atingiu o valor de 968 graus/m e no alto curso constata-se a ocorrência de valores muito baixos que variam entre 20 a 70 graus/m (figura 24 e Tabela VII). No gráfico e na tabela relativos ao ribeirão dos Poncianos (figura 25 e tabela VIII) verificam-se índices mais altos e mais irregulares, entretanto, à semelhança do córrego do Cadete os maiores valores são observados no baixo e médio curso. Na figura 26 encontram-se ambos os cursos onde se observam os setores de maiores índices de RDE.

Os perfis longitudinais do ribeirão dos Poncianos (figura 27) e o do córrego do Cadete (figura 28) permitem a constatação das rupturas topográficas responsáveis pelos maiores índices de RDE. A relação entre o perfil longitudinal de cada um dos cursos fluviais com a linha de melhor ajuste permite constatar-se que no ribeirão dos Poncianos aproximadamente nos primeiros 5000 m a linha do curso esta acima da reta de melhor ajuste, enquanto no setor de 5000 até 12500m a linha do curso esta abaixo da linha de melhor ajuste, entre 12500 e 14000m as linhas se sobrepõem e desse ponto até sua foz a linha do curso volta a ficar acima da de melhor ajuste.

No perfil do córrego do Cadete aproximadamente nos primeiros 1900 m de comprimento a linha do curso esta acima da de melhor ajuste, no trecho entre 1900 e aproximadamente 2500m ambas se sobrepõem, de 2500 a 5000m a linha do curso

volta a ficar abaixo da de melhor ajuste, entre 5000 e 6000m novamente elas se sobrepõem, entre 6000 e 10500 a linha do curso esta acima da linha de melhor ajuste, entre 10500 e 12500 a linha do curso volta a ficar abaixo da de melhor ajuste, entre 12500 e 13500m as linhas se sobrepõem e no restante a linha do curso volta a ficar acima da de melhor ajuste.

Figura 23- Mapa de Valores de RDE Total aproximado, no ponto médio de cada curso de drenagem principal.

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 92 ,9 73 ,2 19 2 43 5 30 0 50 2 26 4 49 6 45 1 15 9 67 ,1 79 8 40 01 16 54 61 1 29 5 84 ,2 14 1 12 3 19 4 22 7 35 76 Trecho do curso (m) Vaores de RDE RDE

Figura 24 - Gráfico de Valores de RDE para os trechos analisados do córrego do Cadete. Tabela VII - Tabela de resultados de índice de RDE para o Córrego do Cadete.

Córrego do Cadete Altitude (m) Distância entre curvas(m) ∆L ∆H L RDE (graus/m) 1780 0 0 20 92,92 20 1760 92,92 92,92 20 166,1409 54 1740 73,2209 61,9887 20 358,5618 38 1720 192,4209 190,5403 20 793,3434 37 1700 434,7816 424,9321 20 1093,227 74 1680 299,8831 293,7581 20 1595,101 70 1660 501,8742 455,9316 20 1858,72 161 1640 263,6191 231,165 20 2355,172 145 1620 496,4526 323,786 20 2805,773 141 1600 450,6006 398,865 20 2964,468 380 1580 158,695 155,8683 20 3031,612 968 1560 67,1444 62,6665 20 3830,107 123 1540 798,4941 624,7561 20 7830,98 53 1520 4000,874 2960,675 20 9484,941 163 1500 1653,961 1160,347 20 10096,26 344 1480 611,3218 587,3802 20 10391,53 816 1460 295,2677 254,7395 20 10475,76 3007 1440 84,2334 69,68 20 10616,49 1751 1420 140,7295 121,2309 20 10739,17 1792 1400 122,6795 119,8868 20 10933,66 1168 1380 194,4869 187,231 20 11160,75 1059 1360 227,0861 210,8752 20 14736,67 132 1355 3575,923 2233,168 5

Diferença total Distância total ∆L total ∆H total L total RDE total

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 365 36 73 278 549 161 135 161 126 1800 184 619 286 152 278 607 458 973 219 872 969 7706 527 201 894 1893 Trecho do canal em (m) Valores de RDE RDE

Figura 25 - Gráfico de valores de RDE para os trechos do ribeirão dos Poncianos. Tabela VIII-Tabela de resultados de índice RDE para o Curso do ribeirão dos Poncianos.

