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O MODELO DE ANÁLISE DA MORFOLOGIA URBANA O modelo Sintaxe Espacial (SE) (HILLIER E HANSON, 2000) conduz a

3.2 ARQUITETURA E O PLANEJAMENTO DA CIDADE

3.2.4 As funções da arquitetura

Ao citar o modelo de quatro funções proposto por Hillier e Learman, HOLANDA (2002), cuja idéia chave é a “função”, apresentando como categorias: modificação climática; expressão simbólica, modificação de recursos e continente de atividades. Este modelo é definido assim: “... Cada função desempenhada pelo espaço, como sugerido pelo modelo caracteriza uma área de reflexão arquitetônica, e exige um determinado corpo de conhecimento teórico, que pode ser referido como uma subdisciplina da arquitetura”.

Holanda conduz a um raciocínio sobre esse modelo e sugere que seja desdobrado em três direções: i) a noção de arquitetura não se restringir somente ao espaço artificial e sim absorver a paisagem arquitetonicamente considerada natural; ii) ampliar a noção de função do espaço artificial com a inclusão da função da própria produção do espaço e pelo desdobramento da função do desempenho espacial e iii) considerar o conjunto de valores históricos os quais informam a avaliação do desempenho arquitetônico e das expectativas sociais, a fim de localizar o campo da prática e do conhecimento desenvolvido.

Ao abordar o aspecto funcional do espaço, esse autor, apresenta um modelo de sete funções para a compreensão das “funções do fazer e do usar”. A descrição do modelo passa pela compreensão da palavra “Arquitetura”, caracterizada como “o desígnio de um produto (edifício ou cidade), a sua utilização, assim como a sua produção” (ver quadro 3.2).

pelas implicações do processo de produção do espaço artificial e pelas implicações do uso do espaço, seja artificialmente produzido ou natural como as paisagens do meio ambiente nas quais o homem interage.

Essa produção do espaço implica em processos de trabalho (insumos, tecnologias de sistemas construtivos, gestão de trabalho) e relações de produção (papéis distintos de produtores diretos ou indiretos, trabalho intelectual, braçal, métodos de concepção, comunicação, etc.). Essa vertente de investigação busca revelar as implicações do modo de produção capitalista no processo de feitura do espaço.

Em resumo, HOLANDA (2002) denomina o modelo de sete funções como Modelo de sete aspectos de desempenho do espaço arquitetônico (funcionais, de co- presença, bioclimáticos, econômicos, topoceptivos, emocionais e simbólicos) sem, contudo, estabelecer uma visão estática, sendo perfeitamente plausível a ampliação ou redução desses, podendo ser identificados por outros nomes;, o que importa é que essa “analise aspectual”, como ele se refere, relaciona atributos mórficos do espaço arquitetônico com as expectativas humanas frente a ele.

A avaliação da arquitetura (ver quadro 3.2) está classificada por Holanda em três dimensões: i) ecológica, que define de que maneira estão refletidos na arquitetura os conceitos sobre a natureza e as relações do homem com ela; ii) ética, enfoca a satisfação das relações entre os homens, onde, por exemplo, a adequabilidade das configurações arquitetônicas está relacionada à equidade da distribuição de recursos; e ii) estética, que se refere a lugares que possam ser examinados pela sua beleza, que reflete a ativação dos sentidos de forma individual da visão, audição e imaginação, espaços arquitetônicos analisados em função da unidade, complexidade, intensidade de sua configuração e da “visão de mundo” e dos “afetos” que lhe dão as características.

Quadro 3.2 Modelo de Quatro Funções e Modelo de Sete funções

Modelo de quatro funções Modelo de sete funções

Funções Subáreas do conhecimento Desempenho espacial

Controles térmicos Controles acústicos Modificação

climática

Controles luminosos

Aspectos bio-climáticos Controle térmico, acústico,

luminoso, e qualidade do ar.

Psicologia arquitetônica Aspectos funcionais Forma, dimensões e localização relativa do espaço Modificação

comportamental

Sintaxe espacial Aspectos de co-presença Sistema de encontros por meio dos

quais as atividades ocorrem Custos de infra-estrutura urbana

Economia das edificações Modificação de

recursos

Sistemas construtivos

Aspectos econômicos

Desempenho do espaço acabado e utilizado

Relação entre forma e custos de infra-estrutura

Semiologia arquitetônica Aspectos topoceptivos Orientabilidade e identidade dos

lugares Modificação

simbólica

Estética arquitetônica Aspectos emocionais Estados emocionais, os lugares

afetarem o homem

Aspectos simbólicos

Significado individual ou coletivo do espaço (hirerarquia social, p.

ex.)

Fonte HOLANDA, 2002

O macro-referencial sugerido por HOLANDA (2002) conduz ao procedimento analítico onde cada linha de pesquisa deve selecionar certa área ou posicionar-se dentro de um campo de conhecimento. Esta dissertação relaciona indicadores do aspecto da co-presença (morfologia urbana, características sociais e de utilização do espaço), com indicadores dos aspectos econômicos (renda, consumo de gás natural).

Quadro 3.3 Definição Relacional de Arquitetura

Fonte HOLANDA, 2002

Utilizando como ponto inicial, a Sintaxe Espacial, para a análise do espaço, não enveredando para uma análise conceitual dos aspectos de co-presença, mas sim, utilizando o atributo da integração para correlacioná-lo com outros, objetiva-se o desenho de uma metodologia que auxilie na orientação de expansão de infra- estrutura urbana com base no conhecimento do espaço em si e de sua real ocupação.

TERMOS DA RELAÇÃO ARQUITETURA é uma RELAÇÃO, que as PESSOAS estabelecem com o ESPAÇO,

NATUREZA DA RELAÇÃO

por meio da APROPRIAÇÃO ou da TRANSFORMAÇÃO deste, com o bojetivo de satisfazer EXPECTATIVAS funcionais, de co-presença, bio-

climáticas, econômicas, topoceptivas, emocionais e simbólicas, VALORES DETERMINANTES DA

RELAÇÃO

em função de VALORES ecológicos, éticos e estéticos historicamente determinados.

A análise de relações entre forma urbana e política é uma extensão do debate sócio-espacial dos anos setenta, quando a modelagem urbana era uma ferramenta principal para definir uso do solo e diretrizes de ocupação (BATTY, 1984). Como um método, Sintaxe Espacial foi reivindicada, ao término dos anos oitenta para avaliar alterações em detalhes da forma urbana e integrar com os processos sociais (HILLIER, 1996).

O uso de sintaxe espacial é um dos meios para avaliar resultados da aplicação de diretrizes para a organização territorial. A representação de espaços através de linhas axiais parece apropriada para mostrar que o movimento tem relação com a configuração e a utilização do espaço; são, então, elementos importantes para análise de distribuição de benefícios dentro da cidade.

BATTY (1984) Propõe que as relações topológicas entre espaços é adequado para medir alterações em divisão de zonas e ocupações como definido em modelagem e informará com mais detalhes as conseqüências dessas relações identificando segregação sócio-espacial, distribuição de benefícios como infra- estrutura e acessibilidade.

No capítulo quatro, será descrita a metodologia utilizada para organizar o Sistema de Informações de Demanda Potencial do Gás Natural, cujos mapas e os dados permitirão a análise e alcançar aos objetivos delimitados no capitulo I desta dissertação.

CAPITULO 4

METODOLOGIA DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DA