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4.2. O CONTEXTO TECNOLÓGICO

4.2.3. As novas perspectivas de uso do bioetanol

A indústria alcoolquímica desenvolve tecnologias que possibilitam que o bioetanol possa ser utilizado como insumo para a fabricação de diversos produtos alternativos àqueles derivados de fontes fósseis, como pode ser verificado no quadro 6.

Processo Tecnológico Principal Produto Aplicação

Desidratação Eteno, Propeno, Etilenoglicol. Resinas plásticas, Solventes, Éter etílico, Fibras têxteis.

Desidrogenação

Oxigenação Acetaldeído Ácido acético, Acetatos. Corantes.

Esterificação Acetatos e Acrilatos Solventes, Fibras têxteis, Adesivo.

Halogenação Cloreto de etila Fluidos refrigerantes, Produtos

medicinais, Resinas plásticas. Amonólise Dietilamina e Monoetilamina Inseticidas, Herbicidas. Desidrogenação e Desidratação Butadieno Borrachas sintéticas Quadro 6 - Processos Básicos da Indústria Alcoolquímica

Fonte: CGEE e BNDES (2008, p. 141).

Estima-se que a demanda de etanol para a produção de co-produtos possa alcançar 23 bilhões de litros (CGEE e BNDES, 2008). Assim, o aumento da produtividade e do aproveitamento da cana com a tecnologia de segunda geração é importante para incentivar a produção de co-produtos

Ainda não existe um direcionamento forte da indústria sucroenergética para a produção de produtos derivados da cana-de-açúcar. Mas há a perspectiva de que, com o passar do tempo, o mercado se torne mais promissor para o bioetanol ser usado na indústria química que como combustível de automóveis. Segundo Cortez et al. (2010), é necessário investimento maciço em pesquisa básica para que o modelo brasileiro de produzir açúcar e etanol em uma mesma usina ceda lugar a unidades industriais produtoras somente de etanol, com o uso integral da cana e com a produção de novos produtos.

O caminho feito pela revisão bibliográfica a cerca do setor sucroenergético, leva a inferir que as usinas produtoras de bioetanol de cana-de-açúcar são impulsionadas a criar, desenvolver e absorver inovações tecnológicas pelos seguintes fatores principais: necessidade de aumento da produtividade e de manutenção de vantagem competitiva ou, pelo menos equiparação em relação à concorrência; introdução, no setor, de marcos legais que buscam a introdução de práticas socioambientais sustentáveis; e pressão por parte de consumidores e clientes, principalmente de mercado externo, que passam a exigir certificações internacionais de sustentabilidade socioambiental.

4.3. O BINÔMIO INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E SUSTENTABILIDADE NA PRODUÇÃO DE BIOETANOL

As inovações tecnológicas devem ser validadas dentro de um caminho onde exista um planejamento em termos de responsabilidade socioambiental (Hess, 2007). De acordo com Fischer et al. (2008), o aumento recente da produção de etanol chamou a atenção mundial para os impactos ambientais que podem ser gerados na sua cadeia produtiva; considerando que a conversão de uso da terra e as escolhas tecnológicas de cultivo e processamento da cana são fatores que determinam a magnitude desses impactos.

Sendo assim, ao analisar a relação entre sustentabilidade e tecnologia na produção de bioetanol de cana-de-açúcar; busca-se analisar quais os impactos socioambientais que a produção de bioetanol causa e mostrar qual o papel das inovações tecnológicas da cadeia produtiva de bioetanol na mitigação desses impactos.

Segundo Rosenberg (1976 apud Dunham et al., 2006), as restrições ao acesso ou uso de um insumo, nesse caso o petróleo, funcionam como um processo de indução a mudanças tecnológicas, fazendo com que surja investimento em criação e desenvolvimento científico que leve à descoberta de novas tecnologias.

Essas tecnologias são absorvidas pelo mercado e isso resulta em inovação que é capaz de produzir os mais diversos efeitos, tais como geração de novos mercados consumidores, consolidação ou ampliação dos já existentes, aumento da vantagem competitiva de uma organização em relação à concorrência, solução de problemas de aporte de insumos necessários ao processo produtivo e mitigação de impactos ambientais; entre outros. Por essa razão, o processo de inovação tecnológica é um elemento intrinsecamente ligado a fatores econômicos, sociais e ambientais. Fazendo com que inovação tecnológica e sustentabilidade se relacionem diretamente na construção do desenvolvimento.

