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Operações de suporte

No documento INTRODUÇÃO À INDÚSTRIA DO PETRÓLEO (páginas 63-68)

Muitas das operações importantes de uma refinaria não estão diretamente envolvidas com a produção de derivados, mas desempenham um papel de suporte. Tais operações serão brevemente descritas a seguir.

Figura 4.13 – Tratamento DEA para GLP e Gás Combustível

4.5.1. Tratamento de Efluentes

Volumes relativamente grandes de água são usados pela indústria de refino de petróleo. Basicamente, quatro tipos de efluentes são produzidos em uma refinaria: águas contaminadas coletadas a céu aberto, águas de refrigeração, águas de processo, e efluentes sanitários.

Grande parte da água utilizada no refino de petróleo é usada para resfriamento. A princípio, a água de refrigeração não entra em contato direto com as correntes de óleo, e, portanto, contém menos contaminantes do que a água de processo. A maior parte da água de refrigeração é reciclada indefinidamente, ou então é enviada para uma unidade de tratamento de efluentes, a fim de que se controle a concentração de contaminantes e o teor de sólidos.

As torres de refrigeração são equipamentos que resfriam a água usando o próprio ar do ambiente. Após o resfriamento, a água é, usualmente, reciclada de volta para o processo. Em alguns casos, entretanto, a água de refrigeração passa apenas uma vez pela unidade de processo e é, então, descarregada diretamente e sem tratamento, na unidade de tratamento de efluentes.

As refinarias de petróleo normalmente utilizam tratamento primário e secundário de seus efluentes. O tratamento primário consiste na separação do óleo, água e sólidos em dois estágios. No primeiro estágio, um separador API ou outro separador água e óleo é utilizado.

O segundo estágio utiliza métodos químicos ou físicos para promover a separação dos óleos emulsionados no efluente. Os métodos físicos podem incluir o uso de uma série de tanques de decantação, de grande tempo de retenção, ou mesmo o uso de flotadores a ar induzido.

No tratamento secundário, o óleo dissolvido e outros poluentes orgânicos são biologicamente consumidos por microorganismos. O tratamento biológico normalmente requer a adição de oxigênio, que pode ocorrer a partir de diversas técnicas, incluindo o uso de unidades de lodo ativado, filtros e outros.

4.5.2. Tratamento de gás e recuperação de enxofre

O enxofre é removido de um grande número das correntes gasosas provenientes das unidades de processo das refinarias. Essa remoção é necessária para que a legislação ambiental seja obedecida, no que diz respeito às emissões de SOX. Também é desejável que se recupere o enxofre

elementar, que pode ser vendido. As correntes de gás, que são geradas nas unidades de coqueamento, craqueamento catalítico, hidrotratamento e hidroprocessamento, podem conter elevadas concentrações de gás sulfídrico, misturado com gás combustível leve.

Os métodos mais comuns de retirada de enxofre elementar de correntes de gás sulfídrico são, usualmente, a combinação de dois processos: o Processo Claus seguido do Processo Beaven ou do Processe SCOT ou ainda do Processo Wellman-Land.

4.5.3. Produção de aditivos

Muitos compostos químicos (principalmente éteres e álcoois) são atualmente adicionados aos combustíveis para motores, não só com a finalidade de melhorar a sua performance, mas também com o objetivo de enquadrar os mesmos nas exigências ambientais dos governos.

Desde a década de 70, álcoois (principalmente metanol e etanol) e éteres têm sido adicionados à gasolina com o fim de aumentar a octanagem e de reduzir as emissões de monóxido de carbono, o CO. Tais substâncias substituíram os aditivos mais antigos, com base em chumbo, que foram proibidos em muitos países devido a questões ambientais.

Os éteres mais comuns usados atualmente como aditivos são o metil-terci-butil éter (MTBE) e o terci- amil-metil éter (TAME).

Muitas das grandes refinarias produzem os seus próprios suprimentos desses aditivos, através da reação entre o isobutileno e/ou isoamileno com o metanol. As menores refinarias normalmente os compram de empresas de reagentes ou das maiores refinarias.

