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6. Análise dos Resultados da Pesquisa

6.4 Aspectos do tratamento da informação

O tratamento da informação (codificação e coordenação) é um aspecto que está ligado à obtenção da informação, pois dele faz parte o registro da informação para recuperação e uso.

Com relação a esse aspecto, o entrevistado 1 afirma haver tratamento de informação na AERPA.

Sobre o tratamento da informação, 100% da informação que e agente utilizava era tratada. Porque nós éramos, além de pesquisadores, os meios de vazão daquele conteúdo pra o... o utilizador final, que seria o... o aluno, que não tinha... que não tinha o conhecimento. Então, apesar de a gente poder utilizar normalmente a informação, tudo era tratado. Seja pra nós mesmos, mas no final das contas, tudo era tratado, porque o aluno precisava de

informação decodificada (ENTREVISTADO 1 ‒ APÊNDICE A,

p.217).

Assim também se posiciona o entrevistado 2:

Muita parte da informação era retrabalhada, reescrita ou reproduzida pra ser usada. Então, no caso bem específico das aulas, era feito tanto... a própria aula era criada como também apostilas e material de estudo. E outras informações que pra ser usadas, assim... Eu acho que a maior parte do preparo era textual. Mas também se preparou apresentações de PowerPoint, vídeo, se usou fotos, enfim... Não sei mais o quê (ENTREVISTADO 2 ‒ APÊNDICE B, p.248).

Perguntado sobre quais os principais processos no tratamento da informação, assim se posiciona o entrevistado 1:

Eu não me lembro de todos os processos de tratamento, mas eu me lembro de algumas coisas que foram interessantes, como, por exemplo, quando foi feito a car... uma cartilha de pedreiro, todas as informações eram facilmen... a gente conseguiria facilmente, com fotos, ou com coisas desse sentido, mas foi escolhido pra se chegar mais próximo a... aos estudantes, não que eles fossem muito jovens, pelo contrário, mas foi escolhido se desenhar todas as... que seriam as fotos ensinando as etapas de, por exemplo, subir uma parede, ou abrir uma janela, foi escolhido se desenhar para causar menos medo, pra ser mais limpo, pra se aproximar mais do leitor. Então, tudo era tratado, tudo era decodificado pelos funcionários para chegar numa linguagem sempre coloquial com as informações relevantes.

[pausa]

Todo tratamento da informação que a gente obtinha, era pra dar vazão a tornar o entendimento mais coloquial possível, respeitando as informações relevantes dentro daquele... daquela solução, porque no final das contas éramos uma empresa que elaborava conhecimento tratado, agregado e tratado, pra um nível de instrução mais baixo do que o dos funcionários (ENTREVISTADO 1 ‒ APÊNDICE A, p.217-218).

Com base no que foi afirmado acima, infere-se que o tratamento da informação na AERPA é voltada ao uso, seja ele para fins gerenciais, seja para outros fins técnicos (educacional e área técnica de restauro de bens materiais e imateriais). De acordo com o entrevistado 1, o principal objetivo desse tratamento é tornar clara e objetiva a informação.

O exemplo retirado do depoimento do entrevistado 1 se refere à produção de cartilhas educacionais para o curso de pedreiro. Essas cartilhas são fruto de pesquisa e design da equipe âncora e são o produto final do tratamento das informações coletadas pela equipe destinadas a um público- cliente da AERPA: a sociedade geral.

Em consonância com essa opinião, o entrevistado 3 complementa:

A informação não é para a AERPA o objeto em si. Ela faz parte de algo que se pretende, se almeja. O que deve nortear o trabalho é a simplicidade e o entendimento do que se quer e o porque e como se deve fazer para se obter o que se pretende. Uma boa e simples planilha Excel na maioria das vezes é muito mais eficiente do que toda a sistematização gerencial- administrativa que pode surgir durante a execução de uma tarefa ou trabalho. Formatação, estruturação, classificação, análise, síntese e apresentação são mais apropriados a relatórios do que ao trabalho direto em si (ENTREVISTADO 3 ‒ APÊNDICE C, p.274).

Conforme é possível observar no discurso acima, a preparação da informação para o uso deve ser direta e simples, ficando os casos mais elaborados para relatórios. A informação imediata deve ser de rápida absorção, muitas vezes se reduzindo a uma simples planilha Excel.

