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Acta Scientiae Veterinariae 32(Suplemento), 2004

SECREÇÃO DE INTERFERON-TAU EM EMBRIÕES BOVINOS PRODUZIDOS

IN VITRO CRIOPRESERVADOS

Araujo, M.C.C.1; Ferreira, A.M.3 ; Sá, W.F.3; Barreto Filho, J.B.4; Serapião, R.V.3,5;

Camargo, L.S.A.3 ; Silva, M.V.G.B.3; Vale Filho, V.R.2

1Universidade Presidente Antônio Carlos –UNIPAC, 2Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, 3Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Gado de Leite - Rua Eugênio do

Nascimento 570, Dom Bosco, Juiz de Fora, MG, 4Departamento de Medicina Veterinária da Universida- de Federal de Lavras – UFLA, 5 Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF

(Doutoranda) rserapis@yahoo.com.br

O interferon tau (IFN-τ) é uma citocina produzida pelo embrião, que possui atividade antiluteolítica, sendo responsável pelo reconhecimento materno da gestação em ruminantes. As taxas de gestação obtidas com embriões fertilizados in vitro são menores que aquelas observadas com embriões produzidos in vivo, e decrescem ainda mais quando são congelados. O objetivo do trabalho foi de avaliar a interferência da criopreservação, estádio de desenvolvimento do embrião, tempo de eclosão e da qualidade do embrião, sobre a secreção de IFN-τ por embriões bovinos produzidos in vitro. Foram usados dois tratamentos: I) embriões não criopreservados (a fresco), II) embriões criopreservados. Os embriões na fase de blastocisto (a fresco ou imediatamente após o descongelamento dos criopreservados) continuaram a ser cultivados individualmente por mais sete dias. Do meio de cultivo em que foram mantidos os blastocistos, retiraram-se alíquotas com 24, 72, 120 e 168 horas do início do cultivo. Nas alíquotas de 72 e 168 horas utilizou-se o bioensaio de atividade antiviral para quantificar a produção de IFN-τ pelos embriões cultivados pós- congelamento e a fresco. Os resultados mostram que os embriões congelados secretaram menos IFN-τ que aqueles não criopreservados (P<0,05), pois as alíquotas de 168 horas dos embriões cultivados a fresco apresentaram mais IFN-τ (P<0,05) que as de 168 horas dos embriões que passaram pela criopreservação .Verificou-se também que as alíquotas do meio de cultivo de embriões a fresco com 168 horas apresentavam maior quantidade de IFN-τ (P<0,05) que aquelas com 72 horas. Não houve diferença na secreção de IFN- τ entre os embriões que eclodiram até 48 horas e os que eclodiram entre 48 e 72 horas, não havendo interação na secreção de IFN-τ entre os tratamentos e o tempo de eclosão. A qualidade dos embriões (grau I e II) e seu estádio de desenvolvimento (blastocisto e blastocisto expandido) não influenciaram na secreção de IFN-τ quando avaliados dentro de cada tratamento e entre os tratamentos (P>0,05). Conclui-se que a secreção de IFN-τ é menor nos embriões congelados em relação aos embriões frescos. Esta diferença foi mais acentuada no 14°dia de desenvolvimento (168 horas de cultivo). Este fato pode influenciar no reconhecimento materno da gestação e o desenvolvimento do embrião pós-descongelamento.

AUMENTO DA TAXA DE CONCEPÇÃO EM RECEPTORAS DE EMBRIÃO BOVINO COM MAIORES CONCENTRAÇÕES PLASMÁTICAS DE

PROGESTERONA NO DIA DA INOVULAÇÃO

Reis, E.L.1; Marques, M.O.1; Carvalho, N.A.T.1; Nasser, L.F.1;

Costa Neto, W.P.2; Baruselli, P.S.1

1Departamento de Reprodução Animal, FMVZ-USP, CEP 05508-000, São Paulo-SP, Brasil. 2Embrião SC, Palmeral-MG, Brasil. - barusell@usp.br