Ribeirão dos Poncianos. Altitude (m) Distância entre curvas(m) ∆L ∆H L RDE (graus/m) 1780 0 0 20 0 23 1760 365 321,3385 20 365,3656 231 1740 36 34,8279 20 401,7827 135 1720 73 70,245 20 474,8771 66 1700 278 226,9069 20 752,8397 49 1680 549 536,7549 20 1302,073 203 1660 161 144,5046 20 1463,44 237 1640 135 134,7366 20 1598,647 222 1620 161 158,3533 20 1759,771 304 1600 126 124,0446 20 1885,993 51 1580 1800 1449,653 20 3685,716 437 1560 184 177,1066 20 3869,877 165 1540 619 544,8319 20 4488,603 335 1520 286 285,0131 20 4774,438 675 1500 152 146,05 20 4926,704 474 1480 278 219,6499 20 5204,674 232 1460 607 501,4821 20 5811,964 292 1440 458 430,0027 20 6270,064 194 1420 973 748,3482 20 7242,589 738 1400 219 202,2766 20 7461,538 197 1380 872 848,067 20 8333,261 199 1360 969 932,945 20 9301,91 61 1340 7706 5597,808 20 17008,08 715 1320 527 490,8157 20 17534,96 1804

1300 201 196,59 20 17736,19 635

1280 894 587,0469 20 18630,49 330

1260 1893 1243,341 20 20523,09

Diferença total Distância total ∆L total ∆H total L total RDE total

520 20523 16352,74 520 20523,09 616

Figura 26- Mapa de drenagem com lineamentos tectônicos apresentando os principais trechos de anomalia de RDE do ribeirão dos Poncianos e córrego do Cadete indicados por

círculos.

Perfil Longitudinal do ribeirão dos Poncianos

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 0 5000 10000 15000 20000 25000 comprimento(m) A lti tu d e (m ) -

rio reta de melhor ajuste

Perfil Longitudinal do córrego do Cadete 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 Comprimento(m) A lti tu d e (m ) -

rio reta de melhor ajuste

Figura 28- Perfil Longitudinal do córrego do Cadete.

A bacia do ribeirão dos Poncianos apresenta uma densidade de drenagem de aproximadamente 2,32 km/km².

Correlacionando os dados da figura 29 com os da tabela IX pode-se constatar que os valores de densidade na bacia são inferiores (figura 29, amostras 1,2,3 e 4 ) a aqueles de setores do planalto limítrofes a ela (figura 29 amostras 5 e 6) todas com litologia homogênea. Convém ressaltar que as litologias das áreas amostradas 5 e 6 são similares a dos pontos 2,3 e 4.

Tabela IX - de densidade de drenagem das áreas amostradas. Tabela de Densidade de Drenagem

Ponto de amostra Área em km² Comprimento dos canais em km Dd (km/ km²)

1 4,94 11,21 2,27 2 3,44 10,02 2,91 3 3,68 11,57 3,15 4 3,21 7,83 2,44 5 5,20 19,34 3,72 6 5,17 17,27 3,34 Bacia 101,85 239,57 2,35

Figura 29 - Mapa de drenagem do Planalto de Monte Verde com áreas amostradas por Dd.

Com base a análise dos diagramas de roseta (figuras 32 a 34) obtidos através da análise morfotectônica das figuras 30, pode-se inferir que os cursos de primeira ordem apresentam-se orientados preferencialmente nos sentidos N-S, NNW-SSE e NE-SW, e secundariamente no WNW-ESSE, W-E, ENE-WSW, NE-SW e aqueles no sentido E-O (figura 32).

Isto permite inferir-se que os principais lineamentos estruturais exercem um forte controle nos cursos que compõem a bacia dos Poncianos. Convém observar que

muitos dos cursos de maior ordem possuem seus canais controlados por lineamentos que têm a direção similar aos dos canais de primeira ordem (figura 34).

