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1. Fundamentação

Religar – Uso de Comunicações móveis entre Pais e Escola é um projeto de

intervenção derivado do Trabalho de Projeto do Mestrado em Intervenção Comunitária da Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti.

Partiu do estudo de projeto que se realizou, numa primeira fase, a partir de uma auscultação aos encarregados de educação sobre como percecionam o contacto com a escola dos seus educandos. Numa fase posterior, propôs e implementou formas de comunicação usando as redes sociais Facebook e Facebook Messenger, ancoradas em torno de um discurso positivo e de uma atitude de reforço e estímulo.

Joyce Epstein (1992) apresentou uma tipologia de colaboração Escola/Família em seis tipos. Este projeto aponta para os tipos (5: Participação na Tomada de Decisões e 6: Intercambio com a Comunidade), como âmbito da sua atuação. Ou seja, pretende reforçar, por via de comunicação rápida, simplificada e de atitude positiva, os índices de participação efetiva dos encarregados de educação na vida escolar dos seus educandos, usando para tal redes sociais em dispositivos móveis.

O desenvolvimento do projeto poderá constituir-se como objeto de tese de doutoramento.

2. Objetivos

O objetivo geral do projeto de intervenção é de intervir na comunidade com a implementação mais alargada do instrumento comunicacional proposto na Tese de Mestrado: Religar – Comunicações móveis, Pais e Escola, aplicando-o a outras realidades de ensino, a outras Escolas e outros Ciclos de estudo, procurando habilitar os indivíduos, professores e encarregados de educação, de meios que promovam a participação e o empenho familiar no percurso escolar dos alunos. Os objetivos propostos no Trabalho de Projeto foram conhecer o potencial da comunicação ponto a ponto a partir de dispositivos móveis entre professor e encarregados de educação, numa comunidade que resulta de uma turma do 2º CEB; promover um instrumento, na forma de uma rede comunicacional entre professores e encarregados de educação, assente na criação de grupos de pequena dimensão, informais e multifacetados, que reforce o capital social da comunidade resultante da criação de uma turma de alunos do Ensino Básico. Por outras palavras, o projeto procura conhecer os níveis de adesão e participação, bem como as perceções sobre a

comunicação, num grupo composto pelos professores e encarregados de educação das duas turmas do 2º CEB que a ele aderiram, procurando identificar quais as motivações e obstáculos à participação.

3. Âmbitos e contexto de intervenção

Se bem que, habitualmente, os projetos de intervenção têm como caraterística base uma contextualização local, comunitária, a implementação deste projeto será orientada por estabelecimento de ensino e não focará comunidades específicas, por serem vulneráveis neste ou naquele aspeto. A principal motivação para que a implementação do projeto seja tão diversificada quanto possível, prende-se com o facto de ser própria a comunicação entre escola e famílias a apresentar vulnerabilidades e ser uma preocupação transversal à comunidade educativa. Acresce que, tal como o projeto teve oportunidade de verificar, a comunicação atualmente efetuada entre professores e pais apresenta substanciais limitações. Limitações essas que o projeto aplicado no Trabalho de Projeto de Mestrado, e no seio da realidade de estudo, deu fortes indicações de ter sido bem-sucedido em mitigar.

Daí que se procure que a adesão ao projeto seja feita ao nível da escola; qualquer escola; em qualquer lugar; em qualquer nível de ensino.

4. Participantes

Os participantes do projeto serão os professores e encarregados de educação de cada turma. Estes últimos participarão no respetivo grupo como membros, sem permissão de administrador. O acesso aos grupos estará vedado aos alunos e outros que não professores ou encarregados de educação. A participação nos grupos de turma da escola enquanto instituição (na figura do seu diretor ou do conselho de escola), é deixada à consideração dos responsáveis pela sua implementação.

O contexto das intervenções dentro de cada escola será efetivado ao nível de turma. Cada turma contará com um grupo de Facebook, administrada pelo seu diretor de turma e coadministrada pelos demais professores.

5. Estratégias

A primeira estratégia do projeto será necessariamente a cativação de escolas e professores para o projeto. O alcance da iniciativa de divulgação terá maior impacto quanto maior for o peso institucional da entidade que o apadrinhará. Daí que a estratégia zero será concretizar uma parceria entre o promotor do projeto e a entidade que lhe dará o necessário enquadramento institucional, reconhecimento

enquanto projeto científico de intervenção e valor como instrumento de intervenção comunitária.

