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Armazenamento de petróleo e derivados

No documento INTRODUÇÃO À INDÚSTRIA DO PETRÓLEO (páginas 72-76)

Nas bases os derivados são armazenados em tanques apropriados, de acordo com suas características.

5.2.1. Tanques atmosféricos

São equipamentos destinados ao armazenamento de combustíveis líquidos e gasosos, sendo construídos em dimensões e formas variadas, dependendo do tipo de produto e da quantidade a ser estocada. Um exemplo é mostrado na Figura 5.6.

Figura 5.6 – Tanque atmosférico

O material mais empregado na fabricação dos tanques é o aço carbono, sendo raro o emprego de outros materiais, a não ser em tanques de pequeno porte, utilizando-se alumínio ou aço inoxidável.

Tendo em vista a corrosão atmosférica, costuma-se revesti-los com películas protetoras, como zarcão, tintas especiais, galvanização com zinco, etc., e internamente com tinta de silicato

A construção de um tanque de armazenamento representa um elevado investimento de capital, devendo, portanto, seguir rígidos padrões de segurança, afinal armazenam muitas vezes produtos perigosos e/ou com alto valor comercial. Normalmente são construídos no próprio canteiro de obras por profissionais qualificados para a realização dos processos de soldagem, radiografia, montagem etc., sendo submetidos a rigorosos ensaios não destrutivos, tais como ultra-som, partículas magnéticas e gamagrafia, no intuito de assegurar a máxima segurança operacional quando for colocado em uso.

5.2.2. Armazenamento sob pressão

Alguns hidrocarbonetos não são líquidos à pressão atmosférica e necessitam ser armazenados a pressões superiores, para continuarem líquidos. Neste caso, os produtos são armazenados em vasos de pressão, que podem ser de 2 tipos:

• Cilíndricos: são cilindros com calotas de vários formatos: elipsoidal, hemisférico, cônico, torocônico e torosférico. Normalmente são usados para volumes relativamente pequenos (100 a 200 m3). • Esféricos: são usados para volumes maiores (2.000 a 3.000 m3).

A Figura 5.7 apresenta um vaso de pressão esférico.

Há também as instalações refrigeradas, onde o próprio produto é usado na refrigeração. Neste caso, a pressão de armazenamento é baixa, com economia no material do reservatório (todavia, o custo operacional é maior).

Figura 5.7 – Vaso de pressão esférico

Deve-se notar que estes tanques de armazenamento sob pressão não devem ficar completamente cheios com o produto, pois com a expansão causada pelo aumento da temperatura, teremos grande aumento de pressão no vaso, abrindo-se a válvula de segurança ou rompendo-se o vaso, no caso de haver falha na válvula.

que deve ser controlada com bastante atenção, não devendo nunca alcançar a abertura das válvulas de segurança, devendo ser mantida sempre abaixo desse limite.

Quando a pressão do tanque começar a subir muito, o mesmo deverá ser despressurizado (para outro tanque de pressão mais baixa, para a tocha, ou mesmo, em último caso, para a atmosfera) ou resfriado.

5.2.3. Bacias de contenção

Os tanques de armazenamento devem estar contidos dentro de uma bacia de contenção que possa conter eventuais derrames em caso de sinistros. A NBR 7505, que regulamenta a armazenagem de produtos, prevê a sua necessidade, bem como estabelece os critérios para sua construção, principalmente no que tange à sua capacidade.

Diz a norma que uma bacia de contenção deve conter o volume equivalente ao seu maior tanque, mais 10% do somatório de todos os demais.

Ressalte-se que, em atendimento às normas hoje vigentes, deverão as bacias ser impermeabilizadas, de modo a não permitir a contaminação do solo e de possíveis lençóis freáticos existentes na região.

5.2.4. Classificação na área

De acordo com as finalidades a que se destinam podem se classificar os tanques de várias formas:

• Tanques de armazenamento – onde são estocados os derivados (gasolina, querosene, diesel, GLP, etc.) e produtos de alimentação para unidades de processo, quando for o caso.

• Tanques de recebimento – onde os produtos saídos de uma unidade são armazenados, podendo ser enviados para outra unidade ou para armazenamento final, se estiverem dentro das especificações.

• Tanques de resíduo – onde os produtos fora de especificação, ou provenientes de operação indevida são armazenados, aguardando reprocessamento.

• Tanques de mistura – onde são feitas misturas de produtos ou são adicionados aditivos, para depois serem enviados para armazenamento final, quando dentro das especificações.

Relativamente à posição, podem ser verticais (grande porte e capacidade volumétrica) ou horizontais (baixa capacidade volumétrica, armazena normalmente produtos especiais, solventes, etc.).

e os de teto flutuante. Produtos não voláteis, como diesel, óleo combustível e lubrificantes, são armazenados em tanques de teto fixo, sem necessidade do selo flutuante; já os produtos mais voláteis, tais como gasolina e nafta, reduzem as perdas por evaporação com a utilização do selo flutuante, que consiste num selo muito fino, de material especial (espuma de uretano, neoprene) que não produza faísca por ocasião de atrito, de tal forma que, flutuando sobre o produto, praticamente elimina o contato da superfície líquida com o oxigênio, o que contribui para a segurança do armazenamento.

Há também os tanques de teto móvel, muito semelhantes aos de teto flutuante, residindo a diferença numa câmara de vapor, cuja pressão faz com que o teto se desloque no sentido vertical, orientado por guias. Sua utilização é mais freqüente para o armazenamento de gás de rua, propano e amônia.

Já para armazenar gás processado, podem ser utilizados tanques com teto móvel, cujo funcionamento estrutural é telescópico; à medida que o produto vai entrando no tanque, o teto vai subindo, e um sistema de encaixe faz as paredes da estrutura acompanharem o movimento.

A Figura 5.8 ilustra uma base de armazenamento.

BIBLIOGRAFIA

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No documento INTRODUÇÃO À INDÚSTRIA DO PETRÓLEO (páginas 72-76)

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