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As educações do homem e da mulher e a harmonia conjugal

3. H OMEM E MULHER : NATURALMENTE IGUAIS E DIFERENTES

3.1 As educações do homem e da mulher e a harmonia conjugal

Considerando-se o fato de serem diferentes homens e mulheres, mas devendo ambos adquirirem uma formação humana condizente com a sua natureza, faz-se necessário também se pensar em formas diferentes de educar o homem e a mulher. Foi o que fez Rousseau: a educação de Emílio se fez conforme as suas inclinações naturais, da mesma forma que Sofia foi educada por sua família segundo as inclinações naturais que lhe eram próprias.

A diferenciação da educação, uma para a mulher e outra para o homem, nos diz da necessidade de cada um se preparar segundo a sua natureza para a convivência social e humana. Qual o papel, então, que cada um deve assumir na sociedade? Os papéis que deve assumir cada um dos sexos passa pela consciência dos direitos e deveres de cada um perante à sociedade, o que significa dizer em relação aos outros indivíduos que compõem o corpo social. Sabendo-se da proporcionalidade existente entre o conhecimento e a consciência dos deveres, há de se perguntar também pelo que leva o homem e a mulher ao conhecimento desses deveres. A ênfase do cumprimento dos deveres da mulher está situada no seu convívio com o marido e os filhos, uma vez que este convívio tem por fim estabelecer as bases para o convívio social em seu sentido mais amplo.

Isso nos diz da necessidade de um contrato que estabeleça os vínculos de convivência entre o homem e a mulher como base para o estado civil. E para que este contrato se torne possível faz-se necessário o casamento entre os que se iniciam na vida pública, isto é, entre os que se preparam para o convívio social. Mas não seria possível a preparação para este convívio social, se os jovens (de ambos os sexos) não se valessem da sua capacidade de julgar que lhes permite a escolha de um parceiro com quem devem se casar. Assim a moça, tanto quanto o rapaz, deve ter oportunidades de escolha, bem como a possibilidade de escolher

alguém com quem possa estabelecer as relações necessárias para a garantia da felicidade de todos, entendendo-se por todos os que direta ou indiretamente acabam envolvidos com a relação dos que se decidem por uma determinada escolha. Rousseau se opõe assim a toda experiência até então conhecida por ele e pelos de sua época da costumeira escolha de parceiros para o casamento pelos pais dos nubentes. Não havendo um entendimento entre as partes, não há possibilidade de firmação de um contrato entre elas. Portanto, se são os pais responsáveis pela escolha do noivo ou da noiva ou de ambos, não se pode falar de um casamento que sirva de base para aquele convívio social em que possa ser garantida a liberdade de cada um pelo respeito de um em relação ao outro. A impossibilidade de um contrato entre os que se lançam à formação de uma família pelo matrimônio é um dos sinais da depravação dos homens pela passagem do estado natural para o civil. Não cabe a ninguém determinar aquilo que deve ser do interesse do outro. Assim, à mulher, tanto quanto ao homem, deve ser garantido o direito de escolha e de conquista. Por isso, o pai de Sofia, que a tinha conduzido juntamente com sua esposa a uma educação conforme à ordem da natureza e da razão, dirigiu-se a ela para lhe dizer desse direito que, por sua vez está relacionado com a necessidade de ser feliz:

“Sophie, vous voila grande fille, et ce n’est pas pour l’être toujours qu’on le devient. Nous voulons que vous soyez heureuse; c’est pour nous que nous le voulons, parce que nôtre bonheur dépend du vôtre. Le bonheur d’une honnête fille est de faire celui d’un honnête homme; il faut donc penser à vous marier; il y faut penser de bonne heure, car du marriage dépendd le sort de la vie, et l’on n’a jamais trop de tems pour y penser”.36

