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Apresentar, no prazo máximo de 120 dias, o cronograma e o projeto para travessia do distrito de Cardeal Mota, conforme discutido com representante da comunidade:

• Alargamento da pista – o projeto prevê o conceito de “avenida/rua parque sanfonada”, com duas pistas de cada lado do canteiro central, (uma de asfalto e uma de pedra ou material similar desacelerador), nos trechos que contém as reservas de áreas públicas de 15 metros, conforme legislação (loteamentos aprovados e a serem aprovados com esta reserva) e áreas hoje pertencentes à municipalidade. Nos outros trechos onde as edificações já não observaram o afastamento, manter a pista única, mas com acostamentos/estacionamentos em um dos lados (material: pedra ou similar);

• Implantar ciclovia no lado direito (sentido BH/Conceição do Mato Dentro) com materiais adequados e cores indicativas e passeios para pedestres nos dois lados da rodovia com materiais e cores indicativas apropriadas (em pedra ou material similar); • Implantar travessias seguras para pedestres – passadiços térreos, com materiais e cores

diferenciadas que explicitem a hierarquia do pedestre em relação aos veículos e rotatórias nos principais pontos de cruzamentos, com arborização nativa e materiais antiderrapantes (pedra ou similar) no seu entorno;

• Alargar ponte sobre córrego Vacaria, implantar passarela de pedestre sobre o rio Cipó e sobre o córrego Vacaria e deixar previsão de canalizações subterrâneas para passagem

72 das fiações elétricas, telefônicas e do futuro escoamento de efluentes de esgoto sanitário.

Comentário do DER/MG:

O projeto da Travessia de Cardeal Mota, atualmente Travessia da Serra do Cipó está concluído, com a previsão de rotatórias, passadiços, alargamento de vias, passeios, ciclovia, incluindo o projeto de restauração da ponte sobre o rio Cipó com a previsão de passarela e alargamento da ponte sobre o Córrego Vacaria. Estes projetos estão sendo orçados para que seja feita a licitação para execução das obras (Figuras 5.10).

Figuras 5.10 e 5.11 – Medida compensatória: Travessia urbana de Cardeal Mota, MG. Fonte: Acervo do autor.

Comentário da SUPRAM CM:

De acordo. Os projetos foram apresentados e as alterações discutidas e aprovadas pelo SISEMA e pelo IBAMA/ICMBio, ressaltando que a concepção destas alterações se demonstrou em consonância aos projetos originalmente apresentados

18. Apresentar, no prazo máximo de 120 dias, o projeto da nova estrada de acesso à sede administrativa do Parque Nacional da Serra do Cipó, conforme medida compensatória estabelecida pelo IBAMA/MG nas Autorizações nº 135/95 e nº 139/01.

73 Nas autorizações do IBAMA foram feitas algumas exigências como a implantação de novo trecho de acesso à sede do Parque Nacional da Serra dó Cipó e uma Torre de Observação de incêndios.

Foi apresentado ao IBAMA projeto em tempo hábil. Entretanto, por solicitação do mesmo, através do OF. Nº 21/2006 – DILIF/ NLA/ IBAMA/ MG de 22/02/2006, foram solicitadas mudanças nesta condicionante, como a melhoria do trecho que liga a rua do Engenho ao Vale da Bocaina.

O restante dos recursos seria aplicado na construção da portaria da nova sede, construção de um acesso dentro do Parque e de um mirante que serviria também de posto de observação. Todos os projetos foram concluídos. Os projetos para construção de mirante e portaria foram encaminhados ao DEOP para que sejam orçados e licitados. O projeto de acesso ao Parque está em fase de orçamento.

Comentário da SUPRAM CM:

De acordo. Após um longo período de discussão entre o IBAMA/ICMBio e o DER/MG, foram redefinidas as medidas compensatórias das obras em questão. O SISEMA não nenhuma objeção em relação ao decidido entre as duas partes.

19. Apresentar, no prazo de 120 dias, projeto para implantação e manutenção anual de aceiros marginais ao longo da rodovia.