Entra-se, também, no conceito de ecologia industrial; que, segundo White (1997, apud Pereira,2009), é o estudo do efeito, no meio ambiente, do fluxo de materiais e energia empregado nas atividades industriais, considerando as influências de fatores econômicos, políticos, regulatórios e sociais do uso e transformação desses recursos. A ecologia industrial exige o uso de tecnologias limpas como parâmetro de excelência ambiental; o que, de acordo com Bogo (1998), sugere uma avaliação da organização não somente pelo seu desempenho produtivo e econômico, mas por seus valores éticos e pela performance ambiental.

O emprego de inovações sustentáveis na atividade agroindustrial estabelece um diferencial para uma organização explorar mercados ecologicamente corretos (Oliveira, 2009), entende-se como tais, aqueles que irão exigir comprovações de medidas de responsabilidade socioambiental no processo produtivo e logístico de um determinado produto, para que possam absorvê-lo e consumi-lo. Dentro disso, de acordo com Pinto e Prada (2008), os novos projetos de produção agrícola devem unir adequação ambiental, viabilidade econômica e conformidade legal à estrutura produtiva.

Há muitas controvérsias em relação aos impactos socioambientais da cadeia produtiva do bioetanol de cana-de-açúcar. De um lado, vários autores defendem que é uma fonte alternativa e sustentável apoiada em tecnologias limpas; de outro, há os que apresentam o contrário. Alves e Szmrecsányi (2008), por exemplo, defendem o termo biocombustível foi usado para efeito de marketing, pelo fato de o prefixo bio significar vida e se opor ao termo fóssil que significa morto; para os autores a terminologia correta deveria ser agrocombustível, por ser produto da agroindústria do setor sucroenergético e não contribuir tanto quanto se divulga para a diminuição de emissões, havendo um passivo em termos sociais e ambientais.

CGEE (2009) realizou uma análise SWOT da cadeia produtiva da cana, conforme o quadro 7, que esboçou os seus ganhos e problemas ambientais. Sendo que o foco de diversas redes do setor sucroenergético é encontrar soluções tecnológicas para as fraquezas e ameaças encontradas nesta análise, transformado-as em força e oportunidade. Para Zuurbier e Vooren (2008), os impactos que o cultivo da cana pode causar na água, no solo e no ar depende das tecnologias que serão aplicadas no seu cultivo.

Força Fraqueza

Nenhuma ou pouca necessidade de irrigação. Alterações estruturais do solo (perdas de água, nutrientes, solo, salinização e acidez.

Reutilização/reciclagem de grande parte da água

utilizada. Alta captação de água

Há a legislação de controle e proibição da prática da

queima. Poluição atmosférica (poluentes e fuligens): queimadas e mecanização agrícola Maior preservação do solo em relação a outras

culturas. Falhas de fiscalização (queimadas e vinhoto)

Disponibilidade de terras. Compactação do solo

Uso controlado do vinhoto. Salinização e contaminação dos lençóis e mananciais (vinhoto, fertilizantes e defensivos agrícolas)

Menor uso de defensivos/fertilizantes em relação a outras culturas (reciclo integral dos efluentes industriais e pesquisa)

Enxurradas e assoreamento

Fragmentação de habitats e redução da biodiversidade

Oportunidades Ameaças

Plantio direto Efeitos cumulativos do solo e de implementos

agrícolas, depleção de recursos hídricos. Uso de ETC's (Estrutura de Tráfego Controlado)

Agricultura de precisão Aumento do uso de defensivos agrícolas e de fertilizantes inorgânicos.

Corredores de Biodiversidade Aumento do uso de água.

Redução da coleta, uso e lançamento de água Aumento da demanda por irrigação em áreas com déficit hídrico.

Melhoramento genético

Hidrólise enzimática e ácida Riscos de degradação e queima de áreas de reserva. Concentração térmica e biodigestão do vinhoto

Quadro 7 – Análise SWOT da cadeia produtiva da cana. Fonte: CGEE (2009, p. 410)