Os principais lineamentos que controlam os topos dos interflúvios tem direção no sentido NW-SE e secundariamente no sentido ENE-WSW e E-W ou seja, a mesma direção dos canais de primeira ordem (figura 33), entretanto, há uma maior concentração daqueles posicionados de noroeste para sudeste.

Os cursos principais (figura 34) apresentam direção preferencial no sentido N-S, NNW-SSE, NW-SE e WNW-ESSE como os anteriormente analisados, com um predomínio menor daqueles no sentido E-W e ENE-WSW.

Figura 31- Fotolineamentos inferidos para a área de estudo através de modelos sombreados do relevo; A- modelo sombreado do Planalto de Monte Verde com a drenagem e fotolineamentos; B- modelo sombreado do Planalto de Monte Verde; C- modelo sombreado da bacia do ribeirão dos Poncianos com base em grade MNT e fotolineamentos inferidos. De modelo sombreado da bacia do ribeirão dos Poncianos com base em dados DAT gerados no AUTOCAD 2000 e fotolineamentos inferidos.

Figura 33- Diagrama de roseta da direção dos alinhamentos inferidos de direção dos

topos(cristas).

Figura 34 Diagrama de roseta da direção dos lineamentos inferidos dos cursos fluviais principais.

A análise das figuras 31 A, B, C e D permitiram a elaboração dos diagramas de roseta das figuras 35 e 36.

Figura 36- Diagramas de Roseta dos Fotolineamentos obtidos para as imagens C eD.

Com base nas análises dos diagramas de roseta para os fotolineamentos A + B (figura 35) podemos inferir um controle estrutural preferencialmente no sentido WNW- ESE e secundariamente o ENE-WSW e NE-SW. No diagrama de fotolineamentos C+D (figura 36) o lineamento preferencial é no sentido ENE-WSW e NE-SW.

O padrão de drenagem observado no Planalto de Monte Verde e para a Bacia do ribeirão dos Poncianos (figura 29) é o dendrítico-treliça. Muitos dos rios principais do planalto apresentam retilineidade nos seus cursos

Um dos aspectos freqüentes na bacia dos Poncianos é aquele onde os canais aparecem uma retilineidade sendo freqüentes a ocorrência de capturas fluviais (figura 37 e 38). Um exemplo trata-se do médio curso do córrego do Cadete. Esta inferência pode ser feita pela observação do grau da inflexão que o canal atual apresenta, de quase 90°. No ponto onde esse desvio ocorre desenvolve-se um canal que seria o anteriormente do córrego do Cadete, e o limite da bacia deste canal com a bacia a qual fazia parte trata-se de uma pequena elevação bem próxima a um colo topográfico. Apresentando ainda a bacia a que este pertencia a ocorrência de uma planície fluvial bem desenvolvida próxima da cabeceira.

Outro elemento que pode ser observado trata-se das feições associadas à morfotectônica da área (figura 37), onde observam-se, cristas, facetas triangulares, desníveis topográficos, anfiteatros suspensos, voçorocamento de cabeceira dentre outras.

Figura 37- Aspecto morfotectônico de um setor da bacia do córrego do Cadete..

A compartimentação morfoestrutural da área baseou-se nos aspectos tectônicos e topográficos apresentados pela bacia. A partir destes elementos foi possível individualizar blocos morfoestruturais baseados na análise de perfis topográficos (figuras 39, 40, 41 e 42), mapa altimétrico (figura 20), inferências morfotectônicas e MDT (figura 43) referentes à bacia do ribeirão dos Poncianos.

Figura 39–Localização dos perfis no contexto da bacia ribeirão dos poncianos. “39A” perfis com direção N→S e “39B” perfis direção ESE →WNW.

1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 11000 Comprimento(m) C o ta (m ) P1 P2 P 3 P4 P5 A B COMPARTIMENTO I COMPARTIMENTO II COMPARTIMENTO III

Figura 40 –Perfis topográficos da área de estudo no sentido N-S

Analisando os perfis topográficos da área pode-se individualizar alguns compartimentos morfoestruturais através da disposição das áreas de topos e de das áreas de fundos de vales, estando muito destas tanto de topos como de fundos de vale encaixadas em lineamentos tectônicos.