Comentário do DER/MG:

Implantação e manutenção anual de aceiros marginais ao longo da rodovia: Foi acordado com técnicos da FEAM e do IBAMA que tais aceiros seriam mais prejudiciais do que benéficos, uma vez que na realização dos mesmos a flora endêmica existente seria destruída, ficando o solo altamente friável, exposto a processos erosivos. È constatado que a imensa maioria dos incêndios não partem da rodovia.

74 De acordo. O entendimento final é que o DER/MG faria a manutenção da rodovia conforme a sua obrigação e competência e o IBAMA/ICMBio faria o mesmo, em relação ao PARNA Serra do Cipó e a APA Morro da Pedreira.

20. Apresentar e implantar, no prazo máximo de 120 dias, o projeto de recomposição física dos taludes de corte e aterro, de proteção vegetal e de implantação de sistema de drenagem superficial adequado para os locais de captação dos córregos Vintém e Água Quente, próximos a cidade de Conceição do Mato Dentro.

Comentário do DER/MG:

As obras de proteção ambiental dos locais de captação dos Córregos Vintém e Água Quente foram realizadas e encontram-se hoje monitoradas pela Prefeitura Municipal de Conceição do Mato Dentro. Comentário da SUPRAM CM:

De acordo. Os serviços foram realizados em consonância aos projetos apresentados pelo DER/MG, cuja documentação consta no processo/arquivos do SISEMA.

21. Apresentar, no prazo de 180 dias, proposta de implantação de acostamentos e paradas de ônibus ao longo da Rodovia, apresentando o projeto de estrutura física (baias), informando os locais a serem utilizados.

Comentário da SUPRAM CM:

O projeto arquitetônico dos abrigos de ônibus foi apresentado à FEAM e aprovado.

Foram definidas duas áreas próximas à interseção à Serra Morena para implantação dos mesmos

Comentário da SUPRAM CM:

De acordo. Os projetos foram apresentados e aprovados pela FEAM e integram o processo de LI.

75 22. Apresentar, no prazo máximo de 180 dias, proposta de legislação para ordenamento do uso e ocupação do solo na faixa de domínio, ao longo do trecho compreendido entre o antigo posto de fiscalização da Receita Estadual e Conceição do Mato Dentro.

Comentário do DER/MG:

Foi apresentado à FEAM e ao IBAMA um parecer da Procuradoria Jurídica do DER/MG a respeito de legislação específica para ordenamento do uso e ocupação do solo na faixa de domínio ao longo do trecho.

Comentário da SUPRAM CM:

De acordo. Além do encaminhamento das legislações de uso e ocupação do solo dos municípios de Jaboticatubas, Santana do Riacho e Conceição do Mato Dentro, o DER/MG tem reiterado inúmeras vezes, a sua incompetência para legislar além da faixa de domínio e da área não edificante das rodovias sob a sua responsabilidade.

Neste contexto, considerando as dificuldades encontradas pelos municípios, relativa à ocupação urbana, em função das atividades econômicas, neste caso, em decorrência do turismo desordenado, faz-se necessária a adoção de medidas específicas do poder público, nas diferentes esferas, visando o ordenamento territorial dos municípios.

23. Formalizar, no prazo máximo de 180 dias, processo de licenciamento corretivo para o trecho da rodovia MG-010, entre as pontes sobre o rio das Velhas e sobre o córrego Vacaria. Comentário do DER/MG:

O DER em tempo oportuno protocolou na FEAM o FCE correspondente. Entretanto, pela Deliberação Normativa DN/74, tais serviços não são passíveis de licenciamento. Salientamos que os serviços foram executados em oito áreas degradadas ao longo da MG-010 no referido trecho.

76 De acordo: A Deliberação Normativa COPAM nº 74/2004 reduziu drasticamente o número de licenciamentos no Estado. O licenciamento de uma rodovia já implantada e em operação, como o segmento citado da MG 010, não está previsto nesta Deliberação Normativa.

