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3. A COOPERAÇÃO POLICIAL INTERNACIONAL

3.8 As Bases de Dados da INTERPOL

A INTERPOL administra uma série de bases de dados sobre a plataforma do Sistema I-24/7, reunindo informações como: nomes, impressões digitais, perfis genéticos, e fotografias de criminosos procurados e pessoas desaparecidas; registros de documentos de viagens internacionais – passaportes – extraviados, roubados e perdidos; registro de veículos roubados; imagens de abuso sexual de menores, obras de arte roubadas; entre outras informações.

O Sistema I-24/7 é uma plataforma para acesso a informações policiais internacionais. Nessa plataforma, a INTERPOL oferece a funcionalidade de pesquisa E-ASF Automatic Search Facility – Ferramenta de Buscas Automáticas, que viabiliza aos países membros realizarem pesquisas por diversos critérios de pesquisa, incluírem ou modificarem seus próprios registros e dados na base de dados sobre veículos roubados, registro de documentos de viagem e outros documentos administrativos roubados, perdidos e extraviados, registro de armas de fogo e registros de obras de arte roubadas.

Dessa forma, por meio do painel de comando do Sistema I-24/7 – Dashboard – os países membros têm acesso às seguintes bases de dados:

• E-ASF Dados Nominais: contém antecedentes de criminosos internacionais conhecidos, pessoas desaparecidas e cadáveres, assim como o histórico criminal, fotográfico, de impressões digitais e perfil genético, etc.

• E-ASF Documentos de Viagem perdidos ou roubados – SLTD – coleciona informações sobre mais de 12 milhões de documentos de viagem registrados internacionalmente como perdidos ou roubados por cerca de 100 países. A base SLTD – Stolen and

Lost Travel Documents permite que as autoridades de imigração

dos países membros que tiverem expandindo o Sistema I-24/7 para sua linha de frente de atuação possam verificar imediatamente a validade e autenticidade de um documento de viagem suspeito, ou mesmo se tal documento está registrado como titularidade de um procurado internacional ou uma pessoa tida como desaparecida.

• E-ASF Documentos administrativos roubados: contém informações sobre mais de 400.000 documentos oficiais que servem para identificar objetos, tais como certificados de despacho de mercadorias para importação e exportação, certificados de autenticidade de antiguidade ou obras de arte, etc.

• E-ASF Veículos automotores roubados (SMV): fornece detalhes de identificação de cerca de 3,5 milhões de veículos declarados como roubados e incluídos nas bases de dados da INTERPOL. A base de dados SMV (Stolen Motor Vehicles) também está disponível para integração com bases de dados nacionais, assim como acontece com a base de dados STLD.

• E-ASF Obras de arte roubadas (WOA): permite acesso a dossiês sobre mais de 28.000 obras de arte e objetos do patrimônio cultural e histórico roubados em todo o mundo. Na base WOA (Works of Art) buscas podem ser realizadas por vários critérios: nome da obra, autor e até mesmo a descrição visual do objeto de arte.

• E-ASF Impressões Digitais: viabiliza o acesso ao sistema AFIS da INTERPOL, permitindo a alimentação de impressões digitais que estejam em conformidade com os padrões internacionais para intercâmbio eletrônico de arquivos desta natureza. As impressões digitais são armazenadas nos sistemas AFIS da INTERPOL no formato NIST (.nst).

• E-ASF Perfis de DNA (DNA-Gateway): o DNA Gateway permite a inclusão e comparação da codificação numérica dos perfis de DNA, criando oportunidades para se encontrarem correspondências entre duas pessoas, uma pessoa e um local de crime, dois locais de crime não anteriormente conexos ou ainda para a identificação de pessoas desaparecidas e cadáveres não identificados. O DNA Gateway não contém dados nominais e cada país membro tem controle sobre o acesso às informações por ele incluídas.

• E-ASF Imagens de Abuso Sexual de Menores (ICSE): trata-se de uma base de dados de uso bastante restrito, que contém centenas de milhares de imagens relacionadas a abuso sexual de menores e que utiliza um software de reconhecimento de imagens para relacionar fotografias pertencentes a uma mesma série ou tiradas em um mesmo lugar com diferentes vítimas. Tal base de dados, cuja inserção e análise de imagens estava restrito à Secretaria Geral da INTERPOL, está em fase de expansão a alguns países que têm desenvolvido trabalhos efetivos no combate à pedofilia na Internet.

• E-ASF Identificação de Armas de Fogo (IFRT): a INTERPOL

Firearms Reference Table – IFRT auxilia na identificação de

armas de fogo e contém mais de 130.000 referências sobre armas de fogo e mais de 30.000 fotografias com alta resolução. A importância da disponibilização de tal base de dados está no fato de que cerca de dois terços dos rastreamentos de armas não têm sucesso em razão de incorreções na identificação da arma apreendida.

Além do IFRT, que auxilia na identificação de armas de fogo, a INTERPOL disponibiliza outra ferramenta aos policiais que trabalham com rastreamento de armas de fogo:

• O IWeTS – INTERPOL Weapons Electronic Tracing System (Sistema de Rastreamento Eletrônico de Armas de Fogo da INTERPOL). Trata-se basicamente de um formulário eletrônico onde se inserem as informações disponíveis sobre uma arma apreendida e se solicita ao Escritório Central Nacional - ECN do país de origem da arma de fogo, ou do importador legal, que adote as diligências necessárias para o devido rastreamento do armamento. O formulário IWeTS aliado às informações disponíveis na base de dados do IFRT garante que o país solicitante se lembre de fornecer todas as informações necessárias no momento de um pedido de rastreamento de armamento.

Dessa forma, a INTERPOL oferece diversas bases de dados para atualização e consulta por todos os países membros. Essas bases de dados funcionam como repositório de informações criminais também no auxílio ao desenvolvimento das atividades de polícia científica.

Assim, a atividade de perícia técnica pode ser facilitada, bem como a obtenção de resultados positivos na comparação de vestígios encontrados em cenas de crimes e/ou na identificação de pessoas e criminosos.

Por fim, da mesma forma que a implantação e difusão de bases de dados pela Secretaria Geral da INTERPOL são de grande valia para o processo de cooperação policial internacional, a alimentação a atualização das respectivas bases de dados pelos países membros da organização adquire enorme importância no combate à criminalidade organizada transnacional.