Chama-nos a atenção neste conselho dado a Sofia tanto a questão da felicidade quanto a importância da mulher para a efetivação desta felicidade. Somos assim remetidos ao “Livro Segundo” do Emílio, quando Rousseau nos fala da felicidade como o fim último do homem, ao dizer que quer a natureza o equilíbrio entre a necessidade e a força para que seja feliz o homem. O contrato social tem por fim levar os homens a este equilíbrio. E este contrato se viabiliza pela escolha da mulher, quando esta se dispõe ao convívio com um homem com quem se identifique quanto à formação: que tenha sido educado dentro da ordem estabelecida pela natureza e efetivada pelos homens, sejam estes preceptores ou pais. Por isso a felicidade “de um homem honesto” se faz por “uma mulher honesta” que se faz feliz ao proporcionar a

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Ib. Ibid., V, IV, p. 754-755. [“Sofia, já és uma moça, e não é para ficar sempre moça que as pessoas se tornam moças. Queremos que sejas feliz; é por nós que o queremos, porque nossa felicidade depende da tua. A felicidade de uma mulher honesta está em fazer a de um homem honesto; cumpre portanto pensar em te casar; cumpre pensar cedo, porque do casamento depende a sorte da vida, e nunca o tempo é demais para pensar nisso”. (Id. Ibid., p. 479)]

felicidade para ele. Assim, de uma forma indireta, é da felicidade da mulher que depende a felicidade daqueles que se propõem a um convívio social, onde a bondade humana possa ser a base de toda harmonia entre eles. Com outras palavras, podemos afirmar que a felicidade que buscam todos os homens somente se faz possível a partir do momento em que os jovens encontram os seus pares, isto é, quando moças e rapazes efetivarem a sua relação amorosa com o casamento.

Quando Rousseau nos diz que a felicidade humana passa pelo casamento, não está nos dizendo que o casamento por si só seja a garantia de felicidade absoluta de homens e mulheres. É preciso levar em consideração as conveniências de que depende toda felicidade do casamento. E se não é possível reunir todas essas conveniências, que sejam garantidas pelo menos as mais importantes: “‘quand les autres s’y trouvent on s’en prévaut, quand elles manquent on s’em passe. Le bonheur parfait n’est pas sur la terre, mais le plus grand des malheurs et celui qu’on peut toujours éviter est d’être malheureux par sa faute’”.37 Ou seja: se, além daquilo que é mais importante para essa felicidade do casamento, for possível encontrar algo mais neste sentido, tanto melhor; todavia, é preciso se contentar com o mínimo que nos seja possível para isto. E o mínimo que podemos fazer para sermos felizes é não sermos responsáveis pela nossa própria infelicidade. Quando isto se coloca para o casamento, considerando que da felicidade dele depende a nossa, trata-se de considerar a necessidade do encontro da compatibilidade entre os cônjuges que somente pode ser encontrada por eles mesmos, antes que firmem entre si um contrato de convivência social para os dois.

A ilustração disso, apresentada pelo próprio Rousseau no Emílio, está na recusa de Sofia a diferentes pretendentes. Além de aconselhá-la a casar-se, o seu pai a enviou para a casa de uma tia, onde se tornaria mais fácil o encontro daquele que pudesse ser o seu companheiro. No entanto, apesar de muitos demonstrarem interesse em relação a ela, isto não a comoveu, não a tocou, por não ter encontrado entre eles nenhum que estivesse à altura da sua necessidade, como se a necessidade não tivesse encontrado a força suficiente para satisfazê-la, força esta representada por alguém do sexo masculino.

Mas como podemos especificar essas conveniências indispensáveis à felicidade do casamento? Umas são naturais, outras institucionais e, além destas, aquelas que são somente relativas à opinião. Os filhos são os responsáveis pelas primeiras destas, enquanto os pais são

