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7. Planificação das aulas

7.1. Apresentação geral da planificação proposta

O principal objectivo deste capítulo é propor uma distribuição das matérias e assuntos a tratar e dos trabalhos a realizar no âmbito de EFMP pelas 15 semanas lectivas (=60 horas de aula) tipicamente correspondentes ao semestre escolar53.

De acordo com os regulamentos dos cursos a que pertence esta disciplina54, as sessões lectivas previstas ao longo do semestre repartem-se por aulas teóricas, aulas práticas e sessões de orientação tutorial.

Uma explicação mais detalhada dos diversos tipos de metodologia a adoptar no trabalho realizado em cada uma dessas categorias de diferentes sessões lectivas será desenvolvida no capítulo seguinte deste relatório. Sumariamente, referiremos aqui que as aulas teóricas se prestarão, eminentemente, à apresentação dos principais temas a abordar na disciplina, fortemente baseada na exposição, por parte do professor, dos fundamentos, do conteúdo e das diferentes perspectivas teóricas correspondentes a cada um dos pontos centrais contemplados pelos sumários das aulas. Relativamente às aulas práticas, o planeamento aqui apresentado pressupõe uma significativa (ainda que não exclusiva) componente de resolução de exercícios práticos (uma bateria exemplificativa do tipo de exercícios que são objecto de trabalho nas aulas práticas encontra-se na secção 7.3 deste mesmo capítulo). Desejavelmente, em cada semana, a aula prática deveria oferecer aos estudantes a possibilidade de aplicar, na

53 Correspondendo cada semana lectiva a um total de 4 horas lectivas (=1 aula teórica de 2 horas + 1 aula prática

de 1 hora + 1 sessão de orientação tutorial de 1 hora), as 15 semanas escolares do semestre traduzir-se-ão, como é referido no texto, num total de 60 horas lectivas. Salientamos que este valor total não contempla as horas de estudo e de trabalho individual dos estudantes, nem coincide exactamente com o número de horas lectivas anunciado no sistema SIGARRA para esta disciplina no ano lectivo 2009/2010 (vd. secção 1.1 do relatório). Discrepâncias como a que acabamos de referir são atribuíveis a factores como, entre outros, a contabilização ou não da realização de provas escritas de avaliação como horas lectivas.

análise de dados linguísticos concretos, os conhecimentos trabalhados na correspondente aula teórica. Esta complementação de cada aula teórica com uma aula prática permitiria, em cada semana, aprofundar, problematizar e consolidar na aula prática os conhecimentos trabalhados na aula teórica precedente. Finalmente, as sessões de orientação tutorial destinar-se-ão a um trabalho de pendor ainda mais participativo e capaz de promover uma colaboração de maior proximidade entre o professor e os estudantes da turma. Cada uma destas sessões se destina, em princípio, a um pequeno grupo de estudantes (ou seja, a um subconjunto de estudantes da turma). Relativamente a estas sessões, o formato adoptado neste planeamento reveste-se de uma modalidade principal: a discussão orientada de aspectos teóricos constantes do programa a partir da leitura de textos específicos. Assim, no início do semestre, o professor divulgará uma lista de cerca de 20 textos sobre outros tantos tópicos considerados centrais nesta disciplina (vd. uma lista exemplificativa do tipo de texto que podem ser sugeridos para as sessões de OT na secção 7.4 do relatório). Os textos serão maioritariamente trabalhos de natureza descritiva de aspectos centrais da fonologia, da morfologia ou da dialectologia do português, dando-se preferência aos textos redigidos em português. Cada um dos pequenos grupos em que a turma será subdividida e que participarão em sessões de OT diferenciadas ficará responsável pela leitura de um desses textos, cabendo-lhe apresentar os resultados da sua leitura crítica numa das sessões do semestre, calendarizada logo na primeira ou na segunda semana de aulas; para a sessão respectiva, o grupo encarregue da apresentação de um dado texto preparará ainda um hand-out, completado posteriormente com um pequeno relatório de leitura (escrito) entregue ao professor. A apresentação destas notas de leitura será, assim, o ponto de partida para a discussão que se pretende dinamizar em cada sessão de OT, para a qual, adicionalmente, o professor preparará um pequeno guião de tópicos e questões para debate. Com esta metodologia de trabalho, pretende-se um aprofundamento dos conhecimentos dos

