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As operações militares devem ser consideradas prioritariamente em um

4 EVOLUÇÃO DO SISTEMA DE INTELIGÊNCIA NO BRASIL

3.2 MISSÃO DA CÉLULA DE OBTENÇÃO

2.1.7 As operações militares devem ser consideradas prioritariamente em um

ambiente conjunto, excluindo raras situações, em que elementos da F Ter conduzem operações terrestres de forma singular. Deve-se ter presente que, normalmente, a F Ter irá atuar em um contexto conjunto ou conjunto combinado e, na quase totalidade, no ambiente Interagências.

Conforme prevê o Manual EB20-MC-10.201, as operações interagências são definidas como interação das Forças Armadas com outras agências com a finalidade de conciliar interesses e coordenar esforços para a consecução de objetivos ou propósitos convergentes que atendam ao bem comum, evitando a duplicidade de ações, dispersão de recursos e a divergência de soluções com eficiência, eficácia, efetividade e menores custos.

5 CONCLUSÃO

A essência desse Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi à somatória de todos os elementos tratados ao longo das 79 páginas suprarreferenciadas, onde se procurou dar ênfase aos assuntos abordados para as ações de Segurança Pública pautando-se no emprego de forma recorrente das Forças Armadas em Operações de Garantia da Lei e da Ordem. Dentro desse contexto, sabendo-se que a utilização das Forças Armadas no combate à violência urbana, atividade policial, com seus contornos legais próprios, a questão norteadora desse trabalho é a necessidade de amplo conhecimento da Estrutura da Atividade de Inteligência Militar em Apoio as Operações de Garantia da Lei e da Ordem.

Verificou-se que a Atividade de Inteligência Militar necessita estar permanentemente sendo empregada e atualizada, em virtude da confiança que a sociedade brasileira deposita no Exército Brasileiro, e, que por vezes, a Instituição se vê envolvida em situações que causam desgaste de sua imagem perante a opinião pública. Dessa maneira, é necessário integrar as ações de Inteligência no contexto de uma Op GLO com a finalidade de diminuir as incertezas que são inerentes ao emprego operacional, além de salvaguardar a integridade de seus integrantes. Assim, haverá uma contribuição para a melhoria da imagem da instituição, evitando questionamentos que possam advir a respeito da competência do EB em permanecer à frente da condução de importantes ações de Segurança Pública, no reestabelecimento da paz social.

A meta almejada foi mostrar ao leitor a importância e necessidade da Estrutura da Atividade de Inteligência Militar em Apoio as Op GLO, estando presente em todos os escalões do EB para produzir os conhecimentos necessários a cada um dos níveis decisórios. Os meios de análise materializam-se na Seção ou Agência de Inteligência de cada OM apoiada em sua Central de Inteligência Militar. Os meios de obtenção podem ser especializados ou não especializados. Os especializados, existentes nos Órgãos de Inteligência de cada escalão do SIEx, empregando técnicas operacionais específicas para a busca de dados. O não especializado, orgânicos das OM subordinadas de cada comando, realizam ações de reconhecimento e vigilância. No esforço de obtenção de dados, também são considerados os meios da Marinha, Força Aérea, Forças Auxiliares e outras agência de Estado, além de Organizações Civis colocados à disposição de cada escalão para as ações de Inteligência.

O CIE é o órgão central do SIEx, proporcionando uma estrutura de suporte para o fluxo de conhecimento e para o gerenciamento do Sistema. No curso das operações militares a Força Operativa centraliza as coordenações de Inteligência e o CIE realiza as ações de aprofundamento, podendo reforçar os elementos de emprego com meios e conhecimentos necessários. As Agências de Inteligência em todos os escalões do EB possuem variadas

missões e atribuições e exercem importante trabalho, tendo em vista que elas facilitam a integração do SIEx. Essas Agências acompanham as diversas expressões do poder nacional, além de serem empregados, sobretudo, na proteção de suas instalações, pessoal e material, documentos, informações e meios de comunicação, enfim, na sua segurança orgânica, no campo da Contrainteligência. As Operações de coordenação e cooperação compreendem o apoio prestado por elementos da F Ter, por meio da interação com outras agências, com a finalidade de conciliar interesses e coordenar esforços para a consecução de objetivos ou propósitos convergentes com efetividade e menores custos, e que atendam ao bem comum, evitando a duplicidade de ações, dispersão de recursos e a divergência de soluções.

