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As Competências do Currículo Nacional do Ensino Básico 1 Noção de Competência

F ANTASIA L ÚDICA

2.1. As Competências do Currículo Nacional do Ensino Básico 1 Noção de Competência

No documento Currículo Nacional do Ensino Básico — Competências Essenciais, do Departamento da Educação Básica do Ministério da Educação, com data de 2001, apresenta-se o significado da noção de competência e especificam-se as competências gerais, as competências transversais e as competências específicas para as diversas áreas curriculares disciplinares (não constam as competências específicas para as áreas curriculares não disciplinares, as quais fazem parte integrante do referido currículo).

Parece-nos pertinente começar por referir a definição de competência que surge neste documento na página 9:

O termo competência pode assumir diferentes significados, pelo que importa deixar claro em que sentido é usado no presente documento. Adopta-se aqui uma noção ampla de competência, que integra conhecimentos, capacidades e atitudes e que pode ser entendida como saber em acção ou em uso. Deste modo não se trata de adicionar a um conjunto de conhecimentos um certo número de capacidades e atitudes, mas sim promover o desenvolvimento integrado de capacidades e atitudes que viabilizam a utilização dos conhecimentos em situações diversas, mais familiares ou menos familiares dos alunos.

Neste sentido, a noção de competência aproxima-se do conceito de literacia. A cultura geral que todos devem desenvolver como consequência da sua passagem pela educação básica, pressupõe a aquisição de um certo número de conhecimentos e a apropriação de um conjunto de processos fundamentais mas não se identifica com o conhecimento memorizado de termos, de factos e procedimentos básicos, desprovido de elementos de compreensão, interpretação e resolução de problemas. A aquisição progressiva de conhecimentos é relevante se for integrada num conjunto mais amplo de aprendizagens e enquadrada por uma perspectiva que coloca no primeiro plano o desenvolvimento de capacidades de pensamento e de atitudes favoráveis à aprendizagem.

previamente determinadas. A competência diz respeito ao processo de activar recursos (conhecimentos, capacidades, estratégias em diversos tipos de situações, nomeadamente, situações problemáticas). Por isso, não se pode falar de competência sem lhe associar o desenvolvimento de algum grau de autonomia em relação ao uso do saber.

Do exposto podemos então concluir que o termo competência integra conhecimentos, capacidades e atitudes, ou seja, pressupõe a aquisição de um certo número de conhecimentos e a apropriação de um conjunto de processos fundamentais. Melhor, diz respeito ao processo de activar recursos (conhecimentos, capacidades estratégias). Pode ser entendida como um saber em acção ou em uso e aproxima-se do conceito de literacia.

Porque o nosso trabalho se insere numa verdadeira didáctica da Língua Portuguesa, consideramos importante referir as competências da língua materna, pois esta é um importante factor de identidade nacional, cultural e é a língua de escolarização.

Portanto:

o domínio da língua portuguesa é decisivo no desenvolvimento individual, no acesso ao conhecimento, no relacionamento social, no sucesso escolar e profissional e no exercício pleno da cidadania. (DEB, 2001: 31)

2.1.2. Competências Gerais

Passamos então a referir as competências que o aluno deverá dominar à saída da educação básica, de acordo com (DEB, 2001: 15):

a) Mobilizar saberes culturais, científicos e tecnológicos para compreender a realidade e para abordar situações e problemas do quotidiano;

b) Usar adequadamente linguagens das diferentes áreas do saber cultural, científico e tecnológico para se expressar;

c) Usar correctamente a língua portuguesa para comunicar de forma adequada e para estruturar pensamento próprio;

e) Adoptar metodologias personalizadas de trabalho e de aprendizagem adequadas a objectivos visados;

f) Pesquisar, seleccionar e organizar informação para a transformar em conhecimento mobilizável;

g) Adoptar estratégias adequadas à resolução de problemas e à tomada de decisões;

h) Realizar actividades de forma autónoma, responsável e criativa; i) Cooperar com outros em tarefas e projectos comuns;

j) Relacionar harmoniosamente o corpo com o espaço, numa perspectiva pessoal e interpessoal promotora da saúde e da qualidade de vida.

O currículo de Língua Portuguesa na educação básica pretende desenvolver nos jovens um conhecimento da língua que lhes permita, de acordo com o (DEB, 2001: 31):

(i) Compreender e produzir discursos orais formais e públicos;

(ii) Interagir verbalmente de uma forma apropriada em situações formais e institucionais;

(iii) Ser um leitor fluente e crítico;

iv) Usar multifuncionalmente a escrita, com correcção linguística e domínio das técnicas de composição de vários tipos de textos;

(v) Explicitar aspectos fundamentais da estrutura e do uso da língua, através da apropriação de metodologias básicas de análise, e investir esse conhecimento na mobilização das estratégias apropriadas à compreensão oral e escrita e na monitorização da expressão oral e escrita.

2.1.3. Competências Específicas

A disciplina de Língua Portuguesa, tem que garantir a cada aluno, em cada ciclo de escolaridade, o desenvolvimento de competências específicas no domínio do modo oral (compreensão e expressão oral), do modo escrito (leitura e expressão escrita) e do conhecimento explícito da língua.

A compreensão do oral define-se como a capacidade para atribuir significado a discursos orais em diferentes variedades do Português. Esta competência envolve a recepção e a decifração da mensagem por acesso a

conhecimento organizado na memória, o que implica prestar atenção ao discurso e seleccionar o essencial da mensagem.

A expressão oral é a capacidade para produzir cadeias fónicas dotadas de significado e conformes à gramática da língua. Esta competência implica o recrutamento de saberes linguísticos e sociais e supõe uma atitude cooperativa na interacção e o conhecimento dos papéis desempenhados pelos falantes em cada tipo de situação.

A leitura é o processo interactivo entre o leitor e o texto em que o primeiro reconstrói o significado do segundo. Esta competência implica a capacidade de descodificar cadeias grafemáticas e delas extrair informação e construir conhecimento.

Definimos a expressão escrita como o produto, dotado de significado e conforme à gramática da língua, resultante de um processo que inclui o conhecimento do sistema de representação gráfica adoptado. Esta competência implica processos cognitivos e linguísticos complexos, nomeadamente os envolvidos no planeamento, na formatação linguística, na revisão, na correcção e na reformulação do texto.

O conhecimento explícito é o conhecimento reflectido e sistematizado das unidades, regras e processos gramaticais da língua. Esta competência implica o desenvolvimento de processos metacognitivos, quase sempre dependentes da instrução formal, e permite aos falantes o controlo das regras que usam e a selecção das estratégias mais adequadas à compreensão e expressão em cada situação de comunicação. (DEB, 2001: 32).

2.1.4. Competências Específicas da Língua Portuguesa para o 1º Ciclo

No quadro abaixo (Figura - 4) apresentamos as competências relacionadas com o nosso trabalho, a sua ligação com os conteúdos programáticos e referenciação às competências gerais da educação básica, anteriormente referidas.