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57 informações relativas ao ano de publicação, base de dados, título, tipo de estudo e as principais evidências encontradas.

Quadro 2 – Caracterização dos estudos segundo ano de publicação, título, tipo de estudo e as principais evidências encontradas.

ANO BASE

REVISTA

TÍTULO TIPO DE

ESTUDO

EVIDÊNCIAS

2004 SciELO Teste rápido para

diagnóstico da

infecção pelo HIV em parturientes

Transversal Visa à avaliação do valor de sensibilidade do teste rápido quanto a sua utilização. Foi realizado em gestantes que não foram submetidas ao teste anti-HIV ou não tinham o resultado até a data da admissão ao parto na maternidade. Foi visto que do total de 298 participantes do estudo 130 não realizaram o pré-natal e não se submeteram ao teste rápido para HIV.

2005 LILACS Prevalência da

infecção por HIV em parturientes de maternidades vinculadas ao SUS*

Transversal A partir da utilização do teste rápido anti-HIV, foi determinada a prevalência do vírus nas parturientes admitidas em maternidades pertencentes ao SUS. A realização da testagem ocorreu em todas as gestantes, mesmo tendo realizado o teste no acompanhamento pré-natal, depois do consentido pelas parturientes. Apesar do número alto de 89% de realização do pré- natal, apenas 32,5% se submeteram ao TR no período da gestação. Dessa forma, foi encontrada uma taxa de 0,42% de resultados reagentes para o HIV.

2008 SciELO A realização do teste anti-HIV no pré-natal: os significados para a gestante Qualitativo e descritivo

Visão das gestantes quanto à utilização do teste anti-HIV. Mostrando que ao realizar a testagem as gestantes entendem que é um ato de proteção aos filhos, evitam a transmissão vertical e tomam conhecimento da sua condição sorológica.

2009 SciELO Teste rápido de

diagnóstico do HIV em gestantes indocumentadas aplicadas em um hospital de ensino do centro da cidade Retrospectiv o

Teve como objetivo identificar o número de mulheres gestantes que não realizaram o teste anti-HIV ou que não possuíam a documentação comprobatória e, dessa forma, sendo realizada a testagem rápida visando identificar a transmissão vertical. Entre as gestantes que realizaram o teste rápido e obteve resultado positivo, 60% não se submeteram ao teste no acompanhamento pré-natal. Logo, a introdução do teste foi eficiente para detectar as gestentes HIV

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positivas não testada.

2010 LILACS Aconselhamento na testagem anti-HIV no ciclo gravídico- puerperal: o olhar da integridade Exploratório com abordagem qualitativa

Trata do aconselhamento a mulheres gestantes que tomaram conhecimento da sorologia positiva para o HIV no período do parto. Mostra a falta de orientação e aconselhamento sobre o teste rápido e seu resultado. Também, é abordado a não realização do aconselhamento tanto para o resultado não reagente, quanto para o reagente se perdendo a oportunidade do conhecimento por parte das gestantes quanto a prevenção e profilaxia.

2010 LILACS Teste rápido para

triagem do HIV em parturientes: um estudo quantitativo Quantitativo, descritivo, documental e retrospectivo

Trata da verificação quanto à realização do teste rápido anti-HIV e seu resultado em uma maternidade pública municipal. Foi observada a prevalência de 0,42% de resultados reagentes para o HIV, com uma taxa maior na população de parturientes com idades entre 25 e 35 anos. Sendo assim, pode ser visto que um grande número de mulheres não realizou a testagem no pré-natal.

2011 LILACS Rastreio da

infecção pelo vírus da imunodeficiência

humana no

momento do parto

Questionário Trata da avaliação da utilização dos testes rápidos para o HIV no período do acompanhamento pré-natal e da solicitação desses testes para as parturientes na maternidade. Foi visto que 96,3% das gestantes realizaram o pré-natal com uma taxa de 87,6% de realização do teste rápido, mas 25,7% realizou o TR há mais de seis meses, provavelmente, no primeiro trimestre da gestação. No momento do parto foram submetidas ao TR 52,6%%, sendo encontrada uma taxa de infecção pelo vírus em 1,4% das gestantes analisadas. 2012 SciELO Acompanhamento em DST/Aids ad gestantes que realizaram o teste anti-HIV na admissão ao parto: os sentidos de uma prática

Qualitativo Trata da realização do teste anti-HIV na gestante, que ocorre de forma compulsória,

sem o conhecimento da mesma; do

aconselhamento, que é limitado a informar o diagnóstico e realizar a orientação apenas às mulheres com resultado positivo; e revelar a falta de preparo do profissional de saúde em realizar o devido aconselhamento.