A progesterona é fundamental para o estabelecimento da gestação e desenvolvimento do embrião. No entanto, os efeitos dos níveis plasmáticos de progesterona sobre a concepção de fêmeas bovinas ainda são controversos. Este estudo retrospectivo teve como objetivo avaliar o efeito da concentração plasmática de progesterona no dia 7 do ciclo estral sobre a taxa de concepção em receptoras Bos indicus x Bos taurus de embrião bovino. Foram analisadas 542 transferências de embriões realizadas em 3 propriedades diferentes, em um total de 4 réplicas. Os animais foram submetidos à sincronização do estro e da ovulação sem a detecção de cio em todas as réplicas com exceção de uma, em que foram tratados com PGF2α e submetidos a observação de cio. As receptoras foram submetidas a ultrassonografia ovariana 7 dias após o estro. Nas fêmeas consideradas aptas a receber um embrião (presença de CL com diâmetro >15mm) foram colhidas amostras de sangue por venopuncção para posterior dosagem da concentração plasmática de progesterona por RIA. Os animais foram divididos em 5 grupos de acordo com a concentração plasmática de progesterona (G0: 0 a 0,99; G1: 1,00 a 1,99; G2: 2 a 2,99; G3: 3 a 3,99; G4: ≥ 4 ng/ml). A taxa de concepção em cada grupo foi analisada pelo teste de qui-quadrado, adotando-se 5% de nível de significância. Não se verificou interação entre as réplicas e os grupos. A taxa de concepção em cada réplica foi de 50,0% (111/222), 48,7% (79/154), 43,7% (55/126) e 30% (12/40). As taxas de concepção de acordo com a concentração plasmática de progesterona foram 39,2% (40/102)a para o G1, 44,6% (70/157)ab para o G2, 46,0% (52/ 113)ab para o G3, 55,7% (34/61)b para o G4 e 52,3%(57/109)b para o G4 (P<0,05). Os resultados indicam efeito positivo do aumento das concentrações plasmáticas de progesterona no dia 7 do ciclo estral sobre a taxa de concepção em receptoras de embrião bovino. Estratégias para o aumento das concentrações plasmáticas de progesterona durante o diestro podem ser utilizadas para aumentar a eficiência reprodutiva de programas de transferência de embriões.

Acta Scientiae Veterinariae 32(Suplemento), 2004

USO DE PROGESTERONA DE LONGA AÇÃO NA PREPARAÇÃO DE ÉGUAS NÃO- CICLANTES COMO RECEPTORAS DE EMBRIÃO

Rocha Filho A.N.1; Pessôa M.A.2; Gioso M.M.1; Alvarenga M.A.1

1Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária, FMVZ/UNESP, Botucatu-SP, 18.618- 000, Brasil. 2MP Reprodução Eqüina, Bauru, SP, Brasil. - arochavet@hotmail.com

A utilização de receptoras de embrião não-ciclantes tratadas com progestágenos é prática interessante em programas comerciais, especialmente no início da estação reprodutiva, quando o número de éguas ciclantes é limitado. Estudos acerca do uso de progestágenos na preparação de éguas ovariectomizadas (Hinrichs et

al., Equine Vet. J. Suppl., v.3, p.74-75) ou intactas em fase transicional (Carnevale et al., Theriogenology,