Estudo realizado por Smeets et al. (2008) apresenta 17 pontos de preocupação relacionados a impactos ambientais que podem ser provocados pela produção de bioetanol e como esses impactos se tornam um gargalo à sustentabilidade e certificação da produção de etanol no país. Zuurbier e Vooren (2008) também organizaram um estudo que aponta os principais impactos ambientais da expansão do cultivo da cana-de-açúcar e da produção de bioetanol. Juntando a contribuição de Gonçalves; Ferraz e Szmrecsányi (2008), e cruzando os dados dos três estudos; elaborou-se o quadro 8 – pontos de impactos ambientais da cadeia produtiva da cana –, que apresenta um resumo dos principais tópicos apontados pelos pesquisadores. Depreende-se do estudo desses autores que as tecnologias desenvolvidas no setor sucroalcooleiro devem, além de buscar maior produtividade, se mostrarem como ferramentas eficientes para mitigar ou diminuir os impactos causados pela atividade sucroalcooleira. Pois, a busca por um caminho de inovação que coadune interesses econômicos, sociais e ambientais pode determinar o nível de sustentabilidade e o uso do bioetanol de cana-de-açúcar como fonte de energia.

Pontos de Impacto

Tipo de Impacto Implicações

Ecológico

Uso da Água Uso da água nos sistemas de irrigação da produção e no processo industrial de produção de etanol.

Proteção dos aquíferos

subterrâneos e de superfície No que se refere aos aspectos ambientais com potencial ameaça à qualidade e à disponibilidade dos recursos hídricos, a produção de açúcar e do álcool apresenta dois importantes pontos de discussão, que envolvem o processo de lavagem da cana e a destinação dos resíduos líquido.

Poluição da água Embora não exista uma informação exata que relacione poluição da água e produção de etanol, os dois elementos mais importantes apontados na pesquisa foram poluentes orgânicos e agrotóxicos. E também a eutrofização. Biodiversidade A produção de cana-de-açúcar gera impactos na

biodiversidade devido à troca da vegetação natural por plantação de cana.

Erosão e Compactação do Solo

A erosão do solo na plantação de cana-de-açúcar costuma ser menor que em outros tipos de cultivos e depende de condições locais e também da implementação de tecnologias de prevenção.

Uso de fertilizante O uso de fertilizantes é pequeno na plantação de cana-de- açúcar.

modificados modificadas gera uma preocupação pública a respeito dos impactos desta manipulação, embora ainda não tenham sido apresentados estudos definitivos.

Queimadas de cana-de-açúcar O número de queimadas tem caído bastante nos últimos anos, principalmente por causa da implantação da mecanização. É interessante que, neste ponto do artigo, os autores apontam desvantagens para a diminuição da queimada, como a diminuição de empregos, aumento dos custos, aumento do uso de emissões pelo uso do diesel nas máquinas e o aumento de pestes e doenças na plantação.

Emissão de gases de efeito

estufa Estudos apontam que a produção de etanol é mais eficiente em relação à emissão de gases de efeito estufa quando comparada a outras fontes de energia.

Uso de Agrotóxicos Podem ser usados no controle de doenças, insetos e ervas daninhas. As boas práticas no setor apontam para a introdução de tecnologias de controle biológico e gestão sustentável como o uso mínimo de agrotóxicos. O que é exigido e fiscalizado para a introdução de certificações ambientais. Também está ligado a tecnologias de desenvolvimento de novas variedades mais resistentes e produtos mais eficazes e menos prejudiciais ao ambiente. A agricultura de cana-de-açúcar utiliza pouco pesticida. Desmatamento e Perda de

Habitat Afeta o equilíbrio dos biomas, com impacto na fauna e na flora.

Sócio-econômico

Competição na produção de comida

Há estudos que relacionam o aumento da produtividade da cana com a diminuição de área para agricultura voltada para a produção de alimentos e para pastagens com consequente impacto nos preços dos alimentos. Emprego A mecanização trouxe um aumento dos níveis de

desemprego no setor.

Distribuição de renda A desigualdade na distribuição de renda no setor sucroalcooleiro é menor comparada à média nacional. Posse da terra A legislação existente é insuficiente para proteger os

pequenos produtores em conflitos relacionados à posse da terra.

Condições de trabalho e

direito do trabalho As condições de trabalho associadas ao trabalho manual nas lavouras de cana-de-açúcar resultam em diversos e sérios tipos de problemas de saúde. A legislação trabalhista encontra dificuldades para ser aplicada, principalmente em relação à necessidade de fiscalização. Salários A média dos salários na produção de cana-de-açúcar

costuma ser maior que em outras produções, o mesmo acontece no setor de etanol.

