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Arranjos Produtivos Locais como Instrumento de Desenvolvimento Local no Estado de Sergipe

PRINCIPAIS ATIVIDADES

2.3 Arranjos Produtivos Locais como Instrumento de Desenvolvimento Local no Estado de Sergipe

Assim como ocorre em outros estados do País, no estado de Sergipe os APLs são vistos pelo atual governo como uma estratégia de política setorial focada nas atividades produtivas de vocação territorial/local. Neste sentido, a partir da visão de que o local passa a ser visto como um eixo orientador de promoção econômica e social, a estratégia de política estadual de apoio voltada para APLs visa melhorar as condições locais para o crescimento das empresas; incentivar e interiorizar os investimentos, desenvolvimento tecnológico, aumento das exportações e, sobretudo, aumentar o emprego e a renda local e territorial.

Considerando que o termo cooperação é uma das principais características dos APLs e sua existência é de relevante importância para o sucesso dos arranjos, por meio dela é possível realizar a transmição do conhecimento tácito, uma vez que, a troca de experiência certamente envolve novos conhecimentos. Dessa forma, o compartilhamento destes conhecimentos deve agir em favor do bem comum de todos. Sob tal aspecto, novas parcerias vêm se constituindo com a atuação da política de APLs, em que as instituições procuram interagir com outras instituições que possam atuar de forma complementar naquilo que é de sua competência.

Nesse sentido, o BNB que, atua na área de financiamento, estabelece parcerias com EMBRAPA, ENDAGRO, SEBRAE, SENAC, universidade e o governo do estado através de suas secretarias, para atuarem, cada um a sua maneira e com sua especificidade, no desenvolvimento de pesquisas, elaboração de projetos, capacitação e treinamento dos APLs apoiados pelo banco. Vale lembrar que as parcerias estabelecidas entre as instituições existem de acordo com suas competências e área de atuação que em geral dizem respeito às parcerias no desenvolvimento de ações, disponibilização de recursos, criação de projetos, capacitação e treinamento.

Sendo assim, a cooperação faz-se necessária para o sucesso do APL com sustentabilidade, uma vez que, a existência da mesma possibilita o alcance dos objetivos voltados para os arranjos, entre eles, redução de custo, melhoria na qualidade dos produtos, aumenta da produtividade etc.

Em relação aos desafios enfrentados pelas instituições no apoio ao APLs, os principais fatores concernem à questão cultural, cujas principais dificuldades manifestam-se da seguinte forma, as pessoas apresentam forte resistência em acreditar que o trabalho em

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conjunto ganha força e em romper com a cultural da economia de subsistência; a identificação de líderes dentro dos APLs para atuarem na condição de agente fomentador dentro dos APLs e desenvolver a troca de experiências; pouca integração entre as instituições nas ações e compromisso dos envolvidos nos APLs; reduzido quadro técnico de agentes em relação à dimensão de atividades a serem realizadas; forte dependência dos APLs para com as instituições de apoio o que compromete a aquisição de governança própria desses APLs; limitação de recursos financeiros para o desenvolvimento de pesquisa científica; operacionalização e qualificação de mão-de-obra; descontinuidade de projetos pós-aquisição dos recursos, já que não há organização suficiente dentro dos arranjos para fortalecer e finalizar o projeto aprovado outrora para concessão de crédito.

Além disso, os maiores desafios no apoio aos APLs estão relacionados ao envolvimento necessário das parcerias na articulação de ações para APLs; à captação de recursos federais em apoio às ações que requerem maior investimento; à questão da operacionalização frente aos problemas de apoio logístico (transporte) para as atividades em campo de gestores de APLs; à ausência de maior integração entre as instituições que podem somar esforços para atingirem um objetivo comum, o de tornar o APL bem sucedido; à falta de maior envolvimento de instituições de pesquisa, como a universidade, em ações de apoio aos APLs por conta do entrave financeiro junto a essas instituições; e por fim, a identificação das demandas tecnológicas na forma de recursos financeiros e na falta de agenda de pesquisas na área de APLs.

A respeito das vantagens em atuar a partir do enfoque em APLs no estado, as instituições concordam que ao atuarem em conjunto o benefício social e econômico ocorre de forma mais abrangente, já que, por exemplo, a realização de uma única ação no arranjo pode beneficiar a todos os produtores deste arranjo; cita-se também, por um lado, a concentração de esforços (sinergia institucional) entre as instituições em prol do mesmo objetivo, no sentido de fortalecer e dar sustentabilidade aos APLs; e simultaneamente, o desenvolvimento da localidade, do estado, resultante do trabalho dessas parcerias à medida que contribuem com a geração de emprego e renda, aumento da competitividade e a inclusão social de grupos menos favorecidos;

Em Sergipe, onde 60% dos APLs são de base agropecuária e estão em regiões deprimidas, pouco desenvolvidas, e com baixo nível de emprego, percebe-se que o enfoque em APLs torna-se eficiente, à medida que: i) Potencializa oportunidades para mobilizar parceiros e atender demandas coletivas; ii) Evita superposições de ações, especialmente no

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âmbito governamental; iii) Potencializa os recursos humanos, financeiros e técnicos, impedindo a duplicação de gastos desnecessários; iv) Maximiza ações de forma que as mesmas possam ter continuidade; v) Compartilha informação e conhecimento permitindo a eficácia de ações que podem promover agilidade em atendimento de demandas; vi) Oferece a oportunidade de realizar experiências em conjunto compartilhando riscos e custos; v) Levar para os municípios inseridos em APLs serviços que, de forma isolada, não produziria efeitos significativos, que, de forma cooperada, resulta em desenvolvimento para o arranjo produtivo.

2.4 Desenvolvimento Regional e as Políticas de Apoio a Arranjos Produtivos Locais