v.54, p.965-979) como receptoras de embrião se basearam no uso de progestágenos de curta ação e não de progesterona injetável de longa ação. O objetivo deste trabalho foi comparar, retrospectivamente, taxas de prenhez e de morte embrionária precoce entre éguas receptoras de embrião ciclantes e não-ciclantes suplementadas com progesterona (P4) injetável de curta ou longa ação. Durante três estações reprodutivas consecutivas, de Abril a Outubro, 264 embriões foram transferidos para éguas ciclantes (controle, n=152) ou não ciclantes (n=112) em um programa comercial de transferência de embriões no Brasil. Após dois dias de administração de estradiol (10 mg/dia, i.m.; ECP; Pharmacia and Upjohn Co., Kalamazoo, Michigan, USA), as éguas não-ciclantes receberam por via intramuscular 200 mg/dia (Tratamento 1, n=54) ou 400 mg a cada 2 dias (Tratamento 2, n=13) de P4 de curta ação (P4; Northside Pharmacy, Lexington, USA), ou 1500 mg de P4 de longa ação (P4 LA 150; B.E.T. Laboratories, Lexington, USA) a cada 7 (Tratamento 3, n=30) ou 6 (Tratamento 4, n=15) dias. Os embriões foram transferidos pela técnica transcervical para receptoras ciclantes 4 a 8 dias após a ovulação e 5 a 8 dias após o início da suplementação com progesterona para as éguas não-ciclantes. Diagnóstico de gestação foi realizado nos dias 12, 25 e 50 por ultra-sonografia transretal. Os dados foram analisados por Qui-quadrado e a significância estatística indicada pela probabilidade de P<0,05. As taxas de prenhez nos dias 12 (75,0, 75,9, 76,9, 76,6 e 73,3%) e 50 (61,8, 61,1, 61,5, 53,3 e 60,0%), bem como as de morte embrionária (17,5, 19,5, 20,0, 30,4 e 18,2%), foram similares (P>0,05) para as éguas controle e para os tratamentos 1, 2, 3 e 4, respectivamente, e entre as éguas controle e todas as não-ciclantes combinadas. Considerando-se as taxas de prenhez e de morte embrionária em receptoras não-ciclantes, resultados similares (P>0,05) foram observados após transferências para receptoras suplementadas com progesterona por 5 a 8 dias antes da transferência, bem como após transferências realizadas durante os meses de primavera e outono ou inverno. Adicionalmente, a administração diária de P4 injetável de curta ação forneceu resultados similares (P>0,05) aos da administração de uma alta dose (400 mg) em dias alternados. O presente estudo demonstra a adequação do uso de receptoras não-ciclantes tratadas com progesterona injetável de longa ação por 5 a 8 dias antes da transferência, evitando a grande mão-de- obra e estresse animal resultantes das injeções diárias de preparações de curta ação.

AVALIAÇÃO DA COLHEITA TRANSCERVICAL DE EMBRIÕES OVINOS DA RAÇA SANTA INÊS*

Silva, J.C1; Quintela, A. 1; Andrade Moura, J.C. 1; Resende, J. 1;

Gordiano, H. 1; Martins, L.P.1; Chalhoub, M. 1; Ribeiro Filho, A. de L. 1; Gusmão, A.L1

1 Escola de Medicina Veterinária – UFBA. (gusmao@ufba.br)

Um dos fatores que limitam a utilização da TE em ovinos é a dificuldade de serem realizadas colheitas pelo método não cirúrgico, devido ao obstáculo da transposição do canal cervical, já que este é longo, sinuoso e de diâmetro reduzido nesta espécie (Habert, et al. Theriogenology, v.33, n.5, p. 977-992, 1990). Com o objetivo de avaliar a eficiência da colheita transcervical de embriões em ovelhas da raça Santa Inês, 44 animais foram submetidos a um programa de MOET, sendo superovulados com 200mg de FSHp (Folltropin-V, Ventrepharm Inc., Canadá) em aplicações decrescentes a partir do 11º dia do programa e inseminados laparoscopicamente com sêmen fresco 36 horas após a retirada do progestágeno. As fêmeas foram divididas em três grupos. O G1- grupo controle (n= 13) não recebeu nenhum tipo de tratamento para dilatar o cérvix, o G2 (n=17) recebeu uma aplicação de 50µg de cloprostenol (Ciosin, Coopers, Brasil) 12 horas antes das colheitas, e no G3 (n=14) foi instilado 200µg de misoprostol (Cytotec, Searle, Brasil) no fundo de saco vaginal, cinco horas antes dos procedimentos. Estes medicamentos tinham como objetivo provocar uma dilatação cervical, a fim de viabilizar a colheita não cirúrgica. O grupo controle (G1) não permitiu a passagem do cateter e foi dessa forma encaminhado à colheita cirúrgica, juntamente com as fêmeas que receberam dilatadores cervicais, e que mesmo assim não foi possível a transposição cervical. Do G2, 59% das doadoras foram colhidas transcervicalmente enquanto 50% das fêmeas do G3 permitiram este procedimento. Quanto à resposta superovulatória, a quantidade de estruturas totais colhidas por doadora foi de 6,1, 6,5 e 7,0, e a relação de embriões viáveis nos grupos foi de 3,7, 3,3 e 4,0, respectivamente para os grupos G1, G2 e G3, mostrando não haver uma diferença significativa entre os grupos trabalhados, de acordo com o programa de estatística SPSS 11.0 (P> 0,05). Conclui-se com os trabalhos realizados que a técnica de colheita transcervical de embriões de ovinos da raça Santa Inês é possível em ovelhas pluríparas, mas que existe uma grande variação individual no grau de complexidade na transposição cervical em um mesmo grupo racial, mesmo utilizando para isso um dilatador cervical farmacológico, e que o resultado da colheita entre os grupos não diferiu, mostrando ser exeqüível a colheita transcervical de embriões em ovelhas Santa Inês em condições de campo.