4.5.4. Composição

A etapa de composição é a operação final do refino de petróleo. Essa etapa consiste na mistura dos diversos produtos derivados do petróleo que foram obtidos durante todo o processamento, em várias proporções, a fim de que se alcancem as diversas especificações necessárias, tais como: pressão de vapor, peso específico, conteúdo de enxofre, viscosidade, índice de octanagem, ponto de ebulição inicial, entre outras. A composição pode ser executada de forma contínua ou em bateladas, em tanques apropriados para tal fim.

4.5.5. Tanques de estocagem

Os tanques de estocagem são utilizados em toda a refinaria, para armazenar o petróleo cru e as correntes de alimentação intermediárias, que esfriam nos mesmos e aguardam o posterior processamento. Os derivados finais são também mantidos em tanques de estocagem, antes de serem retirados da refinaria.

4.5.6. Torres de resfriamento

As torres de resfriamento têm como função reduzir a temperatura da água de refrigeração que deixa as diversas unidades de processo. A água aquecida circula por uma torre juntamente com um fluxo predeterminado de ar do ambiente, que é impelido por grandes ventiladores.

Uma certa quantidade de água sai do sistema ao evaporar. Deste modo, torna-se necessário repor tais perdas, que são, usualmente, cerca de 5% da taxa de circulação.

UNIDADE V

Transferência e estocagem

Ao lado das atividades de exploração e produção estão, em igualdade de importância, as operações de transferências e estocagem. Afinal, o petróleo resultante da prospecção, seja em terra, seja no mar, precisa ser transportado para as refinarias, onde é processado e transformado em produtos de maior utilidade e valor agregado, como gasolina, nafta, querosene, diesel, etc.

As operações de transferência e estocagem iniciam-se após a prospecção, quando se necessita transportar o petróleo, seja por oleodutos ou por navios.

Também acontecem entre navios e terminais, terminais e refinarias, terminais e terminais, ou seja, sempre que se deseje movimentar volumes de petróleo ou derivados.

Compreendem técnicas próprias e conhecimentos específicos de que dispõe o operador para processar o bombeamento com a devida segurança e monitoração, bem como a estocagem em tanques próprios, de acordo com as características de cada produto.

Tais operações, embora aparentem certa simplicidade, requerem treinamento e especialização do operador, por envolverem o manuseio de produtos de elevadíssimo valor comercial, sem contar a agressividade que poderiam causar ao meio-ambiente em casos de acidentes, como tristemente tantos já foram vistos, ocasionando verdadeiros desastres ecológicos.

Por tudo isso, o operador de Transferência e Estocagem necessita ter conhecimentos de segurança industrial, tubulações e acessórios, instrumentos de temperatura, pressão, nível e vazão, tipos de bombas e normas de operação, válvulas, tanques, etc., bem como boa formação em matemática, física e química, para compreender os processos e realizar suas atividades com consciência e qualidade.

Os Transportes e a Transpetro

Impossível falar-se em petróleo e logística sem citar a Petrobras Transporte S/A - Transpetro. Com atuação nas áreas de armazenamento e transporte marítimo e dutoviário é responsável por 54 terminais, além de cerca de 12.000 quilômetros de malha dutoviária, que se encontram geograficamente dispersos pelo país.

Toda essa estrutura permite reduzir os custos com fretes no transporte de derivados, além de diminuir o tráfego de caminhões e vagões-tanque, aumentando a segurança nas estradas e, conseqiientemente, oferecendo maior proteção ao meio ambiente.

Com o advento da Lei do Petróleo (Lei n2 9478/97) e o novo cenário pós-flexibilização, as atividades da Transpetro revestiram-se de suma importância.

Foi criada em 12 de junho de 1998, já com objetivo de se tornar uma empresa logística de expressão internacional; absorveu a gestão operacional da Fronape (Frota Nacional de Petroleiros) em l2 de janeiro de 2000 e a dos dutos e terminais em l2 de maio, arrendando não só as atividades operacionais, mas toda a malha dutoviária, dotando-se de total liberdade para associar-se a outras empresas, majoritária ou minoritariamente, constituir subsidiárias ou participar de empresas coligadas, sempre que achar conveniente para seu desenvolvimento.

Sua atuação resume-se fundamentalmente no transporte e armazenamento de graneis, petróleo, derivados e gás, por meio de dutos, terminais, embarcações próprias e de terceiros, bem como a construção e operação de novos dutos, terminais ou embarcações.

No documento INTRODUÇÃO À INDÚSTRIA DO PETRÓLEO (páginas 63-68)

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