• Nenhum resultado encontrado

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede tam­ bém em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também. — João 14.1-3

P

rofessor Bibliófilo gasta um bom tempo discorrendo sobre as teorias da conspiração ligadas a bilderbergs, illuminati, maçonaria, etc. Títere mostra-se muito interessado, mas Marionete boceja um pouco. Nesse momento, Isadora Dora interrompe o marido.

— Querido, desculpe-me interrompê-lo, mas já está muito tar de. Você não acha melhor dizer logo aos irmãos por que lhes fize mos essa visita de surpresa?

— Ah, sim, Dorinha, é verdade. Peço desculpas aos irmãos se falei demais.

— Que é isso, professor? Eu ouviria o senhor falando sobre esse assunto por tempo indeterminado — diz Títere.

— Eu tambééém — diz Marionete, abrindo a boca.

— Bem, creio que os irmãos entenderam mais ou menos o que eu quis dizer, não é?

— Bem, se vocês tiverem alguma dúvida, me perguntem. Dora, fale você para os irmãos porque lhes fizemos essa visita.

— Amados, meu esposo gosta muito do irmão Títere e fala mui to dele lá em casa. E a irmã Nete, para mim, é uma pessoa muito especial. Sendo assim, gostaríamos de fazer um convite a vocês.

Marionete arregala o olho para Isadora Dora e pensa: "Pronto. Vão nos convidar para ajudarmos como professores na Escola Bí­ blica Dominical".

Isadora prossegue.

— Meu próximo CD será gravado no próximo mês ao vivo... — Onde? — pergunta Marionete, demonstrando certa ansie dade.

— Em Levitópolis.

— Levitópolis? Eu e o Tite já discutimos bastante por causa dessa cidade... Ele me fez perder o maior evento gospel da América Latina.

— Esqueça isso, Nete. Que bênção, irmã Dora! — estusiasma- se Títere.

— Nós temos uma casa lá, queridos. E, como não temos filhos solteiros, somos apenas nós dois, gostaríamos de saber se vocês não gostariam de viajar conosco, passar uns dias lá... — comple menta Bibliófilo.

O professor Bibliófilo vem observando Títere há alguns meses e tenciona convidá-lo para ser o seu professor-auxiliar na Escola Dominical. Mas pretende fazer isso em Levitópolis, onde teriam mais tempo para conversar.

— Quanto tempo ficaríamos lá? — pergunta Títere. — É só uma semana — responde Bibliófilo.

— Bem, professor, preciso verificar se não haverá problemas no meu trabalho. Acho que posso antecipar minhas férias.

— Você consegue, Tite. Aliás, eles lhe devem muitas horas ex tras. Já que não lhe pagam, têm obrigação de lhe dar uns dias de folga. Vê se não vai me impedir de ir a Levitópolis de novo.

— Calma, querida. Não é bem assim...

— Mas, tá bom, irmãos. Vejam se é possível. Seria muito bom estarmos juntos — afirma Isadora Dora.

Arrebatamento: Utopia ou Realidade?

— Claro, irmã Dora. Creio que dará tudo certo — responde Marionete.

— Vai ser uma honra para nós viajar com os irmãos. Creio tam bém que dará tudo certo — completa Títere.

— Qual será o título do seu CD, irmã Dora? — pergunta Ma rionete.

— Ainda estou em dúvida. Mas estou propensa a chamá-lo de N«m piscar de olhos, em alusão à primeira faixa, que é sobre o Arrebatamento da Igreja. Mas Bibliófilo prefere que eu dê outro título, por causa de um hino antigo sobre o Céu que fará parte do repertório.

— Que maravilha! — responde Marionete.

— Professor Bibliófilo, está aí um assunto que me intriga bas tante: o Arrebatamento — diz Títere.

— Por que, irmão Títere?

— Ah, eu aprendi com o senhor e também já ouvi muitos pasto res ensinando que existe uma diferença entre o Arrebatamento e a Manifestação de Cristo em poder e grande glória. Mas tenho lido artigos em blogs e assistido a vídeos na internet que me deixaram um tanto confuso.

— Já sei. O irmão leu que a Segunda Vinda não se dará em duas etapas, e que o Arrebatamento não será secreto.

— Mais que isso, professor. Há um pregador famoso que até chamou a vinda de Jesus de utopia...

— Ah, você está falando do Eli Beral. — Exato.

— Olha, irmão Títere, esse assunto realmente gera muitos ques­ tionamentos. E há várias escolas de interpretação. Existe o pré-tri- bulacionismo, o mesotribulacionismo e o pós-tribulacionismo. E cada segmento apresenta uma explicação mais ou menos plausível. Mas é claro que a palavra final é a da Bíblia.

