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Aspectos conclusivos da interação U-E no RS

VII INTERAÇÃO UNIVERSIDADE–EMPRESA NO RIO GRANDE DO SUL

REGIÃO CENTRO-LESTE:

7.3 Aspectos conclusivos da interação U-E no RS

O RS registrou a taxa de crescimento de 30,24% dos grupos de pesquisa, no período de 2002 a 2008 com destaque para as áreas: Ciências da Saúde (45,56%), Ciências Sociais Aplicadas (45,02%), Lingüísticas, Letras e Artes (34,91%) e Ciências Humanas (32,43%), detinham 57,77% do total dos grupos de pesquisa em 2008. No entanto, a taxa de crescimento de 102,94% dos grupos de pesquisa que se relacionam com o setor produtivo no período de 2002 a 2008 com destaque para: Ciências Humanas (262,50%), Ciências Sociais Aplicadas (200,00%) e Ciências da Saúde (150,00%) e Engenharias (101,79%), juntas representam 57,97% do total em 2008.

O grau de interação variou bastante entre as grandes áreas do conhecimento, podendo-se distinguir dois conjuntos: por um lado, e as Engenharias, com 39,79% e as áreas das Ciências Agrárias, com 29,46%, com um grau de interação elevado; por outro lado, as demais áreas com interação substancialmente menor, variando de 3,50 a 18,60%. Em média, o Estado apresentou um percentual de interação de apenas 14,97% do total dos grupos existentes em 2008. Apesar de pequeno, esse número foi expressivamente maior do que o registrado em 2002, quando apenas 9,60% dos grupos de pesquisa declararam manter relacionamento com o setor produtivo.

A densidade de interação teve a média de 1,98 unidades do setor produtivo por grupo de pesquisa em 2008 no Estado. São destaques as áreas de Engenharias e Ciências da Saúde, que apresentam um indicador de densidade superior a 2,00.

Ao desagregar as grandes áreas do conhecimento nas áreas específicas que as constituem observa-se que as áreas de humanidades (Educação, Direito, Administração, Lingüística, História, Psicologia, Comunicação, Economia, Letras e

Artes) possuem individualmente um número expressivo de grupos de pesquisa, mas com baixo grau de interação com o setor produtivo. Por sua vez, as áreas técnicas apresentam menor número de grupos de pesquisa, mas com maior grupo de interação com o setor produtivo. As áreas de maior grau de interação, neste grupo, que possuem números expressivos de grupos de pesquisas, no ano de 2008, são as Ciências da computação (32,14%), Agronomia (27,16%), Geociência (25,81%), Química (23,08%) e Medicina Veterinária (22,03%).

Os tipos de relacionamento mais freqüentes, entre os grupos de pesquisa e o setor produtivo, foram à pesquisa científica com condições de uso imediato dos resultados e a transferência de tecnologia, respectivamente com 458 e 252 respostas, a pesquisa cientifica sem consideração de uso imediato dos resultados e a transferência de pessoal, com 182 e 100 respostas, respectivamente. A grande área das Engenharias, que apresentou o maior número de grupos de pesquisa com relacionamento, é também aquela que registrou a maior freqüência dos diferentes tipos de relacionamento com o setor produtivo, em 2008, somando 648 relacionamentos, que representam 45,86% do total de tipos de relacionamento relatados pela totalidade dos grupos de pesquisa do RS. Uma segunda área de importância nessa análise é a de Ciências Agrárias, que registrou 273 tipos de relacionamento com o setor produtivo.

Contatou-se que cerca de 95,32% dos grupos de pesquisa com relacionamento estão vinculados às instituições universitárias. A UFRGS exerce forte liderança, com 113 grupos de pesquisa que se relacionam com o setor produtivo, em todas as oito áreas de conhecimento, possuindo cerca de 33,14% desses grupos no Estado. Outras instituições que se destacam no Estado são: PUC/RS, com 41 grupos; UFSM, com 38 grupos; e a UCS, com 24 grupos de pesquisa com relacionamento. Estas quatro instituições universitárias possuem, em conjunto, 63,34% dos grupos de pesquisa com relacionamento com o setor produtivo no RS. Por sua vez, as instituições não universitárias com maior número de grupos de pesquisa com relacionamento são EMBRAPA, com 8 grupos; e FZB/RS, com 3 grupos.

O maior grau de interação dos grupos de pesquisa abrigados em instituições não universitárias, ou que tiveram origem em escolas técnicas e passaram, recentemente, a oferecer também cursos superiores. No primeiro conjunto, destacam-se as instituições não universitárias, que apresentaram grau de interação acima da média do Estado que foi 14,97%, IBTEC (100,00%), EMBRAPA (61,54%), SETREM (25,00%), FZB/RS (20,00%) e IPA/RS (16,67%,); no segundo conjunto, destacam-se as instituições universitárias, a UNISALLE (33,33%), UCS (23,21%), URI (21,05%), UFRGS

(18,08%), UNISINOS (16,67%), UNIVATES (16,67%), UNISC (16,22%), UFSM (15,20%) em 2008.