estudantes e, paralelamente, contribuir para a sua familiarização com a bibliografia básica da disciplina e, de forma muito importante, com a escrita científica de trabalhos de linguística e com a apresentação oral de raciocínios linguísticos. Com efeito, parece-nos aconselhável que os alunos sejam levados a verificar que a escrita científica nesta área se rege por estilos, convenções e princípios próprios e que os textos desta área obedecem a uma estrutura determinada. Constatamos, no âmbito concreto da nossa própria experiência docente, que estes aspectos tendem a passar despercebidos junto de um número significativo de alunos. Assim, respondendo também ao objectivo (enunciado no capítulo 4) de desenvolver a familiarização dos estudantes com as principais referências bibliográficas da área e com as técnicas de análise linguística e de escrita científica, esta modalidade de trabalho nas sessões de OT poderá vir a aproximar os estudantes desse mesmo resultado55.

A distribuição dos diversos tópicos pelas várias semanas lectivas que passamos de seguida a apresentar procurou obedecer a um princípio de ordenação progressiva dos temas em função da sua complexidade e das implicações recíprocas entre assuntos. Por outras palavras: procurámos que as primeiras semanas fossem ocupadas com a exploração de tópicos mais fundamentais para a compreensão dos tópicos mais específicos que têm lugar somente após a fase inicial do semestre, por forma a que os conhecimentos estritamente necessários à assimilação de um dado assunto tenham sido devidamente explorados num momento anterior. Procurámos igualmente ter em conta, sobretudo na definição dos conteúdos iniciais, o nível de

55 Procurar-se-á assim complementar o trabalho eventualmente desenvolvido em disciplinas mais propedêuticas

como Métodos e Técnicas de Pesquisa, frequentada pelos estudantes de Ciências da Linguagem e de Línguas, Literaturas e Culturas no primeiro ano da licenciatura.

conhecimentos gerais previamente dominados pelos estudantes à entrada do semestre, de acordo com o perfil delineado em 3.2.

Por fim, vincamos que a fixação e a ordenação de conteúdos que se podem encontrar nesta parte do relatório não traduzem uma indicação absolutamente fixa e inflexível do trabalho a realizar. Em função de numerosas variáveis – como, nomeadamente, as características particulares de cada turma em cada ano lectivo –, será possível, e mesmo desejável, adaptar esta parte do presente projecto às circunstâncias de trabalho reais e concretas. Tal adaptação poderá passar pela supressão ou adição de certas matérias ou pelo aumento ou diminuição do destaque concedido a cada um dos tópicos a abordar. Desta forma, a planificação aqui apresentada, tal como os objectivos, o programa e a bibliografia da cadeira, é aqui oferecida como uma orientação geral do trabalho que poderia ser levado a cabo em condições ideais, sempre no pressuposto de que todos os assuntos serão trabalhados de forma integrada, e não como um inventário de itens avulsos e sucessivos. Pressupõe-se também que o trabalho desenvolvido em aula será objecto de uma continuação responsável, a nível do estudo individual, por parte de cada aluno.

Nas secções seguintes do relatório, procederemos então a uma proposta de distribuição, semana a semana, dos vários tópicos a abordar, de acordo com todas as considerações atrás desenvolvidas, a que se seguirão, em secções separadas, uma lista de exercícios práticos (e de pequenos temas para desenvolvimento escrito) (vd. secção 7.3) e uma lista de textos para o trabalho de leitura orientada/discussão a desenvolver nas sessões de OT (vd. secção 7.4).

7.2 – Distribuição das matérias a explorar pelas 15 semanas lectivas do semestre