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2 WEB SEMÂNTICA E ONTOLOGIA

2.4 Arquitetura

A cooperação esperada na WS pode ser realizada com padronização de protocolos e linguagens para compartilhar e reutilizar informações (ZAVITSANOS; VOUROS; PALIOURAS, 2006). O consórcio W3C coordena a WS apoiado pela indústria de

software (W3C, 2007). Este consórcio propôs uma arquitetura em camadas para construir aplicações que envolvam WS14 que está na sua quarta versão,

apresentada na Figura 2. Esta arquitetura define as tecnologias necessárias para que os conteúdos dos recursos Web possam ser compreendidos pelas máquinas e sua contribuição é prover um conjunto de padrões - linguagens, sintaxe comum, métodos, entre outros.

C rip to gr af ia ( 9) URI/IRI (1) RDF-S (3b) Consulta: SPARQL (4c) Ontologia:

OWL (4a) Regras:

RIF (4b) Lógica Unificada (5)

Confiança (7) Aplicações e Interfaces c/ Usuário (8)

XML (2) Prova (6) Intercâmbio de Dados: RDF (3a) C rip to gr af ia ( 9) URI/IRI (1) RDF-S (3b) Consulta: SPARQL (4c) Ontologia:

OWL (4a) Regras:

RIF (4b) Lógica Unificada (5)

Confiança (7) Aplicações e Interfaces c/ Usuário (8)

XML (2) Prova (6)

Intercâmbio de Dados: RDF (3a)

Na primeira camada da arquitetura (1), o URI ou IRI (Internationalized Resource

Identifiers), fornece um mecanismo de identificação único, ou endereço global, para

os recursos disponibilizados na Web, permitindo que textos e imagens possam ser lidos pelos computadores em qualquer lugar, via HTTP.

Na segunda camada (2), a XML permite estruturar os documentos da Web numa hierarquia de árvore, baseada em marcas, criadas pelo usuário. O papel da XML é limitado à sintaxe, para portar a troca de dados.

A terceira camada, Intercâmbio de Dados (3a), realizada com o RDF, dá significado aos dados com o modelo de dados e o RDF-S (3b) propicia a representação do conhecimento através de expressões lógicas. O RDF pode ser utilizado para afirmativas simples sobre os recursos Web ou outra entidade nomeada. Uma

14 http://www.w3.org/2007/03/layerCake.png

afirmação simples é uma declaração sobre uma propriedade com um valor particular de uma entidade. RDFS estende o RDF com hierarquia de classes e propriedades, habilitando a criação de ontologias simples. Os metadados dos recursos são representados em RDF (3a) e definem formalmente, tanto as instâncias, como os conceitos da ontologia. Relacionamentos entre os conceitos são descritos com a semântica formal fornecida pela Ontologia (4a). A ontologia constrói um vocabulário compartilhado para modelar um determinado domínio com suas propriedades e relações e permite que as máquinas pesquisem e tomem decisões a respeito do significado dos dados e possam inferir novos fatos a partir do conhecimento recém adquirido. A ontologia pode ser expressa com a OWL, em alguma de suas três versões: OWL Lite, OWL DL (OWL Description Logic) e OWL Full.

A versão OWL Lite garante implementações simples e eficientes como hierarquias de classificação e restrições simples. Por exemplo, a cardinalidade máxima ou mínima assume apenas os valores 0 ou 1. Propriedades podem ser transitivas, simétricas, funcionais e funcionais inversas.

OWL DL garante a expressividade da lógica de descrições. Classes podem ser

construídas por união, interseção e complemento, pela enumeração de instâncias e podem ter disjunções. Tipos de dados são mantidos cuidadosamente separados, por exemplo, uma classe não pode ser instância e propriedade ao mesmo tempo.

OWL Full tem a expressividade da OWL DL e a possibilidade de uso de novas

metaclasses (classes de classes) definidas em RDFS. Por isso, não há garantia de eficiência computacional e não cabem as restrições de separação de tipos da versão anterior.

As linguagens menos expressivas (OWL Lite e OWL DL) estão contidas dentro das mais expressivas (OWL DL e OWL Full), de maneira que uma ontologia definida numa linguagem menos expressiva é aceita por uma linguagem mais expressiva; a recíproca, porém, não é verdadeira.

A função das camadas 3b e 4a é a definição de uma ontologia ou formalismo de metadados.

Ainda na quarta camada, Regras (4b), providencia uma linguagem interoperacional para descrever o conjunto de deduções aplicáveis à coleção de dados - como, dada uma base de informações representada numa ontologia, novas informações derivarem dos dados existentes. O formato padrão usa o RIF (Rule Interchange

permitindo o intercâmbio delas entre diversos sistemas baseados em regras na Web. RuleML15 (Rule Modeling Language) e SWRL são exemplos de linguagens que

implementam esta camada. SWRL garante cláusulas de Horn para serem usadas numa base de conhecimento em OWL. Regras SWRL podem, então, tirar proveito de classes OWL, instâncias e propriedades dos seus antecedentes e conseqüentes. Na camada Consulta (4c) tem-se a SPARQL16, uma linguagem de consulta similar ao SQL, que permite a unificação das coleções descentralizadas de dados em RDF e faz requisições de busca com conjunções e disjunções. Os mecanismos de procura podem inferir conceitos associados, a partir das propriedades, como ocorre com as propriedades simétricas.

A quinta camada, Lógica Unificada (5), define um modelo semântico singular, teórico e comum que une os formalismos como XML, RDF, RDFS, SPARQL e OWL com o objetivo de especificar linguagens de lógica para facilitar a construção de inferências sobre instâncias e recursos.

A sexta camada, Prova (6), é a especificação de uma linguagem para provar que as informações trocadas entre agentes e máquinas são verdadeiras. A linguagem de prova providencia uma forma para descrever os passos seguidos até a conclusão dos fatos. Todas as provas podem, então, serem passadas para verificação e providenciam caminhos mais curtos para criação de novos fatos no sistema. Isto tira a necessidade de percorrer cada nó toda vez que se faz uma mesma dedução. Nesta camada executam-se as regras de inferência da quinta camada, onde os agentes têm mais poder para realizar os mecanismos de raciocínio sobre conceitos e relacioná-los na camada de Ontologia, e prova-se que as informações trocadas são verdadeiras. Nesta camada verifica-se a consistência dos dados acessados na WS. Um exemplo é a máquina de inferência Bossam que apoia subconjuntos de regras SWRL e RuleML.

As camadas Confiança (7) e Criptografia (9) introduzem os conceitos de segurança na WS e avaliam, se a prova está correta ou não, visando garantir a procedência de um documento, o que é fundamental para decidir se a informação é confiável ou não. Trata-se de uma característica importante, na qual blocos de dados criptografados são utilizados para garantir a autenticidade das fontes e a confiabilidade das informações consultadas.

15 http://www.ruleml.org/

A oitava camada, Aplicações e Interfaces com Usuário (8), possibilita a troca de dados, informações ou conhecimento entre aplicações Web.

Na visão da WS todas camadas estão num ambiente no qual pode-se encontrar dados verdadeiros, realizar deduções e aplicar regras. O objetivo é melhorar a vida dos usuários pela agregação e criação de informações novas e verdadeiras na Web.