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A página apresenta­se com links sobre seleção, eventos, notas e defesas agendadas Os links fixos sobre o programa, as linhas de pesquisa e docentes, só se encontram organizados 

No documento Hipertexto, leitura e ensino (páginas 68-72)

no  topo  da  página,  enquanto  que  os  outros  se  repetem  no  topo,  na  lateral  ou  no  rodapé  da 

homepage. 

Cinco alunos marcaram a opção de que eram indiferentes ao posicionamento dos links  por acharem que sua posição não interfere na compreensão quando lêem em tela. 

O resultado referente a esse item ficou bem dividido, com sete (54%) preferindo ler palavras  marcadas no interior do texto, enquanto que cinco (38%) eram indiferentes. O primeiro grupo,  apesar  de  não ser  indiferente,  evidencia  leitores hipertextuais  experientes à  medida que esse  tipo de organização também exige um controle cognitivo eficiente dado que é preciso ter em

mente  o  texto  inicial  e  o  objetivo  da  leitura,  a  fim  de  não  se  “perder”  na  talvez  infinita  ou  seguramente extensa cadeia de nós que se relacionam entre si. 

3.2.2 Estratégias hipertextuais de leitura 

Partindo do fato de que as características do hipertexto vão ser, por vezes distintas do  texto  impresso,  é  necessário  pensarmos  sobre  que  estratégias  o  hiperleitor  fará  uso  para  compreendê­lo. 

Segundo Pinheiro (2005), o leitor do hipertexto, ao fazer uso das estratégias cognitivas  e  metacognitivas  diferencia­se  do  leitor  de  texto  impresso  devido  a  uma  especificidade  na  leitura  do  hipertexto  que  é  identificar/  selecionar  links  que  sejam  importantes  para  seu  objetivo, tornando­se, de certa forma, co­autor de um texto. 

De  acordo  com  Bolter  (2001)  “o  hipertexto  não  consiste  apenas  de  palavras  que  o  autor  escreveu,  mas  também  da  estrutura  de  decisões  que  criou  para  que  o  leitor  explore  a  página eletrônica” 

Apesar  dessa  organização  pensada  pelo  autor,  o  leitor  toma  constantes  decisões  a  respeito do que vai ler e como vai ler tendo em mente seu objetivo e essa seqüência foge ao  controle do autor. 

No que se refere ao gênero  homepage, objeto de estudo desta pesquisa,  sabemos que  este gênero textual surgiu com o advento da Internet e que não possui paralelo direto fora dela  (Askehave & Nielsen, 2004 apud Bezerra, 2007). Por conseguinte, no ambiente eletrônico, é  necessário pensar também que o leitor decide seu caminho de leitura, apesar da organização e  seleção dos links dispostos pelo autor na página virtual. Dessa forma, a leitura, apesar de pré­  concebida pelo autor goza de uma certa liberdade do leitor, que no ato de leitura pode optar  por várias alternativas propostas, definindo o texto, sua estrutura e seu sentido. 

Diante  dessa  imersão,  McAleese(1993  apud  Burgos,  2006)  defende  existir  cinco  modalidades de estratégias de leitura: 

a)  Procurar:  o  leitor  percorre  o  texto  eletrônico  em  detalhes  em  busca  de  uma  informação específica, previamente selecionada, investigando áreas do texto a fim de  alcançar um objetivo específico. 

c)  Focar: efetuar a busca a partir de pontos, áreas ou seções específicas.  d)  Restringir: delimitação a partir de um tema ou palavra unitária. 

e)  Pesquisar: leitura com o intuito de buscar uma visão geral do texto. O objetivo já está  definido e a finalidade é a de encontrar uma informação. 

Os objetivos da última e da primeira estratégias se assemelham, no entanto, a  primeira,  a  de  procurar,  é  feita  de  forma  minuciosa,  enquanto  a  última,  a  de  pesquisar,é  feita de forma mais geral. 

A estratégia de pesquisar pode­se subdividir em outras atividades que a fazem  funcionar : 

a)  Exploração: o leitor faz a descoberta de toda a informação existente. 

b)  Esquadrinhar: leitura superficial que abrange uma grande área de informação.  c)  Expandir:  estratégia  na  qual  o  leitor  integra  ao  hipertexto  eletrônico  pistas 

auxiliares que podem ser gráficas ou sintáticas 

“Essas três atividades estão relacionadas com a internalização de um modelo na mente  do  leitor,  que  é  utilizado  como  solução  para  encontrar  trilhas/elementos  implícitos  que  auxiliem a sua leitura.” (BURGOS, 2006, p.5) 

A autora defende também 3 outras estratégias: 

Conduzir: “onde o leitor imagina um objetivo e direciona a sua leitura seguindo etapas pré­  estabelecidas. Estratégia muito utilizada em conteúdos de aprendizagem que utilizam índices  ou glossários.” 