24. Executar, no prazo de 180 dias, a reforma do prédio do Posto Fiscal da Receita Estadual localizado à margem direita da rodovia MG-010 (sentido Belo Horizonte – Cardeal Mota), para instalação do grupamento da Polícia Florestal e sede da APA Morro da Pedreira.

Comentário do DER/MG:

Atualmente, não existe interesse do Instituto Chico Mendes e nem da gerência da APA Morro da Pedreira na utilização do mesmo e sua responsabilidade passou a ser da Secretaria de Planejamento do Estado de Minas Gerais.

Comentário da SUPRAM CM:

De acordo. O ICMBio já manifestou oficialmente de que não tem mais interesse pelo

prédio/sede em questão, o que é uma pena, pois a localização do mesmo é privilegiada, junto à entrada do distrito da Serra do Cipó. Sugere-se ao Ministério Público que recomende o uso deste local para alguma finalidade associada à educação/ proteção ambiental.

25. Instalar, prazo de 180 dias, torre de vigilância contra incêndios com respectivos equipamentos, no Parque Nacional da Serra do Cipó, em local a ser definido pelo IBAMA, que deverá operar a mesma.

Comentário do DER/MG:

Esta condicionante foi modificada, conforme descrito no relatório, através da condicionante 18, sendo substituída pela construção de mirante para observação. O projeto está concluído e a contratação destes serviços está sob responsabilidade do DEOP.

Comentário da SUPRAM CM:

De acordo. O interesse de modificação desta condicionante já foi formalizado oficialmente pelo ICMBio, conforme documentação que integra o processo de LI.

77 Diante do “pseudo-debate”apresentado, percebe-se o malogro deste processo de Licença de Instalação em caráter corretivo. Pode-se observar com base nos comentários feitos pelo DER/MG, como pela SUPRAM CM, que passados mais de 15 anos, o processo de licenciamento não foi concluído, independentemente das justificativas apresentadas no Relatório analisado.

Nota-se, que durante o processo de licenciamento do empreendimento as “Obras de melhoramentos e pavimentação da rodovia MG 010 – Trecho Córrego Vacaria – Conceição do Mato Dentro”, as obras propriamente ditas, foram paralisadas inúmeras vezes, os cronogramas de execução descumpridos, e, consequentemente, com comprometimento ambiental. Embora as paralisações tenham sido sempre justificadas pela falta de recursos orçamentários, percebe-se, que na maioria das vezes, não são apenas por questões financeiras, e sim pela falta de planejamento. Ora, é muito grave a situação quando verificamos que o licenciamento vem se arrastando todos estes anos. É bem verdade que muitas das condicionantes analisadas encontram-se concluídas, porém, o processo de licenciamento, até a conclusão desta Dissertação, não havia sido finalizado.

Ressalta-se, que sob o ponto de vista do controle de obras, propriamente ditas, a condição ambiental apresenta-se satisfatória, uma vez que as situações que demandaram ações, tanto por parte do empreendedor, como pelo órgão licenciador foram bem equacionadas. Entretanto, sob o aspecto administrativo é inadmissível aceitar prazos tão longos para a conclusão de um processo de licenciamento ambiental, independentemente da importância desta ligação rodoviária, um empreendimento considerado pelo Governo do Estado como a primeira Estrada Ecológica mineira, que poderia demandar maior tempo de análise, sobretudo, em função do patrimônio natural e histórico em que está inserida esta rodovia.

A explicação para isto é axiomático: o Estado, e aqui, representado pelo poder executivo estadual e o federal, sempre foi bastante rigoroso com os seus clientes rodoviários, exigindo das Empresas Concessionárias, tudo que foi estabelecido nos contratos de concessões. Porém, este mesmo Estado não tem apresentado a mesma coerência em relação à administração do

78 licenciamento de suas rodovias, principalmente quanto à manutenção das mesmas, conforme observado na pesquisa. Diferentemente do que se percebe nas rodovias administradas pelas concessionárias, ressaltando, que isto ocorre não por incapacidade técnica dos Departamentos de Estradas, mas geralmente por questões meramente de caráter administrativo.

