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As festas

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ANEXO VI Entrevistas

2 TURNERSCHAFT-CLUB GYMNASTICO JUIZ DE FORA

2.2 AGENTES E ALUNOS DO CLUBE GINÁSTICO

2.6.2 As festas

Quando falamos sobre os imigrantes de origem alemã na cidade de Juiz de Fora, assim como em outras localidades em que se instalaram, não podemos deixar de mencionar a rica cultura na qual também observamos o gosto pelas festas.

Era comum nos parques das cervejarias a realização de diversos festejos e também a degustação de diversos alimentos, como o pão alemão, as comidas regadas a chucrute33, joelho de porco34, sanduíches, soda ou grenadina e muita cerveja.

Segue abaixo algumas festas que foram realizadas dentro das diversas cervejarias divulgadas no jornal O Pharol, organizadas por outras instituições:

“Parque Weiss – Realiza-se domingo, neste aprazível logradouro, uma grande festa em benefício do Culto Catholico de Mariano Procópio”. (12/07/1911)

“Parque Weiss – Realizou-se domingo neste logradouro a tômbola em benefício da Sociedade Alemã de Beneficência”. (17/10/1911)

“Realiza-se no dia 12 no Parque Weiss um bello festival promovido pela Sociedade B. Barsileira Allemã, em benefício dos seus cofres sociais”. (17/10/1911)

33O chucrute, em alemão Sauerktaur, é uma conserva de repolho fermentado. 34

“Kermesse – Será realizada, no parque da Cervejaria Weiss, em beneficio da Associação Beneficente dos Conductores e Motorneiros”. (03/03/1912)

“O Pharol toma iniciativa de uma festa de caridade a realizar-se no dia 21/04 no Parque Weiss”. (23/03/1914)

Os festejos eram também uma característica do Clube Ginástico. Frequentemente eram realizadas no Clube festas comemorativas entre os sócios, suas famílias e sociedade em geral. Para estas festas, era organizado um cronograma no qual se incluíam sempre exercícios ginásticos e, logo após, baile. A comissão geralmente era divida entre as tarefas de recepção, convites, programa de ginástica, música e ornamentação. Realizada a festa, era feito um balanço para ser divulgado aos sócios.

Diversas foram as comemorações realizadas nas cervejarias, conforme observamos abaixo notícias do O Pharol:

“Gymnastico Juiz de Fora – Realiza-se hoje, às 3h da tarde a festa familiar promovida por este simpático Club no parque da cervejaria Stiebler”. (16/01/1911)

“Turnerschaft Club – Esta sympathica associação esportiva realizará no dia 17 uma esplendida festa, no Parque Stielber. O programa que será executado é o seguinte: 1° pulos em altura; 2° pulos com vara; 3° exercícios flexíveis; 4° exercícios na barra fixa; 5° exercícios na paralela; 6° pyramides; 7° pulos (Cavallo); 8° exercícios à vontade. A noite haverá grande baile nos confortáveis da cervejaria”. (14/09/1911)

“O Club Gymnastico Juiz de Fora realizará festival no parque Weiss”. (16/04/1912)

Mesmo o Clube se instalando na Liga Mineira Contra Tuberculose, isto não impediu que ocorressem reuniões entre as famílias como era comum no Parque da Cervejaria, na época em que o Clube estava instalado neste local. Encontros como pic-nic foram realizados no dia 26 de setembro de 1915 na caixa d`água de São Mateus e conforme observamos: “Como é de praxe, no club, reuniões familiares, o Snr. Hans Happel encarregou-se dos preparativos para uma dessa reuniões, marcada para dia 13”. (ATA, 03/06/1915)

Desde a fundação, o Clube procurava organizar eventos e concursos internos entre os sócios. Diversos eram os concursos internos que o Clube realizava, como um que aconteceu no dia 15 de abril de 1915. Como parte do cronograma do concurso, pela manhã foi realizada uma marcha pelas principais ruas da cidade acompanhada da banda de música Carlos Gomes, com a participação de sócios ativos, assim como sócias. À tarde, foi realizada a competição, a qual teve como orador oficial o doutor Franscisco Prados “que expoz os relevantes benefícios que o Turnerschaft tem proporcionado ao povo desta cidade, considerando-o como um poderoso factor de desatrofiação espiritual e physica do homem.” (ATA, 03/05/1915)

