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3 O ESPAÇO VISTO DO ESPAÇO

3.1 AS VARIÁVEIS NATURAIS E SOCIAIS

3.1.2 As variáveis sociais – O Censo Demográfico

A bacia hidrográfica do Rio Jaguaribe contém 21 áreas de ponderação. Trata-

se, evidentemente, de uma forma específica de organizar a projeção de dados

socioeconômicos sobre o espaço geográfico. Não foi encontrada na revisão de

literatura nenhuma outra pesquisa que utilizasse essa base de dados em relação à

área em estudo. As áreas de ponderação foram utilizadas como recurso para se

projetar no espaço os dados levantados pelo Censo 2000, e que serviram de base

Figura 27. Bairros contidos em cada área de ponderação que integra a bacia hidrográfica do rio Jaguaribe – SSA/BA.

Fonte: IBGE. Censo Demográfico de 2000 - Microdados da Amostra – SEI – 2007. Elaboração: CAETANO, Carlos Alberto (2007).

A figura 27 apresenta os nomes dos bairros contidos em cada área de

ponderação, bem como o número oficial que cada área recebeu no Censo

2000/IBGE. A divisão do rio Jaguaribe em alto, médio e baixo curso foi feita

adotando-se como critério manter no Alto Curso os rios Cambonas e Águas Claras,

até sua junção formando propriamente o Jaguaribe. O Médio Curso foi considerado

desse ponto até a interceptação pela Avenida Paralela. O Baixo Curso foi tomado

A seguir foi organizado o Quadro 8 com as informações obtidas no Censo

2000, referentes à população de ambos os sexos residente em domicílios

particulares em todas as áreas de ponderação, organizada pela numeração oficial

dessas áreas.

Fonte: IBGE. Censo Demográfico de 2000 - Microdados da Amostra – SEI – 2007. Elaboração: CAETANO, Carlos Alberto (2007).

As informações contidas no Quadro 8, posteriormente foram organizadas no

formado de um rol em ordem crescente de acordo com a quantidade de população

residente, como mostra o Quadro 9. Ao organizar esse rol o objetivo buscado foi o

QUADRO 8 – Pessoas de ambos os sexos residentes em domicílios particulares permanentes por área de ponderação na Bacia Hidrográfica do rio Jaguaribe – SSA/BA.

Numeração das áreas de Ponderação pelo IBGE /

Bairros que as integram Residentes / Sexo

Masc. Fem. Total

1 Abaeté / Nova Brasília de Itapuã) 9.364 10.305 19.669

2 (Patamares / Piatã) 13.196 14.325 27.521

3 (Pq. Exposição / Alto do Coqueirinho / Km 17/ Ex-

Combatentes) 12.188 13.218 25.406

4 (Bairro da Paz) 8.589 8.817 17.406

5 (Itapuã / Nova Conquista) 8.162 9.366 17.528

6 (Stella Maris / Aeroporto) 6.521 7.148 13.669

33 (Mussurunga) 17.405 18.761 36.166

34 (São Cristovão) 14.086 14.724 28.810

70 (Pirajá) 13.474 14.598 28.072

72 (Calabetão / Granjas Pres. Vargas / Jardim Santo

Inácio 9.288 9.924 19.212

75 (Dom Avelar / Porto Seco – Pirajá) 7.235 7.664 14.899

76 (Castelo Branco / Cajazeiras II e IV) 12.980 14.309 27.289

77 (V. Canária / 7 de Abril / Jd. Nova Esperança) 16.490 17.668 34.158

79 (São Marcos/Canabrava/Rec. Ilhas/Col. Pituaçu/

Viv. Pássaros/Viv. Campos/ Nova Cidade/ Jd das Limeiras/ Paralela Park/Lagoa Verde

26.448 29.697 56.145

80 (Estrada do Mocambo/Projeto ASA/Aldeia das

Pedras/Flamboyants/Trobogy/Nova Brasília/Cj Jaguaribe

9.889 10.664 20.552

81 (Valéria) 11.156 11.594 22.750

82 (Cajazeira/Bico Doce/Palestina/Boca da Mata/

Águas Claras) 13.572 14.065 27.637

83 (Nogueira/Cajazeiras III) 7.475 7.892 15.367

84 (Cajazeiras V, VI e VII) 9.907 10.978 20.885

85 (Cajazeiras VIII) 9.113 9.859 18.972

de desenhar os extremos de residentes ao longo da bacia hidrográfica, ou seja,

quais as áreas de ponderação com maior e menor população residente, para que

posteriormente esses dados fossem organizados em relação ao curso do rio em

estudo.

