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O Concelho de Armamar pertence a uma região fortemente rural, onde o sector secundário, embora nos encontremos no século XXI, ainda não tem expressão ou força empregadora (Pré-diagnóstico Social do Concelho de Armamar, 2005).

A Natureza das Empresas com sede no concelho de Armamar e a distribuição da população activa por sectores de actividade económica, expressa claramente estar-se em presença de um município pouco industrializado, onde a agricultura assume um importante papel.

O sector Secundário vive basicamente sustentado pelo comércio, e começa, agora, a vislumbrar-se, nas últimas décadas, a hipótese da exploração da vertente turística do Douro. Tem-se vindo a assistir a um crescimento de actividades paralelas à viticultura ou com ela relacionadas, como o turismo, o enoturismo e o comércio.

De acordo com o Pré-Diagnóstico Social da Câmara Municipal de Armamar as empresas do concelho são na sua maioria pequenas empresas familiares, com mão-de-obra pouco qualificada e representam apenas 0,05% das empresas existentes a nível nacional

O sector secundário, no concelho de Armamar, tem a sua maior expressão na indústria transformadora, com 258 empresas e com uma representação de 42%.Este sector é constituído, essencialmente, por produções agro-alimentares vinhos e transformação de carnes (Pré- Diagnóstico Social da Câmara Municipal de Armamar, 2005).

No sector terciário, a empresa com maior índice de empregabilidade é certamente a Câmara Municipal que emprega 150 pessoas (Pré-diagnóstico Social do Concelho de Armamar, 2005).

Sem dúvida, o sector Primário é a grande alavanca de desenvolvimento do concelho, sendo a cultura da vinha e da maçã a principal fonte de rendimento do concelho. A parte Sul do concelho é ocupada pela cultura da maçã, que se expande por mais de 1500ha, o que representa cerca de 30% da Superfície Agrícola Utilizada. De acordo com dados do INE (Anuário Estatístico da Região Norte, 2004), nos anos 2002/2003 foram plantadas 82.065 árvores de fruto no concelho, destas, 62.970 (76,7% do total) foram macieiras. Segundo a Associação de Fruticultores de Armamar, produzem-se actualmente no concelho cerca de 50.000 toneladas de maçãs, o que em termos económicos, é muito significativo.

Na parte Norte do concelho, mais virada para as margens do Douro, têm lugar os vinhedos que trepam em anfiteatro pelas encostas, pertencentes à Região Demarcada dos Vinhos do Douro. Só nas últimas duas décadas, os 13 concelhos que integram o Alto Douro Vinhateiro perderam 15% dos seus habitantes, ficando reduzidos a pouco mais de 180 mil pessoas. Apesar de todos os esforços, tem sido difícil travar a deslocação dos habitantes para o estrangeiro ou para o litoral. Para combater a falta de mão-de-obra, muitos proprietários rurais recorreram ao trabalho de imigrantes. Trezentos anos depois de os espanhóis terem ajudado a erguer os socalcos do Douro, são os

ucranianos e moldavos que ajudam a extrair das entranhas da região o precioso néctar.

Embora no Douro se produza um bem que é a principal exportação do sector primário - o vinho do Porto e os vinhos de mesa do Douro - esta é também uma das regiões menos desenvolvidas do país. Mais de 90% dos trabalhadores da região duriense são pequenos agricultores, que vivem apenas da vinha e do vinho (Gabinete Técnico da Associação Comercial e Industrial da Régua – ACIR, 2008).

Na zona vinhateira, onde se encontram alguns dos concelhos mais pobres e atrasados de toda a União Europeia, nomeadamente Cinfães, Resende, Armamar, Sabrosa, Tabuaço e Carrazeda de Ansiães, o poder de compra dos habitantes é de 40% o que representa uma situação de fragilidade mesmo em relação à Região Norte, onde o poder de compra já atinge os 83% (INE Estudos sobre o poder de compra concelhio, 2008).

Sendo o sector Primário o grande empregador, a situação financeira dos habitantes acaba por se ressentir, uma vez que muito deste trabalho é apenas sazonal e o salário médio dos habitantes raramente ultrapassava, em 2006, os 602,3€ (INE, INFOLINE). Vale a muitas destas pessoas o apoio social prestado através do Rendimento Social de Inserção.

2.4.1 Poder de Compra

Dos 308 concelhos que fazem parte do território nacional, apenas 27 registaram, em 2004, valores do Indicador de poder de compra per capita, superiores à média nacional. Na quase totalidade, estes concelhos são constituídos por centros urbanos com mais de 10.000 habitantes, o que significa que é nos grandes centros, nas grandes aglomerações, que se registam valores mais elevados de poder de compra. Encontram-se neste grupo, quatro concelhos da Grande Lisboa – Lisboa, Oeiras, Cascais e Amadora, dois no Grande Porto – Porto e Matosinhos, dois no Litoral Algarvio – Albufeira e Faro e ainda dois concelhos do Centro – Coimbra e Aveiro.

A contrastar com os “dez mais”, temos os “dez menos”, concelhos onde o poder de compra não atinge sequer os 50% da média nacional. Trata-se de concelhos periféricos, com características de interioridade, onde encontramos o concelho de Armamar. Do Distrito de Viseu temos ainda neste grupo os concelhos de Resende, Cinfães e Sernancelhe.

Embora com um aumento significativo e gradual ao longo dos últimos 10 anos, verificamos que Armamar ainda se encontra numa situação bastante frágil, quer em relação à média nacional, quer aos níveis da Região Norte e Distrito de Viseu.

Indicador do poder de compra (%)

Áreas Geográficas Anos 2004 2002 2000 1997 1995 Armamar 44,55 39,71 37,33 34,66 30,12 Viseu 87,77 91,58 95,39 86,50 91,54 Região Norte 83,90 85,58 85,96 83,17 81,87

Tabela 7 - Indicador do Poder de Compra (%)

Fonte: INE - Estudos sobre o poder de compra concelhio

Com um PIB per capita de 75% da média da União Europeia (EU), Portugal é o 19º país dos 27 em termos de poder de compra, segundo dados revelados pelo Gabinete Europeu de Estatística (Eurocrata, 2008).