2.1 RESULTADOS
2.1.3 ARTIGOS
2.1.3.1 Artigo 1
TÍTULO: Geastrum entomophilum, a new earthstar fungus with an unusual strategy in the spore dispersion.
AUTORES: Fazolino, E. P.; Calonge, F. D.; Baseia, I. G.
REVISTA: Mycotaxon
2.1.3.2 Artigo 2
TÍTULO: Coleção micológica do Herbário UFRN I: O gênero Geastrum
AUTORES: Fazolino, E. P.; Leite, A. G.; Silva, B. D. B.; Baseia, I. G.
REVISTA: Mycotaxon
3.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No levantamento taxonômico realizado, quatorze espécies do gênero Geastrum Pers. foram registradas para o estado do Rio Grande do Norte: G. entomophilum, G. fimbriatum, G.
hirsutum, G. javanicum, G. lageniforme, G. lloydianum, G. minimum, G. morganii, G. ovalisporum, G. pectinatum, G. saccatum, G. schweinitzii, G. setiferum e G. triplex.
Destas, onze ocorreram em Mata Atlântica e seis no o semiárido, conforme Quadro 1. Foi registrada uma espécie nova para ciência, G. entomophilum; um primeiro registro para o Brasil,
G. morganii; seis novos registros para o Nordeste, G. entomophilum, G. javanicum, G. lloydianum, G. minimum, G. morganii e G. pectinatum; e dez novos registros para o Rio Grande
do Norte, G. entomophilum, G. fimbriatum, G. hirsutum, G. javanicum, G. lageniforme, G.
lloydianum, G. minimum, G. morganii, G. pectinatum, G. schweinitzii. Os espécimes foram
tombados no acervo do Herbário UFRN.
Um levantamento das espécies do gênero foi realizado com base na coleção do Herbário UFRN resultando em 244 excicatas, pertencentes a 33 espécies. Vinte e três coletadas no Brasil, e dez na Europa (República Tcheca), doação da coleção particular de Vladimir Zita, Herbário VZ.
Atualmente, é o herbário brasileiro com o maior número de espécies do gênero tombadas. Neste importante acervo temos Geastrum entomophilum, G. hirsutum, G. setiferum e G.
ovalisporum como espécies recentemente descritas para a ciência entre 2000 e 2008, todas
procedentes da América do Sul, sendo as três primeiras exclusivas do Brasil. G. ovalisporum foi originalmente descrita para a Bolívia, mas possui ocorrência para o Brasil. Geastrum
entomophilum é conhecido até o momento apenas para a Mata Atlântica do Rio Grande do Norte
(FAZOLINO et al., 2008). Geastrum morganii é o primeiro registro para o Brasil. Geastrum
setiferum é o terceiro registro mundial, ocorrendo anteriormente apenas para São Paulo
(BASEIA; MILANEZ, 2002) e Pernambuco (BASEIA et al., 2006). O estudo do gênero
Geastrum ainda é muito recente para a região, e teve início com os trabalhos de Leite e Baseia
(2007), Leite et al. (2007) e Fazolino et al. 2008, o que evidencia um amplo campo ainda inexplorado para a taxonomia deste interessante grupo no estado Rio Grande do Norte.
Das quatorze espécies registradas, verificou-se uma maior incidência na Mata Atlântica (Quadro 1), mas cabe ressaltar que não foi realizado nenhum protocolo para determinação de riqueza e abundância de espécies e, devido ao fato de termos mais acesso as áreas de Mata
Atlântica, o esforço amostral foi bem maior nestas áreas do que na área de Caatinga que localiza- se a cerca de 300 quilômetros da instituição.
QUADRO 3.1. Distribuição das espécies de Geastrum por área
Mata Atlântica Semiárido
G. entomophilum G. fimbriatum G. hirsutum G. minimum G. javanicum G. morganii G. lageniforme G. pectinatum G. lloydianum G. saccatum G. ovalisporum G. triplex G. pectinatum G. saccatum G. schweinitzii G. setiferum G. triplex
Como mostra o Quadro 3.1, Geastrum minimum e G. morganii foram registrados apenas para a área o Semi-árido.
Os basidiomas de Geastrum pectinatum e G. triplex ocorrentes na área de Caatinga apresentaram dimensões reduzidas quando comparados com os dos espécimes coletados nas áreas de Mata Atlântica (BASEIA et al., 2003; LEITE, BASEIA, 2007). Já em relação à Geastrum
saccatum ocorre o inverso, sendo maiores os basidiomas dos espécimes coletados no semi-árido
QUADRO 3.2. Variação dos caracteres das espécies por áreas.
ESPÉCIES MATA ATLÂNTICA CAATINGA
Geastrum pectinatum
Basidioma de 3,5-4,5 cm alt., no imaturo camada micelial lisa. Encontrados em solo
humoso entre folhiço.
Basidioma de 2,0-2,8 cm alt., no imaturo camada micelial lisa, impregnada com areia e restos vegetais. Encontrados em
solo argiloso sob vegetação arbórea.