QUADRO 9 - Rol de pessoas residentes nas áreas de ponderação que compõem a bacia hidrográfica do Rio Jaguaribe, SSA – BA.

Áreas de Ponderação pela numeração oficial do IBGE/ bairros que as integram

Quantitativo de residentes em ordem crescente 06 - Stella Maris / Aeroporto 13.669 75 - D. Avelar /Porto Seco-Pirajá 14.899 83 - Nogueira /Cajazeiras III 15.367

86 - Cajazeiras X / XI 17.272

04 – Bairro da Paz 17.406

05 - Itapuã / Nova Conquista 17.528

85 – Cajazeiras VII 18.972

72 - Calabetão /Granjas Pres. Vargas / Jd.Sto. Inácio 19.212 01 – Abaeté/ Nova Brasília de Itapuã 19.669 80 – Mocambo / ASA / Aldeia Pedras / Flamboyants Trobogy /

Nova Brasília/Cj. Jaguaribe 20.552 84 – Cajazeiras V / Cajazeiras VI / Cajazeiras VII 20.885

81 – Valéria 22.750

03 – Pq. Expo / Coqueirinho / Km 17 / Ex-Combatentes 25.406 76 – Castelo Branco / Cajazeiras II / Cajazeiras IV 27.289

02 – Patamares / Piatã 27.521

82 – Cajazeira / Bico Doce / Palestina / Boca da Mata / Águas

Claras 27.637

70 – Pirajá 28.072

34 – São Cristóvão 28.810

77 – Vila Canária / Sete de Abril / Jd. Nova Esperança 34.158

33 – Mussurunga 36.166

79 – São Marcos / Canabrava / Recanto das Ilhas / Colinas de Pituaçu / Vivenda dos Pássaros / Vivenda dos Campos / Nova Cidade / Jd. Das Limeiras / Paralela Park / Lagoa Verde

56.145 Fonte: IBGE. Censo Demográfico de 2000 - Microdados da Amostra – SEI – 2007. Elaboração: CAETANO, Carlos Alberto (2007).

No Quadro 9 se pode ver onde ocorre a maior presença de residentes

localizada em apenas uma área de ponderação, com grande concentração em São

Abril e Jardim Nova Esperança (77). Além desses extremos onde os residentes

estão mais concentrados, o Quadro 9 mostra também que Stella Maris/ Aeroporto

(06), Dom Avelar / Porto Seco-Pirajá e Nogueira / Cajazeiras III são as áreas com

menor número de residentes.

Tais ocorrências podem ser explicadas pelo fato de as áreas de Stella

Maris/Aeroporto serem ocupações mais recentes, com população de maior renda e ,

no caso de Porto Seco-Pirajá (não envolve o bairro de Pirajá), a explicação pode ser

dada pelo fato de existir no local uma grande área de uso comercial, sem grande

número de residentes. No caso das áreas com maior população, tratam-se de

bairros proletários que sofreram um processo de verticalização com a construção de

verdadeiros “paredões” habitacionais com vários andares.

Para facilitar a interpretação da relação entre a produção do espaço como

residência pela população e a área da bacia hidrográfica propriamente dita, uma vez

que pelo senso comum ninguém reside em um bacia hidrográfica, foi montado o

Quadro 10, com as áreas de ponderação agrupadas dessa vez seguindo o curso do

rio, ou seja, juntou-se aquelas áreas de ponderação que estão localizadas ano alto

curso em um bloco; as que estão no médio curso em outro e, finalmente, as que

estão no baixo curso em outro.

A necessidade de construção desse quadro seguindo o curso do rio, embora

pudesse parecer evidente desde o início da pesquisa, tornou-se mais clara quando

foi elaborado o Quadro 9, que mostrou a existência de extremos quantitativos (maior

população residente/menor população residente) ocorrendo simultaneamente no

Como exemplo se pode observar que Stella Maris/Aeroporto e

Nogueira/Cajazeira, que aparecem com menor população, estão respectivamente no

baixo e alto curso do rio. Vila Canária, Sete de Abril e Jardim Nova Esperança , que

localizam-se no Alto Curso, aparecem entre as áreas com maior quantitativo

populacional, embora a maior parte das áreas de ponderação com população

elevada está localizada no Médio Curso.

QUADRO 10 – População residente nas áreas de ponderação da Bacia Hidrográfica do Rio Jaguaribe, SSA – BA, segundo o curso do rio.