2013 SciELO Aconselhamento

sobre o teste rápido

anti-HIV em

parturientes

Transversal Trata da submissão da gestante ao teste rápido anti-HIV verificando quantas parturientes receberam o aconselhamento. Sendo visto que todas foram submetidas ao

teste, mas apenas ¼ recebeu o

aconselhamento e mais da metade não souberam da realização do teste rápido. Logo, pode ser visto que a testagem ocorreu de forma compulsória.

59 2015 SciELO Avaliação da testagem anti-HIV no pré-natal e na assistência ao parto no Rio de Janeiro, Brasil

Transversal Mostra o aumento da realização do acompanhamento pré-natal, mas que a submissão ao teste rápido para HIV não está ocorrendo na mesma proporção. Ficando evidente que a recomendação para a realização do teste anti-HIV não está ocorrendo na proporção recomendada, e se perdendo a oportunidade da realização da profilaxia as gestantes com resultado positivo; e aumentando o risco da transmissão vertical.

2016 LILACS Desafios na prevenção da transmissão vertical do HIV em Petrolina-PE e Juazeiro-BA

Transversal Objetiva conferir a taxa de transmissão vertical e relatar as medidas profiláticas em gestantes que apresentaram sorologia positiva no momento anterior à gestação, durante o pré-natal, no momento do parto ou depois do parto por testes rápidos anti-HIV recomendados pelo Ministério da Saúde.

2016 LILACS Implantação dos

testes rápidos para sífilis e HIV na rotina do pré-natal em Fortaleza- Ceará Descritivo com abordagem quantitativa

Trata da implantação dos testes rápidos para sífilis e HIV na rotina do acompanhamento pré-natal em unidades básicas de saúde. Foi realizada uma analise quanto ao espaço físico, disponibilidade e a realização dos

testes rápidos no período do

acompanhamento pré-natal.

2017 LILACS Syphilis, HIV and

hepatitis B and C serological screening among parturient admittedin the obstetrics Center of a hospital in Southern Brazil, 2014-2016

Transversal Trata da estimação da soropositividade a partir de parturientes submetidas ao teste anti- HIV em um hospital do sul do Brasil, onde as gestantes não realizaram o acompanhamento pré-natal ou que o receberam de forma incompleta. Pode ser visto uma taxa de 0,2% de resultado reativo para o HIV. Nele é relatado que a testagem rápida é realizada de forma compulsória para o HIV, ou seja, sem o consentimento da parturiente. 2018 SciELO Avaliação do pré- natal quanto à detecção de sífilis e HIV em gestantes atendidas em uma área rural do estado do Pará, Brasil Retrospectiv o, observaciona l e transversal

Trata da avaliação quanto à realização do teste rápido para a detecção de sífilis e HIV em gestantes atendidas em uma unidade rural. Mostrando que apenas 29,27% realizaram o teste rápido anti-HIV no primeiro e terceiro trimestre gestacional. Foi vista a prevalência de 2,44% de infecção pelo HIV e, que a baixa adesão ao segundo exame mostra que o acompanhamento pré-natal está ocorrendo de forma falha.

2018 LILACS Fatores associados

à submissão ao teste rápido anti- HIV na assistência ao parto

Transversal Possui como objetivo observar se está ocorrendo a realização do teste rápido anti- HIV nas maternidades com a intenção de diminuir a taxa de transmissão vertical. Foi visto que 95,3% realizaram o pré-natal e 91,5% se submeteram ao teste rápido, mas menos de 2/3 iniciaram o pré-natal no primeiro trimestre gestacional. Na submissão a

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maternidade 55,7% realizou o teste anti-HIV e apenas 37,4% receberam o resultado antes da realização do parto. Dessa forma, chama atenção à submissão ao TR de mais da metade das parturientes, quando deveria ser

realizado apenas em mulheres sem

diagnóstico para o HIV.

