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Assalto na Europa – a reconquista

No documento ASPOF M Correia Lico 2015 (páginas 35-38)

2. DESENVOLVIMENTO

2.2. Segunda Guerra Mundial

2.2.7. Assalto na Europa – a reconquista

A invasão da Europa começou por Itália, sendo que primeiro ocorreu a invasão da Sicília em 1943, comandada no lado dos ingleses pelo General Montgomery e no lado dos americanos pelo Tenente-General George S. Patton, tendo esta invasão resultado na rendição de 140.000 tropas italianas.

A invasão de Itália continental deu-se a 8 de setembro de 1943, quando as forças italianas se renderam e deixaram os alemães sozinhos na defesa deste território. Estes então executaram uma retirada estratégica e tomaram controlo do norte de Itália, onde a vantagem do terreno ser montanhoso serviu para uma defesa que provocou grandes

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United States Holocaust Memorial Museum, Tunisia Campaign, Holocaust Encyclopedia, http://www.ushmm.org/wlc/en/article.php?ModuleId=10007304, acedido/consultado em março de 2015.

Fig. 10 – Movimentações das tropas no Teatro de Operações do Norte de África (em 1942-1943), sendo de destacar os sucessivos recuos das

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baixas nos aliados e abrandou o seu avanço. Estas forças alemãs apenas se iriam render a 2 de maio de 1945, dias apenas antes da vitória dos Aliados na Europa41.

Com o grosso das forças do Eixo empenhadas na invasão da Rússia desde o Verão de 1941, Joseph Stalin continua a pressionar os restantes Aliados a abrirem uma nova frente na Europa de modo a desmobilizar parte das forças alemãs da frente este e aliviar a pressão na URSS42.

A 6 de junho de 1944 os aliados ocidentais procederam à invasão do território controlado pela Alemanha Nazi na Operação Overlord, sendo que o ataque inicial deu- se nas praias da Normandia, embora as altas chefias pensassem que esta invasão iria ocorrer numa zona mais próxima de Inglaterra, em Calais. Apesar desta presunção, a Raposa do Deserto, Erwin Rommel havia estabelecido uma defesa formidável ao longo de toda a costa, desde o Báltico até aos Pirinéus.

No dia da invasão, conhecido como Dia D, os Aliados já tinham estabelecido a sua superioridade nos céus. As primeiras tropas a tocarem solo francês foram as 3 Divisões Aerotransportadas, que chegaram ao território ocupado pelos alemães através

41 Lt.-COL. G. W. L. Nicholson, The Canadians in Italy 1943-1945, Volume II, 1956, Authority of the

Minister of Defence, p. 677, http://www.cmp-cpm.forces.gc.ca/dhh-dhp/his/docs/Italy_e.pdf, acedido/consultado em março de 2015.

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William J. Duiker, Contemporary World History, 5ª ed., Cengage Learning, 2009, p. 138, http://books.google.pt/books?id=uqvgYtJHGSMC&printsec=frontcover&hl=pt-

PT&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false, acedido/consultado em março de 2015.

Fig. 11 – Dispositivo de defesa alemão no oeste da Europa, conhecido como a Muralha Atlântica

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de pára-quedas e planador, que conquistaram e mantiveram o controlo de pontos fulcrais ao nível estratégico, como pontes e encruzilhadas essenciais para a rápida e eficaz movimentação de forças alemãs para a defesa do território francês43.

Nessa manhã de 6 de junho de 1944, cinco Divisões Aliadas alcançaram as praias da Normândia ao longo de 50 milhas, que tinham sido divididas em cinco divisões operacionais: as praias Sword, Juno, Gold, Omaha e Utah.

A movimentação destas forças mais para o interior demonstrou ser uma tarefa sangrenta. Tanto nas praias onde se assistiu a um combate feroz que resultou em inúmeras baixas entre os Aliados, principalmente entre os americanos. Os terrenos da zona normanda caracterizam-se como terrenos agrícolas divididos por autênticos muros de raízes, arbustos, árvores e montes de terra, sendo certo que as estradas estreitas também contribuíram muito para a defesa alemã44 e só após a Operação Cobra, entre 25 e 31 de julho, é que as forças aliadas conseguiram sair deste território de difícil avanço e começar de facto e com ritmo a avançar para Paris e para a fronteira alemã.

A 15 de agosto de 1943 deu-se outra invasão, de seu nome Operação Dragoon, no sul de França que apenas encontrou forças alemãs em retirada45. De facto, nesta altura o maior desafio para os Aliados era a logística, e a capacidade de estender as suas linhas de comunicação e logística por tão grandes distâncias46. A exigência de combustível, comida, munições e outras necessidades básicas para manter o avanço aliado era tremendo mas devido à superioridade ao nível de capacidades de transporte dos ingleses e americanos, manteve-se a linha de abastecimento e o avanço prosseguiu47.

A resistência alemã aumentou de intensidade aquando da chegada dos Aliados ao rio Reno e à fronteira alemã. Por exemplo, só na famosa “Battle of the Bulge”, na

floresta das Ardenas, entre 16 de dezembro de 1944 e meados de janeiro de 1945, os alemães sofreram perdas na ordem dos 100.000 homens e 700 carros de combate, tendo as perdas nos Aliados, principalmente entre os americanos, cingindo-se aos 90.000

43 Nomeadamente a Ponte Pegasus, considerada uma das batalhas mais importantes do Dia-D por ser

um dos caminhos principais para levar unidades blindadas alemãs do interior para perto de costa.

44 Martin Blumenson, Breakout and Pursuit: The European Theater of Operations, Washington, Center of

Military History – United States Army, 1993 p. 197, http://www.history.army.mil/html/books/007/7-5- 1/CMH_Pub_7-5-1_fixed.pdf, acedido/consultado em março de 2015.

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Ibidem, p. 685.

46 Ibidem, p. 686. 47 Ibidem, p. 688.

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homens e 300 carros de combate, os quais poderiam ser substituídos muito mais facilmente48.

Hitler tinha assim sacrificado uma quantidade significativa de recursos, tendo enfraquecido assim as suas defesas, tanto a este como a Oeste, nisto quando os Aliados Ocidentais e a União Soviética invadiam agora território alemão49.

No documento ASPOF M Correia Lico 2015 (páginas 35-38)