A = ALTO CURSO M = MÉDIO CURSO B= BAIXO CURSO Quantitativo de residentes A – 70 – Pirajá 28.072 A – 81 – Valéria 22.750

A – 75 – Dom Avelar / Porto Seco-Pirajá 14.899 A – 83 – Nogueira / Cajazeira III 15.367 A – 82 – Cajazeira / Bico Doce / Palestina / Boca da Mata 27.637 A – 77 – Vila Canária / Sete de Abril / Jardim. Nova Esperança 34.158 A – 76 – Castelo Branco / Cajazeiras II e IV 27.289 A - 84 – Cajazeiras V, Cajazeiras VI e Cajazeiras VII 20.885 A - 86 – Cajazeiras X e Cajazeiras XI 17.272 M – 72 - Calabetão / Granjas P. Vargas / Jd. Sto. Inácio 19.212 M – 79 – São Marcos / Canabrava / Recanto das Ilhas /Colinas

de Pituaçu / Vivenda dos Pássaros /Vivendas do Campo / Nova Cidade / Jardim das Limeiras / Paralela Park / Lagoa Verde

56.145 M – 80 – Estrada do Mucambo / Projeto ASA / Aldeia das Pedras

/ Flamboyants / Trobogy / Nova Brasília / Conjunto Jaguaribe

20.552

M – 85 – Cajazeiras VIII 18.972

M – 33 – Mussurunga 36.166

M – 34 – São Cristóvão 28.810

B – 06 – Stella Maris / Aeroporto 13.669 B – 03 – Pq Exposição / Coqueirinho / Km 17 / Ex-Combatentes 25.406 B – 01 – Abaeté / Nova Brasília de Itapuã 19.669 B – 05 – Itapuã / Nova Conquista 17.528

B – 04 – Bairro da Paz 17.406

B – 02 – Piatã / Patamares 27.521

Fonte: IBGE. Censo Demográfico de 2000 - Microdados da Amostra – SEI – 2007. Elaboração: CAETANO, Carlos Alberto (2007).

Para facilitar a interpretação desses dados do Quadro 10, optou-se pela

construção de gráficos de barras e, num primeiro momento, as 21 áreas de

ponderação e seus respectivos dados foram colocados no Gráfico 2, cuja

compreensão foi considerada prejudicada devido ao excesso de informação. Apesar

disso, o Gráfico 1 evidencia a concentração de áreas de ponderação com maior

contingente populacional no médio curso do rio; que o alto curso do rio apresenta a

população mais dispersa entre as diversas áreas de ponderação, embora exista uma

variação significativa entre os quantitativos das diversas áreas. Já o baixo curso

apresenta a menor concentração populacional, estando inclusive aí localizada a área

com a menor população residente.

DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO NAS 21 ÁREAS DE PONDERAÇÃO QUE COMPÕEM A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO JAGUARIBE, SSA-BA

Gráfico 2. No médio curso do rio encontram-se as áreas com maior população. Fonte: IBGE. Censo Demográfico de 2000 - Microdados da Amostra – SEI – 2007. Elaboração: CAETANO, Carlos Alberto (2007).

Diante do excesso de informação evidenciado no Gráfico 2 e da necessidade de se construir diversos outros com as demais informações obtidas no banco de Microdados da Amostra do Censo de 2000, optou-se por selecionar 15 áreas de ponderação e numerá-las em ordem crescente, de acordo com o curso do rio para facilitar a construção e a interpretação dos gráficos. A seleção foi feita e resultou no Quadro 11.

Um questionamento feito: o fato de que as informações estavam, do ponto de vista estatístico, na escala de freqüência e não na escala de razão. Isso significa que na escala de freqüência não havia um valor “zero” e, para o cálculo dos resíduos, que foi feito posteriormente, era necessário que os dados estivessem na escala de razão.

O problema foi solucionado com a transformação dos dados relativos à cada área de ponderação em percentagem da população total residente na área da bacia, resultando num rol onde as informações sobre a população residente em cada área estavam na escala de razão.

QUADRO 11 – As Áreas de ponderação da Bacia Hidrográfica do Rio Jaguaribe, SSA – BA, selecionadas para a análise.

A = ALTO CURSO M = MÉDIO CURSO B= BAIXO CURSO

O número que se segue às letras A; M e B corresponde à numeração de cada área de ponderação dada oficialmente pelo IBGE.