Trabalho infantil Estudos apontam que há uma presença representativa de trabalho infantil neste setor. Há necessidade de introdução de medidas de fiscalização e combate a essa prática, e também de programas que objetivem a melhoria das condições de vida de famílias que desenvolvem atividades de trabalho no cultivo da cana. Responsabilidade social e

benefícios Está iniciado um movimento na busca de benefícios sociais para os trabalhadores do setor. Este trabalho envolve a implantação de cursos de qualificação profissional em parceria entre usinas e governo, concessão de benefícios sociais aos trabalhadores e também medidas de combate ao trabalho escravo. Quadro 8 - Impactos ambientais da cadeia produtiva da cana.

Fonte: Elaborada com dados coletados nos estudos de Smeets et al. (2008), Gonçalves; Ferraz e Szmrecsányi (2008), e Zuurbier e Vooren. (2008).

Um dos primeiros impactos da cadeia produtiva do bioetanol está no uso da terra. De acordo com Zuurbier e Vooren (2008), a substituição de áreas de pastagem e de cultivo de outras plantações por cana-de-açúcar tem impactos sociais, econômicos e ambientais diretos. São exemplos disso o aumento do preço dos alimentos e a alteração da biodiversidade, como o impacto nos ecossistemas da região do Cerrado.

O projeto Canasat, realizado pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) em cooperação com a UNICA (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) e o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), avaliou as áreas cultivadas com cana nos principais estados produtores da região centro-sul do Brasil na safra 2008/09, por meio de imagens de satélites de sensoriamento remoto, e possibilita verificar a expansão de uso da terra:

Tabela 4 - Avaliação da área de cana disponível para colheita na safra 2008/09

Estado SAFRA 2007/08 (ha) SAFRA 2008/09 (ha) Variação % 07/08 para 08/09 São Paulo 3.961.928 4.445.281 12,2 Paraná 513.965 604.923 17,7 Minas Gerais 462.969 574.990 24,2 Goiás 308.840 432.009 39,9

Mato Grosso do Sul 212.551 290.990 36,9

Mato Grosso 217.762 231.060 6,1

Rio de Janeiro 94.613 100.399 6,1

Espírito Santo 59.231 70.086 18,3

Total 5.831.859 6.749.738 15,7

Fonte: MAPA, 2010.

O zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar é uma inovação na regulação ambiental da expansão da cana (CONABIO 2008), não existe país nenhum fazendo isso, o Brasil foi o primeiro na regulação. Ele tem o objetivo de fornecer subsídios técnicos para formulação de políticas públicas, visando à expansão e produção ambientalmente sustentável da cana no país. O zoneamento promoveu uma avaliação do potencial das terras para a produção de cana-de-açúcar, levando-se em consideração as características físicas dos solos e estudos sobre risco climático e ambiental.

Ele compreendeu, total ou parcialmente, 20 unidades da federação: Tocantins; Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Não foram abrangidos o Bioma Amazônia, o Pantanal e a Bacia do Alto Paraguai (MAPA, 2010).

Para Nassar et al. (2008); as análises ambientais, sociais e econômicas que são requeridas por órgãos governamentais, dentro da política ambiental de governo para a

concessão de licenças ambientais, são um elemento de controle importante, por exigir estudo detalhados como o Estudo de Impactos Ambientais (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).

A política governamental atual de incentivo à produção de bioetanol de cana-de-açúcar não permite a concessão de repasses financeiros de qualquer natureza, para produtores que se instalarem em áreas que estejam fora do zoneamento e que não tenham um projeto estrutural que compreenda medidas mitigadoras de impactos ambientais; o que leva a uma consequente necessidade de alinhamento e aporte tecnológico para que o produtor possa ter acesso a incentivos e recursos financeiros advindos de instituições como o BNDES, por exemplo, que é o maior concessor de recursos financeiros para o setor.

As usinas produtoras também estão buscando soluções tecnológicas; como a mecanização e técnicas de reciclagem da vinhaça, por exemplo; para aumento da produtividade por hectare e para a solução de impactos ambientais. Sendo que elas consideram que há necessidade de aumentar a produtividade em consonância com critérios de responsabilidade socioambiental.

Do ponto de vista ambiental, os ganhos com a utilização do bioetanol são significativos por diversos fatores; como a promoção de redução de emissões de gases de efeito estufa, o que se traduz em incentivo aos países que possuem compromissos de redução de emissões assumidos no Protocolo de Quioto (Finep, 2010). Para Zuurbier e Vooren (2008), esses ganhos se relacionam ao fato de que o bioetanol pode contribuir para o alcance das metas do milênio através de diversas vantagens ambientais, sociais e econômicas em comparação com os combustíveis fósseis; incluindo aumento da segurança energética, diminuição da importação de petróleo, criação de oportunidade de exportações, ajuda no enfrentamento de mudanças climáticas e atração de investimentos através do mercado financeiro de carbono.