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Id. Ibid., V, IV, p. 755. [“‘quando se encontram as outras tanto melhor; quando faltam cumpre conformar-se. A felicidade perfeita não é deste mundo, mas a maior desgraça, e a que sempre podemos evitar, é a de ser infeliz por culpa própria’”. (Ib. Ibid., p. 479-480)]

os juízes das duas últimas. É o que acontece quando os pais apenas aprovam ou não a escolha dos filhos, dependendo a aprovação ou a reprovação daquilo que os pais consideram pertinente à felicidade dos filhos, bem como a opinião pública que expressa valores culturais que poderão ou não refletir preconceitos e vícios. Os filhos, não: deverão fazer sua escolha segundo à ordem da natureza, que manda cada um buscar no outro aquilo que seja consigo compatível, para que da amizade possam passar ao amor, enquanto contrato que garante a felicidade dos que se encontram para formar uma família que seja referência para um justo convívio entre os homens enquanto membros de um Estado, ou seja, de uma nação.

E o que acontece se esta escolha não for de responsabilidade dos filhos? A inviabilidade da felicidade do casamento, como reflexo da ausência de um contrato entre os nubentes, se refletirá, por sua vez, na sociedade em geral. É o que acontece quando o casamento depende unicamente da autoridade dos pais. Assim, faz-se necessário, segundo Rousseau, considerarmos como fundamental para a felicidade ou não do casamento aquilo que é de responsabilidade das relações pessoais das partes envolvidas, e não aquele contrato que se estabelece segundo as conveniências das instituições e da opinião, conforme o exposto que se segue:

“Dans les mariages qui se font par l’autorité des peres on se régle uniquement sur lês convenances d’institution et d’opinion; ce ne sont pas les personnes qu’on marie, ce sont les conditions et les biens; mais tout cela peut changer, les persones seules restent toujours, elles se portent par tout avec elles; em dépit de la fortune, ce n’est que par les rapports personnels qu’un mariage peut être heureux ou malheureux”.38

A esse respeito, Rousseau nos alerta que “tudo isso pode mudar”. Trata-se de uma advertência. A partir do momento em que as pessoas se acham envolvidas numa relação, podem estas mesmas pessoas se valerem da sua capacidade de julgar para chegarem ao discernimento de que é ou não possível o estabelecimento de um contrato entre elas. Queremos dizer com isso que, conforme o nosso entendimento, Rousseau acredita que o “estarem juntos” não implica necessariamente um contrato. É possível o agrupamento sem sociabilização. Esta passará a existir a partir do momento em que os indivíduos humanos se vinculam por um contrato firmado entre eles. E é interessante dizer aqui “entre eles”, porque não se trata de um acordo feito por terceiro. Com outras palavras, não é possível um contrato

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Id. Ibid., V, IV, p. 755. [“‘Os casamentos que se fazem por autoridade dos pais regulam-se unicamente pelas conveniências de instituições e de opinião: não são as pessoas que se casam, são as condições e os bens; mas tudo isso pode mudar. Só as pessoas ficam e se transportam por toda parte com tais conveniências; a despeito da fortuna é somente pelas relações pessoais que um casamento pode ser feliz ou infeliz’”. (Id. Ibid., p. 480)]

entre determinadas pessoas que tenha sido imposto por terceiros. Daí por que tender ao fracasso todo aquele casamento forjado segundo a vontade dos pais, que tenham em vista pura e simplesmente a união dos bens e não das pessoas; bem como das condições impostas pela instituição e não pela vontade dos jovens.

“‘C’est aux époux à s’assortir’”.39 Com esta afirmação, Rousseau deixa a responsabilidade para os cônjuges. Mesmo que tenha sido uma união de conveniência, determinada pela instituição e a opinião a que atenderam os pais, é possível que os esposos revertam a situação. Porém, não é possível confiar na contribuição que possa oferecer uma união assim para a convivência dos nubentes e da família como um todo, se permanecer conforme seja da vontade dos pais e não dos cônjuges. Assim, os jovens devem levar em consideração o seguinte :