Neste concurso foram oferecidas cinco medalhas (ouro, prata e ouro, prata e duas de bronze). Participaram dezessete sócios que foram avaliados pelos juízes: Hans Happel, Alvin Kluger, Antonio Stiebler, Dr. Eduardo de Menezes Filho, Carlos Hugo Beck. O concurso teve a duração de duas horas e meia e teve como resultado final: 1° lugar – Oscar Surerus; 2° lugar – Alberto Surerus; 3° lugar – Antonio Petermann; 4° lugar – Otto Surerus; 5° lugar – Phelippe Kaeller; 6° lugar – José Schoeder, João Müller, Newton de Souza, Marinho Vianna, Eli Hirsch; 7° lugar – Frederico de Assis; 8° Nicolau Scoralick; 9° lugar – Alfredo Surerus e 10° lugar – Carlos Stiebler Junior.

Logo após o concurso, houve um baile com as principais famílias da cidade até duas horas da madrugada.

Anualmente o Clube comemorava seu aniversário com festa e concurso ginástico no mês de abril. Em diversos concursos, houve a participação de outras sociedades. Na festa de comemoração de 7° aniversário do Club houve passeata pela cidade, em número superior a 120 alunos ao som da banda de música Carlos Gomes e passeata de automóveis. Além disso, estiveram presentes para os concursos atletas do Turnverein de São Paulo e Rio de Janeiro, finalizando as comemorações com um baile. Nesta ocasião foi distribuída uma revista comemorativa contendo assuntos sobre a história do Clube.

O Clube Ginástico tinha participação ativa nas comemorações realizadas em Juiz de Fora pelo Dia da Independência do Brasil. De acordo com as atas e fotos, sua participação nos desfiles era comum, com marchas dos sócios pelas ruas da cidade, carregando a bandeira nacional, a bandeira do Clube e/ou o estandarte, quase sempre acompanhados de banda de música. A foto abaixo mostra um destes

momentos em um desfile realizado na atual Avenida Barão do Rio Branco nos anos iniciais da década de 10.

FIGURA 40 - Desfile na atual Avenida Barão do Rio Branco

Fonte: Arquivo particular: ALMEIDA, Climene Evangelista de

O valor do patriotismo estave presente em diversos discursos que constam nas atas. Em um deles escrito por Adolpho Matos Filho, secretário, que ao falar sobre a organização de uma festa, deixa isto se evidenciar:

Fica encarregado a organisação do programma de gymnastica, e aos demais membros da directoria tudo quanto foi a bem do festival, que deverá reverter-se do brilho e ponpas que tragam ao Clube não só resultado material, mas Victoria em manter a sua justa reputação como verdadeiro centro que visa o patriótico (grifos nossos) fim de dar à mocidade uma cultura physica, solida, que lhe robusteça e desenvolva os músculos, desafiando assim a tarefa penosa da cultura intelectual e moral, que encontrando um organismo forte, vence as dificuldades e se concretiza-se. (ATA, 10/08/1920)

Com o desenvolvimento das atividades e a inserção de outras modalidades, as festas que antes sempre tinham o caráter ginástico foram sendo modificadas e o caráter ginástico delas foi se perdendo em decorrência da diminuição da influência da cultura germânica tal como foi no início do Clube. Não que isto significasse uma desvalorização destas atividades, mas acreditamos ser mais um fator cultural e também administrativo de acordo com determinado período histórico. Um exemplo de uma festa que por muitos anos foi organizada no Clube foi a Festa Junina, aberta a toda sociedade juizforana, mediante o pagamento do convite para os fundos do

Clube. Esta era organizada tal como conhecemos hoje com quadrilha, barraquinhas entre outras coisas.

