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As primeiras experiências na carreira profissional

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 A TRAJETÓRIA DE VIDA DOS TREINADORES 1 Quem é T

4.1.4.2 As primeiras experiências na carreira profissional

Sua primeira experiência no ensino da GA aconteceu ainda no período em que treinava, aos 18 anos de idade, onde em seu clube, participava dos grupos de treinamento e ministrava aulas de GA para turmas de iniciação ao treino. Posteriormente a este período, mudou-se para um município de Santa Catarina iniciando seus trabalhos como treinador nesta cidade. Menciona que no início de sua carreira como treinador era muito exigente e rígido com as crianças, sua preocupação acima de tudo, estava relacionada com um bom desempenho técnico nos treinos e competições. Após mudar de Estado para viver, suas atitudes também foram moldadas, e atualmente, mantém a qualidade técnica dos seus ginastas, mas, hoje, se percebe um treinador mais paciente e tolerante. Ele acredita que o “vício” e a “paixão” pela ginástica, fazem com que continue firme na carreira como treinador.

“[...] Foi no momento que precisou, ali que eu precisei, surgiu uma vaga para trabalhar daí o clube precisando de gente para ajudar, e ai eu fui trabalhar [...] Eu era instrutor de ginástica [...] o que me faz permanecer? É a paixão de novo! É um vício! [...] Eu tive duas fases [...] quando eu trabalhava no RS, eu trabalhava com competição, eu tinha uma atitude completamente diferente que eu sou hoje. Eu era exigente, eu era bravo demais, sabe, me estressava, brigava com as crianças o tempo todo, não era muito de valorizar as coisas, eu era muito crítico [...] nunca dava elogio [...] quando eu vim para SC, que eu parei por um tempo de trabalhar com isso e comecei trabalhar com escolinha eu tive outra visão. Mudei completamente,

comecei a ter prazer de ver qualquer criança aprendendo [...]”. (T4)

4.1.4.3 Como aprendeu a ser treinador

A experiência de prática de T4 no treinamento da GA foi sua principal fonte de aprendizagem. A possibilidade de poder ter aulas com diferentes treinadores, fez com que ele observasse as metodologias de diferentes escolas de ginástica e compartilhasse informações de interesse pessoal para o ensino. As disciplinas que cursou no curso de graduação em Educação Física, T4 acredita que contribuíram muito mais a entender as metodologias e processos de treinamento nos esportes em geral do que o treinamento de GA especificamente. As principais contribuições para ensinar a GA, verdadeiramente ele acredita que obteve em suas práticas de treino. Atualmente, utiliza com frequência os recursos da internet, através de sites específicos deste esporte.

“[...] eu aprendi na prática com os treinadores que passei [...] hoje em dia, lendo na internet [...] algumas coisas foi pelos treinadores que eu tive estrangeiros, que a gente conviveu três ou dois anos com eles, eles eram muito técnicos, muito técnicos! [...] um deles tinha um bonequinho que mostrava, eu até tenho, tem um que tinha umas planilhas com tudo da biomecânica da ginástica [...] tem muita coisa que não tem explicação, tem muita coisa que tu copia, entendeu, muita coisa que tu copia o aquecimento hoje, ta todo mundo fazendo o aquecimento assim, há cinco, seis anos atrás era diferente ninguém fazia assim, era diferente, todo mundo copiava aquele aquecimento [...] é muita informação, muito exercício [...] aprendi muita coisa errada também, muita coisa errada que hoje eu jamais faria e não faço, sei que não dá pra fazer, muita coisa errada, de coisas, que, a gente é assim,

aqui no Brasil a gente aprende fazendo as coisas [...]”. (T4)

4.1.5 Quem é T5

Nascido no ano de 1967 e com 28 anos de experiência como treinador de GA, T5 é professor concursado do município, destacado como treinador e coordenador da modalidade no município o qual reside atualmente, T5 é Licenciado em Educação Física e Pós graduado em Ciências do Movimento Humano. Nascido no Estado do Rio de Janeiro, no momento da recolha dos dados, ele dividia seu tempo entre os treinamentos e a coordenação da GA de seu município. Durante sua carreira de treinador, tem sido reconhecido pela qualidade do seu trabalho de formação de jovens ginastas, com diversos títulos conquistados em competições Estaduais, participação em eventos Nacionais e atletas convocados para eventos importantes representando o Brasil. Para T5 a GA se constitui num “oceano profundo” cujas variações dos movimentos são ilimitadas e complexas. O sentimento de superação, proporcionada pelo desafio pessoal ao ensinar um atleta a executar movimentos de alta dificuldade, resulta num sentimento de prazer e realização que de fato, o mantém motivado. A preocupação com a formação de valores com seus ginastas é também uma preocupação constante nos treinamentos de T5. A dedicação na formação de jovens ginastas, bem como as conquistas de suas equipes ao longo dos anos, têm levado T5 a ser reconhecido por seus pares como um treinador competente no ensino da GA.

“[...] eu sinto felicidade, prazer, de saber que você ensina uma coisa que você está a todo tempo se superando e que não tem fim [...] isso é a ginástica! E quando eu que meu atleta já está realizando o movimento, eu quero mais! Quero ensinar movimentos mais difíceis [...] eu acredito que tudo isso é a questão de superação e de vontade [...] então eu trabalho paralelo, quando um atleta ganha uma competição, eu oriento, então, você tem que procurar

ser igual, você tem que ser amigo de todo mundo, conversar com todo mundo, parar para conversar, responder as coisas [...] porque você não é melhor do que ninguém [...] porque isso é tão passageiro, e o bacana é você fazer amizades! [...] então, eu acho que se você prepara um atleta, para perder, para vencer, e o psicológico também, e se você sente que isso já vem da família dele, que está inserido nele, você tem a obrigação de mudar ele [...]”. (T5)