Explorar:  o  leitor  identifica  todo  o  conteúdo  do  site  apenas  explorando  o  conteúdo  hipertextual eletrônico, sem internalizar nenhuma temática prévia de leitura. 

Vaguear:  percorrer  de  forma  aleatória  e  superficial  o  ambiente  eletrônico,  sem  nenhum  objetivo exclusivo de leitura. 

3.3 Tipos de leitores: do contemplativo ao imersivo 31 

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Conforme já discutimos anteriormente (c.f. capítulo 2), diante da concepção de  leitura que se tem, bem como dos objetivos e dos objetos de leitura, as habilidades perceptivas  e  cognitivas  implicadas  na  leitura  de  diferentes  materiais  podem  caracterizar  três  tipos  de  leitores segundo exposto por Santaela, 2004: 

a)  O leitor contemplativo: aquele da idade pré­industrial, da era do impresso e da imagem  fixa. Surge no Renascimento e se mantém até meados do século XIX. 

b)  O  leitor  movente:  leitor das  misturas sígnicas que surgem  juntamente com o período  da Revolução Industrial e conseqüentemente dos  grandes centros urbanos. Além das  características  mesmas do  leitor contemplativo, esse precisa  mudar  sua percepção de  leitura à medida que passa a ser também leitor de jornal, da fotografia e do cinema.  c)  O leitor imersivo: surge com o início da revolução eletrônica. Esse leitor se diferencia 

do  primeiro  tipo  de  leitor,  dado  o  seu  objeto  de  leitura.  O  leitor  contemplativo  lida  com um objeto manipulável, o livro, enquanto que o leitor em tela, não pode manuseá­  la diretamente. As diferenças não param por aí, como veremos mais detalhadamente.  O leitor imersivo, guarda semelhanças com o leitor da Antigüidade, à medida que,no  livro em rolo, o  texto corre verticalmente ao ser desdobrado manualmente, em tela, o  mesmo  corre  pelo  comando  de  uma  tecla  ou  do mouse.  Outra  semelhança  se  dá,  no  sentido  das  referências:  paginação,  índice  e  recorte  do  texto.  Apesar  dessa  similaridade,  o  leitor  imersivo  tem  mais  liberdade  já  que  pode  escolher  os  nexos  a  seguir. Desse modo, a leitura não pode ser passiva, dado que sem a iniciativa de busca  de direções e rotas, esse tipo de leitura não ocorre.  Segundo Burgos (2006), até a década de 80 não havia nenhuma novidade na forma de  leitura na tela do computador. O monitor era monocromático e a leitura era feita linearmente,  semelhante ao livro impresso. A partir de 1985, a arquitetura dos sítios virtuais se modificou e  foram acrescidos hiperlinks 32 , sons, animação, vídeos, cores e elementos gráficos. Surge daí a  hipermídia. 

Os  hiperlinks,  que  permitem  acesso  instantâneo  a  múltiplos  textos,situados  na  web  “são  um  elo  entre  hipertextos  eletrônicos  de  temáticas  idênticas  ou  semelhantes,  cuja  ligação(interconexão) é determinada pelo autor da página por meio de uma palavra. Através 

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dos hiperlinks e de seu repertório pessoal o leitor participa da construção da significação que  o texto assume, tornando assim cada leitura uma construção particular.(Burgos, op.cit)  De acordo com a autora na arquitetura do sítio virtual podemos identificar características  tais como:  a)  Multicanalidade: diferentes canais de comunicação em um mesmo ambiente.  b)  Fragmentação:textos ou partes de texto ocultos nos links.  c)  Descentralização do espaço: vários centros em um mesmo documento.  d)  Interatividade: cada leitor percorre um caminho de leitura individual. 

Tais  características,  conforme  a  autora,  exigem  do  leitor  saberes  múltiplos  não  só  relacionados  a  estrutura  do  suporte  bem  como  os  conhecimentos  de  mundo  e  leituras  semióticas necessárias para construir significado durante a leitura hipertextual. 

No documento Hipertexto, leitura e ensino (páginas 68-72)