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APENDICE I – DADOS COLETADOS NA E.E MARIA RAMOS – SÃO CARLOS

3.10 Estudo B orientações para o sistema de preparação de acordo com a concepção dos técnicos e experts

3.10.8 B8 Aspectos gerais

a) Em um processo de formação desportiva qual o objetivo do treinamento?

- 60% dos técnicos consideraram o condicionamento físico de forma equilibrada como o objetivo a ser concretizado;

b) Na sua opinião por qual motivo o Brasil tem poucos triplistas dentre os melhores do mundo?

- Falta de comunicação entre os técnicos, poucos atletas praticando a prova e falta de capacitação dos técnicos, atribuíram o percentual de 20% para cada uma das respostas como fatores preponderantes.

3.10.9 B9 Descritivo dos técnicos e experts

Os dados obtidos do questionário aplicado aos técnicos e experts foram analisados sob o aspecto descritivo com relação à freqüência das respostas, com o objetivo de investigar a importância dada a cada item relacionado aos aspectos antropométricos, características físicas e neuromotoras, aspectos técnico/táticos e aspectos gerais relacionados aos objetivos do treinamento no processo de formação desportiva dos triplistas em nosso país.

Embora 50% (seis) dos profissionais consultados indicou a proporção 34 – 30 – 36% como a distribuição ideal, respectivamente para primeiro, segundo e terceiro salto, não existiu consenso quanto à distribuição uma vez que 40% dos mesmos sugeriu a distribuição 36 – 30 – 34%, fato que pode estar relacionado a característica dos saltadores e a etapa da preparação anual.

Por outro lado, houve concordância entre os profissionais pesquisados que os fatores antropométricos (peso, estatura e comprimento de membros inferiores), são determinantes para obtenção de bons desempenhos de salto triplo; também houve concordância em suas posições ao considerarem que as diferentes manifestações da força (força máxima muscular, força relativa, ou seja, a força em relação ao peso corporal, força explosiva e força de salto horizontal), foram consideradas muito importantes para obtenção de resultados de excelência; o mesmo ocorreu com relação a velocidade de deslocamento e capacidade de aceleração, parecendo existir concordância entre a maioria dos entrevistados quanto a participação determinante da velocidade nos bons desempenhos no salto triplo; também houve concordância entre os pesquisados ao concordarem que a resistência geral aeróbia tem pouca importância para o salto triplo, indicando que as variáveis determinantes para o sucesso na prova estão fundamentalmente relacionadas ao aperfeiçoamento do sistema de regulação das ações musculares competitivas pelo

sistema nervoso central e periférico, especialmente a coordenação inter e intramembos indicada por 90% do entrevistados como muito importante; confirma-se assim que força, velocidade e coordenação neuromuscular devem ser prioritariamente tratadas durante os treinamentos para a prova do salto triplo.

3.11 Estudo C - proposta descritiva de um modelo de programa para formação de saltadores de triplo

Elaborada com base na literatura especializada e experiência do pesquisador, propondo um conjunto de princípio e conteúdos, visando orientar a formação de saltadores de triplo, formulada em concordância com as diferentes etapas do processo de preparação a longo prazo.

A existência de políticas e diretrizes gerais é fundamental para o desenvolvimento de qualquer programa, pois são elas que traçam os ritmos sobre os quais são pautadas todas as atividades técnicas e administrativas que nortearão os projetos específicos.

Todavia, parece-nos claro existirem sempre, em qualquer área da atividade humana tarefas que seriam mais bem desempenhadas por pessoal que tivesse um corpo de conhecimento especializado.

Os trabalhos científicos na área da Educação Física e das Ciências do Desporto já fazem perceber, em toda a sua força reconstrutora o axioma de que se pode ser tão cientifico no estudo e resolução dos problemas desportivos, como nos das engenharias e da física.

Ressaltar a importância da formação e capacitação de profissionais das várias áreas do conhecimento para poder trabalhar com jovens, dentro do sistema das organizações desportivas seria alinhar truísmos, uma vez que os objetivos que visa o profissional é a melhoria ou aquisição de conhecimentos com relação ao seu trabalho.

É preciso que o profissional encarregado de transmitir uma informação da qual desejamos se transforme realmente em aprendizagem, conheça bem o conteúdo da informação e desenvolvimento da clientela do programa.

Um dos aspectos mais discutidos no que se refere à atividade com saltadores jovens é certamente aquele concernente ao desenvolvimento da força, sobretudo levando-se em

consideração a necessidade de fornecer estímulos variados de condicionamento que nem sempre são compatíveis com a metodologia utilizada para o desenvolvimento do potencial muscular.

O heterocronismo no desenvolvimento das várias funções do organismo determina que o processo de condicionamento físico com jovens seja realizado em etapas, e deve ser orientado para o desenvolvimento harmônico dos vários órgãos e sistemas funcionais do organismo do futuro atleta.

Nesta proposta os estímulos para o desenvolvimento da força muscular são preferencialmente dirigidos para a melhoria na ativação neuromuscular e coordenação motora, através de uma metodologia de trabalho em que a carga é representada pelo próprio peso do corpo do praticante.

Independentemente do conjunto de características essenciais que a preparação desportiva comporta, devemos considerar que as etapas iniciais de condicionamento físico dos possíveis talentos desportivos constitui aspecto importante de um processo com características longitudinais, que se relaciona com exigências de atividades que visam facilitar a obtenção de resultados desportivos em níveis cada vez mais elevados.

Devido à característica do processo para a consecução desse objetivo é necessário que pedagogicamente o mesmo seja desenvolvido por etapas em que o término de cada uma possibilite criar os alicerces para as subseqüentes (MARQUES, 1993).

O fator rendimento nas etapas iniciais da detecção do talento desportivo não deve ser almejado nem considerado isoladamente no decorrer das etapas de preparação, fatores outros devem ser levados em conta, tais como 1) o ritmo das adaptações morfofuncionais produzidas pelas exigências dos estímulos condicionantes; 2) a idade biológica, cronológica e tempo dedicado à atividade desportiva (PLATONOV, 1988).

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