• Nenhum resultado encontrado

APRESENTAÇÃO DOS DADOS COLETADOS NO FORNECEDOR 1

5 ESTUDO DE CASOS

5.7 APRESENTAÇÃO DOS DADOS COLETADOS NO FORNECEDOR 1

O indivíduo entrevistado pelo pesquisador é Diretor de Operações de uma das franquias do Fornecedor 1.

Fatores Críticos de Sucesso para a implantação de sistemas ERP

Após apresentação de todos os Fatores Críticos de Sucesso identificados na revisão bibliográfica, buscou-se identificar quais, sob o prisma do entrevistado, seriam realmente fundamentais para a implantação de Sistemas Integrados de Gestão Empresarial.

Segundo o executivo, todos os fatores que lhe foram apresentados durante a entrevista foram considerados críticos de sucesso para a implantação de sistemas ERP, com exceção de apenas dois: 1- apoio de consultoria externa e 2- consciência de que retornos significativos vêm, normalmente, a longo prazo.

Para o entrevistado, todos os fatores apresentados - com exceção dos dois citados acima - são importantíssimos e realmente críticos para a implantação desse tipo de Tecnologia de Informação, porém destacou três como os mais relevantes: 1- alinhar a organização ao destino, isto é, aos objetivos da implantação; 2- promover mudanças em pessoas, processos e tecnologia e 3- apoio da alta direção.

Fatores que influenciam negativamente a implantação de sistemas ERP

Para o entrevistado, com exceção de software e hardware, todos os outros quatro fatores apresentados podem influenciar negativamente a implantação de sistemas ERP.

Fatores que influenciam positivamente a implantação de sistemas ERP

Já em relação aos fatores que podem influenciar positivamente a implantação de sistemas ERP, o entrevistado destacou todos os fatores apresentados.

Definição de frentes de projeto para a implantação de sistemas ERP

Normalmente, nos projetos de implantação de pacotes do Fornecedor 1, são definidas três frentes de projeto: 1- Frente de Planejamento, 2- Frente de Execução e 3- Frente de Conclusão. Na maioria dos projetos, cada frente de projeto é constituída por dois indivíduos: um do cliente e outro do fornecedor.

Dependendo de alguns fatores como urgência e porte do projeto e da empresa, a equipe pode ser maior e, portanto, outros membros tanto da empresa contratada quanto da contratante sejam demandados.

Investimento para a implantação do ERP

O valor dos investimentos em sistemas ERP varia dependendo do porte da empresa e do porte do projeto. Normalmente, segundo o entrevistado, para a implantação do ERP do Fornecedor 1, o investimento médio é de R$ 80.000,00 em pequenas empresas, R$ 200.000,00 em médias empresas e de R$ 800.000,00 em grandes empresas.

Estratégias de implantação

Etapa de Planejamento

Observa-se, mediante as respostas do entrevistado, que as fases que compõem a Etapa de Planejamento do modelo de Colangelo Filho (2001) estão presentes na metodologia utilizada pelo Fornecedor 1 para a implantação de sistemas ERP. Porém, algumas dessas fases - acompanhamento do progresso, controle do escopo e controle de pendências, como exemplos - não ocorrem apenas na Etapa de Planejamento, mas em todas as fases do projeto.

Etapa de Desenho da Solução

A Etapa de Desenho de Solução da metodologia de Colangelo Filho (2001) é bastante similar à metodologia utilizada pelo Fornecedor 1, havendo, portanto, bastante congruência entre ambas.

Etapa de Construção

Grande parte das fases ou procedimentos que compõem a terceira etapa da metodologia de Colangelo Filho (2001), a de Construção, realmente são empregados pelo Fornecedor 1 em projetos de implantação de sistemas ERP. No entanto, segundo o entrevistado, inúmeras fases, somente aqui apresentadas, deveriam ocorrer na Etapa de Planejamento e não na de Construção.