A área da bacia apresenta um escalonamento no sentido N-S em direção à linha de cumeada da Serra da Mantiqueira na divisa entre Minas Gerais e São Paulo (figura 40).

No gráfico vinculado a figura (40) é possível individualizar-se três compartimentos: Um primeiro bloco ao norte, até 3.000m de comprimento com altitudes que variam entre 1.280 e 1.680m neste compartimento ocorrem planícies em setores do ribeirão dos Poncianos e do córrego do Cadete; Um segundo compartimento tem de 4.500m de comprimento com altitudes que variam de 1.350 a 1.690m, localizando-se na área central da. Nele ocorrem setores com topos mais suavizados e com a ocorrência localizada de planícies aluviais; O Terceiro compartimento tem aproximadamente 3.500m de comprimento, apresenta altitudes que vão de 1.700 a 1930m neste setor observam-se vertentes íngremes muitas vezes com topos rochosos onde se desenvolvem as cabeceiras de drenagem dos principais cursos da bacia.

Nos gráficos relativos aos perfis de direção ESE-WNW (figura 41) observam-se os compartimentos anteriormente identificados ficam evidentes. Nesta posição o primeiro compartimento tem aproximadamente tem aproximadamente 6.000m de comprimento com altitudes que variam de 1.280 a 1600m nele encontram-se localizado setores de planícies do ribeirão dos Poncianos ladeada por dois blocos com relevo mais vigorosos. O segundo compartimento tem cerca de 3.500 de comprimento com altitudes que vão de 1.440 a 1.620m sendo ai encontrados relevos menos dissecados cortados por falhamentos (gráfico 41). O terceiro compartimento compreende uma extensão de 6.000m de relevo montanhoso onde as altitudes variam de 1.500 a 1.930m, ocorrendo ai vários fraturamentos e ou falhamentos que dão ao relevo um aspecto de escalonado (gráfico 42). Constata-se que tais escalonamentos estabelecem limites para os compartimentos morfoestruturais identificados.

1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 11000 12000 13000 14000 15000 16000 Comprimento(m) C o ta (m ) P1 P2 P3 P4 P5 C D COMPARTIMENTO I COMPARTIMENTO II COMPARTIMENTO III

Figura 41 - Perfis topográficos da área de estudo no sentido ESE-WNW.

1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 11000 12000 13000 Comprimento(m) Co ta (m ) D

Setor com lineamento tectônico

C

Figura 42- Perfil topográfico (2) da área de estudo no sentido ESE-WNW. área de ocorrência de lineamentos tectônicos .

Figura 43- MDT da área de estudo com lineamentos tectônicos e os compartimentos morfotectônicos individualizados por meio dos perfis topográficos e do MDT. 1,2 e 3 compartimentos tectônicos

________ falhamentos e lineamentos.

Foram realizadas duas visitas ao campo para o reconhecimento da área, para a observação de possíveis indicadores de suas características morfoestratigráficas, para coleta de amostras e obtenção de material fotográfico que pudessem evidenciar características pertinentes a posteriores análises. Durante estas atividades de campo foram selecionados, pelas suas significâncias, dois pontos para coleta de material, já que nestes ocorriam depósitos sedimentares que se constituem em elementos necessários ao objeto de estudo desta pesquisa. As duas mencionadas áreas – Ponto (1) e ponto (2) - encontram-se registradas na figura 44.

1

2

Figura 44- Localização dos pontos de amostragem no contexto da bacia do ribeirão dos Poncianos : (1) Primeiro ponto de amostragem Long: 46°:01´:48.77´´ Lat: 22°:51´:42.12´´; (2) Segundo ponto de

amostragem Long: 46°:05´:37.09´´W Lat: 22°:49´:7.85´´S.

Estes dois pontos foram caracterizados detalhadamente quanto aos seus aspectos geomorfológicos paisagísticos e topográficos.

Esse levantamento foi realizado mediante descrições em fichas de registro no qual foram coletados os seguintes dados observados.

