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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

7) Contextualizadora: a educação ambiental deve atuar diretamente na realidade da comunidade, sem perder de vista sua dimensão planetária.”

2.6 Aspectos de métodos de pesquisa aplicados no estudo

A seguir, fez-se a revisão bibliográfica dos principais assuntos relativos aos materiais e métodos utilizados neste trabalho, com o objetivo de definir as diretrizes seguidas.

- Pesquisa bibliográfica

Referendando-se Gil (1991), encontra-se a definição da pesquisa bibliográfica e a que concepções está sujeita, quando o autor esclarece que esta é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído de livros, artigos científicos e trabalhos acadêmicos.

A pesquisa bibliográfica é indispensável em todos os tipos de estudos, pois, muitas vezes, não há outra maneira de reconhecer os fatos passados, senão com base em dados secundários (GIL, 1991).

Nota-se em Manzo (1971) a confirmação desta referência, ao concordar que a bibliografia pertinente oferece meios para se definir e resolver problemas conhecidos e explorar novas áreas, onde os problemas ainda não se cristalizaram suficientemente.

- Pesquisa qualitativa x quantitativa

Segundo Carrara (2004), são minoria os estudos que estritamente quantitativos. Grande parte dos estudos realizados pode ser considerado quantitativo-qualitativo, pois não interessam ao cientista, via de regra, os números em si mesmos, mas o que estes significam quando associados a um determinado fenômeno.

O mesmo em relação à estatística, que, quando (bem) utilizada, serve como instrumento para facilitar a compreensão sobre como se relacionam determinadas variáveis. Para Goode e Hatt (1979), não importa quão precisas sejam as medidas, o que é medido continua a ser uma qualidade.

- Pesquisa descritiva

De acordo com Churchill Jr. (1987), a pesquisa descritiva objetiva conhecer e interpretar a realidade sem nela interferir para modificá-la; pode-se ainda dizer que está interessada em descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los.

A pesquisa descritiva expõe as características de determinada população ou de determinado fenômeno, mas não tem o compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação. Normalmente baseia-se em amostras grandes e representativas.

- Pesquisa survey

A pesquisa survey pode ser conceituada como a obtenção de dados ou informações sobre características, ações ou opiniões de determinado grupo de pessoas, indicado como representante de uma população alvo, por meio de um instrumento de pesquisa, normalmente um questionário.

Para Bolfarine e Bussab (2005), a pesquisa de levantamento de dados procura identificar características da população sem interferir nos resultados. Outras vezes, deseja-se saber o que acontece com determinadas variáveis, quando as unidades são submetidas a tratamentos especiais, controlados. Nesses casos, é necessário trabalhar com grupos que recebam o tratamento e outros que sirvam como controle.

- Questionário

Segundo Nogueira (1968) e Parasuraman (1991), um questionário é tão somente um conjunto de questões organizadas, feito para gerar os dados necessários para se atingir os objetivos do projeto.

Na conceituação do questionário o documento deve possuir uma série de questões, cujas respostas devem ser preenchidas pessoalmente pelos informantes (THEODORSON; THEODORSON, 1969).

De acordo com Chagas (2000), não existe um método padrão para o uso de questionários, porém existem recomendações de diversos autores com relação a essa importante tarefa no processo de pesquisa científica.

Para Dias (1994), a utilização do questionário como mecanismo para a diagnose da educação ambiental contribui para o desenvolvimento de um conjunto de questões ordenadas, a ser submetido a um determinado público.

As respostas analisadas dão uma variedade de indicativos, sendo utilizado para obter informações e/ou efetuar amostragem de opinião das pessoas em relação a um determinado assunto, podendo ajudar a definir a extensão de um problema (DIAS, 1994).

Segundo Witt (1973), todas as formas de coleta de dados apresentam vantagens e desvantagens, no entanto a escolha deve ser cuidadosa numa tentativa de minimizar as desvantagens do instrumento escolhido.

Ainda de acordo com o autor, as vantagens do questionário são:

- quanto aos custos, por ser um instrumento de coleta de dados relativamente barato se comparado com o formulário e a entrevista, que necessitam de entrevistadores;

- é também um instrumento que otimiza o tempo e fornece as respostas desejadas mais rapidamente, pelo simples fato de poder ser aplicado simultaneamente a várias pessoas, até mesmo, a grandes grupos;

- como o questionário é preenchido pelo próprio informante, favorece o anonimato, muitas vezes necessário para o fornecimento de respostas mais verdadeiras, além de ser menor o risco de distorção;

- nos questionários as instruções aparecem geralmente por escrito, o que significa que são apresentadas igualmente para todos os respondentes, contribuindo assim para o aumento da precisão.

E as desvantagens são:

- se o questionário não for cuidadosamente elaborado, há possibilidade de uma questão contagiar a resposta de outra, pois o informante poderá ler todas as questões antes de iniciar a colocação das respostas;

- é trabalhosa a construção de um bom questionário;

- desconhecimento das circunstâncias em que foram respondidas as perguntas; - o fato de nem todos os questionários enviados voltarem ao pesquisador;

- necessidade de o universo pesquisado ser relativamente homogêneo, em termos culturais, principalmente em relação à linguagem;

- nem sempre as questões são respondidas pela pessoa selecionada para fazê-lo, portanto, as informações podem não ser válidas.