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CRIOPRESERVAÇÃO E CULTIVO IN VITRO DE FOLÍCULOS PRIMORDIAIS CAPRINOS ISOLADOS

Rodrigues, A.P.R.1; Costa, S.H.F.1; Santos, R.R.; Lucci, C.M.2; Nunes, J.F. 1;

Ohashi, O.M.3; Rondina, D. 1; Figueiredo, J.R. 1

1Laboratório de Manipulação de Oócitos e Folículos Pré-antrais – LAMOFOPA, Faculdade de Veterinária, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, CE, Brasil. 2Universidade de Brasília, Brasília,

DF, Brasil. 3Universidade Federal do Pará, Belém, PA

Os objetivos deste estudo foram: 1) analisar a toxicidade do glicerol (GLI) versus etilenoglicol (EG), no experimento 1, bem como do dimetilsulfóxido (DMSO) versus propanodiol (PROH) no experimento 2, em duas concentrações (1,5 M e 3 M) sobre folículos primordiais; 2) verificar a viabilidade desses folículos após os procedimentos de congelação/descongelação e, 3) verificar a viabilidade dos folículos primordiais criopreservados após 24 h de cultivo in vitro. Para isso, uma gota de 100 µl de suspensão folicular contendo os folículos primordiais isolados, frescos, expostos (teste de toxicidade) aos crioprotetores (GLI, EG, DMSO ou PROH) ou criopreservados utilizando-se os crioprotetores anteriormente mencionados foi adicionada de 5 µl de azul de trypan e, observados ao microscópio invertido. A percentagem de folículos primordiais viáveis após o teste de toxicidade, criopreservação e cultivo in vitro foi avaliada pelo Qui-quadrado a 5% de probabilidade. Para o experimento 1, a percentagem de folículos primordiais viáveis após o teste de toxicidade variou de 77,6% (GLI 3 M) a 88,8% (EG 1,5 M) e foi similar (P>0,05) ao controle ou folículos frescos (97,0%). Resultados similares foram encontrados após a criopreservação, exceto para o GLI 3 M (64,8%). Após 24 h de cultivo in vitro a percentagem de folículos primordiais criopreservados em EG 3 M (46,8%) foi significativamente inferior aos folículos não criopreservados (82,8%), bem como aos folículos criopreservados em GLI (64,0%) e EG (64,0%), ambos a 1,5 M. Para o experimento 2, antes do cultivo in vitro, a percentagem de folículos primordiais viáveis após o teste de toxicidade (78,0%: PROH 1,5 M a 84,0% : DMSO 3 M) e criopreservação foi similar (P>0,05) ao controle (92,0%). Por outro lado, após 24 h de cultivo in vitro, a percentagem de folículos primordiais criopreservados em DMSO 1,5 M (63,0%) ou PROH 1,5 M (63,0%) foi significativamente inferior aos folículos não criopreservados, porém expostos (70,0%: DMSO 1,5 M e 78,0% PROH 1,5 M) ou não (81,0%) aos crioprotetores. Concluindo, este estudo mostrou que folículos primordiais criopreservados em GLI, EG, DMSO ou PROH na concentração de 1,5 M resulta em aproximadamente 50% de folículos viáveis após um curto período de cultivo in vitro.