Residentes % do TOTAL DA BACIA

1 - ( A 82) - Cajazeira / Bico Doce/ Palestina / Boca da Mata 27.637 4,94

2 – (A 84) – Cajazeiras V, Cajazeiras VI e Cajazeiras VII 20.885 3,73

3 – (A 76) – Castelo Branco / Cajazeiras II e IV 27.289 4,88

4 – (A 86 )– Cajazeiras X e Cajazeiras XI 17.272 3,09

5 – (A 75 )– Dom Avelar / Porto Seco-Pirajá 14.899 2,66

6 – (A 83) – Nogueira / Cajazeira III 15.367 2,75

7 – ( A 81) - Valéria 22.750 4,06

8- (M 79 ) – São Marcos / Canabrava / Recanto das Ilhas / Colinas de Pituaçu / Vivenda dos Pássaros / Vivendas do Campo / Nova Cidade / Jardim das Limeiras / Paralela Park / Lagoa Verde

56.145

10,04 9 – (M 80) – Estrada do Mocambo / Projeto ASA / Aldeia das Pedras /

Flamboyants / Trobogy / Nova Brasília / Conjunto Jaguaribe 20.552 3,67

10 – (M 33) – Mussurunga 36.166 6,46

11 – (B 04) – Bairro da Paz 17.406 3,11

12 – (B 03) – Pq Exposição / Coqueirinho / Km 17 / Ex-Combatentes 25.406 4,54

13 – (B 01) – Abaeté / Nova Brasília de Itapuã 19.669 3,51

14 – (B 05) – Itapuã / Nova Conquista 17.528 3,13

15 – (B 02) – Piatã / Patamares 27.521 4,92

Fonte: IBGE. Censo Demográfico de 2000 - Microdados da Amostra – SEI – 2007. Elaboração: CAETANO, Carlos Alberto (2007).

Destaque-se que a numeração das áreas de ponderação no Gráfico 3 não

corresponde à numeração das mesmas pelo IBGE, uma vez que se refere à

numeração de 1 a 15 dada às áreas que foram escolhidas para formar um “desenho”

da população residente segundo o do curso do rio, conforme apresentado no

Quadro 4.

Gráfico 3 - Concentração de residentes é maior em áreas do médio curso do rio Jaguaribe, SSA-BA.

Fonte: IBGE. Censo Demográfico de 2000 - Microdados da Amostra – SEI – 2007.

Elaboração: CAETANO, Carlos Alberto (2007).

Pode-se observar, analisando o Gráfico 3, que o alto curso do rio tem, entre

as áreas escolhidas, a maior população residente e que, o médio curso do rio, tem a

significativamente maior na área de ponderação de São Marcos e entorno, que

aparece com o número 8 no Gráfico 3.

Na área de São Marcos e entorno ocorre uma verticalização das moradias,

formando verdadeiros paredões de residências de três ou quatro andares, sem

nenhuma área livre, com acessos internos por escadas. No trabalho de campo se

evidenciou que nenhuma destas construções possui elevador e condições mínimas

de prevenção em relação à incêndio, por exemplo, como saídas de emergência.

QUADRO 12 - Domicílios particulares independente da condição de próprios, permanentes, cedidos e-ou alugados na Bacia Hidrográfica do Rio Jaguaribe, SSA-BA.

Áreas de Ponderação

selecionadas para a análise Total de domicílios

1 7.232 2 5.500 3 7.038 4 4.506 5 3.866 6 3.967 7 5.799 8 16.061 9 5.566 10 9.284 11 4.559 12 6.724 13 5.139 14 4.707 15 7.085

Fonte: IBGE. Censo Demográfico de 2000 - Microdados da amostra – SEI – 2007. Elaboração: CAETANO, Carlos Alberto (2007)

A partir do Quadro 12 foi elaborado o Gráfico 4, onde se percebe a

concentração de domicílios existente na área 8, que corresponde a São Marcos e

entorno, comprovando que se trata da área com tendência a apresentar mais

problemas de diversas características em relação à concentração de grande número

Gráfico 4 - São Marcos e entorno (8) têm a maior concentração de domicílios em toda a bacia hidrográgica do rio Jaguaribe, Salvador, BA. Fonte: IBGE. Censo Demográfico de 2000 - Microdados da Amostra – SEI – 2007.

Elaboração: CAETANO, Carlos Alberto (2007).