Para o entrevistado 1, a questão pode ser abordada da seguinte forma:

A gente só fazia construir conhecimento. Então, pô, 99% do nosso conhecimento era conhecimento não empírico, mas conhecimento de pesquisa. Alguma coisa foi elaborada por a gente. Mas a grande maioria e a função da gente era coletar o material que depois de uma pesquisa feita por nós, nós pesquisávamos qual o problema, nós pesquisávamos qual era a melhor solução pra aquele problema, levando em consideração contextos como: baixo orçamento, facilidade na resolução por pessoas que tenham instrução ou dificuldades maiores, como eu vou dizer... financeiramente. Encontrada essa solução que se adéque ao nosso ambiente de produção, era adaptado esse conteúdo pra que essas pessoas tivessem acesso. Mas era sempre uma pesquisa pensando no contexto. O contexto era quem a gente ia... A gente pesquisava pensando no contexto, chegava a uma solução e adaptava a explanação dessa solução ao contexto que a gente queria transmitir (ENTREVISTADO 1 ‒ APÊNDICE A, p.218).

De acordo com o entrevistado 2, o processo mais evidente de tratamento da informação era a transcrição em arquivos textuais (a própria cartilha pode ser encarada como exemplo desse processo). Porém, ao ser questionado sobre como esse processo se dava, o entrevistado 2 concorda que os principais processos de preparação da informação para o uso na AERPA eram a interpretação do responsável que obteve a informação ou alguém que compartilhou a informação e a avaliação de alguém (geralmente o sr. Plínio Santos Filho).

Muita parte da informação era retrabalhada, reescrita ou reproduzida pra ser usada (ENTREVISTADO 2 ‒ APÊNDICE B, p.248).

[...] Eu acho que existia um filtro. O primeiro filtro era sempre a pessoa que estava captando a informação, que definia se a informação era importante ou não, se repassava. Depois existia um filtro maior, que era Plínio, no final das contas, que era quem dizia: “Não, isso aí se usa, isso aqui não se usa”. O filtro final era ele (ENTREVISTADO 2 ‒ APÊNDICE B, p.250).

No processo de codificação e transformação da informação para uma estrutura textual, assim o entrevistado 2 aborda a questão:

Bem... De texto se criou muito texto. [...]

Acho que o que mais aconteceu foi isso: texto virar texto. Mas também esse texto virou muito aula. O que eu chamo de aula é também muita apresentação em PowerPoint pra ser apresentado numa aula. Também se virou banner, outras viraram exposição. Mesmo que a gente não tenha chegado a expor, mas se planejou expor.

[...]

Vídeo virou texto... Acho que tudo virava texto, de certo modo. Porque eu acho que texto era o que a gente mais criava. Mas também aconteceu o contrário, de texto virar vídeo, mas menos, em menor

quantidade, mas ocorreu (ENTREVISTADO 2 ‒ APÊNDICE B,

p.249-250).

Esses textos, citados na entrevista acima, são reiterados pelo entrevistado 3, quando analisa a codificação da informação e afirma que eles constituem informações gerais, listas rápidas e relatórios estruturados, que são impressos e disponibilizados no ambiente onde serão usados.

Ainda com relação à codificação da informação, pode- se recorrer ao depoimento do entrevistado 3 para entender como se estrutura parcialmente a informação dentro dos arquivos e pastas produzidos pela equipe âncora: “Textos e arquivos eletrônicos são colocados em pastas específicas na

intranet ou nas nuvens” (ENTREVISTADO 3 ‒ APÊNDICE C, p.274).

Essas pastas e subpastas, conforme já mencionado, eram identificadas como produção, arquivo e produto final, que continham a versão 1, 2, 3... até a versão final.

O ambiente de produção era tudo que estava sendo coletado de informações, arquivos, referências que estavam sendo utilizados pra elaboração do produto final. A pasta arquivo era uma pasta onde o que sobrava do ambiente de produção que não era utilizada para o produto final era arquivado. Como quase que um backup do que foi utilizado dentro do projeto. E o produto final era o produto pronto (ENTREVISTADO 1 ‒ APÊNDICE A, p.204).

Quanto ao processo de tratamento da informação, no entanto, o entrevistado 1 enxerga a ausência de um ponto crucial: uma política de registro de dados (APÊNDICE A). Ao ser perguntado sobre o assunto, ele é enfático ao responder que não havia nenhuma política de registro de dados. Para Beal (2011, p.40),

A classificação da informação por assunto permite estruturar os bancos de dados, os documentos e os diretórios especializados das organizações, otimizando o acesso e estimulando o uso da informação disponível. O esquema de classificação

deve basear-se em categorias de informação e de conhecimento que façam sentido para o negócio, e apresentar múltiplas dimensões, de modo a permitir diferentes “caminhos” de acesso à informação para o usuário.

Assim, pode-se afirmar que há uma estruturação da informação no backup geral, mas não há política de registro de dados (nome dos arquivos).