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Por comunicações móveis, entendem-se todos os serviços de comunicações disponibilizados pelo serviço móvel terrestre (STM), onde a “… rede de acesso é constituída por meios radioelétricos e os equipamentos terminais são móveis” (ANACOM, p. 701). Os serviços de referência, por serem os mais antigos, são o telefónico móvel e short message service ou SMS. O STM foi continuamente atualizado em termos de cobertura, velocidade e variedade de serviços prestados.

A (ANACOM, 2017), no seu relatório sobre o setor das comunicações referente a 2016, apresentou um estudo intensivo sobre as comunicações em Portugal (como evoluíram e como se posicionam no seio da UE). Interessa reter alguma informação sobre as comunicações móveis e, sobretudo, o uso serviços de instant messaging (IM). Mais de

70% dos telemóveis são smartphones. Mais de 40% dos utilizadores com mais de 15 anos acedem à internet por este meio. Em 2015, cerca de metade dos indivíduos com mais de 15 anos utilizava serviços de IM. A penetração deste serviço é superior em utilizadores de rede móvel face a utilizadores de rede fixa. O relatório faz notar que o aumento quer do número de utilizadores, quer das percentagens de penetração dos serviços têm tido incrementos estatisticamente significativos. Se a estes dados, adicionar-se o reforço dos serviços de dados e abatimento do preço na oferta de produtos de telecomunicações, poder-se-á inferir, sem risco, que o consumo de serviços assentes em rede móvel irá aumentar quer em número de utilizadores, quer em taxa de penetração.

Em reforço do anterior, e segundo dados do INE (2017, p. 3), em 2017, 79% dos utilizadores de internet em Portugal, com idades entre os 16 e 74 anos, fazem-no em mobilidade. Destes, 76% acedem à internet num smartphone. Numa atualização com dados do barómetro de telecomunicações da Marktest de julho de 2018, 75,1% da população portuguesa tem pelo menos um smartphone, sendo que na faixa etária entre os dez e os 24 anos atinge os 99%. Para o mesmo período, calcula-se próximo dos 6,9 milhões, o número de smartphones ativos em Portugal. Independentemente de evoluções futuras, afigura-se pertinente pensar que o acesso à internet em mobilidade irá continuar a tendência de subida, quer em termos de percentagem da população, quer em termos de número de serviços e volume de dados consumidos. Desta forma, faz sentido para o projeto, assentar a sua operação em meios móveis de comunicação. Rede Social

No seguimento do constatado acerca da utilização da internet e dos modos de comunicação e interação que esta permite, avançar com uma definição de rede social. Segundo (Nadkarni & Hofmannb, 2012, p. 243), redes sociais são:

“Internet-based services that give individuals three major capabilities: The ability to construct a public or semi-private profile, identify a list of other users with whom a connection is shared, and view and track connections made by individuals and others12”.

Colocada na ótica do indivíduo e do que passa a estar ao seu alcance, obtém-se desta definição a noção global, operativa, mecânica e necessária do que é uma rede social e de

12 Serviços baseados na Internet que conferem aos indivíduos três grandes capacidades: a capacidade de construir um perfil público ou semi-privado, identificar uma lista de outros utilizadores com os quais uma conexão é compartilhada e visualizar e rastrear conexões feitas por indivíduos e outros.

como revela para o projeto. Rede social é um conjunto de ferramentas que coloca à disposição do indivíduo meios para este se apresentar aos outros, relacionar-se de forma mais aproximada com um grupo restrito de outros indivíduos com quem partilha a mesma estrutura, acompanhar as apresentações públicas que outros fazem de si próprios e estabelecer comunicação direta entre membros dessa rede (Nadkarni & Hofmannb, 2012).

Prosseguindo um percurso idêntico ao realizado na delimitação do tema deste projeto, uma vez definido o meio, importará identificar qual o veículo específico entre a miríade de soluções de comunicação colocadas à disposição dos indivíduos. A ANACOM, no seu relatório de 2016 sobre o setor das comunicações, reporta que 85% dos portugueses que acedem a internet o fazem diariamente (2017, p. 544) e que 80% dos consumidores de internet móvel acedem às redes sociais (p. 821).

Saliente-se que o acesso a dados publicados que balizem as grandezas que se pretende observar de seguida, são de difícil acesso, sendo necessário o recurso a informação indireta, disponibilizada sobre a forma de notícias ou relatórios, mas ainda assim verificável por cruzamento de fontes. Dessa forma, procedeu-se a um conjunto de pesquisas na WWW, cujos resultados se apresentam. Segundo o Barómetro de Telecomunicações da Marktestest de 2017, existiriam então em Portugal 5 milhões e 876 mil indivíduos a acederem à Internet através do telemóvel. Estes números quadruplicaram nos últimos cinco anos, sendo que, a utilização de internet em dispositivos móveis passou de uma taxa de penetração de 13,5%, em dezembro de 2012, para mais de 60%, em finais de 2017 (Movimento pela Utilização Digital Ativa, 2017). Dados concretos sobre o número de utilizadores de uma qualquer rede social são igualmente difíceis de obter, sendo novamente necessário o recurso a dados indiretos. É o caso do número de utilizadores da rede social Facebook em Portugal. Segundo um dos responsáveis da empresa Facebook em Portugal, Paulo Barreto, a rede detinha, em maio de 2017, 5,8 milhões de utilizadores, sendo que 4,5 milhões seriam utilizadores diários. A nível global, têm perfil nesta rede social, cerca de 55% de todos os utilizadores de internet (Ferreira R. , 2017).

De acordo com o estudo Os Portugueses e as Redes Sociais 2017, da Marktest Consulting, o Facebook é a rede com maior penetração em Portugal, com 95.5% de referências, a que se seguem o Instagram (50.2%), o WhatsApp (48.1%), o Youtube (45.9%), o Google+ (35.4%) e o LinkedIn (30.8%). O Instagram foi, entre as redes de maior penetração, a que teve um maior aumento relativo face ao ano anterior, ocupando à altura do estudo a segunda posição (Grupo Marktest, 2017).

Segundo a Marketeer, em fevereiro de 2016, trocaram-se via Facebook Messenger e murais, em todo o mundo, mais de mil milhões de mensagens, por 900 milhões de utilizadores. Em Portugal, o número de mensagens partilhadas foi duas vezes e meia superior ao da média global (Marketeer, 2016).

Da pesquisa realizada, pode depreender-se da primazia da rede social Facebook sobre as restantes, assim como do crescente interesse dos utilizadores pela rede social Facebook Messenger. Tratar-se-á agora de perceber se a rede mais utilizada pelos internautas em Portugal se adequa ao tipo de comunicação do projeto. Tal será apresentado adiante pois torna-se necessário, para uma melhor compreensão do tema, conhecer melhor como a comunicação é realizada atualmente.