Foi visto que a Inteligência é considerada uma capacidade operativa, aptidão requerida a uma força ou organização militar, para que possa obter um efeito estratégico, tático ou operacional. A Atividade de Inteligência está ligada a capacidade militar terrestre na superioridade de informações, traduzida por uma vantagem operativa derivada da habilidade de coletar, processar, disseminar, explorar e proteger um fluxo ininterrupto de informações aos comandantes em todos os níveis, ao mesmo em que se busca tirar proveito das informações do oponente no ambiente operacional, por determinado tempo e lugar. A Atividade de Inteligência Militar para ser empregada em apoio a uma Op GLO exige uma Centra de Inteligência estruturada, dotada de pessoal e equipamentos com o objetivo de produzir e difundir conhecimentos com oportunidade; em apoio ou não a uma operação com emprego de tropa.

A estrutura e os meios de uma C Intlg estão diretamente relacionados com a Operação a ser apoiada, pela complexidade dos conhecimentos necessários e com o volume de meios de obtenção de dados das diversas fontes empregadas, funcionando, antes, durante e após o desencadeamento de uma Operação. Deve permitir a integração rápida e eficiente, em tempo real, de dados e conhecimentos oriundos das diversas fontes, além de oferecer uma estrutura flexível, capaz de atender às necessidades de conhecimento dos Comandantes nos níveis estratégico, tático e operacional. A organização estrutural da C Intlg possui pessoal, material e equipamentos de obtenção de dados que apoiam a Inteligência no nível estratégico podendo, também, obter dados que atendam as necessidades e prioridades dos níveis tático e operacional. Em determinadas situações, estes dois últimos níveis podem cumprir missões do nível estratégico.

O Conhecimento de Inteligência, em nível estratégico, é o resultante da obtenção, análise, interpretação e disseminação de conhecimentos sobre as situações nacional e internacional, no que se refere ao Poder Nacional, aos Óbices, às suas Vulnerabilidades, às Possibilidades e outros aspectos correlatos, com possível projeção para o futuro. A Atividade de Inteligência é dinâmica e está presente em todas as fases de uma operação militar, bem

como em todos os níveis estratégico, tático e operacional. Sendo assim, o emprego da Atividade de Inteligência nas Op GLO é fator primordial à obtenção do sucesso, uma vez que a produção do conhecimento acerca das possibilidades e limitações do inimigo e do ambiente operacional é um dado fundamental ao processo decisório dos comandantes em qualquer nível.

O Nível Estratégico é onde o conhecimento é requerido para a formulação de planos e políticas nacionais ou internacionais para futuras Atividades da Inteligência Militar em apoio as Op GLO. Já no Nível Tático é onde praticamente se desenrolará as Atividades da Inteligência Militar em apoio as Op GLO, o Chefe da C Intlg deverá estabelecer ligação com o Oficial de Inteligência da operação. Assim, além de cumprir as determinações do Escalão Superior, esses militares serão os responsáveis por atualizar o Plano de Inteligência do Escalão considerado e de estabelecer uma prioridade para as Necessidades de Inteligência que são os EEI e ONI, se for o caso, atendendo as particularidades da área sob sua responsabilidade e em função dos possíveis problemas que possam existir. Essas Necessidades de Inteligência podem ser informações, dados ou conhecimentos, imprescindíveis à produção de conhecimentos operacionais, que o Comandante das Op GLO necessita em um determinado momento, para correlacioná-los com outros conhecimentos disponíveis, a fim de tomar uma decisão que lhe permita o cumprimento da missão. Essa decisão tem em vista a escolha de uma Linha de Ação a ser executada.

O Nível Operacional é onde esta inserida as técnicas operacionais do Exército que atuam como importantes vetores de Inteligência e, por serem os seus agentes especialistas no assunto, podem proporcionar valioso assessoramento aos planejadores e decisores envolvidos nas Op GLO, particularmente em situações que se desenvolvam sob o enfoque do tema operativo das operações contra forças oponentes e irregulares. A definição de técnicas operacionais pode ser dada, como sendo técnicas especiais de emprego de pessoal e material nas Operações de Inteligência. Em outras palavras, habilidades desenvolvidas através da utilização de técnicas especializadas, que favorecem a execução das ações de busca, aumentando as potencialidades, possibilidades e operacionalidades, viabilizadas através do emprego de pessoal especializado e equipamentos específicos.

