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Perante os objectivos, o programa e a planificação do semestre que apresentámos nos capítulos precedentes e tendo em consideração a metodologia de avaliação que será apresentada no capítulo 9, elaborámos uma proposta de metodologia de trabalho a implementar na disciplina de EFMP ao longo de todo o semestre. Pelas razões que apontámos no capítulo anterior no tocante ao planeamento das actividades a desenvolver em todo o semestre, a descrição da metodologia a seguir na disciplina cinge-se exclusivamente às actividades planeadas para o espaço de aula. Omite-se assim uma parte muito importante do trabalho de cada aluno respeitante ao seu estudo individual, por nos parecer que esta componente do trabalho no âmbito da disciplina não é passível de um planeamento ou de uma descrição verificável/aplicável a todos os estudantes da turma, de forma independente das idiossincrasias de cada qual.

Conforme deixámos patente na secção anterior, concebemos, para os três tipos de sessão lectiva existentes nesta unidade curricular – aula teórica, aula prática e sessão de orientação tutorial –, diferentes tipos de actividades, do que decorre também o planeamento de diferentes metodologias de trabalho.

Assim, as aulas teóricas – destinadas fundamentalmente à familiarização dos estudantes com os conhecimentos fundamentais das várias áreas contempladas pelo programa – terão um carácter eminentemente expositivo. Cada aula (vd. o planeamento apresentado no capítulo anterior) terá um ou dois temas principais, que caberá ao professor apresentar, discutir, expor, exemplificar e ilustrar. Esta apresentação será sempre contextualizada epistemologicamente nas várias correntes linguísticas a que se fará menção durante o semestre. Como meios auxiliares da transmissão de conhecimentos pretendida em cada aula, poderá haver recurso, da forma

julgada conveniente e que se revelar possível, a meios audiovisuais (acetatos, apresentações multimédia, materiais iconográficos e cartográficos, vídeos, gravações sonoras, etc.) e a guiões escritos distribuídos a todos os alunos no início de cada aula ou no final da aula anterior. Uma componente importante das aulas teóricas residirá nas indicações de leitura de certos textos fundamentais para a compreensão dos temas de cada aula, sendo previsto o contacto directo, em algumas aulas, com esses textos (na íntegra ou através de excertos seleccionados), previamente lidos em casa ou na biblioteca pelos estudantes. A interacção dos estudantes com os textos e todos os restantes materiais disponibilizados será claramente incentivada. Apesar da natureza eminentemente expositiva58 das aulas teóricas, serão criadas oportunidades de diálogo crítico sobre as matérias trabalhadas. As formas privilegiadas para este diálogo serão a discussão de casos práticos, ilustrações e pequenos exercícios, por um lado, e, por outro, a reflexão partilhada sobre trechos dos textos estudados em cada momento do semestre.

Nas aulas práticas, conforme se pode verificar pelo planeamento apresentado no capítulo 7, será dada preferência a actividades relacionadas com a resolução de exercícios e trabalhos concretos de análise linguística. Pela sua própria natureza, estas actividades promoverão uma participação mais intensa dos estudantes. Assim, a componente expositiva a que será dada primazia nas aulas teóricas cederá espaço e importância, nas aulas práticas, a uma participação mais evidente e exteriorizada dos estudantes inscritos na turma. O papel do professor, nestas aulas, será, primeiramente, semelhante ao de um “moderador”, porquanto lhe competirá sobretudo distribuir os tempos de participação e de execução de cada actividade. Em segundo lugar, caber-lhe-á a função de orientar os exercícios propostos para resolução em

58 A opção pela predominância da modalidade expositiva das aulas teóricas – fortemente motivada pelo carácter

teórico-descritivo da disciplina – não significa, porém, que o ensino magistral seja a única forma de transmissão de conhecimentos adoptada nestas aulas. Além do incentivo à participação crítica dos estudantes na discussão de todas as matérias apresentadas, a apresentação destas será sempre apoiada em exemplificações abundantes dos fenómenos linguísticos trabalhados, prevendo-se, quando oportuno, o trabalho em pequenos grupos sobre tais exemplos, com troca de pontos de vista, sendo ainda particularmente estimulada a reflexão conjunta sobre, nomeadamente, o confronto de perspectivas teóricas divergentes.

função do andamento geral dos trabalhos da turma, velando para que o conteúdo e a dificuldade dos exercícios sejam compatíveis com os conhecimentos trabalhados nas aulas teóricas. Finalmente, será ainda papel do professor verificar a correcção de todas as tarefas realizadas e de todos os exercícios resolvidos e dirigir a elaboração de sínteses temáticas em função dos trabalhos efectuados.

A complementação de cada aula teórica com uma aula prática permitiria aprofundar, problematizar e consolidar os conhecimentos trabalhados na aula teórica: por um lado, o professor teria oportunidade de regressar a alguns conteúdos versados na aula teórica, podendo completar, aprofundar, rectificar e/ou reiterar informação transmitida; por outro lado, os estudantes poderiam assim confrontar-se com a interiorização dos conhecimentos, aproveitando a oportunidade para esclarecer quaisquer dúvidas remanescentes. A resolução de exercícios práticos responde ainda ao objectivo de reforçar as competências de análise linguística e de reflexão teórica que, como foi afirmado no capítulo 4, constituem um objectivo importante desta disciplina. Dada a natureza individual do trabalho envolvido neste tipo de tarefas, pretende-se ainda desenvolver, quantitativa e qualitativamente, a autonomia dos estudantes na prossecução do seu estudo.

As sessões de orientação tutorial, que correspondem ao terceiro tipo de sessões lectivas previstas nesta disciplina, desenvolver-se-ão em torno da apresentação de textos teóricos sobre temas específicos relacionados com o programa da cadeira, conforme foi referido no capítulo anterior. Este tipo de actividade, pela sua própria natureza e conteúdo, fomentará, necessariamente, a participação diferenciada dos diversos estudantes envolvidos. Como decorre da própria organização das sessões de OT anteriormente referida, cada sessão será frequentada por apenas uma parte da turma. A turma será então dividida no início do ano em pequenos grupos de trabalho; cada grupo de trabalho ficará com a responsabilidade de estudar

de forma mais aprofundada um dos textos indicados em 7.4, cabendo-lhe posteriormente a sua apresentação numa sessão de OT previamente fixada para o efeito, sendo ainda esperada de cada grupo a preparação de um hand-out para distribuição na sessão respectiva e de um pequeno relatório de leitura a entregar mais tarde ao professor. Desse modo, este tipo de sessões potenciará um trabalho de maior proximidade entre o professor e os estudantes, divididos em pequenos grupos. Este modo de organização do trabalho tornará ainda possível, em nosso entender, uma maior atenção aos desenvolvimentos e aos resultados concretos do trabalho dos estudantes e um acompanhamento mais intensivo dos progressos registados. Paralelamente, tornará ainda possível uma troca de ideias menos distante entre professor e estudantes, treinando nestes a capacidade de exposição e de argumentação teórica (oral e escrita). Tal como foi dito a propósito do trabalho do professor na orientação das aulas práticas, a sua principal função nas sessões de OT, dada a natureza e o modo de funcionamento das mesmas, concentra-se nos papéis de moderar a discussão, de articular o trabalho desenvolvido nas sessões com o restante trabalho efectuado na disciplina e, finalmente, de orientar a discussão teórica para os tópicos relevantes e adequados.