O projeto, uma vez apresentado às escolas e aceite pelos professores, pressupõe uma grande autonomia de atuação e condução. De um ponto de vista de divulgação, monitorização, registo de impactos e avaliação global, será necessária uma estrutura coordenadora. Esta, para lá da divulgação, atuará segundo uma metodologia participativa. Esta participação terá uma vertente de divulgação, sobretudo em eventos científicos e escola, e uma ação junto dos intervenientes, em reuniões de trabalho com os coordenadores do projeto em cada escola, professores e encarregados de educação.

6. Orçamento e recursos humanos

O projeto está organizado para ser criado e mantido por professores e encarregados de educação, com recurso a meios móveis e ferramentas de livre acesso, podendo como tal, ser implementado de forma espontânea, em cada turma, em cada escola. Dito isto, seria pouco sensato, dado ser um novo instrumento de comunicação, cujo alcance é uma incógnita, mas que pode trazer um contributo sólido, desprezar uma estrutura de monitorização e avaliação, como proposta no ponto anterior. Nesta fase, tal estrutura carece de enquadramento institucional e de perspetiva de dimensão. Poderá ser implementado por uma universidade, ter apadrinhamento comercial, ser sancionado pela tutela educativa, ter dimensão local, nacional ou europeia. Com tal nível de incerteza, qualquer estimativa de custos de monitorização é, neste momento, puramente especulativa.

Um esforço de antecipação permitirá pensar que uma equipa de coordenação, de âmbito nacional, poderá ser constituída por:

• 1 investigador sénior / coordenador nacional; • 1 investigador assistente por cada município; • 1 secretário.

De um ponto de vista mais abrangente, a estrutura do projeto poderá organizar-se da seguinte forma:

A estrutura de custos estimada para o desenvolvimento do projeto em muito iria depender do alcance deste, mas poder-se-á estimar um custo aproximado anual para cada equipa de trabalho como a descrita. Os custos teriam de compreender não apenas a remuneração dos profissionais, mas também a infraestrutura indispensável para o trabalho, tal como espaços, veículos, estacionário, representação, recursos materiais, etc. Tal se estima, por equipa e por ano, em €150,000.00.

7. Atividades principais

O projeto é comunicação. Comunicação positiva, empoderadora e livre. Pretende ser um instrumento que reflita este tipo de comunicação valiosa e que, quanto foi possível perceber, negligenciada pela comunidade educativa. Em linha com o projeto de Mestrado, a comunicação a realizar-se nos grupos deverá ter como âncora o discurso positivo: reforço, elogio, reconhecimento, satisfação. Sobre esta base, os grupos servirão de suporte às necessidades de comunicação entre professores e encarregados de educação necessárias à resolução dos problemas dos alunos. Ou seja, entre professores e encarregados de educação, o projeto pretende tanto quanto possível que a comunicação entre estes se realize sobre as redes sociais e através dos dispositivos móveis, para todos os assuntos relacionados com os alunos, num espírito de positividade e empoderamento. Já a relação entre as escolas e as equipas de coordenação do projeto será concretizada sobre dois modelos: um necessariamente digital e contínuo, na forma do portal do projeto nas redes sociais e um segundo, face-a-face, em reuniões presenciais de monitorização, acompanhamento e avaliação.

8. Modelos e estratégias de avaliação de resultados

A verificar-se uma implementação coordenada do projeto, a sua estrutura de avaliação e publicação de resultados assentaria num modelo de análise que privilegiara a qualificação da obtenção de ganhos para os indivíduos e para as

Escolas Concelho/País Núcleo central unidade de coordenação núcleos de contacto a líder do projeto 1 líder do projeto 2 núcleo de

comunidades participantes e a implementação instrumentos corretivos (melhoramentos ao projeto) face a desvirtuações eventualmente verificadas.

A avaliação teria forçosamente de ser composta avaliação quantitativa –para se aferir níveis de adesão, interações e abrangência de temas abordados–, mas sobretudo por ações de autoavaliação e avaliação participativa. Estas, seriam de dois tipos: reuniões de acompanhamento das implementações, onde seriam feitas auscultações aos professores sobre a implementação, sua evolução e obstáculos e; entrevistas a professores e encarregados de educação, como as realizadas no projeto que decorreu na Escola A, pois apenas a conjugação destes dois tipos de avaliação darão perspetivas capazes de aferir os ganhos que o projeto trará à comunidade educativa.