Quanto ao ano de publicação os artigos selecionados foram publicados entre o ano de 2004 e 2018, sendo quatro (26,7%) entre 2004 e 2009 e onze (73,3%) entre 2010 e 2018. Além disso, foram encontrados nove diferentes tipos de estudo, onde os mais apresentados são: transversal, retrospectivo, qualitativo e descritivo.

Dentre os artigos selecionados a maioria foi realizada na região nordeste e sudeste, cada região com 40%; seguido da região sul, 13,3%; e norte, 6,7%. Quanto aos estados que apresentaram o maior número de estudos estão o Rio de Janeiro e a Bahia com quatro e três artigos, respectivamente.

A faixa etária das gestantes e parturientes apresentadas nos artigos analisados compreende o período de 12 a 50 anos de idade. Contudo pode-se observar que a maioria delas se concentrou entre a faixa etária de 20 a 29 anos de idade e, apresentando uma média de 25, 8 anos. Logo, pode ser observada que a faixa etária das mulheres analisadas se encontra próxima à faixa de idade disponibilizada pelo boletim epidemiológico (7); onde informa que desde o ano 2000 a faixa etária das mulheres gestantes com as maiores taxas de infecção pelo HIV compreende o período entre 20 e 24 anos de idade.

Quanto ao nível educacional das mulheres investigadas, 46,7% dos artigos não apresentavam informações precisas a respeito do grau de escolaridade, 13,3% informaram que as gestantes possuíam menos de oito anos de estudo, ou seja, o ensino fundamental incompleto; 33,3% possuíam apenas o ensino fundamental; e 6,7% dos artigos informou que as gestantes dispunham de oito anos ou mais de estudo. Levando em conta essas informações e os dados do boletim epidemiológico (7), foi possível observar que a maior quantidade de mulheres que convivem ou estão expostas ao vírus apresentam um nível de educação entre a 5ª e 8ª série, o que corresponde ao ensino fundamental incompleto e apresentando um índice de 36,8% dos casos

61 notificados no ano de 2017. Mas apesar desse grupo ainda ser a maioria, quando observado os artigos analisados e os dados do boletim epidemiológico (7), é possível notar que as gestantes que possuem o ensino médio, seja completo ou incompleto, veem apresentando um crescimento acentuado na taxa da infecção pelo HIV saindo de 7,8% no ano de 2007 para 25,7% em 2017. Esse aumento no nível de escolaridade pode ser encontrado no município de Tubarão, no Estado de Santa Catarina, onde se verificaram que as mulheres submetidas à testagem anti-HIV apresentaram um grau de escolaridade superior às demais, uma vez que a maioria apresentou o ensino médio completo ou incompleto. O melhor nível educacional encontrado entre essas mulheres está muito relacionado ao nível socioeconômico e a região onde elas estão inseridas. Já que o sul do Brasil é a região com os melhores índices de desenvolvimento humano (15) quando comparadas as regiões norte e nordeste, visto que o Estado de Santa Catarina no ano de 2010 apresentou o terceiro melhor IDH nacional (16). Logo, essas mulheres estão inseridas em um ambiente onde possuem mais oportunidade e, consequentemente, mais acesso a educação. Porém, o maior acesso à educação básica não significa que estas mulheres tenham mais acesso as informações sobre prevenção, visto que a região sul é a que mais apresenta casos de HIV entre as mulheres gestantes.

Somado ao nível educacional outro grande fator que favorece o aumento no número de casos é a situação socioeconômica em que essas mulheres se encontram. Segundo a análise dos artigos, os dados observados mostram que 50,3% das mulheres entrevistadas se enquadram em uma faixa de renda que varia de menor ou igual a um salário mínimo até mesmo não possuírem nenhuma renda fixa. As desigualdades sociais e a dependência econômica muitas vezes fazem com que as mulheres sejam enxergadas como as mantenedoras da estabilidade familiar, promovendo, assim, a dificuldade na negociação sobre as práticas sexuais seguras com seu companheiro (17). A partir disso, fica evidente que o nível socioeconômico dessas mulheres em período gestacional está intimamente relacionado à dificuldade em obterem a informação mínima quanto às formas de prevenção, tratamento e de acesso à assistência básica em saúde; por não possuírem condições econômicas

62 mínimas de acesso tanto ao esclarecimento sobre as medidas profiláticas, quanto à dificuldade de deslocamento até as unidades em suas regiões. E somado a tudo isso, tanto existe um grande número de mulheres que não se enxergam como um grupo que apresenta comportamento de risco para o HIV e, consequentemente, ocorre uma maior dificuldade em perceber o risco a que estão expostas; quanto ao menor envolvimento político das mulheres no tocante as questões da epidemia e o estigma que o HIV provoca na vida dessas mulheres (18).