— Concordo.

— Quanto ao Eli Beral, eu o conheço há um bom tempo. Ele antes pregava sobre o Arrebatamento. E a única explicação para ele agora negá-lo ou relativizá-lo é a apostasia. Inclusive, ele tem

gerado muita polémica no meio evangélico com teorias bastante heterodoxas.

— É verdade, professor. Mas, das escolas que o senhor mencio nou, qual é a melhor?

— Eu respeito todas e procuro entender o porquê de elas exis tirem. Por outro lado, como sou professor de Hermenêutica e Exe gese, no seminário, aprendi que a teologia nunca está acima da Bíblia. A teologia é o que os teólogos dizem da Bíblia. E esta é a própria Palavra de Deus.

— Então, o senhor respeita a opinião de todos, mas...

— Priorizo o que está escrito nas Escrituras. Afinal, a nossa fon te primária de autoridade é a Bíblia, e não a teologia, a filosofia, a tradição, as experiências, etc.

— Mas, professor, onde está escrito que os salvos serão arre batados secretamente? Como saber que a ênfase "todo olho verá" não se refere ao Arrebatamento?

— Muito pertinente a sua pergunta. Mas eu acho melhor con versarmos sobre isso em nossa viagem a Levitópolis, pois se trata de assunto muito vasto, com inúmeros desdobramentos.

CIDADE MARAVILHOSA

No mundo há belas cidades, consideradas maravilhosas, como Paris, Nova York, Londres, Berlim, Veneza, Roma, Sydney, Praga, Lisboa, Amsterdã, Florença, Budapeste, Quebec, Rio de Janeiro, Buenos Aires, etc. Entretanto, só existe um lugar que pode, de fato, ser chamado de a Cidade Maravilhosa: é a Morada Celestial, men­ cionada pelo Senhor Jesus em João 14.1-3.

Há alguns anos, voltando da Alemanha, tive o privilégio de co­ nhecer a bela cidade de Paris, na França. No aeroporto Charles De Gaulle, pedi a um taxista que me levasse à Torre Eiffel, um lugar que eu sempre desejei visitar. Fiquei deslumbrado com a exube­ rância daquele colossal monumento, com os seus 321 metros de altura (quase dez vezes maior que o Cristo Redentor, que possui "apenas" 38 metros). Eu teria na noite daquele dia um voo para o

Arrebatamento: Utopia ou Realidade?

Rio de Janeiro. Mas nem pensei nisso. Entrei na enorme fila para subir ao topo da mais famosa torre do mundo.

A Torre Eiffel foi erigida como uma atração decorativa e provi­ sória, para a Exposição Universal de Paris, em 1889! E ela só não foi demolida porque, na condição de estrutura mais alta da Euro­ pa, à época, foi útil para a instalação de antenas de rádio. Se de­ pendesse da opinião dos parisienses, a torre teria sido desmontada. A maioria da população considerava que ela enfeava os principais monumentos da cidade, como o Arco do Triunfo, etc.

Que sensação maravilhosa ao chegar ao topo! Lá de cima, do ponto mais alto da Torre Eiffel, avistei o Campo de Marte, o Rio Sena, o Arco do Triunfo, a Champs Elysées, etc. Não é por acaso que Patrícia Schultz, em 1.000 Lugares para Conhecer Antes de

Morrer (Sextante), afirmou: "Paris alimenta nossos sentidos, nu­

trindo tanto o intelecto quanto a alma". A despeito de a capital da França ser muito mais linda, romântica e impressionante do que eu imaginava, é muito inferior à Cidade Maravilhosa preparada para os salvos em Cristo (Fp 3.20,21).

Aproximava-se o momento da crucificação, e os discípulos do Senhor Jesus estavam aflitos, angustiados, sabendo que o Mestre seria morto. Mas Ele os incentivou a confiarem, não somente no Deus Pai, mas também no Deus Filho: "credes em Deus, crede tam­ bém em mim" (Jo 14.1). Isso mostra que a deidade não é uma única pessoa que se manifesta com nomes ou títulos diferentes, como asseveram os unicistas, ignorando a tripessoalidade do Deus trino (v.16).

Depois de animar os seus discípulos, o Senhor Jesus lhes deu uma garantia: "virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também" (Jo 14.3). Eis aqui a promessa do Arrebatamento, feita pelo próprio Arrebatador! E Ele dirigiu essas palavras de esperança exclusivamente à sua Igreja, ali representada pelos doze apóstolos que iniciaram o cristianismo.