O Gráfico 4 também mostra que, entre as áreas escolhidas, existem mais

domicílios no alto curso do rio distribuídos nas diversas áreas, diferentemente do

médio curso onde os mesmos estão concentrados. A proximidade dessas áreas do

médio curso com a avenida Paralela e o próprio Centro Administrativo da Bahia,

onde estão os órgãos do Governo do Estado, localizado na margem dessa avenida,

explicam em parte a concentração dessa parcela da população de classe mais baixa

numa área de ocupação irregular, diferentemente do alto curso, onde a ocupação se

deu através da implantação dos conjuntos habitacionais de Cajazeiras, ocorrida a

A análise dos dados referentes à população que habita a área possibilita,

ainda, uma interpretação sobre a relação que se estabelece entre a quantidade de

moradores e a quantidade de domicílios, evidenciando que em toda a área em

estudo não são famílias numerosas residindo em poucos domicílios, ao contrário, a

maior parte das famílias têm, no máximo dois moradores por cômodo, conforme se

vê no Quadro 13.

QUADRO 13 - Densidade dos moradores por cômodo dos domicílios particulares permanentes

Áreas de Ponderação Selecionadas para análise Até 0,5 Mais de 0,5 a 1,0 Mais de 1,0 a 1,5 Mais de 1,5 a 2,0 Mais de 2,0 a 3,0 Mais de 3,0 a 4,0 Mais de 4,0 Total 1 1.746 3.495 1.067 561 233 89 41 7.232 2 1.675 2.767 628 286 124 8 12 5.500 3 2.055 3.517 782 375 214 51 46 7.038 4 1.372 2.474 436 162 50 12 - 4.506 5 1.239 2.105 346 105 72 - - 3.866 6 1.090 2.092 409 271 73 16 17 3.967 7 1.325 2.725 862 486 264 55 82 5.799 8 5.910 7.881 1.180 532 306 123 129 16.061 9 1.812 2.456 600 345 251 68 34 5.566 10 2.979 4.499 1.037 390 225 77 78 9.284 11 776 1.759 848 590 344 152 90 4.559 12 2.511 3.008 685 345 134 10 31 6.724 13 1.758 2.389 590 292 54 35 22 5.139 14 2.402 1.765 329 164 26 9 12 4.707 15 3.850 2.378 357 241 208 32 18 7.085

Fonte: IBGE. Censo Demográfico de 2000 - Microdados da Amostra – SEI – 2007. Elaboração: CAETANO, Carlos Alberto (2007).

No alto curso do rio estão as duas áreas que não possuem mais de quatro

/ XI e Dom Avelar / Porto Seco – Pirajá. Pode-se interpretar essa ocorrência pelo

fato dessa última ser tanto de uso residencial quanto comercial e, no caso da

primeira, por se tratar de prédios de conjuntos habitacionais de dois quartos. Ainda

no alto curso, Valéria, a de número 7, é a que aparece com maior número de

domicílios com mais de quatro moradores por cômodo. Trata-se de um bairro de

classe mais baixa, de moradias térreas, localizado após o corte que a BR-324 faz na

área da bacia.

No médio curso do rio, a área de número 8 (São Marcos e entorno) aparece

novamente com maior número de domicílios com mais moradores por cômodo.

Merece destaque também a ocorrência na área de número 11 (Bairro da Paz), já

localizada no baixo curso do rio. Uma área de ocupação irregular recente que

enfrenta diversos problemas sociais relacionados inclusive com o tráfico de drogas e

que se apresenta com um alto índice de domicílios com mais de quatro moradores

por cômodo.

Em relação à renda da população, a análise das áreas de ponderação

selecionadas evidencia que existe uma variação mais ou menos regular no alto

curso do rio, como mostra o gráfico 5, o que permite inferir que se trata de uma área

mais ou menos homogênea socioeconomicamente, habitada majoritariamente por

integrantes de uma mesma classe social.

No médio baixo curso do rio existe uma área de ponderação que foge desse

padrão de homogeneidade socioeconômica evidenciada no alto curso: São Marcos e

seu entorno (8), que apresentam uma renda mais alta. Cabe a ressalva de que

esses dados relativos a São Marcos e seu entorno podem estar relacionados com o

fato já registrado anteriormente de haver uma grande concentração populacional em

Gráfico 5- O Bairro da Paz aparece com a menor renda média per capita e Patamares com a maior.

Fonte: IBGE. Censo Demográfico de 2000 - Microdados da Amostra – SEI – 2007.

Elaboração: CAETANO, Carlos Alberto (2007).

Já o Bairro da Paz (11) , se apresenta praticamente como um “gueto”, com a

renda mais baixa de toda a área da bacia. A renda média individual era menor do

que R$ 100,00 na época do Censo 2000.