Quando analisados os artigos, apesar da maioria não exporem de forma objetiva a informação quanto ao estado civil – ficando subentendida no texto, pode ser visto que a grande maioria das gestantes declarou estarem vivendo em um relacionamento com companheiro fixo. Dessa forma, fica evidente que a exposição ao vírus não está mais condicionada apenas ao grupo de pessoas que apresentam uma relação instável ou até mesmo que possuem múltiplos parceiros sexuais, mas, também, está ocorrendo de forma acentuada no grupo de indivíduos que apresentam um relacionamento estável. Visto isso, e a partir da heterossexualização da aids, fica evidente que a feminilização da infecção pelo vírus iria aumentar no número de casos registrados e atingir principalmente as mulheres que vivem em uma relação de matrimônio, que apresentam parceiro único e que não fazem uso de drogas ilícitas, culminando, assim, na infecção por via sexual (8). Esses dados se confirmam, por exemplo, quando ao obervar os artigos utilizados como base para esse estudo houve dois casos, com uma taxa de 0,2% de resultado reagente para o HIV em um hospital localizado no sul do Brasil; 15 casos, com uma taxa de 19,7% em duas cidades do nordeste no momento do parto; e 39 casos, com taxa de 0,4% em uma maternidade no estado do Sergipe. Dessa forma, a maior liberdade sexual entre as mulheres; pelo abandono do uso do preservativo nas relações estáveis, por confiarem em seus companheiros; e pela infidelidade dos seus parceiros estáveis é que está ocorrendo o aumento na taxa de detecção do HIV nas mulheres em idade fértil (9).

Os estudos foram realizados em 11 diferentes ambientes de atenção a saúde. Dentre os locais estão: hospital escola, maternidades, centro de testagem e aconselhamento (CTA), hospital amigo da criança de alto risco,

63 estratégia saúde da família (ESF), rede conveniada ao SUS, serviços privados, domicílios, hospital de gestação de alto risco, unidades de atenção primária à saúde (UAPS) e hospitais do SUS, como pode ser visto na figura 1.

Figura 1 - Ambiente de estudo utilizado pelos artigos selecionados e seu quantitativo

Levando em consideração esses diferentes locais utilizados para a pesquisa, foi observada uma grande variedade de ambientes de estudo. Sendo realizada tanto em grandes maternidades, com grande fluxo de parturientes; quanto em centros de testagem e aconselhamento – CTA’s, que possuem pequeno fluxo de gestantes quando comparados aos hospitais e maternidades; e, também, por atenderem aos requisitos mínimos de interesse das pesquisas.

Quanto à realização do pré-natal foi verificado que a grande maioria das gestantes frequentou as consultas. Em 86,7% dos artigos (13/15), referiram que houve a realização do pré-natal. Segundo a Portaria Nº 570, de 1º de junho de 2000 as gestantes devem realizar no mínimo seis consultas de acompanhamento pré-natal (19) (20) e, preferencialmente, que seja mensal até a 28ª semana, quinzenais da 28ª a 36ª semana e semanais da 36ª a 41ª

64 semana do período gestacional (21) Porém, quando analisada a quantidade de consultas realizadas, pode ser visto que apenas 68,8% das mulheres gestantes frequentaram seis ou mais consultas no pré-natal; e em um dos estudos realizado no Estado do Rio Grande do Sul em uma maternidade ficou evidenciado que das 298 gestantes que fizeram parte da pesquisa, um total de 130 não realizaram o pré-natal, ou seja, 43,6% das grávidas desse estudo não se submeteram ao acompanhamento pré-natal.

Sendo assim, quase a metade da população dessa pesquisa não realizou o teste rápido para HIV e, consequentemente, perderam a oportunidade de conhecer o seu estado sorológico para o HIV e de evitar a TV para seus filhos caso estivessem infectadas pelo vírus.