Há pouca dispersão da densidade das interações por instituição em relação à média estadual de 2,03 unidades do setor produtivo por grupo de interação. As maiores densidades encontradas foram de 29,00 e pertenciam ao IBTEC, e 8,00 para a FEPAGRO, em 2008, ambas as instituições não universitárias. Além destas, acima da média de 2,03 figuravam apenas cinco instituições: EMBRAPA (2,63), UNICRUZ (2,33), UFSM (2,26), UFRGS (2,24) e UNISINOS (2,08). As demais apresentavam indicador inferior à média estadual, revelando uma densidade de relacionamento que se aproxima da relação 1 por 1, portanto, um grupo de pesquisa com relacionamento com uma unidade do setor produtivo.

Em geral a distribuição, as interações dos grupos de pesquisa com os diferentes setores da atividade econômica, classificados conforme a nomenclatura CNAE, é desconcentrada, observando interações com diferentes setores produtivos e grupos das várias áreas do conhecimento. Por outro lado há concentração dos grupos nas áreas especializadas em setores produtivos de atuação tradicional. Em 2008 as áreas com maiores destaques no RS formam: a Ciência da Computação (42/45), Engenharia de Materiais (32/43) e a Agronomia (32/43) que se relacionaram com diversos setores da atividade econômica. As duas primeiras fazem parte da grande área do conhecimento que é a Engenharia e a terceira das Ciências Agrárias. As atividades econômicas que tiveram maior destaque neste período (2008) foram: indústria de transformação (118/255), atividades profissionais científicas e técnicas (49/47) e a administração pública, defesa e seguridade social (47/56) que se relacionaram com várias áreas do conhecimento. Parece claro, no entanto, que ainda há espaço para fortalecer a cooperação no agronegócio e na indústria, onde o grau de interação é relativamente mais intenso, tendo em vista o peso relevante desses setores na estrutura.

Ao analisar os dados da produção científica observa-se um expressivo aumento nas publicações de autores vinculados a instituições pertencentes ao Estado com um crescimento de 178,55% de 2002 a 2008. Dentro deste crescimento, as grandes áreas que mais se destacaram pelo aumento de suas publicações no Estado, foram às áreas relacionadas às Ciências Sociais Aplicadas (com aumento de 284,78% de 2002 a 2008) e grande área das Ciências Humanas (com aumento de 249,40% de 2002 a 2008).

As grandes áreas do conhecimento que apresentam o maior número de produções bibliográficas no Estado do RS, durante os anos de 1998 a 2008, são as

Ciências da Saúde com 70.135 publicações (ou 18,95% do total), Ciências Humanas com 68.174 publicações (o que equivale a cerca de 18,42% do total) e Ciências Agrárias com 61.069 publicações (ou 16,50% do total). Todavia cabe destacar que este número expressivo de publicações no Estado, nas áreas de Ciências da Saúde e das Ciências Humanas está em grande parte relacionada ao expressivo contingente de pesquisadores dedicados a estas áreas, e não à produtividade dos mesmos. Dentro desta perspectiva, observou-se que a média de produção científica dos pesquisadores no RS em 2008 foi de 22,23 publicações por autor.

Ao verificar a composição das publicações técnicas, constata-se que 63,61% do total estão concentradas nas grandes áreas das Ciências Humanas (32,50%), Ciências da Saúde (18,23%) e nas Ciências Sociais Aplicadas (12,89%) em 2008. A atuação das produções técnicas em relação ao número de patentes depositadas no país vem apresentando uma expressiva elevação em sua participação. Mais de 92% da produção de software ainda não possuem registro ou patente, mas verifica-se que este percentual vem reduzindo gradativamente. Em 2002, 1,78% da produção de software era realizada com registro ou patente, em 2008 este percentual se eleva para 7,99%. As tendências é que a produção tecnológica tenha em sua totalidade registro ou patente

Esta divisão e concentração das interações dos grupos de pesquisa com o setor produtivo pode ser explicada pela necessidade apresentada nas mais diversas atividades econômicas no Estado sul-rio-grandense. O Estado é um dos maiores produtores e exportadores de grãos do País. Mas a economia gaúcha também se destaca pela forte presença do setor industrial, com pólos bastante desenvolvidos. Em cada região, os setores movimentam diferentes cadeias produtivas: coureiro-calçadista, tecnologia da informação, papel e celulose, metalurgia, siderurgia, indústria química e petroquímica, automobilística e alimentícia (Região Centro-Leste), indústria metal- mecânica, autopeças, moveleira, do vestuário, vinicultura e turismo (Região Nordeste), agricultura, avicultura, suinocultura, indústria alimentícia e metal-mecânica (Região Norte-Noroeste), e fruticultura, ovinocultura, pecuária e indústria alimentícia (Região Sul- Sudoeste).