DESENVOLVIMENTO POTENCIAL DE EMBRIÕES BOVINOS APÓS FERTILIZAÇÃO DE OVÓCITOS IN VITRO COM CATALASE E GnRH Martins Júnior, A.1; Calegari, R.S.1; Freitas, C.P.1; Zanon, J.E.O.1; Paschoal. D.M.1

1 Departamento de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal, UNESP, Araçatuba - SP, Brasil. amartins@fmva.unesp.br

Estudos anteriores têm mostrado que o GnRH e a catalase adicionados aos meios de maturação e fertilização, respectivamente, aumentaram a produção de embriões bovinos in vitro. O objetivo deste estudo foi avaliar se a adição de GnRH e catalase ao meio de fertilização poderia incrementar os índices de clivagem e de blastocisto. Ovócitos imaturos obtidos a partir de folículos com 2 a 7 mm de diâmetro foram selecionados para MIV após lavagem em meio de maturação base (MM-b), composto de Meio 199 com 2.2 mg/mL de bicarbonato de sódio, 50 µg/mL de piruvato de sódio, 50 µg/mL de sulfato de gentamicina, 1 mg/mL de álcool polivinílico, 1 IU/mL de r-hFSH (Gonal-F; Serono) and 10% de SFB. O preparo do sêmen e a inseminação foram realizados em m-DM; grupos de 15 a 20 oovócitos foram co-incubados com espermatozóides em gotas de 50 µL de m-DM (modified-defined medium) na presença de catalase (100 µg/ mL, Sigma Co.) e GnRH (Profertil, Tortuga), de acordo com o seguinte delineamento experimental: grupos I = 0 µg/mL; II = 0,01 µg/mL; III = 0,1 µg/mL; IV = 1 µg/mL; V = 10 µg/mL. Decorridas 5 horas da inseminação, os zigotos foram cultivados em 3 etapas designadas como horas pós-inseminação; etapa 1 (5 a 72h), etapa 2 (72 a 144h) e etapa 3 (144 a 168h), em meio m-SOF+NEA sem glicose, mas com glutamina (etapa 1) e com glicose e 5% de SFB, porém sem glutamina (etapas 2 e 3). Os índices de clivagem (C, 72h) e percentagens de mórulas/blastocistos (Mo/Bl,144h) e blastocistos/blastocistos expandidos(Bl/Bx, 168h) são relatados baseados no número de ovócitos selecionados para maturação. ANOVA e o teste-t foram utilizados para as análises estatísticas. O índice de clivagem foi maior (p<0,05) para o grupo V (82,1%) do que para os grupos I ao IV (73,6, 74,1, 71,4 e 73,0%, respectivamente), com resultados similares entre esses grupos. Nenhuma diferença foi observada no desenvolvimento para Mo/Bl entre os grupos IV e V (76,6 vs. 77,7%) ou no desenvolvimento para Bl/Bx (42,3 vs. 40,2%). Ambos grupos IV e V produziram mais (p<0,05) Mo/Bl e Bl/Bx do que os grupos I (61,8 and 27,3%, respectivamente), II (57,1 e 28,6%) e III (59,8 e 30,3%), sendo que tais resultados não foram diferentes entre esses grupos. Os dados mostraram um efeito embriotrófico aditivo da catalase e do GnRH quando adicionados ao meio de FIV e fornecem uma útil contribuição para melhorar a produção de embriões bovinos in vitro. Contudo, outros experimentos são necessários para investigar diferentes combinações entre esses compostos.

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EFEITOS DOS RETINÓIDES E DO IGF-I SOBRE A PRODUÇÃO DE EMBRIÕES BOVINOS IN VITRO

Oliveira, M.A.L.1; Lima, P.F.1; Reichenbach, H.-D.2; Weppert, M.3; Cavalcanti Neto,

C.C.4; Pina, V.M.R.5; Santos, M.H. B.5; Lima-Verde, I.B.5

1Departamento de Medicina Veterinária/UFRPE-Recife/PE, (maloufrpe@uol.com.br). 2Bayerische Landesanstalt für Landwirtschaft/Poing-OT Grub – Germany. 3Bayerisches Forschungszentrum für Fortpflanzungsbiologie/ Oberschleissheim – Germany. 4Departamento de Zootecnia/UFAL-Maceió/AL.