Além disso, para o executivo, há, também, tópicos que ocorrem em todo o projeto de implantação de sistemas ERP e que não foram citados anteriormente.

Etapa de Testes e Implantação

É possível observar alta congruência entre esta etapa da metodologia utilizada como guia para as entrevistas - metodologia de Colangelo Filho - e aquela utilizada pelo Fornecedor 1. Mas, como em praticamente todas as etapas anteriores, o entrevistado enfatizou que muitos passos que somente são apontados neste momento do projeto, já deveriam ter sido concluídos ou delineados anteriormente.

O executivo destacou que vários procedimentos são fundamentais, porém, se definidos na Etapa de Planejamento e não na da Etapa de Testes e Implantação.

Início da produção

Elaboração de planejamento de contingências

Questionado sobre a elaboração de um Plano de Contingências, o entrevistado declarou que o plano é de extrema importância, porém, é definido na Etapa de Planejamento do projeto.

Considerações sobre o cut-over

Para o entrevistado, todos os agentes apresentados por Colangelo Filho (2001) - clientes, fornecedores e banco - são considerados no início de produção do ERP.

Quais problemas, normalmente, ocorrem durante a implantação e como eles são resolvidos?

Segundo o entrevistado, ocorrem muitos tipos de problemas, em maior ou menor intensidade. Mas, o problema que mais freqüentemente acontece, está relacionado a pessoas, que se traduz, por exemplo, na falta de comprometimento. Ademais, esse problema, acontece principalmente no nível gerencial, declarou o executivo.

Para minimizar esse problema, o Diretor de Operações do Fornecedor 1, expôs:

É realmente trabalhando muito a questão comportamental de todos que estão envolvidos no projeto. Fazer com que, realmente, todos se sintam um time, para cumprir aquele projeto. É não existir, inclusive... (empresa contratante), é o lado da ... (empresa fornecedora), é o lado da empresa, não! O lado é um só. Esse projeto é de um time só. Existem, sim, duas empresas nesse time, mas o time é um só. O objetivo é único. Então, isso é importante do lado de quem está prestando o serviço, tanto do contratado quando do contratante. Eu diria que a questão comportamental é 80% do sucesso de um projeto desse. E, às vezes, o número 80% é um exagero... Não, não é! Porque o comportamento é mais difícil de você trabalhar; ele é

mais crítico. A técnica não, a técnica, a pessoa aprende, ela estuda, ela aprende mais fácil. Agora o comportamento..., a gente está falando em mexer com um monte de valores que essas pessoas têm, e isso, é toda uma vida. Eu diria que o fator mais crítico é o comportamento.

Ainda de forma bastante enfática, o entrevistado declara que o processo envolve variados interesses de diversos setores e, por isso, gera bastantes conflitos. Daí a ênfase que ele dá sobre a importância de um mapeamento inicial existir e ser muito bem elaborado: “[...] você envolve N interesses e, por isso, é conflituoso. Se você não mapeia tudo isso lá trás, você encontra N obstáculos no meio do caminho. Até, por exemplo, diretores que não querem que ele (ERP) entre, porque vai mexer com poder e tudo mais”. Ou seja, para o executivo, a questão comportamental é a mais crítica em todos os níveis.

O entrevistado conclui declarando que, atualmente, há metodologias para implantação de sistemas ERP bastante eficientes e maduras, porém, existem problemas relativos aos aspectos culturais e comportamentais na organização.

O que impacta inda hoje, o que você tem que evoluir ainda hoje é o ser humano. A gente pega de tudo, tudo! E o despreparo dessas pessoas também.... Tudo é pessoas. Eu diria que o sucesso disso depende das pessoas que estão envolvidas. A técnica é muito importante. É o tal do Pareto. 80% dos problemas que ocorrem em projetos desses são devidos a atitudes e 20%, técnicos, concluiu o Diretor.

5.8 Apresentação dos dados coletados no Fornecedor 2