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CAPÍTULO III RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS

3.3 Análise da proposta didática: as aulas na escola pública

3.3.1 A apresentação da situação

A aplicação do projeto de intervenção (APÊNDICE A) desta dissertação teve início no dia 25/04/2016, após a aprovação do CEP e a assinatura do TCLE por parte dos alunos e seus responsáveis. Assim, em duas aulas geminadas, o que tornou o desenvolvimento das atividades mais produtivo, apresentamos à turma as informações para que reconhecessem a importância do projeto e a importância do envolvimento de todos na realização das atividades.

Em um diálogo com a turma levamos os alunos a pensarem em quantas vezes e quando consultam o dicionário escolar, que fica à disposição de todos na biblioteca da escola. Enfatizamos também que, durante a realização das atividades, poderiam perceber que consultar um dicionário não é “um bicho de sete cabeças” e que este traz inúmeras informações, que talvez muitos não haviam percebido. Já destacamos com a turma que, ao final das atividades, a intenção é a produção de um vídeo. Informá-los da produção final deixou a turma entusiasmada, pois gostaram muito da ideia.

Então, para que os alunos pudessem acompanhar as atividades propostas, foi entregue a eles um roteiro, exposto no quadro 5, para que colassem no caderno e compreendessem bem a proposta de intervenção.

Q uadro 5- Roteiro da proposta de intervenção entregue aos alunos PRO JETO “O USO DO DICIONÁRIO ESCOLAR EM SALA DE AULA”

TURMA RESPONSÁVEL 8a ano do Ensino Fundamental, período matutino.

PRODUÇÃO FINAL PRETENDIDA Produção de vídeos, ressaltando a importância do uso do dicionário escolar e o

que ele contém.

O QUE PODEMOS APRENDER Conhecer a composição e a proposta lexicográfica de dois dicionários escolares:

Aurélio Júnior (2011) e Caldas Aulete (2011) - tipo 3; desenvolver habilidades para utilizar os dicionários; conhecer novas palavras da Língua Portuguesa e reconhecer o dicionário

como um material indispensável na sala de aula.

PÚBLICO-ALVO Comunidade escolar (alunos, pais, grupo gestor, professores e demais funcionários da

escola).

ETAPAS DO PROJETO Respostas a um questionário, produção de dissertação escolar, apresentação de seminário, leitura e interpretação de texto, uso do dicionário, resolução de desafios, jogo

com o dicionário e produção de vídeo. Fonte: Elaborado pela pesquisadora

Após entregarmos o quadro e solicitarmos que colassem no caderno para devida leitura e explicações, entregamos aos educandos um questionário (ANEXO1), para que pudéssemos conhecer o que sabem e quando usam dicionário. Avisamos a turma que era importante que fossem sinceros ao responderem as perguntas e que não seriam punidos por talvez colocarem que não utilizam o dicionário. Ressaltamos também que, a partir das respostas dadas, iríamos realizar as atividades, pensando nos pontos importantes marcados por eles.

Avisamos que o questionário devia ser respondido individualmente. Após entregarmos o questionário, os alunos fizeram alguns comentários, tais como “Eu, eu uso a internet, será que também é dicionário”, “Nossa professora! O que o dicionário contém? Não sei.”, “Ih, os dicionários são iguais ou diferentes?”, “O dicionário é em ordem alfabética, né?” e “Nossa, quantas palavras um dicionário contém? Não sei. Será que vai depender do dicionário?”

A pergunta que gerou mais questionamentos foi a 4 do bloco 3: “Você sabe como os profissionais selecionam as palavras que constam no dicionário?”. À medida que iam chegando nessa questão comentavam: “Nossa professora, é mesmo. Como escolhem as palavras do dicionário?”, “Não deve ser fácil escolher e selecionar.”, “Não faço ideia de como eles escolhem as palavras.”, “Será que são as palavras que mais usamos”.

Assim que iam terminando, entregavam o questionário respondido. O que fomos percebendo é que os alunos reconhecem a importância de se usar o dicionário, mas como não estão habituados, não sabem como fazê-lo e acabam achando essa tarefa enfadonha. Entendemos, então, a necessidade de apresentar o dicionário ao aluno e ensiná-lo a manusear, pois, como afirma Gomes (2011, p. 146),

Por isso mesmo, ensinar como se emprega um dicionário, como se manuseia a obra requer um passo prévio: ensinar o que é e como é constituído um dicionário. Inicialmente, o estudante deve dominar a ordenação alfabética, uma vez que o acesso mais comum é a dicionários ordenados alfabeticamente. A par disso, é preciso promover a familiarização com todo o aspecto tipográfico do dicionário; com as marcações, a formatação, as indicações gráficas, a localização de informações, enfim, fornecer os subsídios necessários para que o estudante vislumbre a macroestrutura da obra.

Após todos terem entregado o questionário, escrevemos a palavra “Dicionário” na lousa e fizemos uma roda de conversa com os alunos, levando-os a refletir sobre quando usamos o dicionário, por que utilizamos um dicionário e qual a importância de se conhecer o dicionário e manuseá-lo habitualmente.

Figura 9 - Roda de conversa

Fonte: Imagem disponível em: https://br.search.yahoo.com/yhs/search?ei=UTF- 8&type=avastbcl&hspart=avast&hsimp=yhs-001&p=figura+de+roda+de+conversa Acesso em: 7 out.

2016.

Os alunos, de maneira geral, falaram que nunca tinham parado para pensar sobre o dicionário e que, de fato, não sabem utilizá-lo, por isso, quase não usam e ficam com preguiça quando precisam utilizá-lo.

Aproveitamos os comentários para reforçar com a turma a necessidade de se conhecer o dicionário e saber manuseá-lo para se ter o hábito da busca. Comentamos também, partindo do questionamento de um aluno que, na internet, podemos encontrar o dicionário

on-line,

mas que precisamos saber utilizar as informações que são fornecidas. Nesse momento, a A5 fez a afirmação de que sempre que utilizava o dicionário

on-line

só observava a primeira palavra que aparecia e pronto. A turma, de modo geral, concordou com ela, dizendo fazer o mesmo.

Destacamos, então, que o intuito das atividades é auxiliá-los na compreensão das informações que estão no dicionário. Destacamos também a seriedade e a dificuldade do trabalho de um lexicógrafo, pois conforme Borba (2011, p. 18),

[...] o avanço tecnológico tem facilitado muito a tarefa do dicionarista, mas não amenizou muito sua carga específica. Isso porque o lastro de

informações em todas as áreas depende muito de qualidades pessoais do profissional - boa memória, agilidade de raciocínio, capacidade de estabelecer relações... um pouco de imaginação também não faz mal, além de paciência e determinação naturalmente.

Encerramos as aulas com os alunos eufóricos conversando sobre o trabalho dos lexicógrafos. Solicitamos que não faltassem nas próximas aulas para que pudessem acompanhar as atividades com uso dos dicionários.

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