Em questionários e entrevistas, por mais cuidadosa que seja a categorização das respostas, apenas está assegurado, enquanto dado, o que o sujeito responde, mas não há, necessariamente, congruência entre o que diz que faz e o que realmente faz (CARRARA, 2004).

Para Pardinas (1970), o instrumento de coleta de dados necessita ser válido, fidedigno e operativo. É considerado válido, quando efetivamente recolhe os dados necessários para a pesquisa, definindo o fenômeno em estudo; fidedigno, quando os mesmos resultados são obtidos por outros pesquisadores; operativo quanto não existe ambiguidade de vocabulário.

A aplicação de um questionário previamente e cuidadosamente elaborado permite que se tenha um resultado aprofundado de pontos levantados, podendo também ampliar o nível de investigação (LUDKE; ANDRÉ, 1986).

Um instrumento de coleta de informações deve ser composto apenas por perguntas necessárias para a tradução dos objetivos, não se justificando, portanto, perguntas fora da área alvo de estudo (WITT, 1973).

Ainda segundo o autor, o questionário pode ser elaborado e estruturado obedecendo padrões, visando à obtenção de resultados também padronizados, permitindo, assim, a comparação imediata.

Segundo Chagas (2000), o conteúdo das perguntas do questionário relacionado a fatos do cotidiano das pessoas são mais fáceis de serem medidos, pois são atos concretos e não contam com o grau de percepção do respondente.

De acordo com Witt (1973), as perguntas podem ser classificadas de várias maneiras: segundo a forma, conteúdo ou liberdade de resposta.

O questionário de perguntas fechadas é referenciado por Triviños (1987) e Mattar (1996), como aquele que contribui para a obtenção mais próxima das certezas, que permite avançar na investigação.

Witt (1973) resume como aquele em que existem alternativas fixas de respostas, as quais são estipuladas pelo pesquisador. Sendo muito usadas na construção de perguntas referentes a variáveis cujas categorias de respostas são conhecidas.

Uma pergunta é denominada fechada com múltipla escolha, quando é apresentada uma série de possíveis respostas, mutuamente exclusiva ou não. Todas as possíveis respostas são colocadas no instrumento de pesquisa e o indivíduo assinala a sua posição ou parecer.

Segundo Gil (1991), as perguntas do questionário devem ser fechadas, mas com ampla possibilidade de respostas, clara, concreta e precisa, levando-se em conta a referência do entrevistado, assim como o seu nível de informação.

Ainda de acordo com o autor, as perguntas devem propiciar uma única interpretação, não deve sugerir respostas, devem referir-se a uma única ideia de cada vez. Além disso, deve haver um número limitado de perguntas.

Em uma pergunta fechada com múltipla escolha pode-se apresentar um mostruário de respostas aberto ou fechado.

Algumas considerações importantes relacionadas às questões de múltipla escolha foram obedecidas, tal como a recomendação de Chagas (2000), que orienta que as alternativas devem ser coletivamente exaustivas e mutuamente exclusivas, ou seja, devem cobrir todas as respostas possíveis e uma alternativa deve ser totalmente incompatível com todas as demais.

A alternativa "Outros. Quais? ______" é de grande ajuda para garantir a exclusão. Para que sejam mutuamente exclusivas, cada respondente deverá identificar apenas uma opção que represente corretamente sua resposta, ou seja, a escolha de uma alternativa deve excluir todas as demais.

Segundo Mattar (1994), são as seguintes as principais vantagens das questões de múltipla escolha: facilidade de aplicação, processo e análise; facilidade e rapidez no ato de responder; apresentam pouca possibilidade de erros e, diferentemente das dicotômicas, trabalham com diversas alternativas.

No entanto, o autor apresenta algumas desvantagens, tais como: exigem muito cuidado e tempo de preparação para garantir que todas as opções de respostas sejam oferecidas; se alguma alternativa importante não foi previamente incluída, fortes viéses podem ocorrer, mesmo quando esteja sendo oferecida a alternativa "Outros. Quais?"; e o respondente pode ser influenciado pelas alternativas apresentadas.

De acordo com Witt (1973), após a elaboração do questionário é necessário fazer o pré-teste, no entanto, não deve ser aplicado na mesma população alvo do estudo definitivo e sim em uma população com características semelhantes à que será utilizada de fato. O pré- teste é a aplicação do instrumento de pesquisa a título experimental, antes de sua utilização de fato.

- Comitê de ética em pesquisa (CEP)

O CEP tem como objetivo avaliar projetos de pesquisa, que envolvam seres humanos e determinar as ações necessárias para a garantia de adoção de elevados padrões de conduta ética no estudo (UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO, 2010).

Segundo a Resolução CNS nº 196 de 1996 são consideradas pesquisas envolvendo seres humanos as entrevistas, aplicações de questionários, utilização de banco de dados e revisões de prontuários (BRASIL, 1996).

Ainda segundo o autor, a submissão do protocolo a um CEP independe do nível da pesquisa, se um trabalho de conclusão de curso de graduação, se de iniciação científica, mestrado ou de doutorado, seja de interesse acadêmico ou operacional, desde que dentro da definição de pesquisa envolvendo seres humanos.