De acordo com Meira Filho e Macedo (2010), se comparado à gasolina, o etanol pode reduzir em cerca de 90% as emissões de gases de efeito estufa (GEE), sendo uma alternativa disponível comercialmente e com grande potencial de rápida expansão em muitos países, inclusive com novas aplicações.

A área de zoneamento ambiental e econômico da cana de açúcar em São Paulo pode ser vista na figura 4:

Figura 4 - Zoneamento Agroecol Fonte: MAPA (2010)

Os grupos sucroalco resultados ambientais. Eles cursos sobre o assunto. E CTBE; que transferem tecn Conhecimentos ligados à m diminuição do uso de pestic mercado de créditos de ca tecnologias soft, de redução A tabela 5 – Emissã o bioetanol de cana-de-açúc de gases de efeito estufa combustíveis.

Tabela 5 – Emissão de gases de e Combustíve

Bioetanol de Milho Bioetanol de Celulose

Bioetanol de Cana-de-açúcar (Br Biodiesel de soja (EUA) Gasolina

Fonte: Revista Inovação em Paut

ológico para a expansão do etanol de cana de açúcar no

lcooleiros estão buscando absorver tecnologias les buscam profissionais especializados e os co Esses profissionais fazem parte de instituiçõ cnologia para que a empresa possa obter conhe melhora de técnicas de plantação e cultivo da ticidas, por exemplo, tornam a usina mais com carbono, que também é uma inovação impo ão de carbono no ciclo de vida das empresas. são de gases de efeito estufa na produção de bio çúcar produzido no Brasil se destaca em relaçã

a emitidos em seu processo de produção, se

e efeito estufa na produção de bioetanol Emissão de gases de efeito estufa

ível Emissão de (g GHGs/MJ de 135 90 Brasil) 14 237 92 uta (2010)

no estado de São Paulo.

as para melhorar os seus contratam para oferecer ições como Unicamp e hecimento e tecnologia. da cana que possibilitem mpetitiva em relação ao portante no tocante das

bioetanol - mostra como ção à menor quantidade se comparado a outros

de GHGs e combustível) 35

“Uma tecnologia pode resolver certos problemas enquanto cria outros” (Pessali e Fernández, 2006, p. 99). Levando em consideração os impactos sociais da produção de bioetanol, o principal deles é o desemprego que pode ser causado pela introdução de novas tecnologias. Alves e Paixão (2008) consideram a introdução das inovações tecnológicas tais como as promovidas na logística, mecanização do plantio e no corte de cana, levaram ao desemprego tecnológico.

Para Andrade e Miccolis (2009), os trabalhadores do setor sucroalcooleiro sofrem violações aos direitos humanos e ao direito do trabalho. Embora haja movimentos no sentido de sanar esse problema social, fontes e discursos diferentes apontam que a implementação de inovações tecnológicas como a mecanização irá ajudar a melhorar as condições desses trabalhadores, enquanto outros apontam que elas poderão trazer mais efeitos negativos, como o aumento do nível de desemprego no setor.

Há também a questão da produtividade, segundo Bittencourt (2008), o trabalho de corte da cana crua realizado por uma colhedora equivale ao trabalho de 80 a 100 homens, a mecanização da colheita altera o perfil do empregado, exige maior qualificação e melhora a remuneração; criando oportunidades para tratoristas, motoristas, mecânicos, condutores de colhedoras, técnicos em eletrônica, dentre outros. Mas ela reduz a demanda dos empregados de baixa escolaridade, expulsando-os da atividade. No estado de São Paulo, por exemplo, a mecanização da colheita fez com que 8 mil cortadores de cana deixassem de ser contratados.

Na agroindústria canavieira, a introdução de equipamentos modernos tem exigido dos trabalhadores maior qualificação, desempenho e novas habilidades, pois o conteúdo do trabalho tem mudado (Oliveira e Thomas Júnior, 2002). O estudo de projeção de cenários tecnológicos para a cadeia produtiva do bioetanol realizado por CGEE (2009), e já citado aqui, projeta uma redução no número de empregos em cenários com evolução tecnológica em