FIGURA 41: Festa Junina-1950

Fonte: arquivo particular: MAGALDI, Jorge

Esta festa é lembrada com muito carinho por diversos ex-alunos:

(...) a gente participava com um entusiasmo muito grande, tudo cabia a nós, agente decorava o clube todo, era um tempo muito bom. (...) Eram muitas danças, né? A gente fazia, tinha muitas danças, tinha o grande baile e depois tinha as barraquinhas também. (Pátria Soares de Oliveira Zambrano – entrevista 12)

“A gente participava das festas juninas e de vez em quando tinha uns bailinhos lá”. (Haroldo Pagy Thees – entrevista 5)

“Eles faziam festas boas, bonitas e era o congraçamento com as moças em geral. Aí, a essa altura, a gente entra com as moças!” (Alberto Surerus – entrevista 7)

A festa tinha uma quadrilha e depois vinha o baile junino. [...] Era gostoso ensaiar quadrilha. Sempre tinha um “Cristo “que puxava a quadrilha e ensaiava uns dois meses antes da festa. Tinha sempre um dia para treinar, para ensaiar [...] As atletas eram responsáveis pelos enfeites e alguns elementos da turma de basquete, né? Aí juntava a turma. À noite, fazia estas bandeirinhas, tudo era feito a mão. (Jorge Magaldi - entrevista 8)

Umas destas comissões realizadas para a festa foi composta no ano de 1949 pelos seguintes sócios: Céu Azul Soares, Heider Santos, Detzi de Oliveira, Jorge Magaldi, Ruth Miterhofer, Judith Coutinho e Climene Evangelista. (ATA, 08/06/1949)

O último aniversário do Clube foi comemorado com festa e demonstração de ginástica. Esta notícia pode ser encontrada em um dos inúmeros recortes de jornais que o Ítalo guarda com muito carinho e zelo.

Uma exibição de ginástica está programada para o próximo domingo na comemoração dos 70 anos de fundação do Clube Ginástico de Juiz de Fora, que é uma das glórias do nosso esporte amador.

O programa está assim elaborado: demonstração de ginástica calistênica (turma mista); demonstração com cavalete com alças (saltos e números obrigatórios); demonstração de ginástica de solo (mista), obrigatórios e livres; encerramento: entrega de diplomas, troféus e medalhas aos alunos que mais se destacaram durante o curso.

2.6.3 A Bandeira

FIGURA 42 – Bandeira do Turnerschaft-Club Gymnastico-década de 1910

Fonte: arquivo particular: DEL´ DUCA, Salcio

Foi organizada uma comissão para a confecção da bandeira do Clube Ginástico. A tarefa ficou a cargo, no ano de 1913, dos sócios Hans Happel e Pedro Netto devendo os mesmos apresentarem o desenho da bandeira. Outra comissão foi feita para obter fundos para sua aquisição através da realização de uma festa,

sendo o tesoureiro desta o sócio Oscar Meurer. Esta bandeira foi ao longo do tempo modificada, mas sempre havia nela o símbolo dos quatro efes.

2.7 INFLUÊNCIAS

Não podemos afirmar que o Turnerschaft – Clube Ginástico de Juiz de Fora influenciou diretamente a fundação de outros clubes. O que percebemos é que diversos sócios tinham ligação também com outros Clubes, tais como o Sport Clube Juiz de Fora, o Tupi, o Tupinambás, o Kegel Clube e o Clube D. Pedro II.

Sobre este último, em documentos oficiais do Turnerschaft não encontramos nenhuma informação sobre a prática do tênis nas suas dependências, mas vários sócios praticavam este esporte e participaram da fundação do Clube de Tênis D. Pedro II, em 1927. Na ata de fundação do Clube Dom Pedro II notamos a presença dos sócios Roberto Surerus, Felippe Griese, Caetano Evangelista e Carlos Hugo Becker.

Por sugestão do Sr. Roberto Surerus, reuniram-se no “Frauen Versein”35

de Juiz de Fora, no dia 31 de julho de 1927, as senhoras e senhores, interessados na fundação de um clube de tênis [...] Em seguida votou-se, por proposta do Sr. Presidente, a eleição de uma comissão composta dos Srs. Heinrich Krambeck, Roberto Surerus, Felippe Griese, Caetano Evangelista e Carlos Hugo Becker, que deverá cuidar da instalação da quadra.

