Foto 28 Recuperação de Encosta
2.6 Aspectos e Impactos Ambientais
2.6.1 Aspectos e impactos ambientais significativos da implantação de uma
2.6.1.1 Aspectos ambientais
O homem caminhando para um desenvolvimento a qualquer preço, preocupa-se mais com o retorno financeiro e cada vez mais compromete a qualidade de vida do nosso Planeta, sendo assim, vários aspectos e impactos são causados ao meio ambiente e um dos impactos que mais geram conseqüências negativas é o desmatamento sem controle ambiental.
Nos Estudos Ambientais elaborados pelas empresas consultoras, devem constar as “Especificações Técnicas relativas à Construção” e as “Especificações Técnicas relativas à Operação e Manutenção”, com suas respectivas etapas.
Neste estudo, as Especificações Técnicas citadas no parágrafo acima, foram transcritas do Projeto Básico Ambiental (ELETROSUL, 2001a, p.1-5,1-6.1- 7,1-8,1-9,1-10,1-11,1-12,1-13,1-14,1-15,1-16,1-17,1-18,1-19,1-20), do Projeto Básico Ambiental (ELETROSUL, 2002, p.17-30) e do Relatório Ambiental Simplificado (ELETROSUL, 2001 b, p.9-2, 9-3, 9-4, 9-5, 9-6, 9-7, 9-8, 9-9, 9-10, 0- 11, 9-12, 9-13, 9-14), as etapas de construção foram transcritas do Relatório Ambiental Simplificado (ELETROSUL, 2001 b, p. 8-2). As etapas da construção da obra (Capítulo 4, item 4.3) foram ilustradas com fotos tiradas pela autora desta Dissertação, com autorização da Presidência da empresa contratante – ELETROSUL CENTRAIS ELÉTRICAS S. A. (Anexo A).
Conforme consta no Projeto Básico Ambiental (ELETROSUL, 2001 a, p.1-2, 1-3,1-4, 1-5, 1-16), os principais aspectos de controle ambiental para a construção, operação e manutenção do processo de uma LT são os seguintes:
1) ASPECTOS DE CONTROLE AMBIENTAL
Dentre os principais aspectos de controle ambiental para a construção, operação e manutenção de uma linha de transmissão são destacados os seguintes:
- em face das peculiaridades dos solos ao longo do traçado da linha de transmissão deverão ser observados cuidados com a implantação das estruturas, minimizando -se as alterações na conformação original do terreno e a formação de bota-foras;
- os materiais escavados, que forem utilizados em aterros, deverão atender a um adequado planejamento construtivo para minimizar o uso de áreas como bota-foras;
- nos aterros, deverão ser utilizados materiais estáveis, compactados de modo a reduzir, ao mínimo, os riscos de deformação em longo prazo, visando a impedir o surgimento dos processos erosivos;
- a mão-de-obra disponível local deverá ser contratada, bem como a compra de insumos básicos deverá ser, na medida do possível, feita nas localidades situadas próximas às fr entes de trabalho e canteiros, objetivando maximizar os benefícios socioeconômicos na região de implantação da linha de transmissão;
- procedimentos a serem adotados caso sejam encontrados vestígios arqueológicos durante a fase de implantação do empreendim ento; - monitoramento, na fase operativa, dos parâmetros ambientais ligados à flora,fauna e medidas de caráter sócio -cultural; e
- interface entre o empreendedor e a população local visando a cuidar para que medidas de conscientização sobre a segurança das pessoas sejam amplamente divulgadas, como técnicas de manejo não predatórias da água e do solo e a importância da vegetação e fauna nativas no equilíbrio ambiental.
2) ASPECTOS AMBIENTAIS DA CONSTRUÇÃO
- instalação, operação e desmobilização de canteiro s de obras e acampamentos;
- abertura de trilhas, caminhos de serviço; desmatamento e limpeza de terrenos;
- instalação e exploração de jazidas e caixas de empréstimo e áreas de bota-fora;
- serviços de terraplanagem;
- operação de máquinas e equipamentos; e - procedimentos construtivos.
Contemplam um conjunto de medidas preventivas ou corretivas que os empreiteiros deverão ter na dinâmica do seu plano de ataque às obras, para evitar a transgressão de qualquer procedimento relativo à
a) instalação, operação e desmobilização de canteiro de obras e acampamento, considerando as seguintes medidas entre outras:
- terrenos sujeitos à erosão;
- terrenos sujeitos à instabilidade (deslizamentos, recalques diferenciais, etc);
- instalação em áreas de topografia acide ntada; - instalação em áreas sujeita a cheias e inundações; - instalações em áreas com lençol freático aflorante;
- instalações em áreas próximas de manchas de vegetação em bom estado de conservação ou preservação permanente;
- observância de posturas muni cipais de uso e ocupação do solo; - observância de horário de operação das obras (lei do silêncio); - sistema de sinalização adequado;
- sistema de abastecimento de água adequado;
- sistema de coleta e disposição de resíduos sólidos e líquidos; - procedimentos para controle da mobilização da mão de obra; - controle sobre o tráfego de máquinas e equipamentos; - instalações ambulatoriais adequadas; e
- programa de desmobilização dos canteiros com indicação clara da forma de reabilitação ambiental das áreas at ingidas por eles.
b) abertura de trilhas e caminhos de serviço, envolvendo os seguintes aspectos:
- susceptibilidade a processos erosivos;
- restrição ao tráfego de equipamentos, máquinas e veículos das obras; - drenagem superficial rodoviária específica; e
- características especiais para a execução das vias em trechos especiais; e previsão de recomposição do terreno após a conclusão das obras.