5Programa de Pós-Graduação em Ciência Veterinária/UFRPE-Recife/PE

Experimentos foram desenvolvidos para investigar os efeitos da adição do retinol e do ácido retinóico (AR) no meio de maturação de oócitos e do IGF-I no meio de cultura de embriões. A maturação in vitro foi realizada em meio básico de maturação (bMM), constituído de TCM 199, piruvato de sódio (50 µg/ml), bicarbonato de sódio (2.6 mg/ml), sulfato de gentamicina (50 µg/ml), álcool polivinílico (1 mg/ml), FSH (10 µg/ml), retinol (0,3 µM/ml) ou AR (0,5 µM/ml). A cultura de embriões foi efetuada em meio KSOM suplementado ou não com IGF-I (50 ng/ml). No Grupo I, o bMM foi enriquecido com retinol e os presumíveis zigotos colocados em gotas de meio KSOM, por dois dias e, a seguir, embriões com 2 a 4 células foram transferidos para novo meio KSOM suplementado ou não com IGF-I, por mais nove dias. As proporções de blastocisto foram avaliadas através do X2 e o número total de células pelo t-test. A suplementação do bMM com retinol e do meio KSOM com IGF-I (Grupo I) resultou no aumento (p < 0,05) do desenvolvimento dos embriões de 2-4 células para os estádios de blastocistos (bMM/retinol/KSOM: 20,18%; bMM/retinol/ KSOM/IGF-I: 35.16%), blastocisto expandido (bMM/retinol/KSOM: 15,4%; bMM/Retinol/KSOM/IGF- I: 32,62%) e blastocisto eclodido (bMM/retinol/KSOM: 2,75%; bMM/retinol//KSOM/IGF-I: 15,45%) quando comparado com oócitos/embriões tratados com bMM/KSOM (blastocisto: 5,73%; blastocisto expandido: 2,54%; blastocisto eclodido: zero) and bMM/KSOM/IGF-I (blastocisto 5,62%; blastocisto expandido: 3,12%; blastocyst eclodido: 0,0%). No Grupo II, a suplementação do bMM com AR e do meio KSOM com IGF-I elevou (p < 0,05) a porcentagem de embriões (2 a 4 células) que se desenvolveram até os estádios de blastocistos (bMM/AR/KSOM: 23,17%; bMM/AR/KSOM/IGF-I: 40,17%), blastocisto expandido (bMM/AR/KSOM: 14.56%; bMM/AR/KSOM/IGF-I: 37,79%) e blastocisto eclodido (bMM/ AR/KSOM: 4.26%; bMM/AR/KSOM/IGF-I: 19,6%) quando comparado with oócitos/embriões tratados com bMM/KSOM and bMM/KSOM/IGF-I (Grupo I). A adição do retinol ou do AR ao bMM e do IGF- I ao KSOM, aumentou (p < 0,05) o número de células embrionárias (bMM/retinol/KSOM: 71,08±7.61; bMM/retinol/KSOM/IGF-I: 94,24±5.89; bMM/AR/KSOM: 74,91±5.89; bMM/AR/KSOM/IGF-I: 99,21±3.64) quando comparado com os grupos de oócitos/embriões sem a adição dos retinóides e IGF-I (bMM/KSOM: 48,12±5.45; bMM/KSOM/IGF-I: 50,46±7.84). Os resultados permitiram concluir que a adição de retinóides ao meio de maturação de oócitos e de IGF-I ao meio de cultura de embriões, aumenta a produção de embriões bovinos in vitro.

UTILIZAÇÃO DE ESTUFA PORTÁTIL (LIFE®®®®®) PARA PRODUÇÃO IN VITRO

DE EMBRIÕES BOVINOS

Siqueira-Pyles, E.S.C.1; Pedrazzi, C.A.F.2; Landim-Alvarenga, F.C.1

1Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária FMVZ/UNESP, Botucatu - SP,

18618-000, Brasil. 2Ceafepe Tecnologia Veterinária Indústria e Comércio Ltda, Brasil.