Em Lucas 21.36 (ARA), está escrito: "Vigiai, pois, a todo tem­ po, orando, para que possais escapar de todas estas cousas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do homem". O Arrebatamento é o escape que o Senhor propiciou à sua Igreja. E

esse acontecimento desencadeará uma série de eventos escatoló­ gicos, que hão de ocorrer conforme a soberana vontade de Deus (Is 46.9,10), "segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Ef 3.11).

A Bíblia apresenta detalhes dessas "cousas que têm de suce­ der"? Não seria presunção de nossa parte acreditar que podemos conhecer a sequência de tais acontecimentos? De modo nenhum. Mas devemos respeitar o princípio bíblico de não ir além do que está escrito na Palavra de Deus (1 Co 4.6). Aliás, a grande tentação para quem estuda acerca do futuro glorioso da Igreja é deixar-se seduzir por especulações que não levam a lugar algum.

Em 2 Timóteo 4.7,8 está escrito que o Senhor galardoará com a coroa da vida os seus servos que amam a sua vinda. E o cristão sin­ cero, que preza as Escrituras, não somente aguarda com ansiedade a Segunda Vinda, como também a ama. Ele tem a certeza de que o Senhor "aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação" (Hb 9.28).

"VIREI OUTRA V E Z '

O Arrebatamento da Igreja é um glorioso evento, esperado com muita ansiedade pelos servos do Senhor. As Escrituras asseveram que Deus "que quer que todos se salvem e venham ao conhecimen­ to da verdade" (1 Tm 2.4). Mas muitas pessoas, depois de salvas, não buscam crescer na graça e no conhecimento do Senhor Jesus (2 Pe 3.18) e acabam se desviando do alvo (Fp 3.13,14). Não po­ demos esperar que um cristão assim, de vida estacionária, pense na Segunda Vinda, não é mesmo?

Mas o seguidor de Cristo fiel crê plenamente na promessa "virei outra vez" (Jo 14.3), reiterada pelo Senhor em Apocalipse 22.20: "Certamente, cedo venho". Isso já seria suficiente para ninguém duvidar de que o Arrebatamento verdadeiramente acontecerá. Não obstante, há outras razões por que não temos nenhuma dúvida de que brevemente "o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram

Arrebatamento: Utopia ou Realidade?

em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vi­ vos, seremos arrebatados juntamente com eles" (1 Ts 4.16,17).

O principal escritor do Novo Testamento, o apóstolo Paulo, garantiu que o Arrebatamento da Igreja acontecerá. Autor de pelo menos treze epístolas, ele asseverou que nem todos os salvos mor­ rerão, porém todos serão transformados, instantaneamente, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta (1 Co 15.51,52). Ele afirmou, ainda, que a nossa cidade está nos Céus (Fp 3.20,21). E também disse que devemos participar da Ceia do Senhor até que Ele venha nos buscar (1 Co 11.26).

Pedro (2 Pe 3.10); João (1 Jo 2.28; 3.1-3); os irmãos do Senhor: Judas (v. 14) e Tiago (5.8); e o desconhecido autor de Hebreus (9.28) tinham certeza de que o Senhor Jesus cumpriria a promes­ sa: "virei outra vez". Afinal, Ele já cumpriu o que dissera sobre a sua ressurreição (Jo 2.19-21). Embora não dispusessem da mesma compreensão que nós temos acerca da Segunda Vinda, eles criam que o Arrebatamento poderia acontecer a qualquer momento. E que desculpa temos nós para ignorar ou menosprezar esse glorioso acontecimento?

Os profetas dos tempos veterotestamentários, a despeito de não conhecerem os pormenores da escatologia — posto que não dis­ punham, à época, do Livro completo — , também vaticinaram que o Senhor voltará. Daniel viu o Filho do Homem vindo nas nuvens (7.13). Zacarias fez menção da Manifestação de Cristo, em poder e grande glória (14.4). E Malaquias profetizou: "quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá, quando ele aparecer? Porque ele será como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros" (3.2).

É claro que as palavras de Cristo não precisam de corroboração angelical ou humana. Se Ele mesmo disse: "virei outra vez" e "Cer­ tamente, cedo venho", não há necessidade de outras confirmações. Entretanto, os anjos também garantiram que Ele voltará! Lembra-se da narrativa bíblica da ascensão de Cristo? Diz a Palavra do Senhor que dois varões vestidos de branco se puseram em pé junto aos discípulos e disseram: "Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes ir" (At 1.11, ARA).