Trata-se de uma área de ocupação ‘irregular’ que se consolidou a partir dos

anos 80, sendo habitada por segmentos mais pobres da população. O local não

possui infra-estrutura adequada, em especial saneamento básico, pavimentação,

etc., e é palco de diversas práticas de violência ligadas à ação marginal, incluindo o

Há ainda a evidência de concentração de população com renda mais alta no

baixo curso, particularmente nas áreas 14 (Itapuã/Nova Conquista) e 15

(Piatã/Patamares), sendo a última bastante superior a todas as demais, como

mostra o Gráfico 6.

Gráfico 6 - O Bairro da Paz (área 11) aparece com a mais baixa renda média domiciliar na bacia hidrográfica do rio Jaguaribe, SSA- BA.

Fonte: IBGE. Censo Demográfico de 2000 - Microdados da Amostra – SEI – 2007.

Elaboração: CAETANO, Carlos Alberto (2007).

É importante destacar que as duas ocorrências, o Bairro da Paz (11) que

aparece com os menores índices de renda média domiciliar e Patamares (15) com

os mais altos, estão localizados no baixo curso do rio. Pode-se perceber pelo gráfico

que a renda domiciliar média no alto curso do rio gira em torno de aproximadamente

Para diversificar essa interpretação se buscou analisar a renda mediana

também no que diz respeito tanto à renda domiciliar como em relação à renda per

capita. O objetivo da análise da renda mediana foi evitar que ocorressem distorções

comuns quando uma parte da população tem uma renda muito alta e outra parte

uma renda muito baixa, dando como resultado uma renda média elevada.

A renda mediana mostra o valor que está no meio, o que ajuda a interpretar

melhor a questão da renda quando ocorrem casos de valores extremos elevados ou

baixos. O resultado encontrado foi o que se vê nos gráficos 7 e 8.

Gráfico 7 - A mediana mantém o Bairro da Paz no índice mais baixo. Fonte: IBGE. Censo Demográfico de 2000 - Microdados da Amostra – SEI – 2007.

Em quatro áreas de ponderação encontramos rendas medianas individuais

abaixo de R$ 100,00: Cajazeira/Bico Doce/Palestina/Boca da Mata/Águas Claras

(área 1); D. Avelar/Porto-Seco Pirajá (área 5); Valéria(área 7) e Bairro da Paz (área

11), sendo que a mais baixa delas é a do Bairro da Paz (11).

Esse dado confirma que o Bairro da Paz é a maior concentração de extrema

pobreza em toda a área da bacia hidrográfica do rio Jaguaribe e que em nenhuma

outra área do alto curso, esse problema se apresenta de forma tão evidente.

As rendas medianas domiciliares confirmam que Cajazeira/Bico

Doce/Palestina/Boca da Mata (área 1); Dom Avelar/Porto Seco – Pirajá (área 5);

Valéria (área 7) e Bairro da Paz (área 11) como as de rendas mais baixas. Em todas

as simulações Itapuã (área 14) aparece como a segunda melhor renda entre as

áreas da bacia, em algumas simulações aproximando-se de Patamares (15) – a

maior renda – quando se calcula, por exemplo, tanto a renda mediana per capita

Gráfico 8 – A mediana não traz alterações significativas à análise. Fonte: IBGE. Censo Demográfico de 2000 - Microdados da Amostra – SEI – 2007.

Elaboração: CAETANO, Carlos Alberto (2007).

A renda mediana per capita não esconde o elemento principal que se buscou

na análise desses dados estatísticos: comprovar que o que diferencia a população

que habita as diferentes áreas de ponderação da bacia hidrográfica do rio Jaguaribe

é a renda. Ou seja, que é a condição de classe social dessa população que faz a

diferença.

Analisou-se, em seguida, um aspecto importante da caracterização dessa

população: qual a porcentagem dela que teve ou que não teve acesso ao estudo,

para se estabelecer a existência ou não de uma relação entre a parcela da

Gráfico 9 - A população sem instrução aparece no alto, no médio e no baixo curso do rio.

Fonte: IBGE. Censo Demográfico de 2000 - Microdados da Amostra – SEI – 2007.

Elaboração: CAETANO, Carlos Alberto (2007).

A análise dos dados referentes à população sem instrução mostra que ela se

concentra mais no médio curso do rio, havendo alguns aspectos importantes de

serem observados pontualmente tanto no alto curso como no baixo curso do rio. Em

primeiro lugar destaque-se que a área com menor índice de população sem

instrução está no alto curso, Cajazeiras X e XI, que aparece como a área 4 no

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