c) desmatamento e limpeza dos terrenos, envolvendo critérios especiais para o desmatamento e limpeza da faixa de servidão da linha de transmissão, e cuidados a serem tomados nas demais áreas específicas após o término da obra.
d) instalação e exploração de jazidas e caixas de empréstimo e áreas de bota-fora, considerando critérios para:
- revegetação; - terraceamento;
- amenização da declividade; e - recuperação do solo superficial.
e) Serviços de terraplanagem, considerando os seguintes critérios, entre outros:
- condicionantes geológico-geotécnicas; - características da cobertura vegetal; - sistema de drenagem prof unda; - geração de ruídos;
- interferência com o sistema viário;
- riscos de acidentes relacionados ao movimento de máquinas e equipamentos;
- programa de escavações e desmontes; - sistema de drenagem superficial; e - esquemas de transporte de material.
f) Operação de máquinas e equipamentos, que deverá considerar os seguintes aspectos:
- geração de efluentes provenientes da lavagem e manutenção de máquinas e equipamentos (óleos, graxas, etc);
- geração de ruídos; - geração de particulados;
- movimento de máquinas e equipamentos; e
- dispositivos de sinalização para a operação e redução de riscos de acidentes.
g) Procedimentos construtivos delineados nas propostas dos empreiteiros deverão estar completamente definidos no projeto executivo da linha de transmissão.
3) ASPECTOS AMBIENTAIS DA OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO Para a operação de uma linha de transmissão é necessário considerar, desde a fase inicial, o planejamento das atividades básicas de manutenção da LT, planejamento esse que deve estar vinculado às condições específicas existentes, ao contexto dos impactos nos meios físico e biótico, às interferências elétricas e às condições sócioambientais.
Assim estarão disponíveis todos os critérios ambientais a serem seguidos pelas equipes de manutenção das empresas envolvidas na operação da LT. Com isto integrar -se-á na fase operacional a visão ambiental já considerada nas fases anteriores de planejamento, engenharia e construção.
Além destas atividades, a operação deverá incorporar, como estratégia previamente definida, atividades ligadas à preservação ambiental, acompanhando a implantação de medidas mitigadoras.
A identificação de alterações nos componentes do empreendimento é uma atividade de monitoramento da fase operativa. Deve ser executada por equipes de inspeção e tem grande importância como ponto de partida para a manutenção ambiental corretiva dos componentes. Por esta razão, os componentes da linha de transmissão foram agregados da seguinte forma: - estradas de acesso; - faixa de servidão; - estruturas metálicas; - condutores; e - sistemas de aterramento.
Esses componentes da linha de transmissão são inspecionados com o fim de identificar os aspectos abaixo:
1) Condicionantes físico/bióticos - interferência da vegetação; - processos erosivos; e
- interferência nos sistemas de drenagem. 2) Interferências elétricas
- ruído audível e interferência em rádio e tv; - indução elétrica; e
- potenciais elétricos provenientes de descargas atmosféricas. 3) Uso e ocupação do solo
- queimadas;
- restrições quanto ao uso da faixa de servidão; - invasão da faixa de servidão; e
- desgaste das vias de acesso.
2.6.1.2 Impactos ambientais
Conforme consta no Relatório Ambiental Simplificado (ELETROSUL, 2001 b, p.8-12, 8-13), os impactos ambientais do processo de uma LT estão subdivididos em três grupos, sendo os seguintes:
1) IMPACTOS AMBIENTAIS RELATIVOS À PRÓPRIA NATUREZA DO EMPREENDIMENTO
- repercussões sócio-políticas sobre o empreendimento; - rádio interferência (RI);
- ruído audível (RA); - interferência em tv (TVI); e - campo eletromagnético.
2) IMPACTOS AMBIENTAIS RELATIVOS AO MEIO NATURAL - supressão de vegetação;
- alteração na condição dos recursos hídricos; - incremento dos processos erosivos;
- alteração de ambientes/fragmentação das comunidades existentes; - redução do tamanho das populações de espécies raras, ameaçadas ou endêmicas;
- entrada de plantas invasoras, animais domésticos e fauna exótica àquele ambiente;
- coleta ilegal de vegetais; - ocorrência de incêndios;e - acesso de caçadores furtivos.
3) IMPACTOS AMBIENTAIS RELATIVOS AO MEIO
SÓCIOECONÔMICO
- ausência de comunicação/ informação sobre a linha de transmissão; - alteração no cotidiano da população da área de influência direta; pressão sobre o sistema viário local;
- expectativa de novos empregos;
- interferência na saúde da população das áreas de influência; - interferência em edificações, benfeitorias e terras rurais; - aumento do risco de acidentes com descargas elétricas; - interferência sobre o patrimônio arqueológico;
- interferência sobre o patrimônio cultural; e - impacto ao patrimônio paisagístico.
Entretanto, para o gerenciamento dos aspectos e impactos ambientais descritos, deve ser utilizado um dos métodos de avaliação de desempenho ambiental, que são: Gerenciamento de Processos (GP), Sistema de Gestão Ambiental (SGA), Análise do Ciclo de Vida do produto (ACV), Gerenciamento Total da Melhoria Continua (TIM), e Gerenciamento de Aspectos e Impactos Ambientais (GAIA).
Neste estudo, a opção foi pelo Método GAIA proposto por Leripio (2001), pois vem contribuir para o gerenciamento dos aspectos e impactos ambientais significativos da implantação de uma LT, sob a ótica da gestão ambiental. O item a seguir descreve detalhadamente o Método GAIA.