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2.3 PSICOLOGIA COGNITIVA

2.3.2 Aspectos Fisiológicos

O Sistema Nervoso Central (SNC) é à base de nossa capacidade de percebermos, de nos adaptar e de interagirmos com o mundo ao nosso redor.

De maneira simplificada, podemos dizer que regular a homeostase e mediar à emissão de comportamentos são as principais funções do SNC. Um exemplo prático de regulação da homeostase pelo SNC ocorre com uma pequena alteração da temperatura ambiente. Vários sistemas (respiratório, cardiovascular, urinário etc.) são informados e regulados para manter o corpo em equilíbrio nas novas condições do meio, sem que se tenha uma diminuta consciência dessa atualização adaptativa. Assim, num ajuste preciso de vasoconstrição ou vasodilatação, aumento ou diminuição da pressão arterial e outros sistemas, a temperatura interna é mantida em torno de 36ºC. O SNC permanece em contínua atividade para manter o equilíbrio homeostático do corpo. Doença, dor e sofrimento psicológico também fazem parte desse sábio sistema regulador: eles sinalizam que o equilíbrio do conjunto deve ser restabelecido com procedimentos corretivos (PERES; NASELLO, 2005).

Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do sistema nervoso, que formam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou nos gânglios nervosos, localizados próximo da coluna vertebral (GUYTON, 1998).

Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios, formando feixes chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso Periférico (SNP). A Figura 1 ilustra os nervos que constituem o Sistema Nervoso Periférico. Na Figura 2 são apresentados as principais áreas do Sistema Nervoso Central (SNC) no cérebro.

Figura 1 - Anatomia do Sistema Nervoso Central e Periférico

Fonte: Guyton (1998).

Figura 2 - Áreas do Sistema Nervoso Central.

Para compreender como o sistema nervoso processa a informação, é preciso examinar a estrutura e a função das células que constituem esse sistema. As células neurais individuais, chamadas neurônios, transmitem sinais elétricos de um local para outro do sistema nervoso (STERNBERG, 2010).

Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o citoplasma e o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares denominados neuritos, que podem ser subdivididos em dendritos e axônios (GUYTON, 1998), conforme estão mostrados nas Figuras 3 e 4.

Figura 3 - Anatomia do neurônio.

Fonte: Guyton (1998).

Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como receptores de estímulos, funcionando, portanto, como "antenas" para o neurônio. Os axônios são prolongamentos longos que atuam como condutores dos impulsos nervosos. Os axônios podem se ramificar e essas ramificações são chamadas de colaterais. Todos os axônios têm um início (cone de implantação), um meio (o axônio propriamente dito) e um fim (terminal axonal ou botão terminal). O terminal axonal é o local onde o axônio entra em contato com outros neurônios e/ou outras células e passa a informação (impulso nervoso) para eles. A região de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a célula adjacente chama-se sinapse. Às vezes os axônios têm muitas ramificações em suas regiões terminais e cada ramificação forma uma sinapse com outros dendritos ou corpos celulares. Estas ramificações são chamadas coletivamente de arborização termina.

Figura 4 - Tipos de neurônios.

Fonte: Guyton (1998).

A realidade que nos cerca é apreendida por nós através dos sentidos. Esses sentidos podem ser comuns como a visão, a audição, o tato, o olfato, o paladar, mas também podem ser especiais como o sentido de formas, de harmonia, de equilíbrio, de espaço, de lugar.

O sistema sensorial tem como principal função colocar o homem em contato com o mundo exterior e protegê-lo advertindo-o dos perigos que o ameaçam. É composto por: visão, olfato, tato, paladar e audição, de acordo com a Figura 5 (GUYTON, 1998).

Figura 5 - Sistema Sensorial.

A visão tem início quando a luz passa através da camada protetora do olho. Na Figura 6 observa-se a anatomia do olho. A camada denominada córnea é o domo claro que protege o olho. Em, seguida a luz passa através da pupila, a abertura no centro da íris. Depois, a luz passa através do cristalino e do humor vítreo. O cristalino é uma membrana transparente localizada atrás da íris. Essa membrana se flexiona ou relaxa para permitir a visão de objetos próximos ou distantes (STERNBERG, 2010).

A visão normal é um guia extraordinariamente eficaz para que possamos nos movimentar no meio ambiente e desenvolver atividades, pois "o homem depende mais conscientemente da visão do que dos demais sentidos para progredir no mundo. Ele é predominantemente um animal visual" (TUAN, 1980, p. 7). Não restam dúvidas que a visão que se tem de uma paisagem é de um grande alcance e, ao mesmo tempo, contém detalhes os mais minuciosos. A percepção, do meio ambiente é, portanto, em grande parte visual; sem desprezar, é claro, a valiosa contribuição das demais percepções (olfativa, auditiva e tátil- cinestésica).

Figura 6 - Anatomia do olho.

Fonte: Guyton (1998).

O olfato de acordo com a Figura 7 situa-se nas fossas nasais (mucosa nasal olfatória). Na sua parte superior onde encontramos ramificações do nervo olfatório, formando uma região especializada conhecida como “epitélio olfatório”. As sensações de odor são captadas nesse epitélio depois transmitidas ao SNC (GUYTON, 1998). A principal função é percepção dos odores.

Figura 7 - Anatomia do Olfato.

Fonte: Guyton (1998).

O tato, por sua vez, Figura 8, localiza-se na pele, nas camadas chamadas epiderme e derme. Nela encontram-se diferentes tipos de terminações nervosas que recebem as impressões não só do tato, mas também dor, calor, frio e pressão. Estas terminações nervosas têm a seguinte distribuição:

Figura 8 - Anatomia do tato

Fonte: Guyton (1998).

Conforme a Figura 9 os receptores do paladar encontram-se na língua, localizada no interior da boca. A língua é um órgão formado por diversos músculos, presa na parte posterior, junto à faringe, e solta na frente. É de formato cônico e dotada de grande mobilidade. Alem de captar as impressões de sabor também atua na articulação das palavras,

na salivação, na mastigação e deglutição. Sua superfície superior é áspera apresentando pequenas elevações denominadas papilas linguais. No interior dessas papilas encontram-se células especiais que recebem terminações nervosas e tem a responsabilidade de perceber os sabores (GUYTON, 1998).

Figura 9 - Anatomia do Paladar.

Fonte: Guyton (1998).

A audição torna-se possível através do ouvido, órgão par que é composto de três partes: externo, médio e interno. Conforme ilustra a Figura 10.

Figura 10 - Anatomia do ouvido humano.