35

Este encontro se realizou onde hoje é o salão da Igreja Luterana em Juiz de Fora situada à rua D. Pedro II, 45 no bairro Mariano Procópio em Juiz de Fora. A grafia correta seria “Frau Verein”.

FIGURA 43: Alguns dos fundadores do Clube de Tenis D. Pedro II - década de 30 À direita, o professor Caetano Evangelista

Fonte: arquivo particular: ALMEIDA, Climene Evangelista de .

O Clube Ginástico influenciou a escolha de diversos de seus alunos pela profissão da Educação Física. Em ata dia 4 de abril de 1975, Ítalo Paschoal (Entrevista 8) ressalta esta questão e cita nomes de ex-alunos que naquele momento estavam estudando ou já haviam se formado professores: Suzana Quinoud, Jocely Pacheco, Fátima Gamonal, Maria Alice Rabello, Gotardello Filho, Wemerson Amorim, Gilson Lopes, Rommel Jaenicke e Paulo Bassoli. Vários ex- alunos foram, inclusive, professores do primeiro curso de formação de professores de Educação Física organizado na Universidade Federal de Juiz de Fora.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho procuramos apresentar a história do Clube Ginástico de Juiz de Fora, fundado em 1909, uma das primeiras instituições na cidade, e em Minas Gerais, a organizar práticas de ginástica e outras modalidades esportivas.

A fundação do Turnerschaft-Club Gymnastico Juiz de Fora foi motivada pela necessidade de imigrantes alemães praticarem a ginástica e terem um espaço de divertimento. As primeiras atividades foram realizadas no pátio da Cervejaria Dois Leões e incluíam a ginástica, festas e encontros.

Os imigrantes alemães chegaram a Juiz de Fora em 1856 para a construção da Estrada União e Indústria e outro grupo veio em 1858 para a constituição da Colônia Agrícola.

A análise da história do Clube Ginástico de Juiz de Fora permitiu ampliar nossas compreensões sobre o processo de desenvolvimento e modernização da cidade, especialmente no que diz respeito ao papel desempenhado pelas práticas corporais e de divertimento. A “Manchester Mineira” ou “Atenas Mineira” era considerada a principal cidade em termos culturais no Estado de Minas Gerais até a década de 1930. Em Juiz de Fora eram bem desenvolvidos os teatros, os cinemas, os grupos musicais, os bailes e festas de carnaval, as associações e clubes.

A proximidade de Juiz de Fora com o Rio de Janeiro e a grande produção de café na região nas últimas décadas do Século XIX explicam o desenvolvimento da cidade. Para escoar a produção cafeeira até o Rio de Janeiro foi preciso abrir estradas, como a “União e Indústria”, obra de iniciativa de Mariano Procópio Ferreira Lage. No trabalho de construção da estrada foi empregada mão-de-obra especializada: os imigrantes alemães contratados diretamente na Europa.

Os alemães contribuíram significativamente para o desenvolvimento de Juiz de Fora. Fundaram associações, clubes, instituições educativas, desenvolveram cultos religiosos, práticas de divertimento e a ginástica. Fundaram o Clube Ginástico adotando o lema - “os exercícios fortalecem o corpo” – e o símbolo dos “quatro efes” da ginástica alemã: Frisch (jovial), Fromm (devotado), Frolich (alegre) e Frei (livre) ou apenas franco, firme, forte e fiel.

Esta pesquisa permitiu compreender a importância do Clube Ginástico para o desenvolvimento das práticas corporais na cidade. No decorrer dos seus 70 anos de

atividades passaram por esta instituição mais de 4000 associados, entre estes, pessoas que dedicaram suas vidas profissionais ao mundo das práticas corporais e da Educação Física devido à motivação inicial que receberam na instituição. O Clube desenvolveu as atividades de ginástica, basquetebol, voleibol, atletismo e também esgrima, boxe e escotismo.

