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3 A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA PÚBLICA DE DIREITO NA SOCIEDADE

3.2 ASPECTOS TECNOLÓGICOS

No século XXI, é indispensável a existência, nas bibliotecas universitárias públicas, das tecnologias da informação e de redes, principalmente uma ligação com a Rede Mundial de Computadores - a Internet. Pode-se considerar que essa rede mundial iniciou-se em 1962, quando o departamento de Defesa dos Estados Unidos criou a Arpanet, uma rede que interligava quatro universidades americanas: University of California, Stanford Research Institute, UCSB e a University of Utah. Seu sucesso foi tão perceptível que em 1971 já haviam 15 (quinze) sites conectados à Arpanet, dentre universidades, centros de pesquisa,

entidades governamentais e instituições privadas (MARÇULA & BENINE FILHO, 2010, p.311).

Com o passar dos anos foram aprimoradas diversas tecnologias e protocolos de transmissão, mas somente em 1991 ocorreu o fato mais relevante posteriormente ao surgimento da rede: a criação por Tim Berners-Lee da World Wide Web, como ferramenta para proporcionar a relação de documentos e facilitar a procura de determinados assuntos. Em 1992 o número de conexões de computadores chegava a 1.000.000. E nesse mesmo ano surgiu o Mosaic, primeiro programa voltado para acesso de informações com interface gráfica. Em 1999 é criada a Internet 2, a qual visa tratar do tráfego de dados entre universidades e instituições de pesquisa, sendo assim, a Internet 2 não permite o tráfego de informações comerciais. Já em 2001, o Brasil se conecta à Internet 2 através da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP2) (MARÇULA & BENINE FILHO, 2010, p.312-313).

Assim, com o surgimento e desenvolvimento da Internet, as redes se tornaram inerentes às bibliotecas disseminadoras de informação, pois como traz Musso (2010, p. 36), a rede parece, nos nossos dias, indicar o significado, não mais o da verticalidade da torre da catedral esticada em direção ao supranatural, mas o da interconexão e da ligação, sem limite.

Dessa maneira, desde que conectada, atualizada, baseada em princípios da administração e corroborando com a política da organização a que pertence, a biblioteca universitária torna-se importante elemento de apoio à docência e à investigação, contribui para a inserção do estudante no universo da pesquisa acadêmica, desenvolvendo atividades de mediação junto ao usuário nos processos de busca da informação para que ele tenha condições de transformá-la em conhecimento.

Se a biblioteca é importante para o ensino geral, no ensino superior seu papel é proeminente em virtude do valor da própria universidade, pois nenhuma outra instituição ultrapassa em magnitude a contribuição universitária, a qual torna possível o formidável avanço tecnológico e científico (FERREIRA, 1980, p. 7).

A atual explosão informacional através de publicações impressas, digitais e eletrônicas que surgem dia após dia, faz com que a biblioteca se empenhe em ampliar seu acervo e em melhorar seus serviços com o intuito de atender às diferentes necessidades individuais.

Atualmente, o indivíduo bem informado é aquele que tem a competência para agregar valor à informação recebida, transformando-a em conhecimento. É a partir daí que o bibliotecário e sua biblioteca desempenham um de seus relevantes papéis, o de serem motivadores e incentivadores dos leitores, proporcionando um modo crítico de pensar, fazendo com que o usuário se desenvolva cognitivamente, passando a ser conhecedor de diversos saberes.

Conhecer é um ato de interpretação, uma assimilação da informação pelas estruturas mentais do sujeito que percebe o meio. A produção ou geração de conhecimento é uma reconstrução das estruturas mentais do indivíduo através de sua competência cognitiva, ou seja, uma modificação de seu estoque mental de saber acumulado. Em nossa argumentação, conhecimento é um processo, um fluxo de informação que se potencializa. Assim, o fluxo de conhecimento se completa ou se realiza, com a assimilação da informação pelo receptor como um destino final do acontecimento do fenômeno da informação (BARRETO, 2002, p.1).

O avanço tecnológico acelerou de forma surpreendente a quantidade de informações veiculadas em variadas formas e suportes, mudando a estrutura e o funcionamento das bibliotecas, arquivos e centros de documentação. Essa aceleração da informação trouxe enormes benefícios em termos de avanço científico, entretanto, a maior contribuição tem sido as novas relações cognoscitivas daí advindas.

Quando falamos em novas tecnologias de informação pensamos de imediato no computador, na telecomunicação e na convergência da base tecnológica, que permitiu que, todos os insumos de informação fossem convertidos para uma base digital, possibilitando, assim seguir o mesmo canal de transferência. Contudo estas são conquistas baseadas em apetrechos ilusórios e efêmeros. Conjuntos fantasmagóricos de fios, fibras, circuitos e tubos de raio catodo. As reais modificações que as tecnologias intensas de informação trouxeram ao ambiente foi uma nova forma de lidar com a relação informação e conhecimento e as modificações relacionadas ao tempo e ao espaço de sua transferência (BARRETO, 2007, p. 28).

A sociedade do conhecimento e da informação se inter-relaciona a outros paradigmas técnico-científicos, em um processo que a manipulação da informação ocorre por meio da inserção, remoção e atualização de conteúdos, buscando desse modo, resultados eficientes.

As novas tecnologias e a demanda por mais informações, ampliaram esse campo e desta maneira,

a Ciência da Informação nasceu motivada por questões ligadas à informação científica e tecnológica, especialmente pela necessidade de garantir acesso a um crescente volume de documentos científicos de vários tipos, fenômeno que ficou conhecido como explosão da

informação, para lidar com o qual as técnicas tradicionais da

biblioteconomia não pareciam bastar [...] (MUELLER, 2007, p. 127). Para Tarapanoff (2006, p. 19), a ciência da informação constitui-se em

uma ciência de caráter eminentemente interdisciplinar, que tem por objeto o estudo das propriedades gerais da informação (natureza, gênero e efeitos). Assim, em pesquisas que abordam o tema da informação, a ciência da informação contribui principalmente com estudos das necessidades informacionais, do estudo do fluxo e uso da informação. Por isso, o bibliotecário tem papel fundamental para o acesso eficaz à informação desejada pelos usuários, porque a quantidade de informações voltadas para a área do direito é significativa, tendo, também, a edição de leis complementares, ordinárias, emendas constitucionais, dentre outras, além dos diversos livros voltados para a doutrina, que nos mais variados assuntos há divergências.