Geastrum saccatum
Basidioma de 1-1,5 cm diâm, no imaturo camada micelial lisa. Encontrados em solo
humoso entre folhiço.
Basidioma de 1,5-4,0 cm diâm., no imaturo camada micelial com sulcos superficiais.
Encontrados em solo pedregoso entre húmus e folhiço.
Geastrum triplex Basidioma de 4,0-6,0 cm diâm., no imaturo camada micelial lisa. Encontrado em solo
humoso entre folhiço.
Basidioma de 1,5-3,0 cm diâm., no imaturo camada micelial com sulcos formando placas. Encontrados em solo pedregoso
entre húmus e folhiço.
A Figura 3.1 mostra a porcentagem de espécies por área estudada acrescentando o espécime que foi levantado no Herbário UFRN-fungos, Geastrum ovalisporum.
DISTRIBUIÇÃO POR ÁREA ESTUDADA
42% 29%
29%
Parque das Dunas Mata do Jiqui ESEC
Fig. 3.1. Distribuição de espécies por área estudada
Como resultado desse trabalho o conhecimento do gênero Geastrum para o estado do Rio Grande do Norte foi significativamente ampliado (Fig. 3.2).
REGISTRO COMPARATIVO DE GEASTRUM
4 58 14 21 38 59 15 36 0 10 20 30 40 50 60 70 Rio Grande do Norte
Nordeste Brasil Mundo
N ú m e ro d e e s p é c ie s ANTES DEPOIS
3.2 CONCLUSÕES
1. Quatorze espécies do gênero Geastrum foram registradas para o Rio Grande do Norte neste trabalho;
2. Geastrum entomophilum é o primeiro registro para a Ciência;
3. Geastrum morganii é o primeiro registro para o Brasil;
4. Geastrum setiferum é o terceiro registro mundial, ocorrendo anteriormente apenas para São Paulo e Pernambuco;
5. Seis espécies do gênero representam o primeiro registro para o Nordeste;
6. Dez espécies são citadas pela primeira vez para o Rio Grande do Norte;
7. No Parque Estadual Dunas do Natal foram encontradas nove espécies: Geastrum
entomophilum, G. hirsutum, G. javanicum, G. lageniforme, G. lloydianum, G. pectinatum, G. saccatum, G. schweinitzii e G. triplex;
8. Na Mata do Jiqui registraram-se seis espécies: Geastrum entomophilum, G. javanicum, G. saccatum, G. schweinitzii, G. setiferum e G. triplex;
9. As espécies encontradas na Estação Ecológica do Seridó foram seis: Geastrum fimbriatum, G.
minimum, G. morganii, G. pectinatum, G. saccatum e G. triplex, sendo G. minimum e G. morganii encontrados apenas na Caatinga;
10. Geastrum pectinatum, G. saccatum e G. triplex foram encontrados tanto em Mata Atlântica como na Caatinga;
11. A contribuição deste trabalho para a taxonomia do gênero Geastrum é bastante significativa, colocando o estado do Rio Grande do Norte e o herbário UFRN como referência, tanto ao nível local, regional, como nacional e internacional.
REFERÊNCIAS
BASEIA, I. G.; MILANEZ, A. I. Geastrum setiferum (Gasteromycetes): a new species with a setose endoperidium. Mycotaxon 84: 135-139, 2002.
BASEIA, I. G. ; CAVALCANTI, M. A.; MILANEZ, A. I. Additions to our knowledge of the genus Geastrum ( Phallales: Geastraceae) in Brazil. Mycotaxon 85: 409-416, 2003.
BASEIA, I. G.; MAIA, L. C.; CALONGE, F. D. Notes on Phallales in the Neotropics. Boletin de la Sociedad Micolgica de Madrid 30: 87-93, 2006
FAZOLINO, E. P.; CALONGE, F. D.; BASEIA, I. G. Geastrum entomophilum, a new earthstar with an unusual spore dispersal strategy. Mycotaxon 104: 449-45, 2008.
LEITE, A. G., BASEIA, I. G. A família Geastraceae Corda em algumas áreas do Nordeste brasileiro. Sitientibus. Série Ciências Biológicas 7: 178-183, 2007.
LEITE, A.G.; CALONGE, F. D.; BASEIA, I. G. Additional studies on Geastrum from Northeastern Brazil. Mycotaxon 101: 103-111, 2007.
4.1 ANEXOS
4.1.1 Artigo 1
TÍTULO: Phallus roseus, first record from the neotropics
AUTORES: Ottoni, T.B.S.; Fazolino, E. P.; Silva, B. D. B.; Baseia, I. G.
REVISTA: Mycotaxon
4.1.2 Artigo 2
TÍTULO: First records of Clathrus (Phallaceae, Agaricomycetes) from the Northeast Region of Brazil
AUTORES: Fazolino, E. P.; Trierveiler-Pereira, L.; Calonge, F.D.; Baseia, I. G.
REVISTA: Mycotaxon