Na ginástica, primeira atividade desenvolvida no Clube, vários resultados e intercâmbios com outras instituições oportunizaram à instituição o reconhecimento em outras regiões, como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Estiveram presentes em Juiz de Fora instituições ginásticas como o Turverein Petrópolis/RJ, Club Gymnastico Portuguez/RJ, Turnerschaft Von 1890 in São Paulo/SP e Centro de Cultura Physica Força e Coragem/MG. Em 1913, o Clube Ginástico mudou de sede e passou a funcionar no prédio da “Liga Mineira Contra-Tuberculose”, uma associação organizada pelo médico e higienista Eduardo de Menezes.

A modalidade esportiva do basquetebol também teve seu desenvolvimento em Juiz de Fora a partir do Clube Ginástico. O basquetebol foi desenvolvido na instituição a partir da década de 1920 e foram várias a participações do Clube em torneios e campeonatos na cidade e em outras regiões. O Clube Ginástico, através do seu Departamento de Basquetebol, desenvolveu atividades com outras instituições, como o Minas Tênis Clube, Flamengo, Botafogo, Tijuca e o Fluminense. O Clube teve ainda convite feito a dois de seus atletas - Geraldo Carraca e Adhemar Lima - para participarem das provas seletivas nacionais destinadas à designação dos atletas brasileiros que representariam o país nos Jogos Olimpícos de Berlim, em 1936.

A atividade esportiva na qual as mulheres mais se identificaram, além da ginástica, foi o Voleibol. Foram desenvolvidas equipes femininas de voleibol no Clube Ginástico que participaram de várias competições.

A inserção do Atletismo no Clube ocorreu quando o mesmo ainda estava instalado na Cervejaria Dois Leões. Era uma prática que contava com muitos adeptos.

O Clube Ginástico de Juiz de Fora perdeu força, especialmente a partir da década de 60, finalizando seus trabalhos no ano de 1979. Não há um motivo específico para o encerramento das atividades, mas podemos enumerar algumas hipóteses: a) o desligamento da Liga Mineira Contra-Tuberculose; b) as dificuldades financeiras; c) a perda de espaço externo ficando apenas com o salão fechado; d) a

ampliação das instituições que ofereciam as práticas da ginásticas e das modalidades esportivas; e) a falta de atualização em termos de metodologias de ensino das atividades oferecidas.

Quando a Liga Minera foi extinta pelo Estado, o Clube perdeu um dos seus grandes incentivadores e “financiadores” visto que a Liga auxiliava o Clube nas suas dificuldades e trabalhava em uma verdadeira parceria e sociedade. Assim, com a finalização da Liga na cidade, o Clube deixou de ter este auxilio e passou a trabalhar praticamente sozinho.

Com o tempo dificuldades financeiras foram aparecendo, principalmente nas duas últimas décadas de suas atividades onde percebemos uma queda no número de alunos assim como o aumento do déficit financeiro.

Estas dificuldades estão relacionadas a perda do espaço para o desenvolvimento das atividades, não sendo possível a continuação delas com a mesma qualidade oferecida antes, tendo as aulas de basquetebol, voleibol e ginástica diminuído seus adeptos e/ou deixado de ser oferecido como foi o caso do basquetebol. O Clube Ginástico passou a oferecer suas atividades em espaço fechado.

Com esta limitação espacial, a motivação em se associar a este Clube Ginástico foi sendo substituída pela possibilidade de participar de outras instituições esportivas na cidade que estavam atraindo diversas pessoas também pelas suas novas metodologias de ensino o que não aconteceu com o Clube que de certa maneira não acompanhou estas transformações.

Todas estas questões podem ter sido utilizadas como causa e argumento para que o Estado junto à Prefeitura da cidade exigisse aquele espaço onde o Clube estava instalado para a abertura de uma rua assim como a utilização do mesmo para outro fim.

Com esta ação, a cidade perdeu um valioso patrimônio histórico, social, cultural e principalmente esportivo.

REFERÊNCIAS

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