“Le penchant mutuel doit être leur premier lien: leurs yeux, leurs cœurs doivent être leur premier guides; car comme leur premier devoir, étant unis, est de s’aimer, et qu’aimer ou n’aimer pas ne dépend point de nous-mêmes, ce devoir en emporte necessairement un autre qui est de commecer par s’aimer avant de s’unir. C’est là le droit de la nature que rien ne peut abroger: ceux qui l’ont gene par tant de loix civiles ont eu plus d’égard à l’ordre apparent qu’au bonheur du mariage et aux mœurs de citoyens”.40

Logo em seguida, conclui a respeito disto o pai de Sofia a quem Rousseau neste momento, está dando a palavra: “‘Vou voyez, ma Sophie, que nous ne vous prêchons pas une morale difficile. Elle ne ne tend qu’à vous rendre maitresse de vous-même et à nous en rapporter à vous sur le choix de vôtre époux’”.41 Fica aqui expressa por estas palavras a condição primeira para a moralidade: a liberdade, configurada pela autonomia, que não deve ser apenas de um dos sexos, mas tanto do homem quanto da mulher. A escolha do esposo cabe à mulher, não aos seus pais. E é esta escolha que permite o contrato entre ela e o homem. A moral, conseqüentemente, funda-se neste contrato que vemos manifesto nas relações humanas como aquilo que chamamos amor. A ausência deste amor entre os cônjuges significa, na verdade, a ausência de um contrato entre eles. E isso é o que ocorre quando os pais escolhem o esposo para a filha, consultando-a apenas pela forma, isto é, apenas

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Id. Ibid., V. IV, p. 756. [“‘Cabe aos esposos se ajustarem’”. (Id. Ibid., p. 480)]

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Id. Ibid., V. IV, p. 756. [“‘A inclinação mútua deve ser seu primeiro laço; seus olhos, seus corações devem ser seus primeiros guias; pois, como seu primeiro dever é de se amarem, e que amar ou não amar não depende de nós, esse dever comporta necessariamente outro, que é o de começar por amar antes de se unir. É o direito da natureza, que nada pode ab-rogar: os que a perturbaram com tantas leis civis pensaram mais na ordem aparente do que na felicidade do casamento e nos costumes dos cidadãos’”. (Id. Ibid., p. 480)]

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Id. Ibid., V. IV, p. 756. [“‘Vê, minha Sofia, que não te pregamos uma moral difícil. Ela só tende a te tornar senhora de ti mesma e a confiarmos em ti quanto à escolha de teu esposo’”. (Id. Ibid., p. 480)].

perguntando-lhe (quando muito) pelo juízo que ela possa fazer de tal escolha. Da mesma forma que não podemos identificar um amor numa relação conjugal dessa, também não é possível falarmos de moralidade com que possam comungar as partes envolvidas. É isto que fica dito pelas palavras que Rousseau empresta ao pai de Sofia:

“Je vous propose un accord qui vous marque nôtre estime et rétablisse entre nous l’ordre naturel. Les parens choisissent l’époux de leur fille et ne la consultent que pour la forme; tel est l’usage. Nous ferons entre nous tout le contraire; vous choisirez et nous serons consultes. Usez de vôtre droit, Sophie, usez en librement et sagement. L’époux qui vous convient doit être de vôtre choix et non pas du nôtre; mais c’est à nous de juger si vous ne vous trompez pas sur les convenances, et si sans le savoir vous ne faites a point autre chose que ce que vous voulez. La naissance, les biens, le rang, l’opinion n’entreront pour rien dans nos raisons. Prenez un honnête homme dont la personne vous plaise et dont le caractére vous convienne, quel qu’il soit d’ailleurs, nous l’acceptons pour nôtre gendre. Son bien sera toujours assés grand s’il a des bras, des mœurs et qu’il aime sa famille. Son rang sera toujours assés illustre s’il l’ennoblit par la vertu. Quand toute la terre nous blâmeroit, qu’importe? Nous ne cherchons pas l’approbation publiques, il nous suffit de vôtre bonheur”.42

