A arquitetura proposta nesta tese é baseada nos trabalhos de Fantinato (2007), Fantinato et al. (2010), Vecchiato (2010) e Santos (2011) para execução de processos de negócio.
A arquitetura inicial foi proposta nos trabalhos de Fantinato (Fantinato, 2007; Fantinato et al., 2010) e pode ser observada na Figura 3. O foco do trabalho é o estabelecimento de contratos eletrônicos através de modelos de características. O objetivo é melhorar a estruturação e o reuso de informação em contratos eletrônicos, incluindo atributos de qualidade de serviço. A Figura 3 mostra as organizações consumidora, provedora e monitora. Maiores detalhes em (Fantinato, 2007; Fantinato et al., 2010).
Figura 3: Arquitetura Proposta por Fantinato.
Nos trabalhos de Fantinato (Fantinato, 2007; Fantinato et al., 2010), o consumidor é a estrutura mais complexa, incluindo a estrutura para a definição do WS-Contract, que suporta a negociação e o estabelecimento do WS-Contract baseado no modelo de
características, e a estrutura de execução do WS-Contract para suportar a execução dos processos de negócio especificados em WS-BPEL.
Tanto o consumidor como o provedor têm um Sistema COS. O Sistema COS é responsável pela comunicação entre os serviços. No consumidor, o Sistema COS é utilizado também se os próprios serviços web do consumidor são necessários para execução dos processos de negócio. E no provedor, o Sistema COS controla os serviços web sub- contratados pelo consumidor como parte do processo de negócio.
Já a organização monitora tem a estrutura do WS-Contract para controlar a execução do processo de negócio e, consequentemente, as composições dos serviços web. Este controle é feito usando um conjunto de monitores dos serviços web e os termos de QoS contidos no WS-Contract.
Para cada serviço web invocado, a organização monitora identifica se existem termos de QoS associados com o WS-Contract. Se existir, o monitor dos serviços web irá acompanhar a execução do serviço para garantir que os níveis de QoS contratados são satisfeitos. Se não são satisfeitos, ações podem ser tomadas como: cancelamento do contrato, aplicação de penalidade, e renegociação do contrato (Fantinato, 2007; Fantinato et al., 2010).
Vecchiato (2010) expandiu a arquitetura adicionando todo o processo de negociação e renegociação dos contratos eletrônicos. Esta expansão pode ser observada na Figura 4, com a adição da entidade negociadora. O foco do trabalho é o estabelecimento automatizado de contratos eletrônicos (negociação) para serviços web. Estes contratos são utilizados para representar os serviços, os níveis de qualidade de serviço e operações de controle. O objetivo dessas operações de controle é, caso as cláusulas não sejam respeitadas, tomar ações como: restrição de processo, renegociação do contrato ou aplicação de penalidades. Em caso de uma renegociação, alguns protocolos pré-definidos podem ser utilizados para renegociar o contrato, por exemplo: barganha, leilão, ou votação. Maiores detalhes em (Vecchiato, 2010).
Santos (2011) adicionou ações de controle na organização monitora. Durante o monitoramento, estas ações de controle ajudam na tomada de decisão quando acontece uma quebra do contrato eletrônico. As ações de controle são: término do processo, cancelamento do processo, suspensão do processo, renegociação de contrato, e envio de notificação para o administrador e/ou iniciador do processo. As entidade e suas composições podem ser observadas na Figura 5. Maiores detalhes em (Santos, 2011).
Figura 4: Arquitetura Proposta por Vecchiato.
No trabalho de Santos (2011), as ações de controle são executadas após uma quebra de contrato eletrônico. O diferencial da arquitetura proposta nesta tese é a utilização de um mecanismo fuzzy durante o monitoramento para prever uma possível quebra do contrato eletrônico e tomar ações pró-ativas para impedir esta quebra.
No Capítulo 4 é mostrada a arquitetura proposta nesta tese. A arquitetura proposta é composta por entidades. As entidades da arquitetura proposta são as mesmas organizações apresentadas nas arquiteturas anteriores, foi feita apenas uma adequação de nomenclatura.
3.6. Considerações Finais
Este capítulo apresentou os trabalhos relacionados com esta tese. O capítulo foi dividido por assuntos. Em cada seção, foram mostrados os trabalhos que abordam o assunto e foi feita uma diferenciação com esta tese. Os assuntos foram: trabalhos sobre monitoramento, trabalhos com propriedades autonômicas, trabalhos que utilizam teoria fuzzy, trabalhos com arquitetura similar ao da tese e trabalhos que foram utilizados como base para a arquitetura proposta nesta tese.
Capítulo 4
4.
Arquitetura e Mecanismo Propostos
para Oferecer QoS em Serviços Web
O objetivo da arquitetura e do mecanismo propostos é prever possíveis violações de contratos eletrônicos e tomar ações pró-ativas para prevenir essas violações. Ao contrário de ações reativas, que são ações tomadas depois que um determinado evento aconteceu, as ações pró-ativas são ações tomadas antes do evento acontecer.Na arquitetura proposta, são monitoradas as características não-funcionais dos serviços web, para garantir o cumprimento dos contratos eletrônicos. A arquitetura é composta pelas entidades consumidora e provedora, a primeira utilizando os serviços da segunda, e pela entidade monitora, que monitora os serviços dos contratos eletrônicos feitos entre as duas primeiras entidades. E é a partir deste monitoramento que as ações pró-ativas são definidas para manter a qualidade do serviço. A entidade negociadora é responsável pela (re)negociação dos contratos eletrônicos.
A partir da teoria dos sistemas fuzzy apresentada na Seção 2.4 propõe-se o mecanismo fuzzy utilizado na entidade monitora da arquitetura proposta. O mecanismo fuzzy tem a função de determinar a possibilidade de acontecer uma violação, auxiliando nas ações pró-ativas para manter a qualidade do serviço web.
Inicialmente neste capítulo, na Seção 4.1, é apresentada a arquitetura proposta nesta tese, enquanto a Seção 4.2 mostra o detalhamento das entidades pertencentes à arquitetura. A Seção 4.3 mostra a fila de prioridades que foi utilizada para alterar a ordem de execução dos serviços, e a Seção 4.4 apresenta as fases da arquitetura. Por último, na Seção 4.5, são detalhadas as definições do mecanismo fuzzy utilizado para determinar a prioridade
dos serviços, e na Seção 4.6, são mostradas outras definições para o mecanismo fuzzy (porém com resultados inferiores) que foram exploradas. O capítulo é finalizado com as considerações apresentadas na Seção 4.7.