As Op Intlg são um conjunto de ações planejadas, com o emprego de técnicas operacionais e meios especializados para a realização da busca, um instrumento auxiliar da inteligência em sentido estrito e da contrainteligência para a realização de dados negados ou indisponíveis e, em certas situações, para a neutralização de ações adversas. Para a obtenção do dado negado, a Atividade de Inteligência utiliza todas as fontes e meios disponíveis, sendo classificada em Inteligência de Fontes Humanas, de Imagens, Geográfica, por Assinatura de Alvos, de Fontes Abertas, de Sinais, Cibernética, Técnica e Sanitária. Portanto, as Medidas de

Integração e de Comando e Controle dos sistemas de inteligência é condição essencial para que planejadores e decisores obtenham uma consciência situacional mais efetiva, dando-lhes melhores condições para o planejamento, tomada de decisão e execução das operações. A integração dos sistemas de inteligência das Forças Armadas e dos OSP é um fator importantíssimo para o êxito das ações de combate ao crime organizado. Nesse sentido, é fundamental que haja um compartilhamento oportuno dos dados e informações que permitam o monitoramento e a atuação sobre os integrantes das organizações criminosas. Nesse contexto, algumas medidas devem ser tomadas, torna-se imperioso integrar as ações de Inteligência de uma Op GLO para implementar melhor a integração dessas atividades.

Os desafios de ordem operacional nas ações para a GLO e eventuais falhas nos níveis estratégico e tático podem ter consequências graves, causando repercussões para as Instituições. Por esse motivo, fruto da própria experiência das Instituições na condução de Op GLO relacionadas de combate ao crime organizado é levantado alguns fatores de nível operacional que devem ser considerados pelos planejadores e decisores ante a possibilidade de emprego do EB em ações e operações dessa natureza. Assim, são apontadas questões relativas à capacitação, unidade de comando, inteligência e emprego de forças especiais. Sobre a questão do controle operacional, há que se atentar que as Op GLO, muitas vezes, acontecerão em ambiente Interagências, é o que se verifica em geral nas operações militares. Essas Operações devem ser consideradas prioritariamente em um ambiente conjunto, excluindo raras situações, em que elementos da F Ter conduzem operações terrestres de forma singular. Deve-se ter presente que, normalmente, a F Ter irá atuar em um contexto conjunto ou conjunto combinado e, na quase totalidade, no ambiente Interagências.

Concluindo o presente TCC, é notório afirmar que a Atividade de Inteligência Militar proporcionou e tem proporcionado um conhecimento capaz de influenciar no sucesso das Op GLO. Dessa maneira, é necessário integrar as ações de Inteligência no contexto de uma Op GLO, principalmente, para diminuir as incertezas que são inerentes ao emprego operacional e diminuir os riscos de envolvimento de militares em atividades ilícitas. Adicionalmente, merecem destaque o emprego do EB em Op GLO observando-se o princípio da unidade de comando, caracterizado pela centralização dos elementos participantes das FA e dos OSP sob um comando único, para fins de controle, coordenação e atribuição de missões ou tarefas específicas na área de Inteligência, e ainda, no intuito de se obter uma consciência situacional mais efetiva, de modo a oferecer melhores condições para o processo de planejamento, tomada de decisão e execução das operações em tempo real. Portanto, isso é uma exigência da atual conjuntura nacional, que métodos e processos sejam constantemente atualizados a fim de que as ações a serem desencadeadas pela Estrutura da Atividade de Inteligência Militar em Apoio as Op GLO não percam em eficiência, eficácia e competência.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA NETO, Wilson Rocha de. Inteligência e Contrainteligência no Ministério

Público. Belo Horizonte: Editora Dictum, 2009.

BÍBLIA. Livro de Números-13. Disponível em: <www.bibliaonline.com.br/acf/nm/13>. Acesso em: 15 fev. 2020.

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promulgada em 16 de julho de 1934. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm>. Acesso em 20 jan. 20.

CONSTITUIÇÃO (1946) Constituição dos Estados Unidos do Brasil, promulgada em 18

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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm>. Acesso em 20 jan. 20.

CONSTITUIÇÃO (1967) Constituição do Brasil, promulgada em 24 de janeiro de 1967. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm>. Acesso em 20 jan. 20.

CONSTITUIÇÃO (1988) Constituição da República Federativa do Brasil; promulgada