Assim, Rousseau chama-nos a atenção para o fato de que o julgamento dos pais, que aparecerá depois da escolha da sua filha, não deva ser feito considerando-se as origens e os bens do futuro genro, assim como não devem interferir no juízo deles a situação social do escolhido nem a opinião. O que a filha deve levar em consideração mesmo é o caráter dele, tendo em vista sempre a necessidade de lhe ser conveniente. Os pais, adultos, com uma experiência maior, devem agir como intérprete da natureza para lhe dizer se a escolha é de fato conveniente a ela ou não; mas nunca julgar considerando o que seria preferível para a conveniência deles. Pautado o casamento pela conveniência a ela e sendo assim também do entendimento dos pais, é o bastante para que ela, juntamente com ele, possa ter garantido um lugar na sociedade, o que se fará a partir do momento em que estiverem devidamente preparados pelo convívio afetivo e social dos dois para construírem juntos uma nova família. Assim, é natural a necessidade de um contrato entre aqueles que se preparam para viver como cidadãos. E quando aqui nos referimos à natureza, reportamo-nos àquela segunda natureza que é própria do estado civil e que já fora objeto de reflexão de Rousseau no seu segundo

Discurso. Mas, agora no Emílio, ao se referir ao que é natural, ele nos chama a atenção para o

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Id. Ibid., V. IV, p. 757-758. [“‘Proponho-te um acordo que te mostre nessa estima e restabeleça a ordem natural entre nós. Os pais escolhem o esposo da filha e só a consultam pela forma; é o costume. Nós faremos o contrário: tu escolherás e nós seremos consultados. Usa de teu direito, Sofia; usa livremente e sabiamente. O esposo que te convém deve ser de tua escolha e não da nossa. Mas a nós é que cabe julgar se não te enganas acerca das conveniências, e se, sem o saberes, não estás fazendo coisa diferente do que queres. O nascimento, os bens, a situação social, a opinião nada terão a ver com nossas razões. Escolhe um homem de bem que te agrade e cujo caráter te convenha; qualquer que seja, nós o aceitaremos como genro. Sua fortuna será bastante grande, desde que tenha braços, bons costumes e que ame sua família. Seu lugar na sociedade será sempre bastante ilustre, se o enobrecer pela virtude. E que todos nos censurem, que importa? Não procuramos a aprovação pública, basta-nos tua felicidade’”. (Id. Ibid., p. 481-482)]

fato de que a relação entre homens e mulheres na sociedade deve se fazer segundo uma ordem da natureza que não é a mesma do estado selvagem, conforme o exposto por suas próprias palavras:

Il ne faut pas confondre ce qui est naturel à l’état sauvage et ce qui est naturel à l’état civil. Dans le premier état toute les femmes conviennent à tous les homes parce que les uns et les autres n’ont encore que la forme primitive et commune; dans le second chaque caratére étant dévelopé par les institutions sociales, et chaque esprit ayant receu as forme propre et déterminée, non de l’éducation seule, mais du concours bien ou mal ordoné du naturel et de l’éducation, on ne peut plus les assortir qu’en les présentant l’un à autre pour voir s’ils se conviennent à tous égards, ou pour préférer au moins le choix qui donne le plus de ces convenances.43

Diz-nos assim Rousseau que, no estado social, homens e mulheres têm em comum apenas a sua forma primitiva. Isto é: vistos como seres humanos, guardam apenas aquilo que lhes fazem ser da mesma espécie animal. E por assim serem, todas as mulheres são convenientes a todos os homens, da mesma forma que qualquer fêmea é conveniente a qualquer macho de sua espécie. Mas, estando no estado civil, há de se considerar outras razões pelas quais se dá a aproximação entre ambos. Não se trata mais de uma aproximação entre os sexos que obedece pura e simplesmente ao instinto. Agora a aproximação visa uma outra coisa além da satisfação sexual: buscar a formação de uma família, fazendo-se, portanto, necessário o encontro de jovens que possam descobrir as conveniências de um para o outro, tendo em vista a necessidade de unirem-se pelo casamento. O que possibilitará essas conveniências é o caráter de cada um, formado pelas instituições sociais, bem como a

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