No o ponto 1, observou-se:

• Posição geográfica do ponto de coleta: 46°:01´: 48.77´´ de longitude Oeste e 22°:51´:42.12´´ de latitude Sul, com altitude média de 1560m;

• Uso do solo: O ponto um localiza-se em área urbana onde foi realizado um corte na vertente para construção de um barracão; O corte tem um comprimento de 5 m, entretanto, após a analise geral do talude optou-se por estabelecer o perfil de formação superficial nos dois primeiros metros deste talude.

• Cobertura vegetal: vegetação antrópica com arbustos e gramíneas;

• Forma de relevo: trata-se vertente convexa retilínea convexa retilínea (figura 45). entre os dois segmentos convexos desta vertente observou-se a ocorrência de um manto coluvial onde se faz presente a ocorrência intercalada de material coluvial e organo- mineral. Da alta vertente até o ponto de ocorrência do material coluvial têm-se um desnível aproximado de 20 m. Conforme a tipologia de MOURA (1998) para os anfiteatros, este trata-se de um HCS (Hollow côncavo suspenso), desarticulados do nível de base atual, já com relação a feição deposicional trata-se de duas gerações de colúvios separados por um nível organo-mineral. MODENESI et. al. (1988) atribui a este modelado a nomenclatura de “lomba” tratando-se de um setor mamelonizado da vertente.Constata-se que as vertentes do entorno deste ponto apresenta inúmeras formas erosivas atuais.

• Características da formação superficial: apresenta um nível coloração vermelho amarelada e outro de cor amarelado intercalado por um de cor marrom acinzentado a negro devido à presença de matéria orgânica.

• Canal de drenagem mais próximo: o canal mais próximo constitui-se num tributário do córrego do Cadete sendo este afluente do ribeirão dos Poncianos. Este canal dista aproximadamente 20m do ponto 1, com drenagem atual intermitente devido a possível entulhamento de seu curso pelo aporte de material vindo de suas vertentes, que apresentam cicatrizes de processos erosivos intensos.

• Perfil de coleta: localiza-se na média-baixa vertente, trata-se de um talude de uma estrada, com aproximadamente 5m de altura, ocorrência de material coluvial avermelhado no topo seguido de pacotes de materiais ornago-minerais com coloração marrom a preto seguido de material coluvial amarelado. Todos os três níveis amostrados apresentam fenoclastos de quartzo e feldspato distribuídos na matriz argilosa de todos os níveis;

• Número de amostras coletadas: foram coletadas quatro amostras para este perfil MV01 e MV02 entre 0,50m e 2,30m, MV03 entre 2,30m e 2,50m e MV04 entre 0 e 0,5m. As amostras coletadas foram submetidas a processo laboratoriais de datação absoluta por TL e de granulometria, figura 46. próxima

Figura45– Mostrando o transecto da vertente do primeiro ponto de coleta e os locais amostrados individualizados por círculos verdes.

Figura 46– Foto do transecto da vertente e perfis do primeiro ponto amostrado. Faixa que individualiza os materiais organo-minerais.

Ponto 2:

• Posição geográfica do ponto de coleta: 46°:05´: 37.09de longitude Oeste e 22°:49´: 7.85´´ de latitude Sul, com altitude aproximada de 1300m;

• Uso do solo: terreno em área rural na qual se realiza silvicultura;

• Cobertura vegetal: vegetação antrópica de reflorestamento por eucalipto;

• Forma de relevo: vertente convexa côncava sendo que a convexidade ocupa cerca de 85% do perfil sendo 15% vinculado a um segmento côncavo que coalesce com a várzea de um canal de primeira ordem tributário direto do ribeirão dos Poncianos (figura 47) . A vertente possui um desnível aproximado de 30 m do topo até a base. Segundo a tipologia de MOURA (1998) o anfiteatro trata-se de um HCA (Hollow Côncavo Articulado), ligado ao nível de base atual, sendo que a feição deposicional trata-se de uma Rampa de Colúvio. MODENESI (1988) atribui a esta forma somente a nomenclatura de anfiteatro.