cesarpedrazzi@globo.com

O presente trabalho teve como objetivo testar um modelo de estufa portátil gaseificada (Life® - Ceafepe Tecnologia Veterinária Ltda -Brasil .) para a maturação de ovócitos e posterior fertilização e cultivo in vitro de embriões bovinos. Foram utilizados ovários de abatedouro para a obtenção dos ovócitos, os quais foram divididos aleatoriamente entre três grupos: Gcontrole em placa, maturado em estufa convencional (Thermo Forma); Gcontrole em criotubo, maturado em estufa convencional; e GLife em criotubo. Para a maturação in

vitro os ovócitos foram colocados em 400µL de meio de maturação em placas Nunc (Gcontrole em placa)

ou em criotubos (Gcontrole em criotubo) em estufa convencional à 38,5ºC em 5%CO2 em ar, ou em criotubos cobertos com 300µL de óleo mineral na estufa Life à 38,5ºC em 5%CO2, 5%O2e 90% N2 durante 22 horas. Os ovócitos foram fertilizados (Dia D0) e após 18 horas colocados em co-cultivo nas placas ou criotubos de maturação na estufa convencional até o D7. A análise estatística foi realizada pelo teste de Tukey para comparação de proporções, com p<0,05. No D3 foram observadas taxas de clivagem de 69,5%(319/459) no Gcontrole em placa, 68,2% (90/132) no Gcontrole em criotubo e 73,0%(465/637) no GLife em criotubo, as quais foram estatisticamente semelhantes. No D7 de cultivo foram observadas taxas de produção de blastocistos de 28,6%a (63/220) no Gcontrole em placa, 40,4%ab (46/114) no Gcontrole em criotubo e 47,5%b (210/442) no GLife em criotubo. O melhor índice de produção de blastocistos com a utilização da estufa portátil Life® pode estar relacionado à atmosfera gasosa utilizada (5:5:90) que propicia uma menor formação de radicais livres no meio de cultivo. Os presentes resultados demonstraram ser viável a utilização da estufa portátil Life® para maturação de ovócitos bovinos e posterior produção in vitro de blastocistos.

Agradecimentos: FAPESP, Frigorífico FRIGOL e Profa. Lídia Raquel de Carvalho (Depto. Bioestatística IB/UNESP).

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PRODUÇÃO DE EMBRIÕES EM VACAS NELORE COM A UTILIZAÇÃO ASSOCIADA DE FIV E TE

Nonato Jr., I.1; Rufino, F.A.2; Sanches, B.V.2; Pontes, J.H.F.1;

Uvo, S.1; Ereno Jr., J.C.1; Seneda, M.M.2

1In Vitro Brasil – Central de Biotecnologia da Reprodução- Mogi Mirim -SP. 2Departamento de Clínicas Veterinárias , CCA, Universidade Estadual de Londrina, PR, 86051-990;

A produção in vivo de embriões (TE) tem sido substituída pelo processo in vitro (FIV), em grande parte dos programas de vacas zebuínas. O objetivo deste trabalho foi analisar o uso associado destes dois métodos na obtenção de embriões na raça Nelore. Vinte e três doadoras foram submetidas a 85 sessões de aspiração folicular, com média de 3,7 por animal durante 4,6 meses. Foram realizadas 85 sessões de aspiração folicular, totalizando 2270 oócitos viáveis, com 840 embriões transferidos. Obteve-se média de 26,7 oócitos e 9,9 embriões por cada sessão de aspiração. Intercalados aos procedimentos de FIV, foram realizadas 35 colheitas de embriões, sendo em média 1,5 por animal em 2,6 meses. Duzentos e vinte e seis embriões viáveis foram obtidos, com média de 6,4 transferidos por colheita. A taxa de prenhez para a FIV foi de 36,5 %, (310/849) enquanto que na TE foi de 46,5% (105/226). Os embriões obtidos in vivo viabilizaram maior percentual de prenhez, e os resultados parciais dos exames ultra-sonográficos têm mostrado uma melhor relação macho/ fêmea. Os procedimentos de FIV resultaram em um maior número de embriões produzidos, considerando o período de tempo. A realização das aspirações foliculares após as colheitas permitiu intervalo pequeno entre as colheitas, pois a punção dos folículos constitui medida preventiva ao aparecimento de cistos foliculares. Além disso, a aspiração folicular constitui método eficiente para controle da dinâmica folicular, aumentando a eficiência dos protocolos de superovulação. Os resultados sugerem que a associação das duas técnicas é