A titulo de complementação, o Anexo III apresenta fotos dos empreendimentos, discutidos neste este estudo, ilustrando as diferentes obras implementadas nas vias ao longo dos processos de licenciamento ambiental.

79 6.CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES:

Com base na Pesquisa desenvolvida, e considerando, sobretudo, o universo da amostragem definida (Estudo de Caso e trechos selecionados), concluímos que não há a menor dúvida, quanto ao avanço representado pelo licenciamento ambiental de obras rodoviárias em Minas Gerais, realizado nos últimos 20 anos, por intermédio do COPAM. Esta constatação se faz, principalmente, em relação ao conforto ambiental e a segurança dos usuários das rodovias licenciadas, tanto para aquelas administradas pelos Departamentos de Estradas (estadual e federal), como aquelas que estão sob a responsabilidade das empresas concessionárias.

Cabe esclarecer, que apesar dos avanços observados, entendemos que o modelo adotado em Minas Gerais, está longe de ser o ideal. Isto pode ser comprovado quando observamos que o sucesso do licenciamento de rodovias no Estado ficou dependente do cumprimento das condicionantes estabelecidas, quando da concessão destas Licenças.

Constatamos ainda, que no caso das rodovias administradas pelos Departamentos de Estradas, o atendimento às condicionantes ficou, muitas vezes, restrito ao mínimo necessário à operação das vias, sem houvesse compromisso do Estado, para o cumprimento das referidas condicionantes, restringindo apenas à execução de medidas mitigadoras e de controle ambiental rotineiras, como a implantação de dispositivos do sistema de drenagem, a recuperação de taludes de cortes e de aterros, os serviços de revegetação e plantios, etc.

Outro fato observado durante as discussões dos processos de licenciamento estudados, é que as rodovias concessionadas em Minas Gerais, apresentaram um melhor desempenho, no que tange ao atendimento as condicionantes, diferentemente, do que ocorrido com o Estudo de Caso, cuja licença foi concedida ao Estado. Entretanto, cabe ressaltar, que o número de quilômetros da malha rodoviária mineira, administrados pelas empresas concessionárias, é pouco representativo, aproximadamente 900,00 km, quando comparado à malha rodoviária administrada pela União e pelo Estado, de aproximadamente 24 000,00 km.

Constatamos ainda, que sempre que foram cumpridas as condicionantes, os resultados dos licenciamentos apresentaram melhores performances, independentemente do empreendedor ser

80 público ou privado. Cabe informar que também foi identificada, durante a pesquisa realizada, a grande dificuldade dos órgãos estaduais em fiscalizar os empreendimentos por eles licenciados. Ressalta-se que os motivos das limitações e da ineficiência da fiscalização, por parte do Estado, não foram objeto de discussão neste estudo.

Entendemos ainda, que o cumprimento das condicionantes de um licenciamento, não deveria ocorrer apenas, quando houver facilidade de atendimento para o empreendedor. Em linhas gerais, o licenciamento ambiental requer esforços, sacrifícios e tomada de decisões, como, por exemplo, a elaboração e adequação de novos projetos, maior disponibilização de recursos financeiros, discussão com a sociedade, e, inclusive, devendo considerar a possibilidade da não execução do empreendimento, e/ou da maneira originalmente desejada.

Neste contexto, com base na Pesquisa realizada e no seu universo de amostragem, recomendamos que o modelo estadual de licenciamento ambiental de rodovias, no âmbito do SISEMA/COPAM, deva ser objeto de discussão e de avaliação pela sociedade (órgãos licenciadores e empreendedores), visando melhorar a qualidade desses licenciamentos e, consequentemente, os serviços prestados à sociedade mineira.

Recomendamos, ainda, a elaboração de uma norma regulamentadora específica para o setor rodoviário, a exemplo do que já foi feito pelo próprio SISEMA, para o licenciamento de outros empreendimentos lineares.

81 7- DESAFOGO

“De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.”

(O Encontro marcado/Fernando Sabino-1956) (SABINO,1984)

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