Quando a gestante chega a 36ª semana depois do início da gestação sem ter realizado o acompanhamento pré-natal e que não esteja em trabalho de parto é recomendada a realização do teste rápido para o diagnóstico da infecção pelo HIV e, caso esteja infectada, será encaminhada a realizar o pré- natal de alto risco. Devido a frequente confirmação tardia da infecção, medidas devem ser tomadas para que ocorra a diminuição da TV. O critério a ser adotado é o início do uso da terapia antirretroviral, mas a adoção da TARV dependerá da idade gestacional e, que a mulher não esteja em trabalho de parto, para que haja o sucesso no tratamento (20).

Visto que, apesar de haver a realização do acompanhamento pré-natal pela maioria das gestantes o número de consultas está muito abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde. Logo, pergunta-se: o teste rápido anti- HIV está sendo, devidamente, realizado no acompanhamento pré-natal e no momento do parto? A partir da leitura na íntegra dos artigos utilizados para essa revisão integrativa foi visto que dos 15 artigos analisados em apenas oito as gestantes se submeteram ao teste rápido para o HIV no período que compreende o pré-natal. Logo, a taxa de submissão ao TR ocorreu em apenas 53,3% do total dos artigos pesquisados; e em sete, 46,6% não houve a devida realização do TR no pré-natal. Analisando esses dados foi possível constatar que a grande maioria das gestantes participantes dos estudos deixou de se submeter ao teste rápido no acompanhamento pré-natal. Portanto, fica evidente que as recomendações ministeriais de que seja realizado o teste

65 rápido anti-HIV no primeiro trimestre gestacional, de preferência na primeira consulta do acompanhamento pré-natal; no inicio do terceiro trimestre gestacional; na admissão ao parto; e no momento em que a mulher gestante seja exposta ao risco e/ou violência sexual (11) não está sendo seguidas.

A não realização do pré-natal está relacionada às desigualdades sociais e regionais quanto ao acesso aos serviços básicos de saúde, sendo necessário fortalecer os programas de saúde que visam à vigilância da infecção nas gestantes (22) e, consequentemente, caso isso não ocorra implicará na possibilidade de aumento das taxas de transmissão vertical. A dificuldade na assistência à gestante e parturiente nos ambientes de atenção a saúde está muito relacionada a falta de investimentos no campo da saúde da mulher, por não haver locais em condições satisfatórias para o seu acolhimento. A assistência oferecida durante o período de gestação e no momento do parto é entendida como um grande desafio no tocante à saúde e o acesso dessas mulheres a rede de saúde (23). Diante disso, é necessário criar instrumentos que proporcionem à qualificação dos profissionais que atuam nos diferentes níveis de atenção a saúde da gestante (24).

Quanto ao período gestacional em que foi realizado o TR, 12 artigos não relataram em que fase da gestação ocorreu a testagem; dois mencionaram quanto a sua utilização de forma superficial, mas não especificaram em qual trimestre da gestação foi realizado; e um relatou que foi feita a testagem anti- HIV no primeiro e terceiro trimestre gestacional. Sendo assim, fica perdida a informação se o TR está sendo realizado nos períodos que são recomendados pelo Ministério da saúde.

A partir da implantação do Projeto Nascer-Maternidades, no ano de 2002 nas maternidades do Sistema Único de Saúde (SUS) ou vinculadas à mesma, teve início à realização do teste rápido anti-HIV para aquelas parturientes que não realizaram o pré-natal ou que não foram testadas no pré-natal; passando a ser realizado depois da admissão nas maternidades e no momento que antecede o parto (25). Ao analisar os estudos, foi verificado que em 80% dos artigos (12/15) foi relatado que o teste anti-HIV foi realizado na maternidade, no

66 momento que antecede o parto; e em 20% dos artigos (3/15) não foi feito o relato por tratar do momento do acompanhamento pré-natal.

No momento em que a gestante chega à maternidade sem ter realizado a testagem anti-HIV ou que não esteja de posse da documentação que comprove a realização do TR no momento anterior ao parto, fica preconizado que as parturientes sejam submetidas à testagem (25). Como relatado anteriormente, em 80% dos artigos, pode-se verificar que o teste rápido foi realizado na admissão ao parto. Por mais que a realização do acompanhamento pré-natal esteja acontecendo em mais da metade da população alvo, a testagem anti-HIV não está ocorrendo na mesma proporção.

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