• Características do solo: apresenta solo pouco espessos com coloração avermelhada tendo nível superficial com coloração vermelho-bruno fruto da matéria orgânica encontrada nesse material. Os níveis inferiores apresentam material saprolítico e a própria a rocha sã que corresponde ao gnaisse.

• Canal de drenagem mais próximo: o canal mais próximo trata-se de um canal de 1ª ordem e localiza-se a aproximadamente 10m do ponto de coleta trata-se de uma drenagem perene. Tributário direto do Ribeirão dos Poncianos.

• Perfil de coleta: localiza-se na baixa vertente, trata-se de um talude de estrada, possui aproximadamente 2,5m de altura com material coluvial avermelhado com fenoclastos de quartzo e feldspato em matriz argilosa, o material apresenta-se pedogeneisado e de pequena espessura (figura 48).

• Numero de amostras coletadas: MV05 amostra coletada entre 0 e 0,60m (figuras 47 e 48). A amostra coletada foi submetida a processos laboratoriais de datação absoluta por TL e de granulométrica.

Figura 47– Transecto da Vertente do segundo ponto amostrado.

Figura 48 – transecto da vertente e imagem do segundo ponto amostrado. Rocha alterada

Material Coluvial

A análise morfoestratigráfica e aloestratigráfica dos perfis observados procedeu- se através dos elementos analisados em campo nas fichas de registro, da documentação fotográfica obtida, da elaboração e análise em gabinete de perfis estratigráficos, dos resultados das datações e dos resultados sedimentológicos.

Num primeiro momento foram elaborados esquemas das vertentes e perfis estratigráficos dos pontos nos quais os materiais foram coletados. Estes serviram para tecer as associações entre as formas de relevo e os materiais e a análise dos níveis que compunham os perfis.

Para o primeiro ponto de coleta foi elaborada a seguinte coluna estratigráfica figura 49, onde podemos observar:

O perfil de formação superficial vinculado ao ponto 1 tem as seguintes características (figura 49):

Nível I, 0 – 0,50m: material de cor vermelho-amarelada com fenoclastos

distribuídos em matriz argilosa evidenciando grande intervenção antrópica.

Nível II, 0,50m – 2,30m: nesse nível a formação exibe sete sub-níveis quatro de

materiais orgânicos e três de organo-minerais intercalados, o contato entre o topo deste material e o anterior é abrupto, podendo ser considerado uma discordância erosiva. Os níveis de material orgânico e organo-mineral possuem pequenos fenoclastos de quartzo e de feldspatos alterados.

O primeiro sub-nível deste material (MV01) data de 26.500 ± 3.300 A.P., o material apresenta coloração preta com pequenos grânulos rochosos. Suas características texturais são de material de classe argilosa, possuindo 29% de areia, 16% de silte e 55% de argila.

Os sub-níveis dois, três e quatro constituem-se de material orgânico, organo- mineral e orgânico respectivamente. Sendo que o segundo possui coloração preta, o terceiro marrom e o quarto preta.

Os três níveis seguintes têm características de material organo-mineral, turfoso e organo-mineral respectivamente, suas propriedades são próximas a aquelas encontradas nos materiais dos sub-níveis anteriores. O sétimo sub-nível foi amostrado (MV02) datado de 35.000 ± 4.400 A.P. Suas características texturais são de material de classe muito argilosa, apresentando 12% de areia, 17% de silte e 71% de argila.

Apresentando desta maneira uma variação de aproximadamente 8500 anos de variação da data do primeiro sub-nível para este última.

Nível III, 2,30m – 2,50m: o último nível corresponde a um material coluvial amarelado

com fenoclastos (MV03) tendo na base em sub-nível orgânico preto sendo a transição entre este nível e o nível II em discordância deposicional, uma vez que as estruturas entre ambos é. Este material apresenta fraca seleção sendo de textura argilo-arenosa, apresentando 40% de areia, 10% de silte e 50% de argila.

Figura 50 – Perfil estratigráfico do segundo ponto.

Para o ponto dois (2) também se elaborou um perfil estratigráfico (figura 50), estando o material estruturado da seguinte forma: